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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008


ESQUECENDO-SE DE DEUS
ISAÍAS 1.1-4



Visão de Isaías, filho de Amós, que profetizou sobre Judá e Jerusalém nos dias de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá.
Ouçam, ó céus! Atente, ó Terra!
Porque o Senhor diz:
Filhos, criei. (Filhos) fiz crescer.
Mas eles se revoltaram contra mim.
O boi conhece o dono dele. O asno (conhece) o proprietário do seu celeiro
Israel nada sabe. Meu povo não se mostra com conhecimento.
Ai! Nação pecaminosa! Povo pesado de pecado!
Descendência que age maldosamente! Filhos que promovem a perversão!
Deixaram o Senhor! Menosprezaram grandemente o Santo de Israel
Afastaram-se para trás


INTRODUÇÃO

Estava, eu, numa segunda à noite assistindo um filme que passava no SBT, cujo título era "Tenha Fé". Esse filme conta a história de dois jovens amigos que se apaixonam pela mesma moça. Um dos jovens é padre e o outro é rabino. A moça se apaixona pelo rabino e começam a namorar. Esse relacionamento de namoro do rabino era secreto e na verdade, ele não queria que perdurasse. No entanto, a moça se apaixona profundamente por ele e lhe diz que gostaria que a relação dos dois fosse encarada com uma maior seriedade. O rabino que de modo nenhum queria um aprofundamento no relacionamento, diz para ela "Não" e explica que ela prejudicaria a sua espiritualidade.

Quando ouço uma frase como essa, onde o outro é colocado como fator determinante de nossa espiritualidade, penso no evangelho moderno. Num tempo atrás, fui visitar uma moça que passava por problemas com a anorexia. Ela é crente no Senhor Jesus, e até pouco tempo, pensava que seu estado não era fruto de suas próprias decisões, mas sim, culpa de seus pais que brigam e da igreja que é repressora porque possui um padrão de conduta rígido.

Paulo Romeiro, pastor pentecostal muito respeitado, em uma entrevista para a revista Eclésia, fala de uma corrente nos EUA, chamada evangelho da Auto-Estima, onde não se pode falar nada negativo à pessoa, nem confronta-la pelos seus erros e pecados.

Tal evangelho, tem se refletido no nosso contexto tupiniquim. Esse é o evangelho freudiano, onde o crente é basicamente bom e não tem muita responsabilidade por seus atos e pecados.

Nesse contexto, a mensagem profética e evangélica do livro de Isaías se faz necessária para nós, crentes no Senhor Jesus. Isaías chama pecado de pecado e nos orienta onde está a origem dele, que é o nosso próprio coração.


CONTEXTO HISTÓRICO

Fico impressionado ao ver a situação na qual Isaías traz sua palavra profética, porque é dentro de um contexto onde a nação de Israel, muito provavelmente, passava por um período de restauração espiritual. O ambiente no reinado de Ezequias era muito propício para um retorno aos ideais da vida descrita na lei. Nesse período, a nação passava por uma reforma, onde o locais de adoração aos deuses de Canaã, a região que cercava Israel, haviam sido removidos e agora,o povo se voltava para a adoração apenas ao Deus de Israel.

Todavia, mesmo nessa situação onde tudo cooperava para uma vida de fidelidade a Deus, o coração do homem, continuava corrupto. Por mais que a adoração ritual e pomposa no templo ocorresse, a adoração verdadeira e espiritual da qual Jesus fala em João 4.32, não era tão freqüente, o que indica uma vida distante de Deus que o povo vivia em seu dia-a-dia. Isaías mostra a maldade do povo, não aberta no seu ambiente, mas escondida no coração. Foi aí, que o povo começou a esquecer-se de Deus e o próprio rei Ezequias que havia comandado a reforma da nação, passou a buscar sua segurança nacional nas mãos dos egípcios. Deus, então, traz juízo sobre Ezequias e a nação que haviam se esquecido de dEle. A Assíria ataca contra Judá e destrói todas as suas cidades, restando somente Jerusalém. Isaías profetiza contra a nação por sua infidelidade a Deus que se refletia no dia-a-dia e no tratamento uns com os outros.

O ambiente era facilitador, mas o coração continuava corrupto, como bem dizia o profeta Jeremias.

A INSUBMISSÃO – V. 2

Isaías inicia sua profecia convocando céus e terra para atentarem àquilo que Deus iria dizer. Esse tipo de convocação, tem sua origem em Deuteronômio 32, quando Moisés chama os céus e a terra para serem testemunharem dos feitos de Deus em favor do Seu povo, enquanto este responde com rebeldia e O rejeita, trazendo o justo juízo de Deus. No livro dos Salmos, esse chamado tem a mesma função de anunciar um juízo de Deus sobre os orgulhosos que rejeitam a Deus (76.8). A situação com o Israel da época, portanto, não era muito diferente. Deus havia cuidado de Seu povo, mas este o rejeitou e o deixou de lado, provocando assim a justa ira de Deus sobre eles.

Outro detalhe interessante do texto, é perceber que o motivo pelo qual os povos e seres celestiais deveriam dar atenção ao oráculo era porque Deus quem estava falando. Ele é o Soberano digno da atenção de todo o Universo e é dever dos homens prestar honra a Ele.
Deus havia criado seus filhos como a mãe que dá à luz e sustenta a criança e possibilita o crescimento desta. Os verbos deste texto sugerem para nós uma mãe que cumpre seu papel dando as condições necessárias para que seu filho cresça tanto em termos físico quanto responsavelmente em termos intelectuais e sociais.

O texto continua, nos dizendo que ao invés desses filhos serem gratos e prestarem obediência à mãe que deles cuidou, eles se rebelaram contra a mãe. Decidiram viver suas vidas independentemente de Deus. A palavra usada no texto para descrever a rebeldia do povo de Israel traz consigo a idéia de alguém que se torna insubmisso à autoridade que está sobre ele. Era usada na época de Isaías para descrever reinos dominados por uma outra nação que se rebelavam e buscavam sua independência nacional. No livro de Provérbios, o rebelde é aquele que depois de ser ofendido por seu próximo se opõe a ele de tal forma que é impossível ter diálogo com ele. Os salmos falam que tal comportamento pertence aos ímpios e pecadores e, nunca, deveria ser realidade de alguém que faz parte do povo de Deus.

Essa era a situação espiritual do povo de Deus. Independente de Deus, se opondo a Ele, tomando pra si atitudes que são próprias daqueles que não conhecem a Deus.

É a filho pródigo que menospreza a pessoa de seu pai que dele cuidou a vida toda e quer viver sua vida independente.

Várias vezes em nossas vidas assumimos atitudes de rebeldia contra Deus:
· Tomamos atitudes e realizamos planos sem sequer colocar nas mãos de Deus, em oração.

· Há áreas nas nossas vidas em que vivemos, sem permitir que Deus seja o soberano:
i. Adquirimos softwares ilegais e nem sequer pesa a consciência pelo fato de estarmos roubando o dinheiro do programador;

ii. Não queremos aceitar, muitas vezes, a Soberania de Deus sobre a nossa vida quando nos faz passar por crises e dificuldades que vão contribuir para o nosso crescimento. Queremos a solução e o livramento logo.

iii. Quando permitimos que o rancor e a inveja nos mova contra um irmão, não é somente a ele que nos opomos, mas ao próprio Deus que quer unidade na sua igreja.

A Insensibilidade – V. 3


O profeta Isaías continua falando a respeito da espiritualidade do povo de Deus. Usa o mundo animal como ilustração para mostrar a insensibilidade espiritual da nação. Dois animais são usados, uma única atitude eles demonstram. O boi conhece o seu dono assim como o asno. Esse conhecimento implica em submissão àquele que o possui, ao seu proprietário. O boi se submete ao dono, porque é adestrado para isso. Ele adquiriu a percepção de quem é que dirigi e governa sua vida. Isso é uma verdade certa. "Todo o boi conhece seu dono", afirma Isaías, todavia, Israel era incapaz de perceber quem era o seu. Duas verdades são reais nesse texto. A primeira, é que tão certo como o boi conhece o seu dono, tão certo Israel não pode de compreender quem é Seu Deus. A outra, é que até um animal é capaz de perceber seu dono, enquanto Israel é totalmente incapaz disso.

Fui olhar com mais cuidado para a expressão usada por Isaías ao se referir que o povo de Deus não se mostrava com conhecimento. Descobri em Isaías 44.18 que uma pessoa sem conhecimento é como se ela tivesse a pele que circula em torno dos seus olhos grudada e fosse incapaz de ver. Uma pessoa sem conhecimento é colocada em Isaías 6.9-10 como alguém que se torna insensível à voz profética e, portanto, incapaz de se converter. Isaías 56.11 traz a ganância como a raiz de um coração insensível a voz de Deus. Quando nossas vidas giram em torno de nossos desejos e paixões, somos incapazes de ouvir a Deus e perceber que Ele é o nosso possuidor.

Lembro-me da situação de um rapaz que freqüentou nossa igreja por um tempo e após ter passado por um período de discipulado e ter demonstrado crescimento cristão, começou a deixar de buscar a Deus e de dar atenção à Sua voz. Começou a namorar uma menina que não conhecia ao Senhor Jesus. Sentei com ele e comecei a lhe mostrar na Bíblia que seu procedimento não era certo porque envolvia uma comunhão profunda ou chegaria nesse ponto com alguém que não fazia parte do povo de Deus (2 Co 6.14 - 7.1). Ele escutou, entendeu e até disse que sabia que seu comportamento estava errado segundo a Bíblia, mas que não queria mudar de atitude. A conseqüência da independência que esse jovem havia assumido com relação a Deus, o levou a uma insensibilidade à Sua Voz na Bíblia.

Será que você se encaixaria dentro desta mesma realidade com o povo de Israel?

· Quando você se debruça diante da Palavra de Deus você ouve à sua voz, ou simplesmente, cumpre um dever religioso?

· Quando você ouve as pregações de domingo à noite, ou aos estudos que são promovidos nas atividades da igreja, elas geram mudança em sua vida, ou são palavras que apenas lhe fazem se sentir bem?
· Qual é atitude que você tem demonstrado quando um irmão lhe ajuda a enxergar um erro em sua vida? Você aceita a exortação ou acha que ele não tem nada a ver com sua vida?



A IMPIEDADE – V. 4


Por último, Isaías lança uma condenação clara e direta. Como Deus os enxergava.

Ela era uma nação destruidora, esse é o significado da palavra pecaminosa na maioria das vezes que aparece. Não era necessariamente uma destruição física, mas sim, moral, que por conseqüência gerava sua própria destruição física. Isso fica atestado quando Isaías os chama de "filhos que promovem a perversão". Aquele que perverte é aquele que pratica um mal maior do que o que foi cometido anteriormente. Perverter é praticar um grande mal. Eles não só praticavam uma maldade muito grande, como também, promoviam essa pecaminosidade enorme entre si mesmos.

Talvez, se Isaías vivesse nos tempos modernos, diria que o pecado do povo de Israel era tão grande quanto a população da China ou tão alta quanto o monte Everest. Mas essa vida tão suja e imoral era conseqüência não do ambiente em que o povo vivia, mas sim de uma decisão deliberada de abandono e desprezo de Deus. O que eles fizeram com Deus foi o mesmo que um marido faz quando abandona e deixa sua esposa. Eles tomaram outro rumo, um rumo contrário à presença de Deus.

CONCLUSÃO

Essa história teve seu final feliz. Muito provavelmente, foi esta profecia de Isaías que gerou quebrantamento no coração do rei Ezequias e o levou a recolocar sua confiança em Deus, não em homens. Só então, a nação pôde ver o livramento de Deus quando tudo parecia acabado.

Gostaria de perceber, rapidamente, quatro fatores que o próprio profeta Isaías nos fornece como antídotos para a independência de Deus e para a insensibilidade espiritual:

Foi pelos rebeldes como eu e você por quem Cristo morreu e por isso Deus remove nossa culpa– Isaías 53.12;

Há perdão de pecados quando há reconhecimento de que pecamos - Isaías 6.5-7

Deus é a fonte de sensibilidade espiritual. Portanto peça a Ele um coração sensível à Sua voz - Isaías 40.14

Um espírito perdoado por Deus se expressa em mudança de atitude – Is 27.9

A presença do Espírito Santo em nossas vidas nos capacita a um viver em submissão a Deus – Isaías 44.3-5

Gostaria de ler o trecho de uma obra cristã chamada Epístola a Diogneto. Ela relata a vida transformada que o Espírito Santo gerava na vida dos cristãos, a vida que quer gerar em seu povo:

Os cristãos, de fato, não se distinguem dos outros homens, nem por sua terra, nem por sua língua ou costumes... ...vivendo em casas gregas e bárbaras, conforme a sorte de cada um, e adaptando-se aos costumes do lugar quanto à roupa, ao alimento e ao resto, testemunham um modo de vida admirável e, sem dúvida, paradoxal. Vivem na sua pátria, mas como forasteiros; participam de tudo como cristãos e suportam tudo como estrangeiros.Toda pátria estrangeira é pátria deles, e cada pátria é estrangeira. Casam-se como todos e geram filhos, mas não abandonam os recém-nascidos. Põe a mesa em comum, mas não o leito; estão na carne, mas não vivem segundo a carne; moram na terra, mas têm sua cidadania no céu; obedecem as leis estabelecidas, mas com sua vida ultrapassam as leis; amam a todos e são perseguidos por todos; são desconhecidos e, apesar disso, condenados; são mortos e, deste modo, lhes é dada a vida; são pobres e enriquecem a muitos; carecem de tudo e tem abundância de tudo; são desprezados e, no desprezo, tornam-se glorificados; são amaldiçoados e, depois, proclamados justos; são injuriados, e bendizem; são maltratados, e honram; fazem o bem, e são punidos como malfeitores; são condenados, e se alegram como se recebessem a vida.

domingo, 20 de janeiro de 2008

A GLÓRIA REVELADA AOS CEGOS
Marcos 6.45-52



INTRODUÇÃO
Conta-se a história de um jovem que fora visitar uma senhora de bastante idade, em seu bairro. O dia estava lindo, um céu azul, o sol raiando com todo o seu resplendor, as nuvens como flocos de neves, formando belas paisagens. Ao chegar na casa da mulher, o rapaz a viu sentada na varanda de sua casa. Como era a primeira vez que se encontravam, ele não sabia bem como entabular a conversa, então, após dizer “Oi!”, perguntou:

“A senhora não acha que está muito lindo o dia, hoje?”.

“Deve estar muito lindo, mesmo, meu filho, pena que sou cega e não posso enxergar como você”.

Apesar daquele dia maravilhoso, a cegueira da senhora a impedia de contemplar a glória do céu límpido e brilhante. Creio que há uma analogia muito forte com o incidente ocorrido em Marcos 6.45-52, em que a cegueira e insensibilidade dos doze discípulos, os impediu de contemplar a grandeza da revelação de Jesus, que se manifestava diante de seus próprios olhos.


DEUS REVELA SUA GLÓRIA A NÓS POR MEIO DE CRISTO

Após alimentar a multidão no deserto, Jesus apressa seus discípulos para entrarem no barco, em direção a Betsaida, a fim de o encontrarem lá, depois. Enquanto eles faziam esta viagem, Jesus despediria a multidão. Talvez, o motivo de Jesus “forçar” ou “pressionar” a que partissem logo dali, foi a situação descrita em João 6.14-15, na qual o povo queria fazer de Jesus rei, com uma perspectiva apenas sócio-política dele como Messias, não compreendendo sua missão espiritual que a precedia. Certamente, temos as réplicas modernas desse tipo de pensamento ao nosso redor.

Conseguindo se livrar das intenções precipitadas do povo, Jesus se retira para orar. São poucas as vezes que Marcos relata Jesus orando. Geralmente, esses momentos envolvem situações importantes em seu ministério. Na primeira ocasião, vimos Jesus orando após curar muitas pessoas em Cafarnaum, e no lugar de permanecer ali para satisfazer o afã do povo, decide se retirar para as cidades vizinhas, a fim de pregar o reino de Deus, já que este era o propósito principal de sua missão (Mc 1.35-39). O outro momento em que encontramos o Mestre em oração é no Getsêmani, pouco antes de ser preso, e ali se entrega para realizar a vontade do Pai, apesar do alto custo disso.

Aqui, não é diferente, depois de passar pela pressão e tentação satânica de tomar o poder do reino de Israel, sem passar pela cruz, Jesus investe tempo com o Pai, aquEle que o enviara para Sua missão.

Não posso deixar de destacar a importância que Jesus deu à oração em momentos de crise no seu ministério. Momentos em que os homens, carentes da visão de Deus, queriam desviar Jesus de Seu propósito. Ele passa tempo com o Pai, mesmo sendo Deus. Há um princípio didático aqui. Se queremos ter nosso ministério em alinhamento com aquilo que é a missão de Deus para nós, não podemos deixar de passar tempo com o Pai. A oração nos torna dependentes de Deus e nos instiga a fome por conhecê-lo e obedecê-lo. Quando nos preocupamos com tantas outras coisas e deixamos de buscar a Deus em oração, somos consumidos pelas exigências da tirania do urgente, em lugar de sermos dirigidos pela vontade do Pai.

A nossa preocupação está na prova da faculdade, no compromisso do serviço, em pagar as várias contas que temos, sair com os amigos, assistir o jogo de futebol, e acabamos por deixar de focar naquilo que deve orientar todas as nossas atividades, Deus e Sua vontade. Não evangelizamos mais, deixamos de nos importar genuinamente com aqueles que precisam da nossa atenção e amor, somos descompromissados com nossos compromissos na igreja local, porque a missão de Deus para nós perdeu lugar para aquilo que as pessoas e a correria dizem ser prioritário.

A noite vem, e os discípulos remam com muita dificuldade, devido ao vendaval no mar da Galiléia. Jesus está consciente da dificuldade dos discípulos e, várias horas depois, caminha sobre o mar na direção deles. Algo inacreditável! Assim como Jesus estava “sobre a terra” (lit. epi tēs gēs – v. 47), agora está “sobre o mar” (epi tēs thalássēs – v. 48). Jesus anda por onde apenas Deus pode caminhar (Jó 9.8; cf. Sl 77.19) e deseja passar pelos discípulos, assim como Deus passou perante Moisés e Elias revelando a Sua glória (Êx 33.19, 22; 1 Rs 19.11).Além de tudo isso, Jesus usa para si a expressão ego eimí, Eu Sou, ao tranqüilizar os discípulos, a mesma que Deus usou em Êx 3.14 ao se revelar a Moisés na sarça e que, freqüentemente, aparece no evangelho de João, com o propósito de revelar a natureza divina de Jesus. Se não bastasse todas essas demonstrações do auto-desvendamento do Deus-homem, o texto nos informa que quando Jesus entrou no barco, o vento se aquietou.

Não podemos nos esquecer, também, da revelação que recebemos de Deus por meio de Jesus Cristo. Todo aquele que vê o Filho, vê o Pai. Se queremos conhecer a Deus profundamente, precisamos nos aprofundar na revelação da Escrituras, porque elas que testificam de Cristo e Cristo nos torna conhecido o Pai. Nenhum crente irá crescer no conhecimento de Deus, se não investir tempo conhecendo o Cristo revelado nas Escrituras. Ler a Bíblia não ocupa um papel secundário em nosso dia, mas é essencial para conhecermos o Deus que nos ama.

A INSENSIBILIDADE ESPIRITUAL NOS IMPEDE DE CONTEMPLAR A GLÓRIA DE DEUS

Quanta demonstração da glória de Deus! Mas, também, quanta incredulidade humana. Os discípulos, com a alma insensível para a realidade da Pessoa de Jesus, gritam pensando que Ele é um fantasma, e ficam atônitos e maravilhados ao descobrirem que era Jesus quem andava por sobre as águas e, também, por verem Seu poder na calmaria que se fez. A razão de tudo isso era a dureza de seus corações para compreender a glória de Cristo evidenciada na multiplicação dos pães e, do mesmo modo, no seu caminhar por sobre as águas.

Provavelmente, por isso que Jesus precisou mandar seus discípulos para longe do povo, a fim de que não se fascinassem com a proposta de nomear Jesus como libertador político (Jo 16.14-15). Jesus é muito mais do que um grande libertador, Ele é o próprio Deus que se faz conhecido a nós na encarnação.

Em muitos momentos não somos diferentes dos discípulos em sua insensibilidade espiritual diante de Cristo. Olhamos para Jesus como um adesivo que colocamos atrás do carro ou como parte da mensagem que escrevemos ne frente de nosso nome no MSN, mas esquecemos de olhar para Cristo como o Deus Todo-Poderoso, que se revela a nós e deseja ser o Senhor de nossas vidas.

Nossas preocupações com aproveitar a vida e realizar nossos projetos e sonhos deixam Jesus de lado, nossas vidas já não são mais cristocêntricas, mas sim, egocêntricas. Estamos absorvidos por tantos anseios e pecados que fechamos nossos olhos para enxergar o Cristo revelado nas Escrituras.

É hora de refletir sobre aquilo que nos impede de ver a glória de Cristo clara e majestosamente manifestada nas Escrituras. Que anseios e preocupações tomam conta de nossos corações quando paramos para ler a Bíblia? Que atividades secundárias roubam o tempo da nossa devocional? Que pecados escondidos e guardados em nossa alma esfriam nosso desejo de nos encontrarmos com nosso Salvador?

Mantenhamos o nosso coração aquecido com a liberdade da ação do Espírito Santo em nossas vidas para contemplarmos, diariamente, a glória do nosso “grande Deus e Salvador, Jesus Cristo” (Tt 2.13).

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