
Eu sou a mãe que sou eu sendo mãe.
Não tenho classificação possível para esse meu papel, porque é uma coisa natural tal como sou eu sendo mulher ou sou eu sendo humana.
Não sei se faço melhor ou pior do que outras, e pouco me interessa como as outras o fazem, porque outras mulheres não sou eu.
Amar incondicionalmente os nossos filhos é um lugar comum, poucos não amam, se bem que haverá quem o faça de formas diferentes.
A verdade é que ultimamente questiono-me quanto a muita coisa, ando a passar uma fase complicada cá em casa (5 anos + 2 anos) e sinto que a paciência que tenho para lidar com as birras e implicâncias diárias é pouca, muito pouca, e depois das discussões, dos castigos, dos choros e das birras, sinto-me a pior de todas as mães num ranking que nunca consultei.
Para mim não há fórmulas, há que ir passando as fases uma a uma, como podemos e sabemos. As minhas duas filhas são muito diferentes e percebo que são diferentes se sozinhas ou juntas.
Hoje ou ler
o post do practising simplicity lembrei-me disso mesmo, principalmente ao que à mais velha diz respeito, ela precisa de algum tempo só para ela. Tempo em que não estejamos a tentar resolver conflitos com a mais nova. E até mesmo esta, que é muito mais rebelde e difícil de controlar, talvez gostasse de sair a solo um ou outro dia. E fazia-nos bem, tenho a certeza.
Mas o tempo é aquela coisa lixada que nos está sempre a escorregar por entre os dedos. E por isso a minha filha me pergunta, 'porque são todos os dias iguais?' e a única resposta que me ocorre é dizer algo estupidamente adulto do tipo 'é a vida filha, é a vida'. Lá vou tentando relembrar-lhe coisas que vamos fazendo, que por vezes achamos que são uma grande coisa e que eles esquecem em menos de uma semana. Crianças e adultos têm uma noção de tempo e de presente/passado/futuro muito diferente.
Para o ano vem a escola primária e uma sensação muito estranha de que estamos perante uma super decisão, quando escolhemos a escola para onde vão. Ouço falar de futuros tão distantes como a universidade, o que vai ser quando crescer, quem serão os seus amigos, etc, etc, que fico a explodir em conceitos e preocupações de uma sociedade complexa, exigente, que coloca os filhos num pedestal e prepara cuidadosamente todos os momentos das suas vidas.
Gostava de viver num país em que só existisse a escola pública, igual para todos, com as melhores condições que o país pudesse dar e que fosse lá que cada um crescesse e se formasse de acordo com as suas vontades e aptidões. Esta crescente entrada do privado na educação deixa-nos num limbo, e a eterna questão de que 'será que o dinheiro tudo pode comprar'?
Eu quero acreditar que não.