Lagoa de Santo André: de um lado a lagoa, do outro o mar. No verão. É, definitivamente, um cenário pouco habitual e, por isso mesmo, atraente. Também as diferenças de temperatura são notórias: a lagoa, tépida e calma; o mar, agitado e gelado. Entre ambos, um parque de estacionamento na areia batida e um caminho ao longo das dunas, onde, em agosto de 2011, muitas autocaravanas pernoitavam e faziam férias. Fizemos o mesmo, por uma noite, e dormimos serenamente.
Viajar, travel, voyager... com uma casa de rodas por essas estradas fora... AC, Campingcar, motorhome: por Portugal, Europa, Mundo. Relatos e imagens de como viajar com a casa às costas.E também palavras sobre coisas que gosto...
domingo, 22 de janeiro de 2012
Lagoa alentejana
Interrompamos as narrações à volta de aldeias de xisto e praias fluviais, para regressar a outras águas…
Lagoa de Santo André: de um lado a lagoa, do outro o mar. No verão. É, definitivamente, um cenário pouco habitual e, por isso mesmo, atraente. Também as diferenças de temperatura são notórias: a lagoa, tépida e calma; o mar, agitado e gelado. Entre ambos, um parque de estacionamento na areia batida e um caminho ao longo das dunas, onde, em agosto de 2011, muitas autocaravanas pernoitavam e faziam férias. Fizemos o mesmo, por uma noite, e dormimos serenamente.
No dia seguinte havia festa, a de S. Romão, com folclore, sardinha assada, quermesse local e palanque colorido. A típica praia classe-média de alegria natural, a contrastar sabem com o quê? Na próxima crónica vos direi.
Lagoa de Santo André: de um lado a lagoa, do outro o mar. No verão. É, definitivamente, um cenário pouco habitual e, por isso mesmo, atraente. Também as diferenças de temperatura são notórias: a lagoa, tépida e calma; o mar, agitado e gelado. Entre ambos, um parque de estacionamento na areia batida e um caminho ao longo das dunas, onde, em agosto de 2011, muitas autocaravanas pernoitavam e faziam férias. Fizemos o mesmo, por uma noite, e dormimos serenamente.
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
Figueira - outra aldeia de xisto
Primeiro Oliveiras, agora Figueira. Pelos vistos, por este concelho abundam as referências às árvores que nos dão (davam) o sustento. Estacionámos ao lado de um grande sobreiro.
Logo à entrada, o que poderia ser uma casa aberta às visitas e a um bom repasto na varanda, mas o tempo já lhe vai pregando das suas e, sem ninguém lhe deitar a mão, quem a poderá relembrar? Onde as vozes das crianças, o som da labuta diária, das galinhas cacarejando no pátio? Deixemo-nos de miragens e avancemos por entre as galinhas de hoje (qual a diferença?) e as abóboras gigantes, quais memórias de Cinderelas perdidas…
a parte remodelada
a
A casa dos fundos
Não fora o som do rebanho de cabras e de um martelar numa casa mais atrás, e pensar-se-ia que era uma aldeia fantasma.
Apesar disso, havia um qualquer encanto inexplicável, um certo íman que me fez percorrer o mesmo caminho para trás e para a frente como que para o reter na memória, com medo que tudo caísse de vez. Alguma vez se erguerão de novo vidas naquelas paredes?Do outro lado da rua, a olhar para o campo, isolada das outras, uma nova casa erguia-se. Quem sabe se ainda há esperança?
sábado, 14 de janeiro de 2012
Praia de Fróia: fluvial e de xisto
Não é Tróia, mas é igualmente “in”.
Em vez de “T” tem um “F”, porque, claro, é uma praia fluvial. Ao lado da aldeia
de xisto, a de Oliveiras. Dizem os guias, panfletos e quem sabe, que se trata
da praia fluvial 2011. O prémio deve-se à qualidade das suas águas.
No inverno estava assim: vazia, sombria (de sombra),
fria; mas grandiosa no enquadramento paisagístico e da Nikon.
No topo de um dos montes vários
parques de estacionamento fazem as honras da casa, bem como um restaurante que
no verão deve ser um bom local para se “esplanadar”.
Havendo lugares para estacionar,
será um bom destino para autocaravanistas se o que se pretende é uma boa
paisagem e um bom mergulho. Não o fiz nesta praia, mas no verão passado estreámo-nos
no percurso das praias fluviais e vimos verdadeiras pérolas. Portugal tem uma boa
rede delas, especialmente o centro, e , neste capítulo geográfico,
conjuntamente com o percurso de aldeias do xisto, é um bom roteiro para viajar
cá dentro. Seja-se turista em Portugal!
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
Aldeias de xisto - a de Oliveiras
Também no concelho de
Proença-a-Nova, esta é uma das muitas aldeias de xisto da Beira interior,
inserida no verde intenso, longe da civilização, mas, por outro lado, de fácil
acesso por meios automóveis próprios. Pior seria noutros tempos, aí sim, os
seus poucos habitantes (noutros tempos certamente em maior número) estariam
isolados no seio da mãe-natureza, banhados pela luz natural. Hoje, “casa” de
poucas famílias e algumas só de fim de semana e veraneio, a aldeia vai
conhecendo reestruturações e melhoramentos com o trabalho individual de alguns
e (dizem) com os apoios comunitários.
Desse alojamento denominado de local estão à espera as casas com nomes
pitorescos como Casa do Forno, da Travessa, da Pífara…
Alojamento local |
Por fora o xisto, por dentro já
bastante conforto e comodidades, certamente muito diferentes de outros tempos…
Mantém-se a traça das ruas estreitas e, por exemplo, o forno comunitário (faz
parte da Casa do Forno), ainda a dar que falar e a dar que mastigar.
No outro lado da aldeia, a
D.Maria José recebeu-nos afavelmente,
respondendo às perguntas turísticas e mostrando-nos as suas eternas obras e transformações
de bom gosto, operadas para gáudio de turistas. Não de turistas como nós, mas
nunca se sabe, estamos sempre abertos a outras experiências mesmo fora da
casinha sobre rodas. Se alguém que nos esteja a ler, precisa de inspiração para
um fim de semana de calma, relaxe e regresso às origens, teremos todo o prazer
em dar-lhe o contacto pessoal destes novos alojamentos de xisto, com lareira,
esplanada e churrasco.
A escassos metros da aldeia, espreita
e soa outra atração: a recém galardoada 2011, Praia da Fróia (próxima crónica prometida).
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
Na peugada dos franceses
Menos interessantepaisagisticamente, mas mais rico em História, é o PR4, de nome “Pela linha da
Defesa”, outro percurso a assinalar da rede de percursos pedestres do município
de Proença-a-Nova. No total são 14,5 km, de Sobreira Formosa à Ponte de Alvito.
A ideia é impregnarmo-nos do espírito das invasões
francesas, embrenhando-nos em trilhos escondidos e secretos, por onde as tropas
do general Junot (e as nossas) andaram. Digo “embrenhando-nos” porque, no breve
trecho percorrido (sim, confesso, fomos preguiçosos e não fizemos os 14,5 km),
o mato era denso e certamente, há muito, pouco explorado. (Ponte de Alvito)
Aventurámo-nos no sentido contrário (desde Ponte de Alvito) por ser a parte do percurso que, logo à partida, escondia um forte e uma bateria, do tempo da dita linha de defesa.
A bateria já não existe, claro,
mas percebe-se o ponto estratégico escolhido; a visão , lá de cima, abarca bem
longe o possível inimigo… o mato é denso, mas rico em medronhos para saciar a
fome de qualquer “soldado”.
O forte tem ainda a estrutura retangular e a visão abrangente é a de um corpo verde gigante a pulsar.
O forte tem ainda a estrutura retangular e a visão abrangente é a de um corpo verde gigante a pulsar.
No percurso inverso fica a praia
fluvial de Froia e as aldeias de xisto Figueiras e Oliveiras, que aqui ficam
apalavradas para as próximas crónicas.
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
Percursos pedrestes no centro
Com sol e frio de inverno, nada
como metermo-nos a caminho, a pé, por esses campos fora. Está na moda porque é
saudável, mas é também uma forma de conhecer a flora, a fauna e o nosso património
rico em História, cultura e vida. O nosso luso-património.
O mote é Proença-a-Nova, no “
centro do encanto” dos percursos e rotas pedestres, no “centro do encanto” das
praias fluviais e aldeias de xisto, ou seja, no centro do país. Basta ir ao
Posto de Turismo (ou internet) – e aproveita-se logo para colorir e refrescar
os sentidos no recente parque do Comendador João Martins - e trazer um saco cheio de folhetos
ilustrativos. Depois é difícil escolher o percurso certo, tanta é a oferta.
Parque em Proença
Conosco, a escolha recaiu no
intitulado “PR2 – os segredos do vale de Almourão “. O percurso inicia-se em
Sobral Fernando, aldeia situada numa encosta a contemplar a vizinha Foz do
Cobrão, ambas separadas pelo rio Ocreza, cenário idílico e místico.
Da aldeia partem vários
percursos, apeteciam todos, mas a foto das “portas” de Almourão tinha-nos
aguçado o apetite.
Sobral Fernando
Partamos pois. Atravessa-se a
aldeia, umas ruas a subir (percurso de dificuldade média) e lá se vai por um
estreito caminho sempre com os olhos postos no Ocreza e suas curvas, até se
chegar às ditas portas que, afinal, se afiguraram beneficiadas pela lente
mágica de um qualquer Photoshop ou assim. A garganta tinha-nos feito lembrar os
caminhos míticos do Sr. dos Anéis,
mas afinal o quadro era outro e de elfos nada encontrámos, a não ser que contemos
as agilidades acrobáticas dos escaladores da rocha. A sobrevoar-nos, bem que
podia ser a águia de Gandalf, apesar de o folheto falar em abutres e cegonhas.
Lá no alto, porém, voava uma mancha negra, dominando os céus.
A duração é de cerca de 2 horas
para 6,5 Km até Carregais, nós ficámos a meio do percurso, o que significa que
gastámos o mesmo tempo e as mesmas solas.
rio Ocreza
garganta de Almourão
versão photoshop
Anoitece cedo, é a desvantagem do
inverno, mas no calor de verão será uma sugestão impensável. Experimentem pois na
primavera.
(Para os autocaravanistas: há a
possibilidade de estacionar à beira da estrada, à entrada da aldeia Sobral
Fernando. Para pernoita: o parque Comendador João Martins ( N 39º 45’09,1’’ W
00.7º 55’38,8’’ ), em Proença-a-Nova).
pernoita
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
Dornes (que poderia ser "dormes", porque a calma é um sono divinal)
Apesar de não fazer parte do rol
das aldeias de xisto às quais nos dedicámos nas férias do verão e do natal, Dornes
é outro local longe da civilização gritante e da correria feita de stress, onde
o tempo dura e pára. As imagens são de março de 2011 e estavam algures na minha
mente como se fossem de há séculos. Lembrei-me delas neste final de ano quando
passei sobre a praia de Fernandaires .
Dornes é uma península; as águas
são as da Albufeira de Castelo de Bode, as mesmas, portanto, de Fernandaires.
Para além das águas e do verde
circundante ( o que na realidade me atingiu e permaneceu), outros dois marcos
falam alto: a igreja de Nossa Senhora do Pranto com os azulejos e o seu órgão de
tubos; a torre templária pentagonal.
domingo, 1 de janeiro de 2012
Caminhos de xisto - Água Formosa: que perfeita sinestesia!
Uma boa maneira de terminar o
ano, ou porque estava frio e era natal (ou porque era natal e estava frio), foi
pisar caminhos e trilhos de outrora, entre pedras e pedrinhas, com o som dos
riachos, entre o cheiro dos sargaços e o doce paladar dos medronhos.
A placa que a homenageia reza ”
Esta é uma aldeia que vive de esperança. Tem poucos habitantes (que) vieram
atraídos pelo som da água a correr na ribeira da Galega”, o que deve ser bem
verdade; mas, para mim, encantou-me a toponímia que lhe assenta como uma luva e
toda a ternura que dela emana. A ternura
do cenário envolvente, o caminho ternurento até à fonte com o nome que honra a
aldeia (por um caminho calcetado e uma espécie de lagoa apetitosa para
mergulhos de verão) e a ternura dos seus habitantes que, cada um por si e sem
apoios de espécie alguma (sobretudo financeiros), vão erguendo paredes,
desbravando terreno, cultivando as suas
hortinhas, semeando o belo e o artístico. Como nos testemunha o sr. “X”, jovem
aventureiro a morar na terra, neste momento já na construção da 3ª casa, a última
delas para turismo rural. Quem sabe se não esquecerei uns tempos a Casinha,
para me lançar por duas noites no sonho de pernoitar num teto e paredes de
xisto, ouvindo o som das águas formosas?
lagoa
pormenores
casa do sr. "X"
AL (alojamento local)
Não esquecer também o ar
natalício da aldeia, não só nos presépios encantados dos habitantes, mas ainda
no enquadramento da aldeia visto do lado da ponte. Não parece mesmo um presépio
de natal?
ponte
(para autocaravanistas: seguir as
coordenadas acima indicadas e estacionar aí – são as traseiras da aldeia, onde
há uma pequena rotunda boa para inversão de marcha e estacionamento. O passeio
na aldeia faz-se a pé, aliás, nem de outra forma poderia ser, o espaço é curto,
só mesmo pessoas, carrinhos de mão e burros puxados pela mão).
traseiras da aldeia
Consulte ainda: www.aldeiasdoxisto.pt
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