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quinta-feira, abril 15, 2010

Jaime Salazar Sampaio 1925 - 2010

Devo a Jaime Salazar Sampaio e à sua iniciativa "A Dramaturgia e a Prática Teatral", a leitura dramática do meu texto Sim, Senhor, mais tarde Evaporação dos Pássaros. Foi também por causa do seu banco de textos de teatro que a Byfurcação chegou a este texto e o representou, há mais de dez anos. Mas não é isso que recordarei dele. É a fina ironia, o humor, muitas vezes corrosivo, essencial. E uma humildade sem medida.

terça-feira, outubro 20, 2009

Bernardo Santareno merecia mais

Sou um grande admirador da obra dramática de Bernardo Santareno. Fiquei por isso muito contente ao saber que na sua cidade tinha sido criado um Instituto com o seu nome e que este, entre outras atribuições, promovia um prémio que é, a nível nacional, o mais importante concurso literário. E concorri. O que já não vai sendo muito o meu hábito porque infelizmente tenho sabido de tantas ou tão poucas sobre concursos deste género que vou, como em tudo na vida, desistindo a pouco e pouco de concorrer. Poupa-se no papel, poupa-se nas árvores, e são uns não sei quantos filhos da p. que deixamos de legitimar. Por isso, deixei uma porta aberta para o prémio Bernardo Santareno. Não só pelo valor monetário, também por incluir a representação e a edição da obra. E pelo prazer de concorrer a um prémio que homenageia um dos maiores dramaturgos portugueses do século XX. Mas de repente, sob o céu limpo, começam a vir as nuvens. A primeira, foi quando ao fazer uma pesquisa sobre o Instituto encontro esta carta aberta ao seu presidente. Não é de facto o melhor cartão de visita, mas pensei, são coisas locais, isto é um prémio nacional, haverá certamente outro decoro e recato. Por isso quando soube do anúncio dos premiados, fiquei contente, felicitei até os distinguidos que estavam mais à mão. É então que começam a vir ter comigo informações sobre metodologias de merceeiro utilizadas para a selecção dos textos. Não posso contar mais, como agora se diz, há que proteger as fontes, o próprio fontanário, resta-me apenas o desabafo: Bernardo Santareno merecia mais.

sexta-feira, setembro 11, 2009

domingo, agosto 30, 2009

Memórias ao pé da estante

[Imagem daqui]
Não sou muito dado a exercícios do género, o que é que eu poderia ter sido se não tivesse trilhado o caminho que sou. É claro que há coisas que me suscitam um campo saboroso para dúvida. A minha vida, como a vossa, não tem clarividência nenhuma e por isso dou pontapés nas pedras, ou vejo passar comboios. Aliás, eu nunca confessei, assumo isso como se fosse um castigo, para não darem por mim, pela minha satisfação, adoro ver passar comboios. Excita a matéria poética que há em mim. Ao contrário, e voltando ao fio condutor, das conjecturas sobre o que poderia ou não ter sido a minha vida se, por exemplo, e agora que penso nisso, nos finais de 80, em vez de dar por finda a minha carreira de actor tivesse dito que sim ao convite do Leandro do Vale para ir numa digressão aos Açores e à Suiça com o Teatro em Movimento, ou ao Castro Guedes, para um espectáculo no Teatro de Vila Real? Ou se, a meio de noventa, tivesse respondido positivamente ao desafio do Carlos Narciso quando ele, olhando a leva de estagiários que se lhe apresentavam, se vira para o Luís e para mim e diz, vocês vêm para os Casos, ok? Ou quando aquele leitor do DN Jovem me telefonou a oferecer um belo emprego porque tinha ficado seduzido por um porra no final de uma frase. Ou se eu não tivesse dito sim ao Carlos Fragateiro, quando ele em 96 me convidou para ir para o INATEL, onde muitas vezes temo vir a apodrecer de tença certa e contentamento satisfeitinho. É saboroso para mim pensar que poderia ter vivido de outra maneira, mas nada me motiva a gastar muito tempo com esse tipo de conjecturas. Sou um pequeno pau de madeira levado pela brisa, a minha vida é isso, e está muito bem. Não é só com os textos, como este, que gosto de perder tempo, é com tudo. Este texto está a gastar o meu tempo e o vosso. Anda deste o princípio a evitar falar do verdadeiro impulso que o trouxe à superfície digital onde escrevo. Perdulário do tempo. É assim que me vejo. Rio-me da imagem que eu forneci aos outros até aos meus trinta e poucos anos: um tipo determinado que sabia ao que ía e vinha. Apetece-me, tenho gosto em ter sido esse, mas não seria capaz agora de vestir essa farpela um segundo que fosse. A brisa do vento trouxe-me bem para longe dessa certeza. E agradeço-lhe o ter-me deixado conservar o humor e o relativismo, que me faz tão bem ao fígado. Vou finalmente terminar o texto com aquilo que o designou: há pouco, ao procurar alguns livros na estante, ao ver que ainda bem que não mandei às urtigas as dezenas de peças de autores portugueses que fui guardando (tal como se fizesse colecção de objectos excêntricos), fiquei contente por ter querido e podido crescer ao pé do teatro; fiquei a pensar no imenso privilégio que foi poder ter crescido ao pé, ou ao lado, ou dentro de experiências como as da sala de tapete vermelho da Comuna, com os nossos gritos e exorcismos; da sala das escadinhas da Esbal, com a desbunda organizada da Máscara Teatro de Grupo, do Pisco, Wilson e Alpiarça; do palacete da D. Carlos I onde o Luigi e o João Grosso, entre tantos outros percursores do movimento okupa montaram o estandarte da Culturona; das salas e corredores escuros do Teatro Imagem, Centro Cultural e depois Palco Oriental; da intencionalidade vagabunda da Oficina do Grotesco do Luis Beato e da Maria Morais, da Rua Mimo Trupe dos Joões, o Ricardo e o Carneiro; do teatro na escola, com o Horácio e a Fátima, abelhas trabalhadeiras, é o que éramos ( fazíamos num dia espectáculos para quatrocentas, oitocentas crianças, todas sentadinhas e perfiladas no chão das P3, uma récita de manhã e outra à tarde); daquela sala da Rua da Fé onde a Águeda Sena dirigia o Teatro Espaço, onde, entre outros que nunca mais vi, conheci o Júlio Martin, a Manuela Pedroso, o António Fontinha, o João Simões e o José Figueiredo Martins; dos fabulosos Encontros Acarte a fazerem de Lisboa uma cidade onde era importante estar; a daquele buraco na Alexandre Herculano onde a Barraca nos deixava brincar com o Estás a Ficar Careca, Hermengarda!, dos espaços alternativos como o Teatro do Século, ou outros, como a Ocarina, onde vi espectáculos de não alinhados, a Ângela Pinto, o João Grosso, o Miguel Abreu, aquele delicioso O Paraíso não está à vista do Maizum; as salas atulhadas de fumo dos Encontros de Teatro para a Infância e Juventude, onde as conversas e os debates se prolongavam até às tantas, o pessoal adorava falar, o Brites gesticulava, o Caldas cantava, um dia há que estudar os anos oitenta no nosso teatro. Das salas do Conservatório onde a Gisele Barret, o Ryngaert, o Vautelet, o Monod, o Voltz, o Lemaiheu, o André Marechal, nos levavam - pelas mãos, e teimosia do Nóvoa e do Fragateiro (com a ajuda, entre muitos outros, da Paula Folhadela, do Beja e do Gil) ao coração do movimento internacional da expressão dramática. Os setenta ficaram na nossa memória, por causa do aparecimento de companhias independentes que estão também associadas a um período onde o teatro estava muito visível, o teatro estava na rua, era uma grande cegada a nossa vida, os noventa beneficiaram da visibilidade que a Gulbenkian, o Acarte,a Madalena Perdigão (que já antes, no princípio de setenta tinha ajudado a criar e a fortalecer o movimento renovador da educação pela arte) conquistaram para a garagem, para a pequena sala, para o experimentalismo, mas os oitenta, os oitenta até porque muitos grupos que tinham uma grande criatividade no modo como experimentavam a sua expressão teatral sucumbiram à autêntica lotaria que eram os apoios do Estado ao teatro, os anos oitenta cairam num buraco de onde quase nada do que é relevante ficou para a memória futura. Sobrevive ainda, na pele dos vivos, quando olho para o Miguel Guilherme, para o Zé Pedro Gomes, para a Lucinda Loureiro, Ângela Pinto, Wilson, Pisco, vejo uma espécie de conta-me como foi do teatro dos anos oitenta, mas terão de vir os investigadores para retirarem a película de pó, de acáros, e iluminarem um pouco a importância dos anos oitenta para o nosso teatro.
Estou em pé diante da estante. Apoio, como faço sempre, o cotovelo numa prateleira, curvo o corpo. É sinal de que vou ficar aqui muito tempo, por regra só um entorpecimento muscular prenúncio da caibra me fará sair daqui. Não faz mal. Mesmo que já não leia os livros, apenas os títulos, depois são os títulos que me lêem a mim, nunca regatearei o tempo que passo diante de uma estante.

quinta-feira, agosto 27, 2009

E eu não estava tão bem quieto e sossegado?

Há umas três semanas um telefonema, em forma de desafio, de um amigo, colocou-me a febre outra vez: pegar na investigação para mestrado que não concluí e retomá-la num programa de doutoramento. Eu sabia que mais cedo ou mais tarde iria ter de pegar nas centenas de horas gastas com este assunto e voltar a atirá-lo para a frente. Só não esperava que fosse tão cedo. É algo que quero deixar a quem ficar a tentar entender isto, o escrever para teatro em Portugal. Quando comecei a investigação, ainda no mestrado, queria que ela me ajudasse a tentar compreender a minha própria actividade de dramaturgo. Lembro-me do entusiasmo com que a peguei. Lembro-me também da febre que depois foi o DRAMAT, o projecto do Fernando Mora Ramos, para o TNSJ. Foi lá que conheci o Mercado, grande mestre, grande contador de histórias, grande pedagogo. O meu Farol é muito da sua persistência. Mas depois, com a saída do Fernando, começou o principio do fim do DRAMAT. A Maria João Vicente ainda o empurrou mais um pouco, mas em breve terminaria um dos mais luminosos projectos feitos, no domínio institucional, de apoio à escrita teatral. Quando se fala de escrita teatral parece que estamos a falar da sobrevivência de uma actividade feita por uns artesãos a quem já ninguém liga, nem o próprio mundo do teatro. É um pouco mais do que isso. É um pouco mais a vitalidade do teatro enquanto actividade que está em causa. O nosso teatro parece que se aguenta bem sem a nossa escrita teatral. Muitos encenadores construiram as suas carreiras assim, fazendo excelente teatro sem textos portugueses contemporâneos. E não deixaram de falar de nós, com os seus espectáculos. Quantos de nós não se viram a si mesmos, ao mundo onde nasceram e viviam, quando assistiram a espectáculos como Baal, do Teatro Aberto, o Sonho, da Cornucópia, O País do Dragão, do Teatro da Graça, A Mãe da Comuna, as Ruínas, dos Artistas Unidos? Etc, etc e etc. Poderemos viver uma vida à míngua de textos que falem de nós e arranjaremos sempre maneira de nos ouvirmos através de outras vozes. Temos sobrevivido assim. Durante muito tempo sobrevivemos assim, criando fornadas de grupos, de actores, de encenadores, que apanhavam um ataque de tédio quando pegavam num texto de um dramaturgo português contemporâneo. Mas há uma ferida aberta no coração do teatro quando o casamento feliz entre a palavra e o gesto se encontram com a sua comunidade. Não são coisas que se expliquem facilmente. É preciso querer entendê-las, primeiro.

quarta-feira, junho 17, 2009

Turcaret, Grandes Textos no Nacional

Foi ontem. Uma iniciativa simpática a leitura do texto de Alain-René Lesage, traduzido por Luis Vasco, feita pelos actores Ana Lázaro, Bruno Bravo, Bruno Simões, David Almeida, Inês Pereira, Ricardo Neves-Neves e Sandra Faleiro (que coordenou a leitura), e que se integra no projecto TEIA. Na plateia várias turmas escolares, acompanhadas pelos seus professores. Agrada-me muito as leituras em teatro e é bom ver que recentemente o Teatro Nacional, como já aconteceu com outros dramaturgos, caso de Augusto Sobral, se encontra com vontade de promover esta prática bastante artesanal do contacto com o texto. Artesanal mas que ao mesmo tempo despoleta as potencialidades imagéticas do texto. É nesse sentido que talvez este texto, Turcaret, não tenha sido uma escolha muito feliz já que, não sendo daqueles textos intemporais, parece não sobreviver muito à erosão do tempo senão for acareada com outras abordagens, antropológica, histórica, social, que não encontram a melhor via de comunicação através do despojamento da leitura cénica. Valeu a alegria e a jovialidade, uma certa marca do corpo que ficou, como sublinhou alguém na conversa final, que os actores trouxeram para a leitura, para além daquele contacto artesanal com o texto, enquanto matéria-prima do teatro.

quinta-feira, abril 24, 2008

A personagem que eu sou

Comecei hoje um projecto fascinante. Depois de duas horas e meia de conversa com a actriz Ângela Pinto eu percebo que ainda estou com os nervos à flor da pele. Que ainda estou vivo. Voltei a apaixonar-me pelo mundo, pelo teatro? O que é isto?

quinta-feira, abril 10, 2008

Livros de teatro

Arrumar os livros na nova estante tem a sua dor. Os livros de teatro. Olhar as edições da AAT, Associação de Autores de Teatro, de Espanha é um dó de alma. O carinho, a persistência, o cuidado estético com que estas obras falam de um autor, a sua obra. Nos últimos quatro anos fui ao Salão do Livro de Teatro em Madrid, organizei, para a APAD, a presença portuguesa naquele certame. Tudo começou no PT/ES Teatro, organizado em Maio de 2003 no Teatro Maria Matos. Ou talvez tenha começado antes, muitos antes, em Badajoz. Em Valdígna, Valência. Há um cortejo de pessoas entre os quais Gutkin, Benite, Monleon que relembro sempre quando me ocorre a ligação teatral entre portugueses e espanhóis. Este ano, coincidindo com o primeiro ano em que o Salão emigrou de Madrid, do Circulo de Belas Artes, para Sevilha, foi o primeiro, desde 2003, que não fui. Deixei algures o meu corpo associativo, perdi-o. Não interessa. Estava a falar de livros. Os livros são coisas importantes. Tiro o caixote das dramaturgias latino-americanas. Espanholas. Por dentro de muitos dos livros uma dedicatória. A ideia de um livro como uma ponte, uma semente. Leva-me este livro a passear até ao teu país. E eu a pensar, em vez de estar aqui a derrotar-me com o espaço que não tenho com os livros seriam tão bom arranjar um espaço comum onde eles possam ser lidos. Vou levá-los ao Nuno Nabais um dia destes, se ainda houver Fábrica do Braço de Prata nesse dia. Eu gostava que fizessem isso com os meus textos. Que os levassem até à borda de àgua e fizessem deles uma pequeno junco lançado às águas.

quinta-feira, março 06, 2008

Berlin

Acabo de ver Berlin do Gonçalo M. Tavares na Comuna - Teatro de Pesquisa. Tinha antes visto do mesmo autor a Colher de Samuel Becket, numa encenação de Álvaro Correia. Eu creio que esta encenação amadureceu e intensificou a relação com alguns dispositivos narrativos na escrita do Gonçalo que têm grande potencialidade teatral. Como o recurso à narração, às vozes descontextualizadas. As coisas, e quando digo coisas digo discursos, discursos sobre as coisas do corpo. Lemos um texto do Gonçalo e de repente irrompem naturalmente vozes, movimentos e às vezes parece que há até uma estranha fixação neles, nesses movimentos. Outros que se nos apresentam de uma forma orgânica. Os resíduos do corpo. Em Jerusalém há uma personagem que procura desesperadamente uma parede para urinar. E nós acompanhamo-la nessa obsessão.Aqui a mulher redunda na ideia de mijar. Não conheço o que é texto e o que é encenação mas assinalo este ir a Berlin para falar de anjos ou de sombras que carregamos como demónios, pequenos anjos pálidos como um ganho conjunto do material textual e cénico. Saio do espectáculo com uma ideia que arranquei da atitude dos actores: há uma razão e um porquê neste trabalho que é raro encontrar e isso tem a ver com este esforço de falarmos sobre nós e no aprofundar da relação entre texto e cena.

quinta-feira, dezembro 06, 2007

V Encontro de Teatro Ibérico

Continua esta caminhada de aproximação com as experiências teatrais entre Espanha e Portugal. Este ano, do lado português, textos de Henrique Félix, Abel Neves, Teresa Rita Lopes, Natália Correia e Armando Nascimento Rosa. Do lado espanhol um texto escrito a três mãos, de Luiz Miguel Gonzalez Cruz, José Ramón e Angel Solo, do Teatro Astilhero, Miguel Morrilho (cuja peça, apresentada à três anos já foi reapresentada entre nós numa encenação de Eduardo Condorcet). E, mestiça, a peça de Helder Costa, apresentada por um colectivo espanhol. Uma sensação curiosa: ao lermos o desdobrável de apresentação das peças percebe-se a olho nu a diferente maneira de se escrever para teatro em Portugal e em Espanha. Enquanto que as sinopses dos espectáculos espanhóis tentam de imediato passar-nos uma ideia do espectáculo enquanto história, valorizando as acções, as situações, a definição dos personagens, e onde se conta as histórias x ou y, do lado português, os espectáculos falam de, abordam determinada problemática, centram-se em determinado tema. É um aspecto interessante a discutir, aqui.

segunda-feira, abril 16, 2007

EVAPORACIÓN DE LOS PÁJAROS

A Merche acabou de me enviar a tradução para castelhano da minha peça Evaporação dos Pássaros (cuja primeira versão, com o nome de "Sim, senhor!", já estreou há bastante tempo). Tive um assomo de entusiasmo. Acredito naquele texto, na sua versatilidade.

domingo, fevereiro 11, 2007

O presidente da mesa e o dramaturgo

O antigo presidente da república foi presidente da mesa de uma assembleia eleitoral da Escola Marquesa de Alorna o que surpreendeu a generalidade dos votantes inscritos naquela mesa. Nem todos. Jaime Salazar Sampaio, um dos mais importantes dramaturgos portugueses vivos, respondeu assim à repórter:
- Acho normal, eu se me convidassem também aceitaria.
- Mas o senhor não foi presidente da república?
Sorriso matreiro do dramaturgo:
-Tem razão, ainda não fui.

Agenda Cultural: "O Homem que não há" de Sarah Adamopoulos

"Tudo bem. Mas olha: tira esse sorriso do caminho que eu quero passar com a minha dor ."
""Ascensão de 5 desejos à boca" foi o programa de partida. Tratava-se, inicialmente, de escrever um texto para 5 actores, 4 mulheres e um homem. Cada um deles representou para mim um desejo, algo orgânico de que me impregno, algo que me sobe, e que ascendendo me cresce. Cada um seria, por outro lado, diferente do outro - singular, como é devido a todas as personagens, e em teatro também. Cada um representaria, por fim, uma parte de mim. Identifiquei então o amor, a morte, a vida, a náusea e o medo, como desejos em ascensão. Mas o 5º elemento, o actor, nunca surgiu, e houve um momento - precoce no processo criativo - em que "o homem que não havia" se transformou no assunto central do texto - e para onde convergiam as falas das actrizes. E por isso, este texto é sobre o homem ausente: o que não há, e sobre algumas das formas que toma na representação das mulheres."
Sarah Adamopoulos
Janeiro 2007
o homem que não há
also known as
ASCENSÃO DE 5 DESEJOS À BOCA
MOSTRA de Teatro de Almada
Auditório Fernando Lopes Graça
16-02-2007
21h30
Entrada: EUR 5,00 / EUR 3,50 (>25, <65 e Estudantes)
Francis Seleck (Dramaturgia e Encenação)
O Mundo do Espectáculo / Teatro de Areia (Produção)
Sarah Adamopoulos (Texto)
Produção do O Mundo do Espectáculo / Teatro de Areia
Interpretação de Ana Sofia Gonçalves, Cláudia Camilo, Joana Arez e Joana Sabala.
Nova apresentação no dia 16 de Março, noutra sala, no âmbito da Semana da Juventude de Almada.