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terça-feira, 8 de julho de 2008

Porque Fernando Pessoa também era bipolar...

O que há em mim é sobretudo cansaço

O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -
Tudo isso faz um cansaço,

Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...


E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço...

Álvaro de Campos

Florbela Espanca, Mário de Sá Carneiro, Fernando Pessoa, Victor Hugo, Edgar Allan Poe, George Frederic Haendel, Peter Tchaikovsky, Sting, Kurt Cobain, Ernest Hemingway, Van Gogh, Gaugin, Axl Rose, Peter Gabriel, Ted Turner, Jim Carey, Francis Ford Coppola... A lista é longa, todos nomes famosos e pessoas com trabalho reconhecido. Fonte

O que têm em comum?
Sofreram ou sofrem de doença bipolar.



Inspirado num post do Labirinto Digital