Calendário do Advento- Narrativa completa da salvação em Cristo

Essa promessa foi sendo refinada ao longo dos séculos pelos profetas. Isaías anunciou que um "renovo" brotaria do tronco de Jessé, pai de Davi, cheio do Espírito e estabelecendo um reino de justiça e paz perfeita (Isaías 11:1-6). Em um momento de crise nacional, o mesmo profeta deu o sinal miraculoso: uma virgem conceberia e daria à luz um filho, que se chamaria Emanuel, "Deus conosco" (Isaías 7:10-14). Este menino, contudo, não seria um rei comum. Ele é descrito como o "Príncipe da Paz", sobre quem recairia o governo, trazendo luz à escuridão e estabelecendo um reino de justiça sem fim (Isaías 9:2-7). Miquéias, por sua vez, especificou que este governante nasceria na pequena Belém, e sua origem remonta aos tempos eternos (Miquéias 5:1-5).

O cumprimento dessas antigas profecias inicia-se no Novo Testamento. O anjo Gabriel é enviado a uma virgem chamada Maria, em Nazaré, anunciando que ela daria à luz o Filho do Altíssimo, que herdaria o trono de Davi e reinaria para sempre (Lucas 1:26-33). Perplexa, Maria pergunta como seria possível, ao que o anjo responde que seria pela sombra do Espírito Santo, e ela, humildemente, se submete ao plano divino (Lucas 1:34-38). Em seu cântico de louvor, o Magnificat, ela exalta a Deus por cumprir suas promessas de misericórdia aos humildes (Lucas 1:46-55). Para José, seu noivo, um anjo também aparece em sonho, confirmando que a criança era obra do Espírito Santo, que Ele salvaria o povo dos pecados e que deveria ser chamado Jesus (Mateus 1:18-25). A genealogia de Jesus em Mateus traça sua linhagem real desde Abraão, passando por Davi, confirmando sua legitimidade como o herdeiro prometido (Mateus 1:1-17).

Um decreto imperial levou José e Maria a Belém, cumprindo a profecia de Miquéias. Ali, na cidade de Davi, Maria deu à luz seu filho primogênito, Jesus, envolveu-o em panos e deitou-o numa manjedoura (Lucas 2:1-7). Naquela mesma noite, a glória divina irrompeu nos campos de Belém, onde anjos anunciaram a pastores o nascimento do Salvador, que é Cristo, o Senhor (Lucas 2:8-12). Uma multidão dos exércitos celestiais louvou a Deus, e os pastores, maravilhados, foram ver o sinal e espalhar a notícia (Lucas 2:13-20).

Este Jesus, cuja origem é divina, não se apegou à sua igualdade com Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, assumindo a forma de servo e tornando-se obediente até a morte na cruz (Filipenses 2:6-8). Ele veio ao mundo exatamente para salvar os pecadores, demonstrando a imensa paciência de Deus como exemplo (1 Timóteo 1:15-17). Ele próprio declarou ser o Caminho, a Verdade e a Vida, o único acesso ao Pai (João 14:1-6).

Através de sua obra redentora, fomos libertos da escravidão da lei e do pecado. Não somos mais escravos, mas filhos e herdeiros de Deus por meio de Cristo, podendo clamar "Aba, Pai" (Gálatas 4:1-7). Não por obras de justiça que praticamos, mas pela sua misericórdia, Ele nos salvou e nos deu nova vida (Tito 3:3-7).

A visão profética de Daniel já havia contemplado a glória futura deste Filho do homem, a quem foi dado domínio, glória e um reino eterno que não será destruído (Daniel 7:13-14). O Apocalipse revela Jesus Cristo como a "testemunha fiel", o "primogênito dos mortos" e o "soberano dos reis da terra", aquele que nos ama e nos libertou, e que virá novamente com as nuvens (Apocalipse 1:4-7). Ele é o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim, que vem sem demora para trazer a recompensa (Apocalipse 22:12-13). Ele se identifica como a Raiz e a Geração de Davi, a resplandecente Estrela da Manhã (Apocalipse 22:16). E, enquanto aguardamos sua volta, Ele permanece à porta e bate, disposto a entrar e compartilhar a comunhão com todo aquele que ouvir a sua voz (Apocalipse 3:20-22). A resposta da Igreja e do Espírito é um só clamor: "Vem, Senhor Jesus!" (Apocalipse 22:17,20).