Oficialmente descoberta por
Richard Krone em 1891, a Caverna do Diabo já foi conhecida pelos
moradores dos antigos quilombos da região, que usavam a área
fresca logo na entrada da caverna para guardar e preservar a colheita.
Freqüentemente, entretanto, encontraram os seus “estoques”
remexidos ou espalhados fora da caverna e interpretaram esse
resultado das ações dos animais da floresta como o trabalho do
diabo. A lenda ganhou força porque os moradores ouviram os sons
da água vindo do interior da caverna e acharam que eram vozes
de pessoas conversando. Essas pessoas “perdidas” também
remetiam ao diabo.
Passando o portão de ferro que
protege a caverna, o visitante entra um mundo fantástico, cheio
de maravilhas. Ao percorrer a parte da caverna adaptada para o
turismo, passa por bichos estranhos esculpidos de pedra, como o
rinoceronte e o elefante, como também o altar, o bolo da noiva,
e a fonte batismal. Nesse mundo subterrâneo único, o visitante
observa formações exóticas de cores variadas. Essas formações
incluem os perpétuos estalactites, pendurados não somente do
teto, mas também em outras formações. Outras formações incluem
os estalagmites, sendo o mais alto nessa caverna sobe 18 metros.
Os minúsculos heligtites que crescem loucamente, aparentemente
superando as leis da gravidade, e as cortinas transluzentes que
brilham em tons de laranja quando iluminados por traz pela luz
de uma lanterna. A cavidade original foi aberta pela ação das
águas pluviais, que incorporaram gás carbônico ao passar pelo
atmosfera. O gás carbônico dissolvido na água formou um ácido
fraco, que corroeu o calcário quando entrou em contacto. Essa
cavidade continua a crescer, devido à ação das águas do Rio das
Ostras, que percorre os 8 KM da caverna, saindo pela ressurgência das Ostras.
Depois de aberta essa cavidade
original, entretanto, continuou a penetrar pelo solo essa mesmo
água, levemente ácida, que passou por micro-fraturas no
calcário. Durante essa passagem, dissolveu a calcita das pedras
e a depositou quando a água evaporou no interior da caverna uma
vez que entrou em contato com o ambiente relativamente livre de
gás carbônico. A lenta evaporação das gotas de água que
formaram no teto deixaram anéis minúsculos, que com o tempo
formaram canudos, numa velocidade de menos que um milímetro por
ano. Esses canudos engrossaram com a água escorrendo na
superfície exterior e depositando a carga de calcita, enquanto
as gotas que caíram antes da evaporação deixaram a sua carga de
calcita no chão para crescer para cima na forma de
estalagmites. Esses estalagmites formam em baixo dos
estalagtites, e a junção dos dois dá origem as colunas. |