TESTEMUNHOS CRISTÃOS

FUTEBOL, DROGAS E VIOLÊNCIA - TESTEMUNHO DE UM EX-HOOLIGAN

Alô, meu nome é Jean e eu era um hooligan. A realização em minha vida era estragar aquilo que outros haviam construído.

TESTEMUNHO CRISTÃO

Todos sabemos do enorme impacto evangelístico que representam os testemunhos cristãos.

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domingo, 24 de novembro de 2024

O testemunho do ator Anthony Hopkins, ex-ateu e ex-alcoólatra

 

O premiado ator Anthony Hopkins, aos 86 anos, é um dos artistas mais populares da sétima arte. Por anos, ele também foi um ateu muito famoso. Mas tudo isso mudou quando uma mulher em uma reunião de AA (Alcoólicos Anônimos) desafiou sua descrença com uma pergunta simples. Esse foi o início do testemunho inspirador de Hopkins!

O vício do astro de Hollywood começou “inocentemente”. Ele adotou uma mentalidade mundana e bebeu porque “é isso que você faz no teatro, você bebe”.
Mas, como é o caso com muita frequência, o passatempo social logo tomou o controle de sua vida. Em 1975, a bebida de Anthony estava fora de controle.
“Eu estava empenhado em me destruir”, lembrou o premiado ator. “Era como se eu fosse possuído por um demônio, um vício, e eu não conseguia parar. E há milhões de pessoas por aí assim.”

Então, ele se voltou para os Alcoólicos Anônimos (AA). Até então, Hopkins tinha sido ateu. Mas durante uma reunião de AA, uma mulher lhe fez uma pergunta simples.
“Por que você simplesmente não confia em Deus?”
Não é algo que Anthony já tentou. Mas por mais desesperado que estivesse, ele pensou: “Bem, por que não?” Decidir acreditar e confiar em Deus foi o momento em que tudo mudou para o ator que estava desesperado.

“Eu não conseguia parar de [beber], mas eu só pedi um pouco de ajuda a Deus e, de repente, pow. Era como um bingo”, lembrou o ator.
Milagrosamente, Anthony diz que o desejo de beber foi tirado dele, “para nunca mais voltar”. E ele acredita em Deus desde então, trabalhando dia após dia, ano após ano, para aumentar em sua fé no Senhor.

Quando perguntado em uma entrevista da CNN com Piers Morgan se ele acreditava em Deus, o ex-ateu Anthony Hopkins respondeu de todo o coração: “Sim, eu acredito em Deus. Eu creio.”

Depois de compartilhar como ele foi salvo das profundezas do alcoolismo, Anthony Hopkins explicou o poder que nossas palavras e nossas crenças têm sobre nossas vidas. Ele também falou sobre como Deus pode usar qualquer coisa, até mesmo nossas maiores bagunças, para o bem. Atualmente o ator vive uma vida com Cristo em seu coração, e agora ele só sente pena dos ateus, comparando uma vida de descrença a “viver em uma cela fechada sem janelas”.

sábado, 9 de dezembro de 2023

Vivendo e servindo: Cinco testemunhos impactantes de Carmen Sílvia Musa Lício

 


Obra de Deus

 

Carmen Sílvia Musa Lício

 carmen.a.musa@gmail.com


Lá pelo ano de 2020, um senhor que morava em uma casa bem em frente à minha, começou a me procurar, perguntando se eu poderia esquentar a sua marmita no meu micro-ondas.

Ele tinha uns 45 anos e estava fazendo parte de um grupo que fazia reformas e pinturas no conjunto residencial onde estava. Ele morava lá por ser o seu local de trabalho e veio de Ribeirão Preto, SP.

Depois de um tempo trazia só arroz e feijão para esquentar. Eu fiquei com pena e colocava carne e, depois de esquentar, colocava salada. 

Aos poucos fui conhecendo a sua história. Seu nome era Moisés. Era caminhoneiro e, como havia se tornado alcoolista, foi demitido. Esta foi a única oportunidade que encontrou para poder se sustentar; abandonou a sua família e veio morar em São Paulo.

Após algumas semanas pude perceber que estava novamente tomando muita bebida alcoólica, o que estava atrapalhando novamente a sua vida.  O senhor que o contratou só não o mandou embora por pena. Eu pedi para ele ter paciência...

Uma vez, estava sentado na pequena escada que ficava em frente à sua pequena casa, muito triste e choroso. Quando me viu, se levantou e veio conversar comigo, em frente ao portão da minha casa, e contou que não estava mais aguentando esta vida e que não sabia mais o que fazer para se livrar do álcool e sentir paz no seu coração. Eu procurei falar com calma, e disse que só Deus poderia ajudá-lo nesta situação; que ele só sentiria paz se tivesse Jesus no seu coração.  Expliquei como é a conversão a Jesus e ele me perguntou como poderia fazer isto. Eu disse que se ele quisesse aceitar a Jesus no seu coração poderia orar comigo, repetindo as minhas palavras. Ele disse que sim e eu comecei a orar. Lá pelas tantas, ele gritou bem alto, olhando para o Céu: – "Jesus, vem morar no meu coração! Eu o aceito como o meu Salvador".

Gritou tão alto que toda a vizinhança veio para fora para ver o que estava acontecendo. Confesso que fiquei até um tanto constrangida e envergonhada, mas é bem melhor ouvir isto do que ver uma briga...

Depois perguntei se ele queria uma Bíblia, o que ele agradeceu, e começou a ler todos os dias, por várias horas. Até o seu semblante mudou...

Após uns 3 meses veio me procurar e disse que havia voltado a usar álcool. Estava muito triste. Conversei com ele e perguntei se queria que eu visse uma clínica de reabilitação. Aceitou e tentei algumas evangélicas, mas estavam todas lotadas. Após algum tempo ele caiu da escada e teve uma torção na perna. Consegui um atendimento na UPA e a sua perna direita foi enfaixada. Tinha que usar bengala e eu acabei dando a bengala que eu tinha de lembrança do meu pai, já falecido há décadas.

Depois consegui um atendimento na PMSP, onde foi acolhido e levado a uma clínica de reabilitação.

Ficou lá por 2 meses e quando saiu conseguiu um emprego como caminhoneiro novamente.  Foi para Ribeirão Preto, onde a sua família morava, e veio se despedir de mim, agradecendo muito o que eu fiz por ele, dizendo que quando viesse a serviço para São Paulo viria me visitar.

Nunca mais o vi, mas quando me lembro dele peço a Deus que continue abençoando-o e fazendo a Sua obra na sua vida.

Mais um testemunho de como Deus pode nos usar para transformar vidas...

 

 

Vida Transformada

 

Em meados de 2002 eu estava no Posto de Saúde atendendo os usuários, como sempre. Nesta época eu era Auxiliar de Chefia e tentava, dentro do possível, resolver os casos mais difíceis que chegavam a mim.

Fui procurada por um senhor de aproximadamente 60 anos, com suspeita de câncer de língua. Estava muito difícil conseguir uma vaga em qualquer hospital de referência, pois as portas estavam fechadas; inclusive as vagas de 'câncer de boca' para o ano já estavam lotadas e estávamos ainda no mês de maio!

Demorei uns 20 dias, ligando para onde você possa imaginar. Enfim consegui uma 'alma caridosa' que passou por cima das regras, 'benditas' regras, e conseguiu a consulta mais rapidamente. Após a biópsia, o diagnóstico esperado.  Vinha então um novo desafio. Ele foi encaminhado para fazer radioterapia no ABC e não tinha dinheiro para a condução (2 passagens intermunicipais e 4 passagens municipais) e o tratamento durava 40 dias. Liguei para muitas pessoas para ver uma maneira de conseguir, e, finalmente, consegui que ele fizesse o tratamento...

Conversei muito com ele sobre a necessidade de não mais fumar nem beber, fazer o tratamento direitinho e que, humanamente, estávamos fazendo tudo o que era possível. Incentivei-o também a procurar alguma igreja, dessas que têm o dom de cura e que não lhe 'cobrasse dinheiro'. E assim foi; parou de fumar e de beber e fez uma campanha de oração em uma igreja evangélica.

Após a quimioterapia, sofreu uma cirurgia que retirou uma parte lateral posterior da língua. Estava muito magro e fraco, além de morar sozinho. Disse que a sua família não se importava com ele (talvez por ser alcoólatra). Não me ative muito à sua família, pois deu para perceber que os relacionamentos familiares estavam rompidos.

Ele conseguiu com a assistente social do hospital onde fez a cirurgia alimento completo, que vinha em 'caixas longa vida'. Mal conseguia alimentar-se, tendo sido necessário colocar uma sonda naso- gástrica por onde introduzia o líquido.

De vez em quando vinha nos procurar para lavar a sonda, que entupia devido ao líquido ser bem espesso. Nesta época confesso que pensei que não conseguiria superar esta fase, pois estava muito abatido, tanto física quanto emocionalmente. Isto me preocupou, pois era uma brecha para a doença evoluir.

Procurei melhorar o seu estado de ânimo e continuei a falar que 'para Deus não há impossíveis'. Fez um tratamento de fonoaudiologia e conseguiu reabilitar a sua fala! Ficamos muito felizes. A cada vitória, comemorávamos juntos.

Depois perdi o contato com ele. De vez em quando o encontrava na rua e conversávamos um pouco...

Após muito tempo um senhor veio me procurar perguntando se eu estava me lembrando dele. Olhei com atenção e vi que a sua fisionomia me era familiar (o engraçado é que eu sou boa 'fisionomista'). Quando ele começou a falar, percebi que era 'o próprio, ao vivo e a cores!' Estava completamente mudado. Mais gordo (não obeso), corado, alegre e falante. Foi um momento inesquecível!

Após 4 anos de 'capítulo após capítulo', eu o via renovado, tanto física quanto emocionalmente!

Contou que estava completamente curado, com alta médica e tudo o mais; que conseguiu, através daquela assistente social, uma aposentadoria de um salário mínimo que dava para os seus gastos pessoais. Então contou-me que, através de um amigo, pela Internet, reencontrou um irmão que tinha se 'perdido pela vida e pelo mundo' há mais de 20 anos; que já fora lá visitá-lo e estava morando com a família.

E tem mais, conseguiu um bilhete de passagem gratuita tanto para a sua locomoção dentro da cidade de São Paulo, como intermunicipal e, pasmem, interestadual. Começou a viajar para outros lugares, começando por Curitiba – para rever o irmão e conhecer os seus sobrinhos...

Tirou muitas fotos, que mostrou para mim, com um misto de satisfação e orgulho. Emprestou-me até um DVD onde está registrado a sua viagem de trem para Paranaguá, com a família do seu irmão.

Depois 'pegou o vício' e começou a viajar por aí, indo para Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Vitória... Como não tem dinheiro para pagar algum lugar para pernoitar, viaja à noite, enquanto dorme; passa o dia conhecendo o local e volta à noite para São Paulo. Foi assim que acabou conhecendo o Rio de Janeiro, pois não tinha passagem gratuita na noite seguinte para regressar de Belo Horizonte à 'terra da garoa'. Acabou conseguindo uma passagem para o Rio de Janeiro, e embarcou!

Sempre que volta das suas viagens vem ao posto trazer as fotos para eu 'conhecer o local'. Como a máquina fotográfica é emprestada do irmão, dei uma câmera fotográfica que eu tinha guardada no 'fundo do baú'. Ele demonstrou muita alegria e disse que estava para ir à Blumenau e que me traria umas fotos tiradas com a sua nova máquina.  Pedi então para tirar uma foto dele lá.  Ele tirou e me trouxe... Tenho até hoje de lembrança!

Não é uma vitória??? Aliás, muitas, muitas vitórias!

 

 

Aborto Provocado

 

Estava de plantão no PS de um hospital, na zona sul de São Paulo, quando chegou uma moça passando mal. Perguntei o que aconteceu e a sua acompanhante me contou que ela havia tomado um remédio para provocar o aborto do feto que estava no seu ventre, de aproximadamente 2,5 meses de gestação.

Ela mal conseguia falar. Chamei o médico e contei o que aconteceu.

Como ela estava com muitas contrações, ele pediu para a levarmos para a Sala de Parto. Lá, após algumas contrações fortes, saiu o feto, ainda dentro da bolsa amniótica inteira, com o líquido amniótico.

Eu o peguei com a luva, enquanto o médico cuidava da paciente.

O feto não parava de se mexer, desesperado. Isto me chamou a atenção, pois parecia estar passando muito mal e se debatia sem parar, apavorado. Eu fiquei sem saber o que fazer, pois não havia o que pudesse fazer para salvar a sua vida, de aproximadamente 10 semanas.

Logo depois o médico veio observar e viu também o seu sofrimento...

Eu, para consolar o feto, envolvi as minhas duas mãos em volta dele, tentando aquecê-lo e fazê-lo sentir-se mais seguro. Ele se acomodou nas minhas mãos e morreu depois de poucos minutos...

Eu e o médico nos olhamos, e lágrimas escorriam dos nossos olhos.

Nunca havia passado por uma situação destas e vi como os fetos, mesmo com menos de 3 meses de gestação, sofrem muito quando são abortados.

Nunca mais me esqueci desta história.

Agora querem que o aborto seja legalizado, pois é um 'direito da gestante'. E o direito do pequeno ser humano, que nem consegue se defender?

Se não quer dar à luz, que evite a gestação usando camisinha, anticoncepcionais...

Depois que engravidou, que leve a gravidez até o final, e, se não o quiser, que o entregue para os familiares ou para adoção...

 


Conversão de José Wilson Lício

 

José Wilson, apesar de ser filho do rev. Wilson Nóbrega Lício, pastor Evangélico, se dizia ateu. Não acreditava mais na existência de Deus devido a algumas decepções...

Um dia, conversando com ele, eu disse que no dia que ele precisasse de uma ajuda maior, fizesse 'prova de Deus', pois na Bíblia há um versículo onde fala para O colocarmos à prova.

Depois de um tempo, houve o 'Plano Collor', onde todas as pessoas que tinham mais dinheiro no banco o perderam para o governo. Para não permitir que os seus colaboradores fossem à falência, ele os pagou e ficou zerado.

José Wilson era decorador e fazia decoração para empresários ricos, que moravam em São Paulo e Ribeirão Preto (SP).

Um dia ele foi entregar mais uma mansão decorada por ele. Ele fazia, muitas vezes, desde a escolha do terreno, a planta da casa, a decoração da casa e até do jardim.

Quando estava mostrando ao dono e à sua esposa a decoração do interior da casa, se lembrou de dois tapetes que ele importou da Índia, lindos, grandes e caros. O cliente que os havia encomendado acabou por desistir, devido à situação econômica do País; e o José Wilson ficou com o prejuízo, pois já os tinha importado e pago.

Os tapetes eram grandes, um de 3x5m e outro de 5x7m. Foi nesta hora que se lembrou do que eu dissera e, segundo ele, fez uma 'oração porca':

– Deus, se é  que você  existe mesmo, faça  com que este homem compre um dos tapetes, para me tirar dessa situação.

Falou para o senhor que os tapetes eram lindos e que ele poderia consultar a sua esposa sobre a sua compra, pois ficariam perfeitos na sala de jantar da mansão.

O senhor disse que não iria falar com ela, pois ela só sabia gastar...

Sem desistir, ele orou mais uma vez, em silêncio, falando para Deus, que se Ele existisse mesmo, que um milagre acontecesse.

O homem resolveu então ir falar com a sua esposa e enquanto estava no caminho da sala para a cozinha, José Wilson fez a sua última oração. E nesta mesma hora, o senhor se virou e disse:

– Não vou falar com ela, não.  Vou fazer uma surpresa! Vou comprar o tapete maior.

Voltou para onde o José Wilson estava e o encontrou com lágrimas escorrendo pelos olhos...

E assim Deus se manifestou para o meu querido irmão José Wilson, que se tornou crente, aceitando também a Jesus como o seu Salvador.

Glórias a Deus!!!

 

 

Aprendizado para toda a Vida

 

Eu tive um amigo que me era muito caro. Um rapaz inteligente que conheci desde que éramos pequenos ainda. Morávamos próximos e sempre visitava a sua família e ele a minha. As nossas famílias eram muito amigas. Brincávamos pelas ruas do bairro de Pinheiros, em grupos, e também a sós. Eram momentos de muita alegria.

Ele era realmente muito inteligente, além de esforçado. Tocava piano com maestria, falava sobre as plantas, quando via alguma em algum vaso ou pelas ruas e parques. Dizia os nomes científicos, como deveriam ser cuidadas. Ao ver um aquário, falava sobre cada um dos peixes, como deveriam ser cuidados, como deixar um aquário autossuficiente, de modo a não precisar ser esvaziado e limpo... Amava Astronomia e, ao ver as estrelas, discursava sobre cada uma delas, seus nomes e a qual constelação pertenciam. Tudo isto e muito mais, mas sempre com humildade, de uma forma tranquila, com bom humor, sem querer ‘aparecer’.

Quando chegou ao final da adolescência, resolveu cursar Medicina. Sendo estudioso, entrou em duas faculdades, escolhendo ir para Campinas, onde começou a fazer o seu curso. Depois desta fase eu quase não tinha quase notícias dele, a não ser pelos seus familiares, além de serem notícias esporádicas.

Depois de um tempo, pouco mais de um ano, desistiu, retornando a São Paulo. Passou um tempo em depressão e depois começou a trabalhar como ‘office-boy’ em Pinheiros e arredores. Pouco o encontrei ou conversei com ele nesta época, inclusive por eu ter me mudado de lá com a minha família. Uma vez o encontrei no Largo de Pinheiros e quando

perguntei por que resolveu ser ‘office-boy’, respondeu laconicamente que era bom, pois andava durante todo o dia e assim, ao voltar para casa, dormia logo, de tão cansado, e não ficava pensando, à noite, nos problemas da vida.

E o tempo passou...

Depois de alguns anos soube que ele resolveu novamente tentar fazer Medicina, e mais uma vez entrou em uma excelente faculdade pública em São Paulo, com excelente classificação. E assim acompanhei, de longe, o seu esforço para cursar a faculdade, sendo sempre muito bem avaliado.

Um dia, quando eu estava terminando a Faculdade de Enfermagem na USP, ele cursando o quarto ano de Medicina, meu pai recebeu um telefonema onde disseram que ele estava internado na UTI do Hospital das Clínicas, em estado grave. Fiquei consternada, sem saber o que pensar a respeito, só querendo vê-lo e saber como estava. Fui correndo para lá, ainda com o uniforme de estudante, o que me facilitou a entrada. Vi que estava mesmo muito mal, em estado de coma, com traqueostomia. Ao conversar com os médicos, eles me disseram que o seu estado era grave e que dificilmente sobreviveria.

Soube então da sua história. Seus pais resolveram viajar para o litoral e ele disse não querer acompanhá-los para ficar em casa e estudar para uma prova. Seus pais saíram de carro e logo depois resolveram voltar, pois seu pai havia esquecido um documento. Assim que chegou à sua casa, chamou pelo filho, que não respondeu. Subiu as escadas que dava para o andar superior e logo viu a porta do banheiro, entreaberta, com barulho de água corrente. Entrou e viu o filho sentado na banheira de ‘ofurô’, com os pulsos cortados, com o sangue jorrando até o teto. Ficou desesperado, fez um torniquete no braço, chamou a ambulância, que o levou ao Hospital das Clínicas.

Ele era um rapaz magro, alto, mestiço de japonês com brasileira, muito bonito. Eu não conseguia entender o que poderia tê-lo levado a um ato tão extremo. Ficava imaginando a sua aflição por algo que estava tirando a sua paz e a tristeza profunda dos seus pais, irmãos e familiares...

Comecei a visitá-lo todos os dias, após o meu estágio no próprio HC, e depois, mais à noitinha, após o término das aulas teóricas, no prédio ao lado. E sempre que ia lá, pegava na sua mão e conversava com ele, mesmo ele estando em estado de coma profundo. Dizia que era o meu amigo preferido, que o amava como a um irmão, que a sua vida era muito importante para mim, para os seus parentes e amigos. Sempre, antes de entrar na UTI, lia algum versículo da bíblia que falasse sobre o amor de Deus, sobre a sua imensa bondade, discorrendo depois sobre o texto. Sabia que algo muito sério deveria ter acontecido para que ele desistisse assim da vida e queria tocar o seu coração, pois sabia que só sairia dali vivo se ele mesmo quisesse e lutasse pela sua própria vida.

Uma vez um dos alunos de medicina, que cuidava dele, me contou que era seu colega de faculdade e relatou-me alguns fatos que aconteceram com ele, mas nada que justificasse toda esta tragédia. Eu percebia que havia uma razão muito séria por trás de tudo aquilo e orava para que Deus me desse a Sua sabedoria, para que eu pudesse chegar ao seu coração e tocá-lo de alguma forma. Pedia também para que Deus me desse tempo suficiente e a melhor forma de falar de Jesus para ele, que segurasse a sua vida até ele ouvir sobre a verdadeira mensagem do evangelho.

Depois de passados uns 15 dias, eu estava falando com ele, segurando a sua mão quando, de repente, eu disse:

– Olha, eu estou vindo aqui todos os dias. Tenho falado com você, sem ao menos saber se você me ouve ou se me entende. Não sei se estou falando com as paredes... Se você está me escutando, dê algum sinal, por favor! Pode ser um aperto de mão, um piscar de olhos, qualquer coisa... – E fiquei atenta.

De repente, senti um aperto de mão forte, o que me deixou muito surpresa e feliz, já que os médicos diziam, sempre, que eu estava falando com uma ‘planta’, pois ele nada poderia escutar, já que estava em um coma profundo. Diziam isto para que eu aceitasse a sua condição, e me conformasse.

Depois de saber que ele não só me escutava, mas também conseguia me entender, comecei a falar de uma forma mais clara e direta, pedindo a ele para que, se concordasse comigo, me apertasse a mão; se não, ficasse quieto. Quando não apertava a mão, pedia então para que, se não concordasse comigo, apertasse então a minha mão. E começamos assim a nossa 'conversa’.

Uma vez, antes de ir para o HC, passei pelo Largo de Pinheiros, onde pegaria outro ônibus para lá e, sem querer, enquanto conversava com um rapaz, ainda no ponto de ônibus, quando contei deste meu amigo, ele começou a contar que ele havia sido seu colega lá em Campinas.

Eu fiquei chocada com esta ‘coincidência’. Contou-me um pouco das razões que levou este meu amigo a desistir de ficar lá e terminar o seu curso, já que era um excelente aluno. Disse que ele, sendo de uma família evangélica, resolveu morar em uma república onde haviam vários rapazes. Um dos seus companheiros de quarto procurou-o no meio da noite, tentando manter uma relação sexual com ele, que ficou chocado, pois este rapaz era um dos líderes da igreja evangélica local. Não ficou claro para mim, nem para este rapaz, até que nível chegou este possível relacionamento. Só sei que foi por esta razão que ele abdicou do seu sonho de se formar em Medicina, voltando para São Paulo desesperançado, atormentado e deprimido, além de não mais confiar em Deus, na igreja, onde fora criado por tantos anos. Percebi que

não se sentia digno do perdão de Deus por tal ato. Lembrei-me então de como estava descrente quando o encontrei no enterro da sua avó, pouco tempo depois da sua volta de Campinas.

Então consegui entender um pouco da provável razão para ele ficar tão desacorçoado, sem acreditar mais no ser humano, na igreja, na vida, em Deus! E continuei a visitá-lo todos os dias, sempre tentando falar com ele sobre o que eu sabia ser a única razão que poderia tocar o seu coração: a fé em Deus.

Falei então sobre o versículo onde está escrito que Deus não só perdoa nossos pecados, como deles se esquece; que não há pecado, por mais escarlate que seja, que Deus não possa tornar mais branco do que a neve. E outros versículos que mostram o Seu grande amor por nós. Falei sobre Deus nos amar a tal ponto que nos deu o único filho para que fôssemos perdoados, já que não somos, nem conseguimos, ser perfeitos. Falei do sacrifício de Jesus na cruz e, no final, perguntei se ele queria entregar a sua vida a Jesus, confessar os seus pecados e aceitá-lo como o seu único Salvador. Pedi a ele que se concordasse apertasse a minha mão; não apertou. Disse que se não concordasse, que deveria apertar a minha mão. Não apertou. Então perguntei se estava me ouvindo; apertou a minha mão. Perguntei se estava na dúvida; apertou a minha mão. Então perguntei se poderia orar por ele, apertou a minha mão. Orei por ele e disse para ele pensar até o dia seguinte.

No dia seguinte, quando li outro versículo, disse a ele que eu ‘não iria enfiar pela goela abaixo algo que ele não quisesse, só porque estava sem poder me responder’. Ele respondeu, do nosso jeito, que eu poderia continuar a falar. No final perguntei se queria, afinal, aceitar a jesus como o seu Salvador, e ele apertou fortemente a minha mão. Orei com ele e me pareceu que até o seu semblante ficou mais calmo, mais sereno. Aquele ar de tristeza, de angústia, deu lugar a uma paz que parecia vir de dentro para fora. Depois de poucos dias começou a dar um pequeno sorriso, só de um lado da boca, quando eu brincava com ele. Comecei então a ter mais esperança e ia visitá-lo, mais animada.

Neste dia, quando fui conversar com os médicos eles me disseram que, mesmo que ele sobrevivesse, já havia perdido a visão, pois havia, além de tudo, tomado um veneno para plantas, que o havia tornado cego. Disseram ainda que também não andaria e talvez sobrevivesse com sérias limitações.

Sabendo que os seus pais e irmãos queriam muito visitá-lo, pedi a ele que os recebesse. Ele não queria, mas eu sabia ser importante para a sua mãe. Então, depois de uma certa insistência, ele aceitou.

Um dia, ao chegar lá, o encontrei chorando muito, convulsivamente. Chorava alto e o som do seu choro saia pela traqueostomia, fazendo um som horrível, gutural; o que me fez chorar também. Fui conversar com os médicos e perguntei o que havia acontecido e eles me disseram que ele ficou assim depois que a sua mãe o havia visitado, na noite anterior. Chorou durante toda a madrugada e durante toda a manhã. Conversei com ele e tentei acalmá-lo, dizendo que não sabia o que a sua mãe havia falado, mas fosse lá o que fosse, tentasse se lembrar de que uma mãe desesperada às vezes fala coisas que não deveria falar nunca, mas que ela sempre o amou. Orei com ele e ele se acalmou. Pedi então aos familiares para não o visitarem mais, até que ele melhorasse de vez...

Uma tarde, quando estava conversando com ele, um dos residentes me inquiriu, dizendo como eu podia dizer que conversava com um ‘quase morto’. Eu expliquei como havia sido o nosso processo e eles ficaram muito intrigados, além de curiosos. Falei para eles ficarem calados e acompanharem toda a minha conversa. E assim foi. Até que eu perguntei se ele havia dormido bem; ele não apertou a minha mão. Depois eu perguntei se havia dormido mal e ele apertou a minha mão. Daí resolvi perguntar o que havia acontecido. Pedi para que ele apertasse a minha mão quando chegasse na primeira letra da palavra que seria a causa da sua insônia. Falei todo o ‘abecedário’, e nada! O rapaz que era residente, já entusiasmado, falou bem alto que ele não havia entendido direito, que eu repetisse. Eu fiz sinal para ele ficar quieto e expliquei novamente como seria a nova fase do processo por nós descoberto. Foi quando eu disse ‘D’ e ele apertou a minha mão. Para agilizar eu já perguntei se estava sentindo alguma dor; ele respondeu que sim. Novo abecedário e na letra P, novo aperto de mão. Perguntei se era ‘dor no pé’ e ele respondeu que sim. Descobri os pés dele e pudemos observar enormes hematomas que foram feitos à noite, na tentativa de pegar uma nova veia.

Como ficou claro que ele percebeu que estava sendo observado durante a nossa conversa, pedi a ele que dali para a frente respondesse às perguntas dos médicos. Ficou ‘calado’, mas eu disse que eles queriam o seu melhor e assim ele estaria ajudando na sua própria recuperação. E assim ele concordou.

Nesta época ele apresentou uma infecção generalizada e eles entraram com antibióticos mais potentes.

Depois de alguns dias, percebendo que os seus cabelos estavam muito sujos e oleosos, perguntei se ele me deixava lavá-los e ele aquiesceu. Pedi uma bacia e uma jarra com água morna, uma toalha de banho e uma auxiliar de enfermagem me auxiliou, já que ele não conseguia se movimentar. Não quis dar banho no leito nele por achar que possivelmente ficaria constrangido, sendo eu mulher e sua grande amiga.

Depois deste ‘banho’ resolvi dar uma volta pelas redondezas para esfriar a minha cabeça e voltar no final da tarde para visitá-lo novamente, no próximo horário de visita. Fui ao cinema, no Conjunto Nacional, próximo dali, e ‘assisti’ a um filme. Não me perguntem qual foi o filme, pois o filme que passava na minha cabeça era tudo o que havia acontecido nestes últimos 20 dias...

Só pensava em como Deus havia atendido às minhas orações e em tudo que já havia acontecido. Mas continuava a orar por ele, pedindo a Deus que se fosse para ter tantas sequelas, uma vida em cima de uma cama, sem qualquer qualidade de vida, que o levasse para junto de Si.

Na volta visitei-o novamente e ele até deu um sorriso para mim. E saí dali mais tranquila, mesmo sem saber qual seria o final desta história.

Chegando em minha casa, conversei com os meus pais, e fui dormir, não sem antes orar mais uma vez por ele. Confesso que naquela hora pensava na possibilidade de ele sobreviver, sem maiores sequelas, e usufruir uma vida, produtiva e feliz. E adormeci...

Fui acordada lá pelas 5:30h do dia seguinte, com o pai dele me dizendo que ele sabia que eu 'já esperava por esta notícia’. Disse que ele morreu à noite, dormindo, sem sofrimento algum. Eu agradeci a ele e disse que iria logo para lá. Confesso que à estas alturas eu não esperava este final, assim, tão rápido...

Ele se foi, mas ficaram as memórias, as boas e más lembranças, e, principalmente, ficou a certeza de que ele está junto a Deus, gozando da Sua presença e do Seu grande amor. Quando lá eu chegar, só quero dar um abraço bem apertado nele, que falará por si só...

Ficou a enorme gratidão a Deus por haver permitido que eu pudesse ter tempo para falar de Jesus e, principalmente, de ele O aceitar como o seu Salvador.

E ficou o grande aprendizado que auxiliou durante toda a minha vida profissional, como enfermeira, bem como na minha vida pessoal, com os meus familiares...



sábado, 18 de abril de 2020

O testemunho de Rose Price, sobrevivente do Holocausto


A história de Rose foi contada no livro A Rose from the Ashes (Rosa das Cinzas), publicado em 2006.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

A oração do piloto ateu







De Mark Ellis
Tradução:
Wilma Rejane


Ele não tinha nenhum lugar para Deus em seu coração, até que  ficou sem combustível em uma tempestade no Alasca, a quilômetros de seu destino.

"Eu era um zombador de Deus", diz Mark Rose, fundador do Gênesis vivo , e autor de O Último dos Hunters, a história dos pilotos que voam o Alasca Ártico. Aprendi a voar aos 16 anos e aos 22 já havia me tornado um piloto experiente cuidando de uma frota de helicópteros no oleoduto do Alasca. Meu ego andava a 101 metros além da superfície. Um dia eu voava sobre um grande rio no Ártico, mas em meu voo de regresso, transportando um passageiro, várias coisas deram errado. Primeiro manadas de renas ocuparam os locais escolhidos como primeira e segunda opção de pouso. Então comecei a ficar sem combustível, verifiquei o tempo em um pequeno aeroporto perto de Kotzebue, na Península de Baldwing. O operador disse que eu poderia ir que o tempo estava favorável. 

Resolvi ir mesmo sem saber se o combustível iria aguentar, mas em seguida, o inesperado acontece: as condições climáticas mudaram drasticamente. Enfrentei uma tempestade de neve durante toda a noite sem conseguir ver o terreno, me guiei por uma faixa cinzenta que seria um rio. Descobri então que o operador de voo do aeroporto de Kotzebue tinha me dado um mau conselho.

Todas as minhas opções foram evaporando  rápido, voando. Deve haver uma maneira de sair disso, pensei. Não quero morrer aos 22 anos sem sequer ter casado. Voei no vazio por cerca de 30 minutos quando o motor começou a perder força. Minha mente se voltou então para a última opção: Deus. Eu nunca, jamais tinha orado antes, mas no desespero elevei uma oração silenciosa: 'se há um Deus eu preciso de ajuda agora'. E naquele instante pude ouvir nitidamente a resposta: 'filho, agora você disse a coisa certa'. Depois disso minha mente foi iluminada, eu tinha certeza que conseguiria escapar. O avião saiu da tempestade de neve! Antes o que me atraia eram as luzes do aeroporto de Kotzebue, agora eram as luzes do céu.

Havia apenas mais um problema: eu teria que voar mais 20 milhas até Kotzebue, uma vasta extensão de água salgada no mar de Bering. Foi de perder a respiração. Mas cheguei e quando consegui pousar minha visão humanista de mundo havia desabado. Não havia nenhuma razão terrena para o avião ter percorrido uma distância tão grande seu combustível. Acredito que Deus acrescentou combustível no tanque do helicóptero para salvar minha vida e a vida do passageiro. Depois disso me tornei um menino diferente,  um crente em Deus.

Pensei bastante sobre minha avó, a única cristã da família, ela estava certa, há algo mais lá fora. Conheci então uma namorada cristã que me desafiou a ler a Bíblia pela primeira vez. Ao ler as páginas das Escrituras, algo surpreendente aconteceu. Me rendi ao amor do Deus da Bíblia - a Sua razoabilidade, Seu perdão, Sua justiça. Porém, meu coração teimoso ainda não estava pronto para fazer de Jesus meu Salvador e Senhor.

Até que...Tive outro encontro com a morte em um helicóptero que caiu, minha cabine ficou totalmente esmagada. Por causa disso perdi o encontro com empreiteiros de chumbo para o gasoduto do Alasca, um conflito de agenda. Mas não era só isso, era um dia trágico e pouco depois de ter escapado da morte recebi a notícia de que o avião com os empreiteiros havia caído matando todos a bordo. Comecei a refletir sobre a vida, sobre o que li na Bíblia. Seria mentira ou verdade? E foi quando me aprofundei na leitura da Bíblia que entendi que Deus é meu Criador. Se Jesus pôde levantar alguém dentre os mortos e perdoar pecados era exatamente isso que Ele tinha para mim. Entreguei minha vida a Jesus Cristo, e mais uma vez, de uma vez por todas, eu era um menino diferente. 

Esse é o aviador Mark Rose


Você quer conhecer Deus pessoalmente? 


Jesus é o Filho de Deus. Ele viveu uma vida sem pecados e morreu na cruz para pagar o preço por nossos pecados. "Deus prova o seu próprio amor para conosco, em que, quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós." (Romanos 5:8)

Jesus ressuscitou dos mortos e agora Ele vive no céu com Deus Seu Pai. Ele nos oferece o dom da vida eterna - de viver para sempre com Ele no céu se aceitarmos Ele como nosso Senhor e Salvador. Jesus disse: "Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por Mim." (João 14:6)

Deus estende a Sua mão para você, Ele te ama e quer que você seja Seu filho. "A todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome." (João 1:12) Você pode optar por pedir a Jesus Cristo para perdoar seus pecados e entre na sua vida como seu Senhor e Salvador.

Oração:

"Senhor Jesus, eu acredito que És o Filho de Deus. Obrigado por morrer na cruz por meus pecados. Por favor, perdoe meus pecados e me dê o dom da vida eterna. Peço-vos por  minha vida e de coração para que sejas meu Senhor e Salvador. Eu quero servi-Lo sempre. "

Deus o abençoe

sábado, 24 de agosto de 2013

De Ateu a cristão fervoroso, salvo pela Verdade.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Testemunho do ex-ateu Antony Flew: Deus existe







O professor e filósofo britânico Antony Garrard Newton Flew foi conhecido e respeitado por várias décadas pela defesa do pensamento ateísta. Até que em 2004 abandonou completamente a sua descrença, reconhecendo a existência divina.

Filho de um missionário cristão, Flew nasceu em Londres, na Inglaterra, e sempre foi bastante crítico aos argumentos filosóficos sobre a existência de Deus. Particularmente, contestava o conceito da bondade divina, deixando se impressionar apenas pelas formas científicas do argumento teleológico.

Nos livros de sua autoria “God and Philosophy” (Deus e a filosofia – de 1966) e “The “Presumption of Atheism” (A presunção do ateísmo – de 1984), o professor argumentava que alguém deveria pressupor o ateísmo até que alguma evidência de Deus aflorasse.

 Abandono do ateísmo

A partir de 2001, passaram a surgir rumores sobre um abandono do ateísmo por parte de Flew. Até que, em 2004, ele admitiu em uma entrevista que reconhecia evidências concretas da existência de Deus.

Após meses de busca espiritual, Flew concluiu que a pesquisa sobre o DNA “mostrou, em vista da complexidade quase inacreditável dos arranjos necessários para a produção de vida, que inteligência foi envolvida no processo”. Além disto, embora aceitasse a evolução darwiniana, ele sentiu que ela não podia explicar a origem da vida. “Fui convencido de que está simplesmente fora de questão a possibilidade de que a primeira matéria viva evoluiu de uma matéria morta e então se desenvolveu em uma criatura extraordinariamente complexa”, ele disse. Quando Flew revelou que havia chegado à conclusão de que afinal de contas Deus poderia existir, isto veio como uma bomba sobre seus seguidores ateístas, que há muito o consideravam como um de seus grandes representantes

 
Por conta dessa mudança, Flew enfrentou várias críticas, como a de um jornalista chamado Mark Oppenheimer, que atribuiu a situação à idade avançada do filósofo, então com 84 anos, sugerindo que ele estivesse sofrendo de algum tipo demência.

Existe um Deus

Em 2007, o professor lançou um livro intitulado "There's a God" (Existe um Deus), tendo o escritor Roy Varghese como co-autor. Na obra, afirmou sua admiração pelo cristianismo, classificando como a religião que “mais claramente merece ser honrada e respeitada”.




Além disso, ressaltou no livro a influência do apóstolo Paulo na formação das bases conhecidas do cristianismo atual, classificando o conhecido apóstolo como um “intelectual”.

Flew, o homem que chegou a ser considerado o “Papa dos ateus”, faleceu em 2010, aos 87 anos. Por ter abandonado o ateísmo, tornou-se um dos maiores exemplos de religiosos que se importam com o debate sobre fé e a ciência.

           Apologia.com

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Testemunho do Cientista e Ex-Ateu Francis Collins: Tornei-me seguidor de Jesus





Eu sou um cientista e crente, e não vejo qualquer conflito quanto a isso.Como diretor do Projeto do Genoma Humano,  conduzi um consórcio de cientistas para ler as 3,1 bilhões de letras do genoma humano, o nosso próprio livro de instruções de ADN. Como crente, eu vejo o ADN, a informação molecular de todas as coisas vivas, como linguagem de Deus, e a elegância e complexidade dos nossos próprios corpos e o resto da natureza como reflexo do plano de Deus.

Eu não abracei sempre estas perspectivas. Quando me formei em Físico-Química nos anos 70, eu era ateu, não encontrando qualquer razão que postulasse a existência de quaisquer verdades fora da matemática, física e química. Mas depois fui para uma escola médica, e deparei-me com as questões da vida e da morte nos leitos dos meus pacientes. Desafiado por um desses pacientes, que me perguntou, “O que crê, doutor?”, comecei a procurar respostas.

Tive de admitir que a ciência que eu amava era impotente para responder a questões como, “Qual o significado da vida?” “Porque estou aqui?” “Porque é que a matemática funciona, de qualquer modo?” “Se o universo teve um começo, quem é que o criou?” “Porque é que as constantes físicas no universo estão tão rigorosamente sintonizadas para permitir a possibilidade de formas de vida complexas?” “Porque é que os humanos têm um sentido moral?” “O que é que acontece depois de morrermos?”

Sempre assumi que a fé estava baseada em argumentos puramente emocionais e irracionais, e fiquei atônito ao descobrir, inicialmente nos escritos do acadêmico de Oxford, C. S. Lewis e subsequentemente em muitas outras fontes, que uma pessoa podia edificar uma defesa muito forte para a plausibilidade da existência de Deus em bases puramente racionais. A minha antiga asserção ateia de que “Eu sei que Deus não existe” emergia sem a mínima defesa. Como o escritor Britânico, G. K. Chesterton, ilustremente assinalou, “O Ateísmo é o mais ousado de todos os dogmas, pois é a afirmação de uma negação universal.”

Porém a razão apenas, não pode provar a existência de Deus. A fé é razão mais revelação, e a parte da revelação requer que uma pessoa pense com o espírito como igualmente com a mente. Tu tens de ouvir a música, não apenas ler as notas na pauta. Por fim, é requerido um salto de fé.

Para mim esse salto aconteceu nos meus 27 anos de idade, depois de uma busca de aprendizagem sobre o carácter de Deus me ter conduzido à Pessoa de Jesus Cristo. Eis uma Pessoa com assinalável forte evidência histórica da Sua vida, que fez declarações impressionantes sobre o amar o próximo, e cujos clamores sobre ser o Filho de Deus pareceram exigir uma decisão sobre se Ele estaria iludido ou certo. Depois de resistir por quase dois anos, descobri que era impossível continuar a viver num tal estado de incerteza, e tornei-me seguidor de Jesus.

Descobri que há uma harmonia maravilhosa nas verdades complementares da ciência e da fé. O Deus da Bíblia também é o Deus do genoma. Deus pode ser encontrado tanto na igreja como no laboratório. Ao investigar-se a criação majestosa e tremenda de Deus, a ciência pode de facto ser um meio de adoração.

Nota: Collins escreveu o livro “A Linguagem de Deus” (editado em Portugal pela Presença). O título do livro "A Linguagem de Deus", surgiu de uma declaração do presidente americano Bill Clinton ao anunciar a finalização da 1ª fase do Projecto Genoma em 2000: "Hoje estamos a aprender a linguagem com que Deus criou a vida." Também ficou célebre esta sua frase: “Eu acredito que o ateísmo é a mais irracional das escolhas.” (Revista Veja, Edição 1992 - 24 de Janeiro de 2007)".

Fonte: Iqc

domingo, 7 de agosto de 2011

Entrevista com Sammis Reachers: "Fui Resgatado do Ateísmo"


Wilma Rejane

Sammis Reachers mora em São Gonçalo-RJ. É blogueiro, poeta, pesquisador, autor de Uma Abertura na Noite e A Blindagem Azul, com participação na organização de algumas  publicações cristãs. Sammis é também um amigo que muito estimo. Ano passado a seu convite, passei a publicar no Confeitaria Cristã e por sua indicação fui convidada a fazer parte da administração da União de Blogueiros Evangélicos.  Bem são muitos os blogs de sua autoria e não dá para linkar todos aqui, mas um dos blogs que tem recebido destaque na mídia nacional, inclusive na Revista Show da Fé é o Poesia Evangélica.

A Entrevista está imperdível. Invista alguns minutos na leitura, Deus  falará ao seu coração. 

1-    Que tipo de experiência te fez mudar do ateísmo para o cristianismo?


Para explicar isso preciso contar meu testemunho, e pode até escandalizar alguns, mas é a verdade, é sobre como fui resgatado. Quando criança eu tinha minha pequena fé. Meu pai, católico praticante, estava então se libertando do alcoolismo – e do catolicismo também -, freqüentando uma igreja evangélica. Ele sempre assistia aos tele-evangelistas (que muitos crêem que não deveriam existir), no que eu o acompanhava. Tinha uns sete anos e lembro que lia e relia um exemplar do Novo Testamento (O Mais Importante é o Amor). Praticamente aprendi a ler ali. Só lia até Atos, pois de Romanos para lá (a parte mais ‘teológica’) eu não entendia mais nada, e então voltava a Mateus... Depois passei a devorar enciclopédias e, enquanto ia crescendo, sempre ávido por conhecimento e mergulhando cada vez mais nas leituras, fui perdendo minha fé, me tornando um jovem amargurado e desiludido. Cortesia de defuntos como Nietzsche, Schopenhauer, Sartre e ampla companhia. Revolta, depressão e literatura: a trinca infernal que me guiava.

Minha maior angústia, que eu relutava em admitir para mim mesmo, era perceber que filósofo algum, poeta, pensador, e mesmo texto sagrado de qualquer religião/cultura me oferecia a resposta que eu buscava. Era duro perceber, era desolador: estávamos todos presos num labirinto, e NINGUÉM CONHECIA A SAÍDA. Então me aferrava ao existencialismo de Sartre e a concepções sócio-políticas anarquistas, ao ‘não há sentido’, ao ‘construa seu sentido’, mas isso era só mais uma faceta, uma máscara do vazio que me parecia preencher tudo o que era humano. Depois que comecei a escrever poesia e a ser publicado em alguns lugares, tudo piorou.

 Com 24 anos comecei a namorar uma menina, que após um mês de namoro se converteu ao Evangelho. Continuamos com o relacionamento, nos casamos. Um perfeito jugo desigual. Para mim, parecia muito bom, pois ela, por ser crente, se mantinha ‘comportada’, e não questionava minha forma de pensar; nem se punha a pregar para mim. Aqui abro um parêntese: meu melhor amigo se converteu também. Amigo até os ossos, desde a infância, à maneira clássica de Davi e Jonatas, e que eu sabia que jamais mentiria para mim. Pois bem, ele começou a chegar a minha casa e contar as maravilhas que Deus estava fazendo em e através de sua vida, maravilhas sobrenaturais até, como visões, arrebatamentos, orações de cura e muito mais. Aquilo me incomodava, incomodava profundamente: qualquer um me contando aquilo, eu taxaria de simples louco e fabulador. QUALQUER UM. Mas Deus escolheu aquele homem em quem eu mais confiava, mais até que em meu próprio pai... aquilo foi se prolongando, e eu contemplando a mudança radical naquela vida. Cheguei a pedir para ele que, se fosse para vir a minha casa falar de Deus, que não voltasse! Pois minhas duras ‘certezas’ já se iam abalando. Eu não estava conseguindo assimilar tudo aquilo.

Muitos não crêem na contemporaneidade dos dons do Espírito, mas nós assembleianos cremos que eles são reais. Pois bem, eu levava uma vida de dissolução, entregue a muitos adultérios... minha esposa nada sabia, e perseverava em sua caminhada. Até que um dia o Senhor revelou o que eu fazia, e com detalhes que só eu conhecia. Ela me confrontou, eu fiquei desnorteado (aquela história de só dar valor a algo quando se perde). Eu já me debatia entre crer e não crer na existência de Deus (que se me manifestava através dos testemunhos de vida dela e de meu amigo). Contei a ela então a exata metade do que eu havia feito. Pois ela foi para a igreja no mesmo dia e lá o Senhor revelou claramente que eu só havia contado a metade, e ainda detalhes sobre o pior dos envolvimentos, que eu havia omitido.


Bem, o resto foram lágrimas, dor, quebrantamento, conversão. E perdão. Um processo longo e bem doloroso, cujos frutos amargos eu colhi e ainda colho, passados tantos anos. Deus não se deixa escarnecer, o que o homem planta invariavelmente colhe. Então as muitas escamas de repente caíram de meus olhos, e eu, desta vez com os olhos do Espírito,  pude abrir as Escrituras e ENTENDER (antes eu procedia à maneira clássica dos ateus, lendo o Antigo Testamento em busca de contradições).


Um testemunho estranho, mas não tenho vergonha de contá-lo, pois pode ajudar a alguém. Pela misericórdia já usei meu testemunho para ajudar muitos homens entregues ao adultério, ou com casamentos já desfeitos. E ainda uso.


Mas que não sirva de exemplo para ninguém entrar num jugo desigual. Saia fora disso meu irmão/irmã! Palavras bonitas não poderiam talvez me converter, eu que conhecia do Bhagavad Gita a Holderlïn, e, poeta, sabia o quanto as palavras podem facilmente se prostituir (mentir). Fui convertido por sinais e pela dor. Felizes aqueles que se convertem por ouvir a Palavra e por amor, que não carecem de ‘ver para crer’! O sentido para a Vida, o sentido de tudo o que existe, que eu buscava em centenas de livros, estava na minha cara, e se me manifestou. E estranhamente me aceitou, eu, um inimigo declarado e atuante, blasfemo até o limite do impublicável, que detestava os crentes e sonhava em demolir igrejas. Coisa de enlouquecer qualquer um!

2-    De onde vem essa paixão por missões?


“Outrossim, o reino dos céus é semelhante ao homem, negociante, que busca boas pérolas; E, encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha, e comprou-a.” Mt 13:45,46


"Se pudéssemos chegar mais perto do coração de Jesus e sentir e perceber o motivo pelo qual Ele deu a Sua vida; se fôssemos dirigidos por Seu amor, daríamos todo nosso tempo à procura das coisas que tem valor real e eterno, as almas dos homens". - Paul Fleming. 

Se descobri finalmente o que eu mais desejava, o Sentido buscado por tantos anos, como na Parábola da Pérola de Grande Valor, como me furtar a compartilhar com cada homem cego o fato de que existe um Sentido, que existe LUZ? Entendo Missões num amplo espectro, mas principalmente como o ato de alcançar os (povos) não alcançados. E nisto apressar a volta de Jesus, conforme Mt 24:14 . Cada segundo que este mundo dura, é um segundo de dor. Cada século, um século de dor. Ao não levar o Evangelho avante, além de eu provar cabalmente minha imensa falta de misericórdia e amor para com o próximo e para com meu Deus (negar a Fé!), eu atiro em meu próprio e querido pé, pois a prisão que é este mundo permanece existindo, e eu nele. E este mundo precisa acabar, o Novo Mundo precisa - alucinante, urgente, poderosamente - existir. 


O cristão é um revolucionário que luta pelo advento de um Novo Mundo, advento que passa inexoravelmente pela aniquilação final deste sistema iníquo de coisas, vulgo o mundo atual. Olhando sob certo viés, há uma guerra de extermínio, uma guerra total em andamento (cujo objeto de despojo são preciosas VIDAS), e muitos brincam de faz-de-conta, em ‘com que vestido eu vou ao culto hoje’, e picuinhas menores ou maiores. Preocupamo-nos com placas, trancamo-nos entre quatro paredes (sempre as paredes!) e louvamos até as gargantas arrebentarem, ofertamos com parcimônia ou esperando (alguns exigindo) o troco multiplicado de Deus... J.L.Ewen diz que “Enquanto houver milhões de seres humanos sem a Palavra de Deus e sem o conhecimento de Jesus Cristo, ser-me-á impossível devotar meu tempo e energia àqueles que têm ambos.” O que posso, o que podemos acrescentar? Ora vem, ora vem, ora vem Senhor Jesus!

3-    Blog: Ministério ou Diversão?


Com absoluta certeza para mim é um ministério, já desde 2007. Ministério por envolver chamado e identificação, por exigir renúncia e sacrifícios, por não ser reconhecido já ‘em sua própria terra’, pela oportunidade de exercitar mordomia e a realização que nos é advinda disso... Enfim tudo que envolve um Ministério ‘tradicional’, se podemos dizer assim. Digo não apenas em relação aos blogs, mas a internet em si, com suas redes sociais, fóruns, etc. Meu objetivo sempre foi fechar lacunas, no intuito de informar, alertar e capacitar a Igreja sobre tudo aquilo que me parece importante, além de evangelizar, é claro.

Cada blog surgiu quando percebi uma lacuna. As facilidades e a gratuidade da internet permitem que alguém, mesmo que sozinho e sem recurso$ possa trabalhar bastante. Isso é uma Revolução com um grande R maiúsculo, e percebi isso no primeiro dia que acessei a rede numa lan house há alguns anos. E aí surge aquela diretriz propagada por nosso irmão João Cruzué, de ocupar espaços, aumentar nossa presença, criar e influenciar. É o que faço, o que muitos irmãos tem feito, nesta grande seara que se nos abriu. E ainda são poucos os ceifeiros!

4-    Quantos livros já publicou e quais sonha em ainda publicar?


Já publiquei na internet sete livros, sendo dois de poemas de minha autoria e cinco antologias que organizei. Pretendo publicar, desta vez em formato impresso também, um novo livro de poesias minhas, e ainda organizar um novo volume da Antologia Águas Vivas, que reúne poetas evangélicos contemporâneos. Há um sonho antigo, de difícil confecção, que é o de uma Antologia da Poesia Cristã Universal (que nome assustador, não?). É difícil, mas já aprendi que quando chega o tempo de Deus, as águas se movem sem embaraço algum. Descanso tranqüilo e a postos... Compartilho gratuitamente estes livros devido à forma como percebo o Cristianismo, devido à forma como respondo à pergunta fundamental ‘O que Jesus faria?’. Acredito firmemente na democratização do conhecimento, esta é uma de minhas bandeiras. Conhecimento que é uma construção coletiva e ao fim pertence a todos, e não é este monólito do ‘É MEU FUI EU QUEM FIZ’ que hoje ainda impera em muitas mentes, culturas, legislações. Se outros têm percepções diferentes, se outros (neste caso cristãos) sequer se fazem a tal pergunta fundamental, oremos...

5-    Família em sua vida.


A família é a base da sociedade, e isso já diz tudo, é uma verdade axiomática, inescapável. Andar sem ter base é bem difícil. É voar com uma asa só... Dou muito valor à minha família, e sei o quanto este é o alvo principal de Satanás para destruir ou frear nossa caminhada. Já passei por algumas ‘Stalingrados’, e muitas vezes operei no Piloto Automático (Espírito Santo puro), pois de mim já não tinha força alguma para suportar certas lutas. Mas a Rocha nunca me desamparou, e sempre me deu a vitória.

6-    Qual seu maior medo (se é que tem)


Não tenho muitos medos... um grande medo que tinha, já se realizou, e sobrevivi, logo não sobrou muito para temer. Glória a Deus por isso! As palavras medo e cristão não deveriam estar juntas numa mesma frase, embora sejamos pó.

7-    E maior alegria?


Ter conhecido Jesus foi minha maior alegria. Além da graça de obter a salvação e tudo o mais, antes eu não sabia o que era o Amor (Ágape), embora sempre possuísse clara percepção do Mal. E mesmo sem compreendê-lo, conhecer o Amor de Deus (o Bem Supremo) é maravilhoso, como que entorpecente... Daí o ‘embriagai-vos com o Espírito Santo’!

8-  Jesus.

Tudo, o Início e o Fim, o Caminho, a Ponte, a Porta, a única causa pela qual viver e morrer.
  
Por: Wilma Rejane - http://www.atendanarocha.com

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