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todos iguais, todos iguais

19.9.14
#casamaurana #miudasgiras Se há uma altura da nossa vida em que prezamos a diferença, pelo menos alguns de nós (eu prezo muito), outras há em que não ser igual a todos os outros é uma grande chatice.
A minha filha ontem estava triste porque gozavam com ela por causa da capa da chuva.
Tem umas orelhas no carapuço. (sendo sincera, era a única capa de chuva no hipermercado).
E qual o problema das orelhas? Dizem que é de bebé.

Mas então e o que as tuas amigas que gozam com as orelhas usam?
A Violeta.
Mas quem é essa?
Pois mãe, eu precisava de saber melhor quem é a Violeta, só vi uma vez, porque na nossa televisão não temos e eu não sei. As minhas amigas adoram.

Mas sabes filha, tu não precisas de gostar do que elas gostam, se gostas da tua capa, deves defender os teus gostos. Não somos todos iguais, se assim fosse o mundo era uma grande seca.
Pois. Pois.
A capa está pendurada para os dias em que não tiver de ir à escola, para já ela prefere apanhar chuva pela cabeça abaixo do que ouvir risadas sobre ela.
Quer ser igual a todas as outras.

a minha pequena grande filha

23.6.14
O meu bebé cresceu! Quando olho para ela não sei para onde voou o tempo:) Tem 6 anos.
Vai para a escola primária em Setembro.
Foi a Lisboa num passeio da escola e mal se despediu de mim.
Quer que eu lhe diga no que é que ela é muito boa e deixa-me preocupada esta preocupação.
Tenta ler todos os rótulos e palavras que lhe aparecem na frente.
Está sempre pegada com a irmã.
Disse-me que estava indecisa entre ser dona de casa (perguntou-me primeiro se essa profissão ainda existia) e ter uma quinta com animais e horta, ou ser uma 'pop star'.
Nem sei que lhe diga.
Sou um desastre a explicar a vida às crianças. Deixo-as aprender por elas. Faço questão em deixar tudo em aberto. Às vezes quando dou por mim estou a usar clichés para lhes explicar as coisas. Clichés que nem eu própria acredito. Melhor não dizer nada, deixá-las sonhar, pensar e experimentar.
Não aceita as minhas sugestões sobre a roupa e acha que eu não 'tenho mesmo muito jeito' para cozinhar.
Muitos dias ando preocupada com ela, com o feitio difícil, com as sismas, com a dificuldade em lidar com as coisas que não consegue fazer tão bem como gostaria. Preocupa-me todos os aspectos da vida, que se magoe, que se desiluda, começo a sentir que eu controlo pouca coisa, muitas opções já têm de ser feitas por elas, eu apenas posso aconselhar e estar por perto. Ela tem de aprender pelos seus meios.

Diz que me ama daqui até à lua infinitas vezes.
Perguntou-me se eu não quero dar a volta ao mundo com ela.
Disse-lhe que sim.

dos dias

4.5.14

Hoje as redes sociais estão carregadas de selfies das pessoas com as suas mães. E estão muito bem.
Este foi o primeiro ano em que passamos o dia da mãe só nós os quatro sem mais família, fomos até serralves comer e passear e ouvir as reclamações das crianças que querem sempre mais alguma coisa do que aquela que está a acontecer.
Se estão dentro querem ir lá para fora, se estão lá fora querem nadar nas piscinas que afinal são só lagos, se estão a caminhar estão cansadas, se estão paradas estão 'secadas'.
É, vida de mãe é isto, é fazer tudo o que se pode e não se pode e nunca o tudo será suficiente:D
Feliz dia das mães, mães.

[livro]: lá fora - planeta tangerina

21.4.14




Os anos de experiência em matéria de maternidade já me ensinaram uma coisa: não há nada melhor do que andar cá fora com as crianças.
Ficam felizes, não precisam de muitas coisas, cansam-se o suficiente para poderem descansar e deixar os outros descansar no fim do dia, resolvem-se muitas doenças e más disposições.
Infelizmente nem toda a gente vive em casas com espaço exterior e muitas famílias não conseguem ter o tempo de 'rua' que desejariam para os seus filhos.
Por outro lado, nas escolas, cada vez se vê menos as crianças a brincar cá fora livremente, o que eu acho um grande erro. A quietude e disciplina que as nossas escolas pretendem para os nossos filhos desde idades tão tenras como os 6 anos, não é natural e limita muito do seu desenvolvimento.

Pois o planeta tangerina lançou recentemente um livro que fomenta a curiosidade e a exploração do 'andar lá fora' em pequenos e graúdos. Perfeito para esta época em que o bom tempo começa a espreitar, e em que queremos e precisamos mais do que tudo, de ar livre.
Será a minha aquisição nesta época e espero dar boas leituras e dicas de coisas giras para fazermos e falarmos.
Para quem estiver interessado, pode ser adquirido aqui.

três

24.3.14

Fez ontem três anos que tive a experiência de parto mais incrível que podia ter imaginado. Tão simples e fácil e natural que eu nem queria acreditar que o meu corpo podia ser tão poderoso.
Desde então que achei que controlava o mundo da maternidade. Apenas um dia no hospital, amamentar sem problemas e ao fim de três dias sentia-me em forma.
Simples.
Achei que tudo ia ficar em controlo com esta miúda gira de olhos claros, grande e redondinha. Até que surgiu a personalidade, a dela, sim, o bebé já vinha com feitio próprio. Esse feitio incluía não gostar de estranhos e detestar que lhe fizessem 'gugu dada' fosse em que situação fosse, mostrando o poder dos seus pulmões a viva força em qualquer lugar.
Ela não tinha fome, dormia bem, tínhamos uma vida calma e confortável, apenas não gostava que a chateassem. Já se viam algumas pontas de personalidade de uma miúda que não gosta que lhe segurem a mão quando anda na rua.
É a Simone. Gira e bem disposta, com um feitio muito próprio que assusta os mais desprevenidos. Gosta de animais e de correr sem limites, saltar a dois pés e chatear a irmã.
Fala pouco, mas canta como ninguém e move-se acrobaticamente por todas as zonas da casa, incluindo janelas, sofás e corrimões.
Não é fácil de dominar, faz braços de ferro com tudo o que quer, mas desarma qualquer um com um sorriso malandro e expressivo, como só ela sabe fazer.
É a nossa miúda, para mim ainda o bebé que sinto sempre dentro de mim, com mãos e pernas rechonchudas que me assalta a cama durante a noite e dorme a abraçar-me.
Só receio o dia em que ela corra mais rápido do que eu e seja impossível alcançá-la. Como todas as mães só quero dormir abraçada por estes braços pequeninos até....ao resto dos meus dias!

lost in living - hoje!

8.3.14
Hoje e só hoje, o filme 'Lost in Living' está disponível no vimeo para quem quiser aproveitar e ver um documentário sobre a vida de 4 mulheres, mães e artistas.
Leiam a descrição original, deitem os miúdos, acomodem-se em frente ao ecrã acompanhadas do que mais gostam de beber e comer e vejam. Vai valer a pena!

"Behind the domestic curtain of motherhood, where the creative impulse can flourish or languish, are four women determined to make a go of it. Filmed over seven years, Lost In Living, confronts the contradictions inherent in personal ambition and self-sacrifice, female friendship and mental isolation, big projects and dirty dishes. The complex realities of family life unfold in this documentary film about the messy intersection of motherhood and artistic expression.


This movie is an in-depth exploration of a domain normally off-limits – illumination of private experience, events that happen behind closed doors and the unveiling of one’s most personal, private and conflicted thoughts about life, family, artistic expression and self-image.

Lost In Living is not a traditional Hero Story. Hero stories are great. We love to be inspired by the long shot, the renegade, the against all odds success. But we also long to see our own more nuanced and less formulaic experiences presented to us for reflection and identification.

Lost in Living follows four remarkable women, all artists as well as mothers. Through intimate, verite scenes, and in-depth interviews, this film illuminates how the choice of being a mother can affect one’s art and approach to creativity. Further, the film explores parenting expectations and failures, issues of friendship and marriage, the monotony of domestic routines, and most importantly it looks at who we are in the world and how we all struggle with the balance of family commitment and personal work.

Kristina and Caren are two of the main characters in Lost In Living. When I met them in 2005, they were best friends, both pregnant, and both artists. I was there when they gave birth and then as they moved through the transition to motherhood. I continued to film them until their children started kindergarten, an important step towards independence for both mother and child.

To contrast these young mothers I chose two women, Margie and Merrill, who had already experienced the early years of motherhood and were now forging relationships with their adult children. Their stories offer insight and reflection about different generational choices regarding career and parenting. Having access to their spouses and adult children enabled me to gain deeper insight into the difficulty of how one does or doesn’t achieve the delicate balance between work and home.

Kristina, a filmmaker, and Caren, a painter, embark on a journey that takes them through difficult career choices, challenges in their friendship, turning 40, parenting struggles, rejection and acclaim for their work and a redefinition of their feminist ideals. Merrill and Margie, both with adult children and many years of child-rearing experience, recall their triumphs and mistakes. Merrill is a writer with three adult daughters. She published more than 25 books, was a former fellow of the Wallace Stegner Writing Workshop and decided to quit altogether. Margie, a divorced mother of seven, is a painter. Painting saved her from the deadening dullness of being a housewife and mother and the strains of an unhappy marriage. As she enjoys late life recognition her youngest children go off to college. These four women’s stories illustrate in different and often similar ways the internally driven desire to explore their deeply held conflicts and passions. For them art competes with other passions in their lives and the richness of their lives enriches their art.

Lost In Living is a funny and poignant film about four mothers and their struggles and triumphs to raise children and make art. The movie resonates with anyone who has had to confront the trials of personal dreams and family obligations."

seis

6.3.14
Pronto, começou a pré adolescência cá em casa :D Faz hoje seis anos que bati com os dois pés no fundo e comecei a nadar para cima.
Quando finalmente coloquei a cabeça fora de água tinha nas minhas mãos o ser mais belo que alguma vez vi.
Ali estava eu a ser mãe quando tinha deixado de ter uma.
Tudo mudou.
O sol, a lua, as marés, os meus olhos, o meu coração, tudo cresceu em tempo e em espaço. O meu centro passou a localizar-se bem longe do meu umbigo. E aquele calor de um ser pequenino aqueceu toda a minha alma que estava maltratada pela vida.

Ela é a Lígia. Faz hoje seis anos. Cresce tão rápido que nem acredito quando lhe compro sapatos 33. Já é difícil caber no meu colo, mas eu estou sempre a embalá-la. Todos os dias quando a deixo na escola e a vou buscar quero trazê-la ao colo.
Mas ela cresceu e anda ao meu lado, fala comigo, aprecia as coisas bonitas, faz perguntas. Tantas perguntas que me deixam cheia de dúvidas.

Mas uma certeza eu tenho, os seus passos pequeninos e desajeitados são agora grandes e seguros. Mas continuo aqui sempre a dar-lhe a mão. Nem sempre ela precisa da minha mão para caminhar, mas eu preciso para sempre da dela!

da maternidade

3.3.14
#miudasgiras #rua #praia #aguda #ligia Eu sou a mãe que sou eu sendo mãe.
Não tenho classificação possível para esse meu papel, porque é uma coisa natural tal como sou eu sendo mulher ou sou eu sendo humana.
Não sei se faço melhor ou pior do que outras, e pouco me interessa como as outras o fazem, porque outras mulheres não sou eu.
Amar incondicionalmente os nossos filhos é um lugar comum, poucos não amam, se bem que haverá quem o faça de formas diferentes.
A verdade é que ultimamente questiono-me quanto a muita coisa, ando a passar uma fase complicada cá em casa (5 anos + 2 anos) e sinto que a paciência que tenho para lidar com as birras e implicâncias diárias é pouca, muito pouca, e depois das discussões, dos castigos, dos choros e das birras, sinto-me a pior de todas as mães num ranking que nunca consultei.

Para mim não há fórmulas, há que ir passando as fases uma a uma, como podemos e sabemos. As minhas duas filhas são muito diferentes e percebo que são diferentes se sozinhas ou juntas.
Hoje ou ler o post do practising simplicity lembrei-me disso mesmo, principalmente ao que à mais velha diz respeito, ela precisa de algum tempo só para ela. Tempo em que não estejamos a tentar resolver conflitos com a mais nova. E até mesmo esta, que é muito mais rebelde e difícil de controlar, talvez gostasse de sair a solo um ou outro dia. E fazia-nos bem, tenho a certeza.
Mas o tempo é aquela coisa lixada que nos está sempre a escorregar por entre os dedos. E por isso a minha filha me pergunta, 'porque são todos os dias iguais?' e a única resposta que me ocorre é dizer algo estupidamente adulto do tipo 'é a vida filha, é a vida'. Lá vou tentando relembrar-lhe coisas que vamos fazendo, que por vezes achamos que são uma grande coisa e que eles esquecem em menos de uma semana. Crianças e adultos têm uma noção de tempo e de presente/passado/futuro muito diferente.

Para o ano vem a escola primária e uma sensação muito estranha de que estamos perante uma super decisão, quando escolhemos a escola para onde vão. Ouço falar de futuros tão distantes como a universidade, o que vai ser quando crescer, quem serão os seus amigos, etc, etc, que fico a explodir em conceitos e preocupações de uma sociedade complexa, exigente, que coloca os filhos num pedestal e prepara cuidadosamente todos os momentos das suas vidas.

Gostava de viver num país em que só existisse a escola pública, igual para todos, com as melhores condições que o país pudesse dar e que fosse lá que cada um crescesse e se formasse de acordo com as suas vontades e aptidões. Esta crescente entrada do privado na educação deixa-nos num limbo, e a eterna questão de que 'será que o dinheiro tudo pode comprar'?
Eu quero acreditar que não.


a neve não é a minha praia

28.12.13
A neve não é o meu quintal! Nunca passeei muito por Portugal nem por lado nenhum com os meus pais. Só em criança tive a companhia dos dois e o meu pai viajava muito. A minha mãe nunca foi fã de passeios e almoços e cenas de convívio ou de conhecimento geográfico. Dizia que em criança a tinham obrigado a passear e agora não suportava a ideia de andar sem destino dentro de um carro. Para além disso ela era claramente uma pessoa com preferência pela cidade.

Isso não me fez muita diferença, quando fiquei financeiramente independente passeei e viajei sempre que pude. A viagem que mais me marcou foram pequenos passeios que fazia de carro enquanto morei em Bristol, o Sul de Inglaterra, Escócia, País de Gales, etc. Talvez porque eram passeios descontraídos, sem muitos objectivos, feitos entre amigos sem amarras ou obrigações. E porque gosto muito da paisagem e das pequenas localidades do 'countryside' inglês.

Gostava no entanto de proporcionar pequenos, mas bons passeios às minha filhas. Levá-las e conhecer e descobrir outros lugares. Nestas idades (2 e 5 anos) ainda não é muito fácil, pois elas ainda têm algumas necessidades que em viagem complicam um pouco as coisas (alimentação, sestas, corridas à sanita para a mais pequena) mas decidimos levá-las a ver neve, porque a minha filha mais velha perguntava muito.
Lá fomos. Apanhamos chuva, nevoeiro cerrado que nem a paisagem se via. Eu fico nervosa com curvas e contra curvas e com falta de visibilidade e claramente o isolamento das montanhas não é 'a minha cena'.
À segunda tentativa lá chegamos. Neve. Frio de rachar. Gelo. Elas esqueceram tudo durante os momentos em que viram a neve, correram a pegar, tocar e atirar.
Eu não consigo encontrar graça à neve, às montanhas isoladas, às estradas que sobem, às nuvens, ao frio que se entranha e parece que não sai mais.
Valeu as refeições espectaculares que comemos por lá, na serra, com direito a queijos, sopa, pratos muito bons e sobremesas de babar!
Mãe sofre, mas de estômago cheio!

é natal, é natal dizem elas

24.12.13
Temos cânticos natalícios em casa...parece que chegou mesmo com chuva e corte da electricidade:) Acordamos com o vento nas janelas, já ficamos sem luz e sair à rua vai ser uma aventura.
Mas elas não se abalaram, cantam que é Natal e já deliraram com o presente que o Pai Natal lhes deixou na meia...um chocolate.
E pronto, diz que é magia e deve ser mesmo!

a mais bela fotografia de todos os tempos

17.12.13
Diz que sou eu! Quem precisa de Photoshop quando pode ter isto? Acabei de fazer algo que nunca faço. Apaguei um post.
Quando percebi que tinha desperdiçado o desenho mais bonito de todos os tempos com um post a queixar-me do Natal e do meu cansaço, achei que algo não estava bem, e então mudei.
Este desenho merece um post só para ele e o amor e carinho que a minha filha me dá merece todo um blog só para ela.
Ela é a menina mais sonhadora que eu conheço, carinhosa e sensível. Linda, do alto dos seus olhos azuis rasgados fala-me sobre o amor e sobre a festa da família e sobre como me ama.
É a minha filha, esta sou eu e esta é a melhor vida que eu poderia desejar.
Que se lixe o resto...