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sábado, 18 de agosto de 2012

CONTROLE DE NATALIDADE E ABORTO


Melinda Penner[1]
Uma das razões pelas quais os pró-vida, independente da membresia de igreja, estão preocupados com a disposição regulamentar de Saúde e Serviços Humanos (SSH - EUA) é que a questão não gira apenas em torno do controle de natalidade, mas sobre drogas que realmente matam embriões humanos. A SSH-EUA lançou um parecer oficial que força os empregadores de organizações religiosas a prover seguro saúde incluindo controle de natalidade. Ainda, a modificação da disposição regulamentar de hoje significa a exigência de que organizações religiosas digam a seus empregados onde eles podem adquirir anticoncepcionais que são capazes de (e em alguns casos farão) causar o aborto de um embrião humano.
Há uma séria preocupação de que os anticoncepcionais possam causar abortos e que alguns “controles de natalidade” funcionem depois da fertilização. Não apenas católicos estão preocupados, mas todas as organizações pró-vida.
A evidência ainda não é clara se os anticoncepcionais causam abortos como um mecanismo retroativo caso a fertilização ocorra. O Instituto Life Training tem um resumo da evidência. Desde que é plausível anticoncepcionais funcionarem como abortivos, os pró-vida preferem errar pelo lado do cuidado. Esta é a questão de consciência em questão – não prover meios que significam possivelmente matar embriões humanos.
Randy Alcorn tem pesquisado extensivamente tal assunto e concluído que há evidencia de que os anticoncepcionais causam aborto. A maioria das pessoas não tem ciência de que a possibilidade exista.
Certamente, a “Pílula do Dia Seguinte”, ELLA, aprovada pelo Food and Drug Administration, é designada a impedir o óvulo fertilizado de ser implantado no útero.
Portanto, a questão de consciência aqui não é apenas uma preocupação católica sobre o controle de natalidade, mas uma preocupação pró-vida sobre prover meios de matar seres humanos que já foram concebidos.


[1] Traduzido por Tiago Abdalla T. Neto. Fonte original: Melinda PENNER, “Birth Control and Abortion”. Postado em 10 de Fevereiro de 2012. Disponível em http://str.typepad.com/weblog/2012/02/birth-control-abortion.html. Acessado em Junho de 2012.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

LIBERDADE PESSOAL
J. Hampton Keathley III


Introdução

Nós vivemos numa sociedade que se entrega ao amor próprio e tudo o que se faz é conforme a própria vontade, buscando a própria felicidade, conforto e paz. Esta entrega ao eu, com certeza, é destrutivo para a sociedade, para a família e qualquer relacionamento humano. Tal curso é o produto da influência e ilusão de Satanás, diretamente opostas à direção e determinações das Escrituras para a vida do cristão.

A ordem para o Corpo de Cristo é amar a Deus e ao próximo, a busca pela promoção do reino de Deus, fazendo não a própria vontade, mas recusando o viver egoísta que pode ser livre para viver para Deus e para os outros.

Assim, encontramos no Novo Testamento aquilo que podemos chamar de doutrina da mutualidade. Repetidas vezes no Novo Testamento, vemos diretrizes e afirmações quanto às nossas responsabilidades mútuas. O ponto essencial é que Deus nos chamou com a finalidade de sermos um povo servil, seguindo o exemplo do nosso Senhor, o qual veio não para ser servido, mas para servir e dar a si mesmo como resgate de muitos.

Gálatas 5 é uma das passagens chaves nas Escrituras que se ocupam com a vida cheia do Espírito ou o andar mediante o Espírito Santo, o qual habita em cada crente. Isso é importante para compreender o argumento central de Paulo a respeito da liberdade do crente. Observe o seguinte:

(1) Os gálatas eram prisioneiros do pecado, em sujeição ao seu controle e morte (3.22), e a Lei não fora capaz de libertá-los. A Lei era meramente uma protetora para orientar Israel até Cristo, quando o homem seria livre do pecado e justificado pela fé (3.24).

(2) Antes de Cristo, o homem era como uma criança, debaixo de seu tutor ou guardião, não diferente de um escravo, em sujeição, debaixo do cumprimento da Lei e do Judaísmo (cf. 4.1-3).

(3) Mas com a vinda de Jesus Cristo, eles foram libertados, tornados filhos adotivos com a habitação do Espírito Santo, o qual era a comprovação da filiação.

(4) Todavia, por causa dos mestres falsos e legalistas, alguns estavam tentando voltar às obras da Lei como um sinal de espiritualidade. Eles se tornavam enredados, novamente, como escravos debaixo da Lei (4.8-11).

(5) Assim, observe a declaração e ordem de Paulo em 5.1-12. Aqui, o apóstolo se concentra com a liberdade do crente e nos adverte contra o enredamento com a lei e qualquer sistema humano de obras, pelo qual alguém tentasse ser justificado da penalidade do pecado ou santificado, liberto do poder do pecado. O cristão é alguém justificado, salvo pela fé na Pessoa e Obra de Jesus Cristo. Ele é, também, uma pessoa santificada, transformada espiritualmente, pela sua nova posição em Cristo e pela fé no Espírito que vive nele ou nela (3.1-5; 4.19; 5.4-5, 16, 25).

O crente em Cristo é um homem liberto! O que isso significa? Como isso deve afetar nossas vidas? A verdade bíblica nunca é irrelevante para nos orientar sobre como devemos viver.

A PERSPECTIVA HUMANA SOBRE A LIBERDADE

Paulo está tratando acerca da influência errada da perspectiva humana sobre a liberdade. Para o mundo (aqueles que agem fora dos absolutos divinos da Escritura) liberdade significa o direito de ser e fazer aquilo que você deseja, como deseja, quando deseja, onde deseja. Isto significa realizar sua própria vontade, sendo seu próprio chefe, preocupando-se com suas prioridades. O Webster’s New Collegiate Dictionary define liberdade como: "isenção de necessidade na escolha e ação".

Mas a Bíblia ensina, tanto quanto uma simples observação da vida, que tal definição ou perspectiva não é liberdade. Ao invés disso, é licença e desculpa para livrar-se das restrições morais de Deus, na busca de objetivos egoístas (Rm 1.18ss; Jo 3.19-21). Essa perspectiva resulta, eventualmente, em exploração dos outros, decadência moral, licenciosidade, como está se tornando cada vez mais evidente na nossa sociedade "faça sua própria vontade".

Este tipo de liberdade ou licenciosidade, como realmente é, também é ESCRAVIDÃO OU SUJEIÇÃO.

Esses tais são como fonte sem água, como névoas impelidas por temporal. Para eles está reservada a negridão das trevas; porquanto, proferindo palavras jactanciosas de vaidade, engodam com paixões carnais, por suas libertinagens, aqueles que estavam prestes a fugir dos que andam no erro, prometendo-lhes liberdade, quando eles mesmos são escravos da corrupção, pois aquele que é vencido fica escravo do vencedor. (2 Pe 2.17-19)

A PERSPECTIVA DIVINA SOBRE A LIBERDADE

Negativamente: O que Não é Liberdade

Paulo compreende que nós temos a perspectiva divina, o ponto de vista das Escrituras com respeito à verdadeira liberdade. Liberdade cristã nunca é liberdade para pecar ou fazer o que queremos.

Os gálatas, como muitos hoje, tendiam a um de dois extremos. Alguns estavam retornando para a lei como sinal de espiritualidade e retidão. Isto apenas servia para trazê-los de volta à servidão do poder da carne e à habitação interna e externa do pecado. Assim, para estes Paulo escreve 5.2-12. Tal posição sempre anula a nossa liberdade em Jesus Cristo, porque coloca nossa fé em objetos errados: o eu e a Lei. Isto é o que significa decair da graça: decair da provisão da graça contra o pecado. Isto não indica que perderam sua salvação. Significa que eles perderam a liberdade concedida pelo poder de Cristo. Legalismo produzirá apenas serviço, mas este será desagradável e oriundo de uma neurose generalizada, autopromoção cujos motivos são satisfazer as necessidades egoístas.

Outros, ouvindo acerca da sua liberdade em Cristo, pensaram que poderiam fazer aquilo que desejassem. Mas tal filosofia sempre resulta em falta de amor, egoísmo, exploração que ignora as necessidades de outros e age de maneiras que são prejudiciais para o Corpo de Cristo e para o propósito de Deus na igreja.

Então, para estes, o apóstolo escreveu Gálatas 5.13-14. "Servo" é o grego douleuete, um presente imperativo ativo de douleuo, "cumprir as exigências de um escravo ou servo". Isto é importante para notarmos que a maior ordem sobre a mutualidade é, de um modo ou de outro, demonstrar o coração de um servo. "Oportunidade" é aphorme que originariamente significava "ponto inicial" ou "base de operações", e então, "uma oportunidade, uma ocasião, um incentivo" ou "pretexto, desculpa".

Princípio: Nossa liberdade em Cristo e a abundante graça a nós concedida nEle nunca deve ser usada como uma desculpa para fazer o que desejamos e, no processo, ferir outros ou ignorar nosso chamado e obrigações diante de Deus e dos homens (Rm 5 – 6; Tt 2.11-14). Liberdade em Cristo jamais significa liberdade da presença e luta com a carne ou da habitação do pecado. Mas, tenciona a provisão do Espírito como o recurso de Deus de vitória (5.16-17). Conseqüentemente, nossa salvação e liberdade em Cristo nunca devem ser consideradas como liberdade das responsabilidades de serviço e amor aos outros (Rm 14 – 15).

Aqui reside um grande paradoxo do cristianismo. É interessante que Paulo, tendo advertido aqueles cristãos a não se tornarem, mais uma vez, escravos da lei e da carne, agora, exorta-os a tornarem-se servos, escravos uns dos outros, o que inclui, sem dúvida, serem escravos de Deus (1 Co 6.19; Rm 12.1). Este paradoxo é tremendamente instrutivo:

1. Escravidão mútua e para com Deus é absolutamente nada, se comparada à escravidão da carne e da Lei.

2. Escravidão à carne e à Lei resulta em morte, miséria e frustração. Isso causa em nós esgotamento, separando-nos com força uns dos outros.

3. Por outro lado, escravidão a Deus e mútua resulta na verdadeira liberdade e máxima bênção.

4. Escravidão ao pecado é involuntária, mas nunca neutra. É degenerativa e destrutiva tanto a mim quanto aos outros.

5. Escravidão à lei é voluntária, é o homem decidindo salvar a si mesmo. Assim, é tola, pesarosa, mas também, completamente carente para mudar nossas vidas por dentro, onde realmente importa.

6. Escravidão a Deus e mútua é voluntária. Mas é produto do amor e poder do Espírito Santo. Deste modo, se torna uma fonte de glória a Deus, e alegria, paz e bênção a mim e aos outros.


Positivamente: O que é a Verdadeira Liberdade

Liberdade não é o direito de fazer o que se deseja, mas o poder e capacidade tanto de querer como fazer o que se deve. Verdadeira liberdade jamais indica liberdade de responsabilidade, e responsabilidade não apenas para decisão, mas para decisões corretas. Liberdade é um contentamento interno com quem somos em Cristo e o que temos nEle. O que implica desejar apenas o tesouro celestial. Indica prontidão e capacidade para permitir que Deus esteja no controle de nossas vidas. Significa determinação em transferir o controle da própria vida para Cristo, e então, ele nos liberta psicologicamente e volitivamente para seguir o Senhor. Liberdade para a responsabilidade pessoal diante de Deus e do homem, debaixo da graça divina.

Um trem é uma boa ilustração porque é apenas efetivo quando está sobre os trilhos para os quais foi designado. Trihos não impossibilitam um trem, mas o capacitam a movimentar-se livremente, contanto que se movimente debaixo do poder do vapor ou combustível da locomotiva.

Mas vamos entender que a liberdade está particularmente ligada com os relacionamentos humanos, os quais procedem do correto relacionamento com Deus pela fé em Jesus Cristo e mediante o ministério do Espírito Santo. Esta é uma chave importante por todo o quinto capítulo de Gálatas. Cinco vezes o apóstolo usa "uns aos outros" em relação com a nossa liberdade – uma vez no verso 13, duas no 15 e duas no versículo 26. Em cada referência é central o ministério do Espírito Santo.

Isto é evidente nos nossos programas sociais. Os programas falham em trabalhar efetivamente, porque o homem é incapaz de realizá-los de maneira efetiva. Paulo sabia que para sermos capazes de servir uns aos outros em amor, precisaríamos de força de uma outra fonte no lugar de nós mesmos, e necessitaríamos lidar com nosso homem interior, honestamente, mediante a confissão e o poder da habitação do Espírito de Deus.

Marcos 8.33-35 mostra que a verdadeira liberdade procede de um total compromisso com Jesus Cristo. Na perda de nossas vidas em devoção a Ele e Seus propósitos e na transferência do controle de nossas vidas para Ele, encontramos a verdadeira liberdade – a liberdade para ser aquilo que fomos designados para ser e, assim, experimentar a verdadeira alegria. O uso de nossa liberdade para favorecer a nós mesmos nunca satisfaz o âmago dos desejos do coração. Ao invés disto, destrói a capacidade da alma de se relacionar com outros e conduz, também, à negligência dos outros ou sua exploração. Então, existimos para, voluntariamente e por amor, servir uns aos outros como escravos do Senhor.

Ser um servo de Cristo acarreta para nós o serviço aos outros porque por estarmos em Cristo, somos parte de Seu Corpo e membros uns dos outros.

NOSSA PRECAUÇÃO: UMA ADVERTÊNCIA CONTRA A LICENCIOSIDADE

Uma filosofia licenciosa sempre resulta em falta de amor, egoísmo, exploração que ignora as necessidades mútuas e age de maneiras prejudiciais para o Corpo de Cristo e para o propósito divino para a igreja. Então, para este fim, o apóstolo escreveu Gálatas 5.13-26.

Nosso Dever: Servir uns aos outros por Amor

O amor cumpre a lei:

Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor. Porque toda a lei se cumpre em um só preceito, a saber: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Se vós, porém, vos mordeis e devorais uns aos outros, vede que não sejais mutuamente destruídos. (Gl 5.13-15)

Com respeito à exposição de Paulo no verso 15, Warren Wiersbe escreve:
Este verso dá razão para o que vem antes (perceba a partícula gar no v. 14). Liberdade em Cristo não ignora a lei, mas cumpre os próprios requerimentos santos por meio daquilo que é sua essência, amor ao próximo. "Se você ama ao próximo (por amar a Cristo), você não irá roubá-lo, se aproveitar dele, invejá-lo, ou tentar de alguma maneira ferí-lo".

Amor que vem de dentro por meio do ministério do Espírito Santo, tendo as Escrituras como nosso guia sobre a prática do amor, cumpre a Lei.

Conseqüências a Evitar: Canibalismo Carnal Cristão

Se vós, porém, vos mordeis e devorais uns aos outros, vede que não sejais mutuamente destruídos. (Gl 5.15)

Quando não servimos uns aos outros, invariavelmente, acabamos devorando uns aos outros. Esta é a alternativa. Parece não haver, no final das contas, nenhuma neutralidade – assim, nós vivemos para os outros ou vivemos para nós mesmos.

NOSSA CONFIANÇA: A PROVISÃO DE DEUS DO ESPÍRITO

Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne. (Gl 5.16)

Neste ponto mora o segredo. Não por meio do temor da lei, mas por meio do ministério pessoal do Espírito Santo venceremos a carne ou a natureza pecaminosa, como é conhecida.

A Ordem
"Andai no Espírito". "Andai" é um imperativo, uma ordem. Ainda que não estejamos debaixo da lei, não estamos livres da responsabilidade de escolhas certas. Como uma ordem, isto, também, inclui a capacidade para cumprí-la. No texto grego, o tempo verbal é o presente que denota ação contínua, indicando a necessidade de andar momento após momento, passo a passo na dependência do Espírito. "No Espírito" destaca o Espírito Santo como agente e o recurso, e assim, a força pela qual devemos viver.

A Promessa
"E jamais satisfareis à concupiscência da carne". "Jamais" é ou me uma forte negação, "nunca!". "Satisfareis" é teleo, no grego significa "levar a um final, concluir, realizar" ou "efetuar, executar, levar a cabo". "Concupiscência da carne" refere ao problema que todos nós enfrentamos da contínua atividade da natureza pecaminosa, a propensão para o pecado que continua a existir ainda na vida do salvo. Enquanto vivemos nesta vida, nunca estaremos completamente livres dos maus desejos que se originam da nossa natureza humana decaída. Podemos experimentar vitória sobre eles, mediante o Espírito Santo.

NOSSO CONFLITO: A BATALHA ENTRE A CARNE E O ESPÍRITO

Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer. (Gálatas 5.17)

Neste verso o apóstolo expõe o porquê da necessidade de andar no Espírito, isto é, ter uma vida controlada e movida pelo verdadeiro Espírito de Deus. A exposição é encontrada no fato do intenso conflito entre o Espírito e a carne. Ainda que nos encontremos judicialmente mortos para a natureza pecaminosa e seu poder e possamos experimentar a libertação originada da nova vida em Cristo, mediante a união com Ele, a natureza pecaminosa, todavia, não está erradicada. Bartlett apresenta uma boa observação neste ponto. Ele escreve:

A aceitação de Cristo no coração, inevitavelmente, provocará uma amarga e determinada resistência da parte da velha natureza pecaminosa, a qual, até agora, possuía tudo do seu próprio modo. Nem a carne será levada a dormir pela tola ilusão que está morta e sepultada. É imperativo para o nosso crescimento espiritual compreendermos o fato de que a velha natureza não é removida ou reformada na regeneração. A falha em entender este fato elementar, freqüentemente, lança o novo convertido numa desnecessária confusão e desespero com respeito à sua posição perante Deus, quando depois de um sereno período de triunfo e comunhão com Jesus, ele tropeça em seus antigos pecados e cria a fantasia de que foi vencido para sempre. Com antigos cristãos este erro, freqüentemente, produz resultados completamente diferentes. Convencidos de que não podem pecar, partidários da heresia da perfeita santidade negarão que as práticas denunciadas pela Palavra de Deus como pecado, de fato são. O sujeito que pensa que alcançou tal perfeição é vítima de uma certa ilusão, na qual se encontra desesperadamente necessitado de um novo par de óculos, a fim de evitar uma ameaçadora escravidão.

NOSSA CONQUISTA: A LIBERTAÇÃO DA LEI POR MEIO DO ESPÍRITO

Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais sob a lei. (Gl 5.18)

Mais uma vez, isto não significa que os cristãos estão livres de responsabilidades e imperativos para obedecer. O Senhor disse: "Se vocês me amam, guardarão os meus mandamentos". A questão é que nós temos um novo sentido de vida. Da mesma forma que a justificação não acontece mediante obras da lei, também, a santificação não pode ser alcançada pelo empenho humano. O crente não é espiritual porque mantém um conjunto de princípios ou imperativos. Mas, mantém os imperativos da Escritura porque é espiritual.

Estar debaixo da lei é estar debaixo de sua autoridade como regra de vida, e assim, tentar manter isso como um meio de santificação.

Artigo Disponível em inglês no site http://www.bible.org/
Tradução: Tiago Abdalla T. Neto

sábado, 19 de janeiro de 2008

A Ética Cristã Numa Época de Relativismo Moral:
o problema da corrupção moral envolvendo evangélicos no contexto brasileiro

Após o famoso escândalo do “Mensalão” que mostrou próceres do governo e do Partido dos Trabalhadores (PT) oferecendo propina para que deputados apoiassem a coalização partidária de Lula, muitos brasileiros se encontraram estarrecidos e indignados com a proporção da corrupção que infestara o Congresso Nacional. A nação começou a se mobilizar com mais intensidade contra estes abusos de poder e evangélicos tomaram maior consciência de seu papel importantíssimo na sociedade da qual faz parte. Protestos mediante vários meios ocorreram com o fim de cobrar a integridade dos parlamentares brasileiros.

Pouco tempo depois, mais um escândalo de corrupção nacional fora descoberto. Membros da Câmara e Senado prejudicaram o orçamento nacional devido ao esquema de compra de ambulâncias e UTIs móveis superfaturadas. O pior é que quase metade da Frente Parlamentar Evangélica se encontrara na lista dos investigados. Curiosamente, a denominação cujo número de deputados envolvidos no escândalo foi maior, costuma pregar o evangelho da fé que se preocupa, essencialmente, em alcançar bênçãos materiais. Isto nos ajuda, de certa forma, na busca da solução para o terrível problema de muitos evangélicos encontrados no meio da pilantragem nacional.

O primeiro problema a ser destacado, portanto, é a ênfase na busca pelo dinheiro, antes que por uma ética poderosamente capaz de transformar nossa sociedade. Em sua Primeira Carta a Timóteo, Paulo advertira ao jovem pastor sobre o perigo de homens que ensinavam doutrinas contrárias ao evangelho (1 Tm 6.3-10). O propósito desses homens era usar a piedade como fonte de lucro, indicando a coerência entre o ensino falso, promovido por pessoas orgulhosas, e o uso da fé para alcançar riquezas. A conseqüência inevitável de pessoas assim, seria a queda em armadilhas, desejos descontrolados e perigosos, que, por sua vez, os conduziria à ruína e destruição. Assim, o apóstolo concluiria: “Pois o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males” (1 Tm 6.10, NVI). Um quadro por demais semelhante com o contexto presente.

A solução para o dilema, então, é buscar o verdadeiro evangelho e a real piedade que entende a nossa breve passagem neste mundo, para onde nada trouxemos nem dele levaremos qualquer coisa (1 Tm 6.6-8). É necessário pregar evangelho da cruz no lugar do “evangelho” da glória do homem, apelidado por Martinho Lutero de “Teologia Porca”. Mesmo preservando o sentido do uso deste termo em seu contexto, a ênfase antropológica, antes que teológica, continua a mesma, infelizmente, no kerigma popular de nossa época. Urge lembrar, em nossos dias, que a fé produz obras e não dólares (Tg 2.14-26), e as bênçãos espirituais já recebidas em Cristo são, essencialmente, de natureza espiritual (Ef 1.3-14).

No sermão do monte quando Jesus ensinou seus discípulos a viverem como comunidade do reino e, assim, serem “sal da terra” e “luz do mundo” (Mt 5.14-16), não estava preocupado em que os crentes espalhassem pelo mundo técnicas sobre como ganhar dinheiro ou alcançar o lucro, mas de viverem uma ética que ultrapassava a conhecida em sua época (5.20), levando os homens a contemplarem a justiça de Deus e a reconhecerem, dando glórias a Ele (5.16). Assim, também, aqueles que exercem a liderança política nacional e afirmam experimentarem um relacionamento real com Cristo e serem parte de Sua igreja, precisam lembrar de seu papel importante de testemunharem a justiça de Cristo para o mundo em seu redor e produzirem, então, transformação na ética política deste país.

Outro princípio a ser lembrado aos representantes evangélicos no governo é o da responsabilidade que as Escrituras atribuem àqueles que se encontram no poder de uma nação. Precisam conhecer profundamente a lei de Deus e não se considerarem superiores aos demais, usurpando de privilégios que não lhes compete (Dt 17.18-20). A crítica do profeta Isaías aos governantes de Judá era a sua falta de compromisso com a justiça social, deixando de defender e se preocupar com os menos favorecidos do povo e, no lugar disso, prejudicavam os pobres por aceitarem o suborno na hora de julgar (Is 1.10, 17, 23).

Por fim, a consciência do cristão de que sua posição de autoridade, seja legislativa, executiva ou judiciária, é dada por Deus, deve, inevitavelmente, conduzi-lo ao compromisso com a ética cristã e busca pelo bem da comunidade acima de seus próprios interesses (Rm 13.1-4). É nada mais que cumprir o segundo maior mandamento, reflexo da realização do maior, pois o amor ao Deus justo implica em ser justo no amor dispensado ao próximo.

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