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domingo, 8 de março de 2009

SOLTEIROS, SEXO E UMA VIDA COMPLETA

John Piper
[1]

Em 1987, escrevi um editorial para a Minneapolis Star-Tribune durante a explosiva controvérsia sobre propagandas de preservativos na televisão. A preocupação das redes de comunicação focava na ajuda do controle do avanço da AIDS. Meu ponto fundamental era: “No ato de apoiar a proteção da doença, os anúncios apóiam a causa, isto é, a promiscuidade sexual”. Eu disse que a afirmação de que preservativos fazem o sexo “seguro” mostra a incrível ingenuidade acerca da natureza humana.

Meu argumento foi este: “A profundidade e significância da personalidade é maior do que o aspecto meramente físico. Apenas uma visão superficial da personalidade diz que nós estaremos ‘seguros’ se evitarmos uma doença, enquanto buscamos ações que a civilização ocidental tem, predominantemente, chamado de imoral e a Bíblia indica como desonra ao nosso Criador ... Não apenas o ensino bíblico, mas também o testemunho da consciência humana, em culturas variadas, ao redor do mundo, diz durante séculos que a relação extra-conjugal e a atividade homossexual são destrutivos para a personalidade, para os relacionamentos e para a honra de Deus, que fez nossa sexualidade para aprofundar e alegrar a união de homem e mulher no casamento”.

Você pode imaginar que isto não ficou sem protesto. Eu tenho uma carta de um jovem homem que falou como representante de um certo grupo de pessoas solteiras, quando disse: “Minha namorada e eu temos tido ótimas relações juntos. Achamos que suas idéias são repressivos restos da era Vitoriana que fizeram as pessoas neuróticas e miseráveis. Pensamos que nossa sexualidade é parte de nossa personalidade, e não desfrutar disso implica em sermos pessoas incompletas. Não temos a intenção de casarmos para satisfazer as expectativas de qualquer puritano. Também, entendemos que uma vida de escravidão à virgindade significaria ser apenas meio humano”.

Quando escrevi de volta para este homem, o centro de minha resposta foi: O ser humano mais completo que já existiu ou existirá, é Jesus Cristo, e Ele nunca teve relações sexuais.

Isto pode ser poderosamente libertador para pessoas solteiras que pensam, em alguns momentos: “Algo que nunca terei são relações sexuais e não experimentando isso, não serei tudo que eu esperava ser”. A tal pensamento, Jesus, o virgem, diz: “O discípulo não está acima do seu mestre; todo aquele, porém, que for bem instruído será como o seu mestre” (Lc 6.40). Nós sempre encontraremos montanhas de verdadeira semelhança humana com Cristo para escalar, mas a relação sexual não é uma delas. Pois, ainda que nunca conheceu isso, Ele é infinitamente completo.

O paradoxo que podemos perceber é captado no título do livro de Luci Swindoll sobre a vida de solteiro: “Alargo meu mundo, Diminuo minha cama”. Solteira por escolha, aos quarenta e nove anos (quando escreveu o livro), ela mostra que o caminho apertado do filho do homem, o qual não tinha onde repousar a cabeça (nem mesmo sobre o ombro de uma mulher), conduz a um mundo amplo de surpresa, liberdade, alegria e amor.

Cheryl Forbes ilustra como ela e outras solteiras e solteiros se inspiraram pela “amplitude” da vida de solteiro de Jesus:

Jesus é o exemplo a seguir. Ele era solteiro. Nasceu para servir; Teve profundas amizades com todo tipo de pessoas – homens, mulheres, solteiros e casados. Esta foi sua obra, uma parte pessoal de sua final missão de morrer na cruz por nossos pecados ... seus relacionamentos com Maria, Marta, Pedro, e os outros discípulos ajudaram a prepará-lo para sua morte. Ninguém ama abstratamente. Ele permitiu-se a si mesmo ser interrompido por crianças carentes, pais perturbados, homens famintos e mulheres doentes ... Jesus buscou fazer a si mesmo vulnerável.

[1] Traduzido e adaptado por Tiago Abdalla T. Neto do livro PIPER, John, GRUDEM, Wayne. Recovering biblical manhood and womanhood: a response to evangelical feminism. Wheaton, IL: Good News, 1991. p. 14-15.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

A MULTIPLICAÇÃO DO MINISTÉRIO
Marcos 3.7-20

INTRODUÇÃO

Como você lida com as situações da vida, quando as coisas não vão muito bem? Pensa, seriamente, em desistir, desaparecer, querer nunca haver existido? Que área de sua vida tem sido difícil de suportar? O que você gostaria de deixar de fazer porque não sente mais ânimo para realizar aquilo?
Como você encara o ministério para o qual Deus o tem chamado? Sente paixão e força para ministrar às pessoas que estão ao seu redor? Você tem alegria e busca com intensidade, servir o evangelho de Jesus àqueles que o cercam no dia-a-dia? E quanto aos seus irmãos em Cristo, você demonstra interesse em ajudá-los?

Às vezes, situações externas nos desanimam a dar seqüência às nossas responsabilidades da vida. E, também, nos desanimam de continuar o nosso ministério no reino de Deus. Pressões, críticas, falta de alguém que nos motive, muitas vezes, tiram a nossa perspectiva e embaçam a nossa visão para perceber o que Deus quer de nós, enquanto estamos nesta vida. Perdemos de vista a nossa missão maior, de glorificar a Deus e cumprir isso por meio de um ministério devotado a Ele e ao próximo. Mais uma vez, Jesus é o nosso modelo e Aquele que nos ajudará a lidar com as dificuldades que ameaçam o serviço a Deus. É em Marcos 3.7-20 que encontramos o alento necessário para não desistir de nosso chamado para seguirmos a Cristo.

O MINISTÉRIO QUE SE EXPANDE EM MEIO ÀS DIFICULDADES – vv. 7-12

Em Marcos 3.1-6 vemos o ambiente pesado em que terminou a conversa de Jesus com os fariseus. A autoridade do ensino de Jesus que era independente de tradições, levou esses homens a o odiarem cada vez mais e iniciarem um plano sobre como o matariam. Jesus não entra em depressão, não foge de suas responsabilidades, nem fica chorando amargamente o porquê tem sido tão injustiçado pelos líderes religiosos. É verdade que segue um roteiro mais cauteloso, agora, indo para o mar, não mais no centro das atenções dentro de uma sinagoga. Porém, não deixa de ministrar e servir, atendendo àquelas pessoas que o cercavam.

Já havia discípulos, pessoas que o seguiam, como Marcos vem deixando claro ao longo do Evangelho. Mas, também, diferencia esse grupo de aprendizes do restante da multidão que vinha da Galiléia. A fama de Jesus cresceu e, não apenas pessoas da Galiléia, mas de várias regiões da Palestina corriam até ele.

Com uma grande multidão reunida, muito grande mesmo, Jesus pede aos seus discípulos a preparação de um barco, para que ele tivesse maior mobilidade e não o esmagassem. A sede das pessoas era tão grande pelo poder de Jesus que se jogavam, buscando tocar nele e serem curados aqueles que estavam doentes. As pessoas estavam aflitas, completamente conscientes da necessidade que possuíam de Cristo. Provavelmente, não entendessem a natureza de seu ministério, mas viam e criam no seu poder para curar e na sua autoridade sobre demônios. Os demônios sabiam muito bem quem Ele era, mas não criam nele. Jesus, a fim de evitar um mau entendimento da parte do povo sobre quem Ele era, ordenava aos demônios que se calassem. Essa ordem de Jesus poderia ter dois motivos: ou iriam interpretá-lo como um grande líder político, ou relacioná-lo com os próprios demônios.

O princípio desta história é que Jesus não desistiu de seu ministério e serviço ao Senhor. Apesar da oposição, da crítica, das censuras, Ele continuou ministrando e servindo ainda mais as pessoas. Jesus era orientado pela agenda do Pai, não pela agenda dos homens. Sua motivação e força se encontravam em Deus, que o comissionou para a Sua tarefa.

Muitas vezes, iremos lidar com situações que nos pressionarão a desistir de servir ao Senhor e ser útil para Ele:

Crítica de colegas na faculdade ou trabalho que você vem compartilhando de Jesus;

Pessoas que nos perseguem porque não concordamos com a maneira errada como manejam determinadas situações ou porque não participamos daquilo que todo mundo faz;

A oposição em casa contra a sua vida com Deus e compromisso com a igreja local;

Críticas dentro da própria igreja. Pessoas que fazem questão de criticar seu trabalho na igreja e ressaltar defeitos.

Nós precisamos buscar a motivação no Senhor. Tome passos práticos nessa direção:

Ore, colocando aquela situação diante do Senhor e pedindo a Ele que o ajude a não limitar sua visão às pessoas, mas ao que Ele deseja de você.

Avalie as críticas. Veja se há algo que você pode crescer, mesmo elas sendo negativas.
Ore pela pessoa que se opõe ou o critica. Peça a Deus que o transforme e o ensine a enxergar as situações com os olhos de Deus.

Avalie se você tem sido alguém que motiva outras pessoas a servirem a Deus ou uma pessoa que, com muita facilidade, faz críticas desnecessárias e de forma errada.

O MINISTÉRIO QUE MULTIPLICA SEGUIDORES – vv. 13-15

Jesus, além de dar continuidade e expandir seu serviço a Deus, também, multiplica seguidores. Pessoas que fossem reproduzir o seu ministério, seguindo os passos do Mestre e abençoando vidas com o reino de Deus.

O versículo 13 nos informa que Jesus subira a um monte e trouxe consigo alguns de seus discípulos que, nesta altura do ministério, já era um grupo de tamanho considerável. O livro de Lucas acrescenta que Jesus passara a noite anterior, inteira, orando (Lc 6.12). Depois disso, chamou seus discípulos, pessoas que ele mesmo quis escolher e foram para junto dele no monte. Essa menção de "aqueles que ele quis", ressalta a soberania de Jesus no chamado daqueles que serão seus discípulos. Quem dá o primeiro passo é Ele, os discípulos respondem o seguindo. A multidão era imensa, mas o grupo de discípulos era limitado. Muitas pessoas iam a Jesus, para resolverem seus problemas, mas poucas, verdadeiramente, o seguiam. Ir atrás de Jesus em busca de solução de problemas, não implica, necessariamente, em ser um seguidor seu.

Desse grupo mais fechado de discípulos, Ele seleciona um grupo ainda menor. Escolhe doze, com o propósito primário de estar com Ele, para, então, servir as pessoas. Jesus requer primeiro a comunhão com Ele, antes de executarmos tarefas para Ele. É necessário passar momentos com o Mestre, para, depois, pregar e executar o ministério que ele nos designou.

O ministério apostólico dos Doze consistiria, basicamente, da reprodução do ministério de Jesus. Anunciar as boas novas, expulsar demônios e curar doentes. A expulsão de demônios e curas comprovaria a autoridade da mensagem apostólica. Assim, Jesus multiplica ministros, e multiplica seu ministério, compartilhando com aqueles homens a autoridade do Pai e a responsabilidade de pregar o reino de Deus.

A primeira aplicação desse texto é que devemos ser gratos a Deus por ter nos escolhido para sermos seus discípulos. Como Jesus disse em João 15.16: "Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis frutos ...". Precisamos ser gratos a Deus pelo dom maravilhoso da eleição que começa em Deus e se cumpre com uma resposta nas nossas vidas de obedecermos a Jesus como o nosso Senhor. Nosso destino era uma vida afastada de Cristo aqui e na eternidade, sofrendo a miséria da nossa corrupção e afastamento de Deus.

O segundo princípio é que antes de fazermos e agirmos, precisamos estar com Jesus. É necessário cultivarmos uma comunhão profunda e constante com o Senhor, a fim de experimentarmos um relacionamento de profunda lealdade e, então, servirmos a ele com a verdadeira motivação. Nosso chamado maior é adorarmos ao nosso Deus e todas as nossas demais ações são conseqüências da nossa adoração.

Nós, como igreja de Jesus, repetimos o seu modelo de discipulado quando investimos na vida de pessoas para que elas saiam da multidão preocupada com suas próprias necessidades e passem a andar com Jesus de perto e estar com Ele. Sempre lembremos de que Jesus quer das pessoas uma devoção a Ele maior do que a si mesmas.

O MINISTÉRIO QUE ULTRAPASSA AS DIFERENÇAS – vv. 16-19

Por fim, quando vemos a lista de discípulos que Jesus chamou a si, encontramos homens totalmente diferentes, com "jeitões" diferentes, histórias e filosofias de vida opostas. Encontramos Pedro, Tiago, João e André, homens simples, pescadores. Tiago e João, provavelmente, com um modo estourado de lidar com as situações da vida, como sugere o nome que receberam de Jesus (cf. Lc 9.54). Também, encontramos Bartolomeu, provavelmente um outro modo de chamar a Natanael (Jo 1.44-51), homem piedoso que estudava com devoção as Escrituras. No meio deles está Mateus, publicano, alguém que era partidário de Roma e Simão, um zelote, que fazia parte de um partido terrorista da época, cujo propósito era libertar a nação judaica do poderio romano por meio de armas.

Poderíamos falar aqui de cada um, conforme as narrativas contam, mas o mais importante é que Jesus reuniu junto de si pessoas distintas, com visões de mundo completamente diferentes, mas que foram escolhidos por Ele para serem os iniciadores da Sua comunidade de homens e mulheres redimidos, a igreja. Jesus une junto de si pessoas com histórias de vida deferentes, a fim de que convivam como um só povo, um só rebanho, debaixo do único pastor, Cristo.

Nossas diferenças nunca serão motivo para seguirmos caminhos diferentes, para seguirmos Jesus do nosso jeito. Não! Nossas diferenças fazem parte da obra maravilhosa de Cristo de inculcar o mesmo modo de pensar naqueles que, até então, eram estranhos. Nossas diferenças devem nos fazer crescer rumo Àquele que é o ser humano perfeito, Cristo. É no meio da diversidade que aprendemos a abrir mão de olharmos para o próprio umbigo e passamos a nos importar com o nosso irmão, ao lado.

Além disso, o texto nos lembra que até na comunidade dos seguidores íntimos de Jesus, existem aqueles que apenas fazem número, mas não são realmente parte dele. Sempre no meio do trigo, haverá o joio. Disfarçado, escondido, busca se passar por ovelha de Jesus, mas na verdade não é. "Judas" não precisa ser necessariamente alguém que passa pouco tempo na vida de uma igreja. Pode ser alguém que há anos pratica sua religiosidade, mas o coração está distante de Cristo. Alguém cuja ganância valoriza mais 30 moedas de prata do que Aquele que deu a sua própria vida por amor a nós.

CONCLUSÃO

No meio de tantas opções de ministério: "igreja com propósito", "evangelismo com fogo", "a igreja que você sempre quis", etc, preferimos ficar com o modelo de Jesus, não porque é mais um dentre muitos, mas porque é o modelo de ministério segundo o coração de Deus. É um modelo infalível, seguro, que podemos seguir com total confiança e desenvolvê-lo em meio às adversidades da vida.

Como discípulos de Jesus, que ultrapassemos as diferenças e multipliquemos seguidores de Cristo, não pelo nosso próprio poder, mas pela autoridade daquele que nos confiou essa tarefa (Mt 28.18-20). Que nossa adoração resulte em serviço dedicado ao Senhor!

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

A Responsabilidade Pastoral

Ao desenvolver seu ministério, o pastor se depara com duas tarefas essenciais a executar. A primeira diz respeito ao seu estudo das Escrituras e a transmissão do conteúdo delas aos membros de sua igreja. Já a outra está ligada à prática pessoal dos princípios encontrados na Palavra de Deus e à condução do rebanho dentro de tais princípios, também. Como diria o ditado: "São dois lados de uma mesma moeda". Duas tarefas inseparáveis que sempre deverão andar juntas. O pastor não é um teórico acadêmico que deseja encher seus alunos de informação, sem, todavia, se preocupar com a maneira como aplicarão o que ensina. Nem é um pragmático que faz aquilo que dá certo ou que se está acostumado a fazer, sem avaliar se sua prática é coerente com o ensino da Bíblia. Mas o bispo é alguém comprometido em alimentar o rebanho com a verdade de Deus e conduzi-lo na vivência desta verdade (1 Tm 4.13-16; 2 Tm 4.1-2; Tt 1.9).

Em contraste com o trabalho pastoral, as ideologias erradas propagadas por aqueles que desejam se passar por mestres, conduzem os homens ao pecado (Tt 1.10-16). Ética e doutrina caminham juntas (2 Tm 4.3-4), daí a urgência do exercício da atividade pastoral na igreja do Senhor Jesus Cristo. Ele precisa corrigir o erro mediante o ensino daquilo que é digno de crédito ("Fiel é a Palavra") para que a conduta dos que foram confiados ao seu cuidado seja santa e sadia.

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