Mostrar mensagens com a etiqueta viagem. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta viagem. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, dezembro 28, 2009

Lá longe em terras de África

Trinta e dois anos depois regressou a Moçambique onde nasceu e de onde foi expulso por ter assumido nacionalidade portuguesa e ter surgido posteriormente uma lei que não lhe permitia ficar, não porque desejasse vir embora (ficou lá até ser empurrado).
Por um lado família, por outro o cheiro da terra e ainda/sobretudo a criação de protocolos de cooperação com a Universidade (na área das Geociências). Viagem muito desejada. Sarar todas as feridas.
Acabei de receber telefonema do Kruger Park... sim, fotos prometidas, mas sem internet. Ter rede já foi inesperado. Que já fotografou hipopótamos e outras criaturas. Pois. Passagem de ano em grande. Deixo aqui uns hipopótamos do dito parque, recolhidos na net, e fico à espera de receber os outros. Regresso marcado muito para além da altura em que eu regresso à azáfama do costume... Não falto a compromissos, pois. Por isso falo de lá, mas aqui...

domingo, novembro 29, 2009

Pedacinhos de vida (de uma semana de caminhos)




Oh professora, se com dois triângulos fizemos duas figuras e com três fizemos quatro, então é sempre mais uma... acho que com quatro triângulos só conseguimos fazer cinco... Então quantas folhinhas queres que te dê para desenhares as figuras que vais descobrir? (perguntou a Professora)
Bastam cinco...
(aluno de 3º ano... ficaram encantados quando descobriram que podiam fazer mais de dez figuras com 4 triângulos isósceles justapostos com as regras indicadas...)
..............

Então? Ele já está muito atrasado! É sempre a mesma coisa (diz a Professora apontando para o relógio). Vou zangar-me consigo a sério! Passa mais de meia hora!
Oh professora... ele ontem molhou-se todo e nem traz a mochila nem as coisas... e, olhe professora, ele tem de se descalçar aqui na aula porque os sapatos estão molhados... é a ver se secam...
... a meio da aula...
Teresa, vê lá se os meus sapatos já estão secos...
Não, meu querido, continuam molhados... mas hão-de secar... (um par de sapatos, a minha alma entristecida, um sorriso na boca e uma festinha na cara dele)
(Professora, Mãe e aluno de 1º ano, num bairro difícil)
.............

Então? Quatro é maior ou mais pequeno do que dois?
É mais pequeno.
Mais pequeno?
Diz-me lá... preferias que eu te desse dois rebuçados ou quatro rebuçados?
Dois...
Dois?
Sim, preferia dois...
Não preferias quatro?
(Outro aluno: era melhor dois, porque os rebuçados fazem mal aos dentes)
Rimos ambas. Eles também. Eu pensei nisso mesmo antes deles o dizerem. É este hábito de olhar pelo outro lado. De não ver apenas o óbvio da questão.Têm razão, claro. E aquele menino não deve sequer estar habituado a comer rebuçados...
Pequei na palavra... oh vil metal!... Com euros resolvemos a questão. Ou quase.
(Estas crianças têm muito mais em que pensar. E não é no Natal... nem em rebuçados, nem em prendas...)
(Professora e aluno de 1º ano, num bairro difícil)
.......

Sentado na secretária da Professora, informou-me que se quer ir embora e não quer fazer nada... Soube que é deixado na rua sozinho até às 11h da noite, depois de acabar a escola (frequenta o 2º ano). Estão a tentar resolver a situação. Consegui que fizesse uma figura - parecia uma coroa - e um rei por baixo dela, consegui mais duas figuras. Depois, como não é possível estar o tempo todo alguém sentado ao lado dele, desliga e resolve fazer batuques ritmados com lápis sobre a mesa, até ao final da aula... novamente perdido...
Turma com 1º, 2º e 3º ano misturados. Mais de 2o. Juntaram-se a ela, à última hora, três meninas de quarto ano (mais crescidas, porque frequentam uma turma de percurso alternativo, onde parece que o comportamento não é famoso) cuja professora faltou (alunos distribuídos por várias salas). Pelo meio... uma criança com deficiência (pede-me: tira-me uma fotografia com a minha boneca! A única coisa a que presta atenção... penteando-a compulsivamente), outra menina com algum tipo de atraso (problemas de consanguinidade, droga, álcool... são vários os casos na escola)... nada compreende e anda atrás de mim pela sala a pedir que a ajude porque não sabe fazer, o menino que não quer estar ali, vários com dificuldades, um despachado de volta de mim a suplicar por atenção... e a descobrir entusiasmado tudo o que é preciso, ao ritmo esperado, imaginando objectos por cada figura construída.
Então este... é diferente deste?
É.
E porquê?
Porque neste eu pensei num chapéu e neste eu pensei num tubarão... (argumento infalível... mas, a verdade é que a figura obtida era a mesma... e, neste caso, não posso usar nem o argumento da rotação, nem o da reflexão... Na imaginação dele há uma diferença... a Matemática às vezes reduz tudo a um denominador comum pobre e descolorido... Expliquei-lhe... e percebeu a diferença entre os sonhos e a geometria do real e, também, a possibilidade de usar ambos, conforme o que lhe era pedido e a situação... Ficámos amigos à mesma e continuou atrás de mim... Agora este é um túnel... e este é uma carrinha... e este é um avião... :)

Professora da turma feliz, porque a tarefa correu bem... Tinha receio que não resultasse.... Mas esta é uma tarefa poderosa e rica, democrática... permite a todos a produção de algo com sentido... conexões variadas. Até a menina da boneca, ao ver a exploração livre inicial dos outros, largou a boneca e fez uma espécie de árvore de Natal com triângulos, desenhando-os ao seu jeito (a professora nem queria acreditar). A certa altura, uma delas pediu-me mesmo que desenhasse um trenó com o Pai Natal no seu desenho. Desenhei-o. Sorriso grande. Mais pedidos.
Expliquem-me como é possível este cenário... Por que razão há filhos e há enteados para poupar tostões e recursos (essencialmente humanos), sobretudo onde eles são mais precisos. Quantos teriam coragem para estar ali diariamente com o coração pesado por não poderem estender a mão a todos? Quantos teriam sequer a coragem de aguentar ali mais do que um dia? Por certo, muitos dos que discursam de longe sobre educação e sobre métodos infalíveis para resolver todos os problemas, e que parecem desconhecer o mundo para além das suas redomas, não colocariam o dedo no ar e se ofereceriam para a dura experiência. Recordei-me, de repente, dos mais de 20 anos na Luísa Todi...
As meninas do currículo alternativo fizeram um trabalho bonito e ainda as convenci a ajudar os mais pequeninos que me vinham perguntar se as figuras se podiam juntar assim... Pergunta-lhes a elas, que elas são especialistas e como são crescidas sabem melhor. Elas olhavam e diziam com ar orgulhoso e importante: Podes... Essa podes... Está bem construída. No fim mostraram-me o seu trabalho, muito bem colorido e organizado.

Admiro estas mulheres, Professoras, Mães de todos os abandonados pela vida...
A formação é essencialmente sentarmo-nos ao lado delas, fazer o que fazem, oferecer ideias para gerir a diversidade... não apenas com textos, livros (nunca com burocracias distantes, mais papéis, sugestões impraticáveis) mas com exemplos, gestos, universos possíveis de criar... É do que mais precisam. Formar é, antes de qualquer coisa, ser solidário, escutar, ajudar a crescer na acção.






(Turma de primeiro ciclo, num bairro difícil)
............

Vinte e cinco anos acabados de fazer. Mais uma das excepções (que não chega à TV) em que um aluno agride verbalmente aos gritos o professor (de forma absolutamente violenta e imprópria) por conta de um telemóvel que, a meio da aula, foi usado para tirar uma foto (já depois de uma primeira advertência) e devido à coragem da jovem professora na resolução da situação, primeiro pedindo, depois enviando o aluno para a Direcção. Confessou-me mais tarde o receio. Justificado. Eu estava lá e sei da histeria e do descontrolo. Da violência do olhar ameaçador. As nossas medidas disciplinares aplicadas como a lei manda: é um aluno que veio "transferido" de outra escola, por conta de um processo disciplinar, e foi integrado na turma (difícil) desta professora numa escola não fácil.
De repente, a Matemática foi a coisa menos importante do dia...
...............

Ainda algumas imagens de outras tantas viagens feitas na semana que passou...



À hora do almoço de sexta... fui a correr comer qualquer coisa num café onde ia quando era professora na Luísa Todi. A cara da jovem que me atendeu não me era estranha...
Não é a professora Teresa Marques? Sou! E tu foste minha aluna!
Tem agora 19 anos... e quando lhe perguntei em que altura havia sido minha respondeu:
Foi a altura em que a professora estava a cuidar de um pintassilgo bebé que caíu do ninho aqui na escola e levava a gaiola para a aula de Ciências e o soltava para ele voar entre nós e pousar nos nossos cadernos e o alimentava à nossa frente explicando coisas... Eram as aulas de que eu mais gostava.

(identifiquei logo a turma... deu-me notícias de quase todos... )

De repente, todo o cansaço acumulado da semana (ainda por terminar, com os acompanhamentos de aulas à tarde) desapareceu...

domingo, abril 05, 2009

focus Terra - imagens

Ontem foi um dia muito (bem) cheio.
Manhã: exposição - museu.
Toda a tarde: passeio pela cidade.
Noite: Bowling (estreei-me!) com o grupo de investigadores e amigos do ETH (e também da Universidade de Oslo), esposas e namoradas incluídas. Umas bolas depois... jantar tardio e um chá em casa de um deles. Amena cavaqueira até às tantas...
Hoje: almoço em casa do Jean-Pierre Burg (responsável pelo Departamento de Geociência, que organizou a transferência para o novo espaço e a inauguração do museu com a exposição focusTerra). Depois... aeroporto e regresso à realidade.

Terminam assim uns magníficos momentos de evasão suficientes para recarregar baterias... e a alma.
Rendi-me a Zurique. O passeio pela cidade até ao lago fez-me perceber a razão pela qual o Cara-metade gostou tanto de aqui viver por um ano. Acho que um dia regresso...

Deixo apenas, por agora, as fotos do focus Terra...
Prometo as da cidade para depois...

Arquitectura do espaço -
AQUI





Faltam ainda alguns vídeos da exposição...

Depois partilho.

sexta-feira, abril 03, 2009

Viagem... Zurique... ETH...

Troço da viagem sobre os Pirinéus: deslumbrante...




Edifício principal do ETH...
.
Já no novo edifício do ETH para as Geociências (encostado ao Hotel).
A estrutura central é o Museu. Inauguração ao público este fim-de-semana...
(Farei depois fotos de pormenor...)
.

Encontro com o Jean-Pierre Burg (o culpado da minha vinda: o convite para a inauguração foi feito há muito e não aceitava não como resposta) e depois almoço rápido e "típico"... pasta! :)

Enquanto decorrem as reuniões no ETH com o Cara-metade, um pouco de 'net para mim aqui no hotel (plug and play), um pouco de leitura e trabalho (confesso)... depois o regresso ao ETH para o "friday beer" do Departamento de Geociências... Hábitos de uma equipa que todas as semanas se reúne para uns copos e alguma conversa amena... ou discussão científica acesa.
A seguir... passear um pouco! :)


Como o quarto está numa esquina, tem duas janelas (uma para cada rua) e uma vista bonita sobre esta parte da cidade. Rodei da esquerda para a direita e partilho-a... A sequência encerra-se com o novo edifício do Departamento de Geociências... Basta atravessar uma ruinha estreita e estamos lá.



quarta-feira, abril 01, 2009

Muito em breve... :)

Mais pormenores sobre a exposição...



focusTerra – The Earth Science Research and Information Centre of the ETH Zurich located in the middle of the city

Spectacular Phenomena and Treasures
The three levels of the exhibition structure are dedicated to various themes which range from the formation of the Earth and the processes operating within the Earth to the treasures of the Earth’s crust and the geologic surface which act as archives of Earth’s history. Furthermore each exhibition level displays the relationship to the region by depicting the theme of Earth's natural phenomena in relation to our daily lives.




E o Hotel... encostadinho ao ETH...




domingo, fevereiro 22, 2009

Doces penas...

Quando um poema (cantado) de alguém começa a subir pelo corpo acima, vem um desejo súbito de descobrir o quem e o quando escondidos na melodia de letras.
Escutava eu a
Carminho, enquanto vou corrigindo uns muitos testes e trabalhos que trouxe de presente para o Carnaval (época de que nunca gostei e aprecio apenas como um tempo onde posso pôr trabalho e ideias em ordem), quando as penas na voz dela me motivaram uma mui curta interrupção com navegação breve até aqui (bendita 'net que nos viaja com barco fácil nos súbitos desejos):

As penas

Como diferem das minhas
As penas das avezinhas
Que de leves leva o ar
Só as minhas pesam tanto
Que às vezes nem já o pranto
Lhes alivia o pesar

As minhas penas não caem
Nem voam nunca, nem saem
Comigo desta amargura
Mostram apenas na vida
A estrada já conhecida
Trilhada pelos sem ventura

Passam dias, passam meses
Passam anos, muitas vezes
Sem que uma pena se vá
E se uma vem, mais pequena
Ai, depois nem vale a pena
Porque mais penas me dá

Que felizes são as aves
Como são leves, suaves,
As penas que Deus lhes deu
Só as minhas pesam tanto
Ai, se tu soubesses quanto...
Sabe-o Deus e sei-o eu

(Fernando Caldeira)


Desconhecendo (confesso) o nome que se me apresentava a assinar as penas, avancei na viagem até aqui:

Fernando Caldeira: Acerca de pés, poesia tão imbrincada, tão fagueira, tão dengue, com tantos suspiros e aromas e beijos e quindins, ninguém a urdiu como este poeta. Fazer de um composto do tarso, metatarso, falanges, músculos, nervos e cartilagens um tecido de frases tão ternas e lânguidas, isso, para mim, tem mais engenho e poesia, mais ideal e estética, mais perrexil e atavios, que os dois pés reais da dona do pé cantado.
Esta poesia em Inglaterra seria inverosímil. Ninguém diz em Inglaterra pé grande: evitam-se cautelosamente os pleonasmos num pais onde o tempo é dinheiro e as palavras de mais são desperdícios. Tenho a colecção dos poetas britânicos de Samuel Johnson. São sessenta e oito tornos. Pois não há poeta, um só, que cante um pé de inglesa, nem de ninguém.
O próprio Byron, posto que desdenhoso da sua pátria, respeitava por tanta maneira os pés das senhoras suas patrícias que, nas poesias enviadas às suas amadas italianas, ou lhes não falava nos pés, ou, se a rima o obrigava, abstinha-se de lhes chamar pequenos. Aqui tenho um exemplo à mão. É uma poesia à condessa Guiccioli, que devia ter um pé benemérito das carícias de Fernando Caldeira. Diz Byron, com os olhos postos no rio Pó: «A corrente que meus olhos seguem irá lamber as muralhas da sua terra natal e murmurar-lhe aos pés.»
The current y behold will sweep beneath
Her native walls, and murmur at her feet.
Feet somente. Um poeta qualquer, que não fosse insular e um pouco coxo, não deixaria de adjectivar aqueles pés. Parece que os meteu na estância por causa da rima eath.

Ainda bem que o meu prezado Fernando Caldeira floresce numa região em que, se por capricho quiser cantar um pé grande, tem de passar com a fantasia o canal da Mancha.

Camilo Castelo Branco



Eu queria parar, mas não consegui, não agora à beirinha dele, sentindo que a urgência não estava concluída a modos de me alimentar o inexplicável apetite. Só mais um minuto disse eu de mim para mim, prometo que a seguir, já já, retomo o trabalho e o caminho do dever e das coisas úteis...

E continuei...

... até encontrar aqui as palavras certas que saciaram o possível e escreveram fim na busca:

Fases da vida

Abri meus olhos ao raiar da aurora
e parti. Veio o sol, e então, segui-a
a sombra, que eu julgava guiadora,
a minha própria sombra fugidia.

E foi subindo o sol; Ao meio dia,
Escondeu-se-me aos pés a sombra; agora,
se volvo o olhar onde passei outrora,
vejo-a seguir-me, a sombra que eu seguia.

A gente é o sol de um dia; sobe, avança,
passa o zénite e vai na imensidade
apagar-se do mar, onde se lança.

E a vida é a própria sombra; meia idade,
somos nós que a seguimos, e é a Esperança;
depois segue-nos ela: é a Saudade.

Fernando Afonso Geraldes Caldeira (n. em Águeda a 7 Nov. 1841; m. em Lisboa a 2 de Abril 1894)

in A Circulatura do Quadrado, Alguns dos Mais Belos Sonetos de Poetas cuja Mátria é a Língua Portuguesa - Edições Unicepe 2004)



Regresso às coisas próprias e práticas da vida, tão contidas num tempo que nos escapa entre os dedos. Só a poesia me esquece desse tempo contado e me leva de mão dada pelo ar a fingir que nada do que é preciso é necessário e que temos todo o tempo do mundo para um doce fazer-nada, um doce saborear-de-coisa-alguma nos caminhos e colo sem corpo das palavras onde gostamos de nos embalar.

Estou sedenta do tempo sem ponteiros que é o tempo da poesia.

(Se gastei mais algum tempo para fazer e partilhar esta viagem aqui, foi a solidariedade que me moveu na esperança de poupar esse exacto tempo a quem tenha sentido, ou venha a sentir, a mesma vontade que eu senti e ainda tenha menos tempo do que o tempo que eu não tenho).

sábado, dezembro 20, 2008

Deu-me de repente uma saudade...

... e fui verificar a memória para ver se foi mesmo verdade ou se sonhei.


Não sonhei.

(Posso regressar ao trabalho.)

domingo, novembro 23, 2008

Uma espécie de saudade...

Trago comigo, sempre, todos os sonhos em espera, todos os desejos em pausa, todos os futuros que vou fazer, todos os beijos que hei-de dar, todas as tintas que vou misturar, todos os poemas por escrever, todas as melodias que vou inventar, todas as canções que não cantei, todos os rios que me levarão, todos os mares que me afogarão, todas as asas, todos os ventos e todos os sabores que sei ainda me abraçarão um dia.
Trago-te comigo, sinto tanto tanto a tua falta...
É essa espécie de saudade permanentemente colada ao corpo, essa folha branca página seguinte por escrever, que me ilumina, me faz caminhar, me acorda, me aquece e separa do congelar da desesperança e da morte sua gémea.


3za - aguarela e cera

(ilustração antiga, feita a pensar no poema "Árvore velha, menina nova")



Árvore velha
com mil estações

Menina nova
um rebentinho
sem florações

Árvore velha
livro antigo
com tanta história
para se ler.

Menina nova
folhinha branca
com tanto espaço
para escrever...

quinta-feira, julho 31, 2008

Fechar (mais ou menos) para balanço...

Um Agosto a precisar de tempo meu.
Muita coisa para pôr em ordem. Balançar, sim. Reunir pedaços aqui e ali.


Coração cheio. Ano cheio. Pensar.
Urgências a precisar de respostas, caminhos velozes a fazer para lá chegar.


Antes de deixar definitivamente NY... uma última compra para gastar os poucos dólares na mão. Entro numa loja de marca em Times Square (tipo "surfista"... são as minha preferidas, o que querem? That's me...) e em segundos tenho a escolha certa na mão. Não chegou a 10 dólares. Coisa simples e simbólica. Duas faces, uma mensagem. Era exactamente o que eu queria. Coloquei-a no braço mal saí e não voltei a tirá-la. É para me lembrar do que é importante.



Agora parto. Não prometo não voltar, porque estarei aqui sempre por perto e, se me apetecer ou precisar, não resistirei. Mas não me comprometo com os dias. Todos eles... como sempre faço o ano inteiro. Intervalos para respirar. Preciso.
(Antes de partir para lado algum, comprar o Chão da Mafalda Veiga porque o chão dela fala com o meu céu, fala com a minha Lua... e eu vou precisar de asas.)

segunda-feira, julho 28, 2008

A vida é uma viagem...

... com viagens dentro.
Já chegámos ao lar doce lar depois de...

Metro - estação Kendall - MIT (com engenhocas de Arquimedes no centro que podem ser accionadas com alavancas, a partir da plataforma). Apanhar o 1º... seis da manhã.




Autocarro Peter Pan... sete horas da manhã: quatro horas e meia de Boston a NY.
Mais um autocarro: 20 minutos até Newark. Horas mais tarde.... o avião.
E nele o pôr-do-sol...


Logo de seguida, com poucas horas de intervalo o sol nasce e chegamos a Lisboa.

As viagens são assim. Queremos beber o mundo em poucos instantes... queremos aproveitar tão bem o tempo que até o sol colabora para nos oferecer o melhor de si, nem que seja preciso deitar-se e nascer assim quase de seguida...!