Mostrando postagens com marcador Radicais. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Radicais. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 24 de março de 2011

De como descobri que sou mentiroso.


Esforço-me o máximo para não mentir. E até sinto-me bem sucedido nisso.

Por isso preciso dizer (o óbvio, paradigma da minha profissão: quem ensina gosta de dizer coisas óbvias) não sou melhor que ninguém)

Amo estar atento às pessoas e mais ainda entendê-las. Esforço-me, em vão, para não julgá-las no processo.

Isso é lindo para mim e aproxima-me delas e ajuda a perceber-me e crescer.

Nessas observações noto que mesmo a pessoa com a intenção mais sincera, mente. A todos. E no todos incluem-se as mentiras mais devastadoras e difíceis de serem percebidas. As mentiras que fazemos a nos mesmos.


Agora volto ao início, dado que não sou melhor que ninguém começo a perguntar-me o porque minto tanto. E mais ainda, ( isso está a dar-me medo) Quais processos mentais e emocionais uso para esconder essas inverdades, omissões e erros de interpretação( tudo isso variações da mentira) de mim mesmo?

Mergulho atrás de meus medos, incertezas e ignorâncias e penso que faço isso para me proteger. Mas proteger de que?

Há quem pense que no mundo precisa-se ser esperto, levar vantagem e ganhar. Esses, entendo mais facilmente que precisam , a sério, defender-se.

Mas sinto-me tão fora e distante dessas competições e jogos que não sinto necessidade de proteger.

E talvez seja essa sensação ( de estar acima) que me impede de ver onde escondo minhas máscaras.

Mas e se não for mentira?

Tem de ser. Porque por mais fortemente que eu acredite em algo isso não o torna verdade.

Isso nos leva ao surrado assunto das várias verdades.

Até onde posso levar a minha sem ofender às pessoas à minha volta?

Quanto devo olhar os demais?

Será que existe alguma extensão do respeito que passa a ser uma opressão de mim mesmo?

Quero acreditar nas pessoas. Quero acreditar em mim. Saber que estamos todos dando o melhor.

E deixar de ver nas crianças a perpetuação dos nossos erros.

E saber que todo meu esforço para melhorar nos último anos não foi só meu.

Aprender a gostar das melhorias lentas sem acomodar-me no errado.

Nunca enraivecer com os erros e ao mesmo tempo nunca aceitá-los.

E principalmente ajudar a transformar sabendo que ainda sou pequeno e assustado.

Sinto que, para essas dúvidas: ainda não sei.

Mas a ignorância acusada parece-me um bom sinal.

Essas reflexões aumentam meu respeito. Por mim e pelos outros.

E dizem-me que preciso estar mais atento. Mais vivo .

Mais carinhoso.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Carta Aberta À Marcela Silva Paz.


Mazinha tão linda.

Obrigado por me visitar.

É empolgante ver no que se tornou a feiosa que rabiscava meu livro do rei Artur. Mentira, porque sempre foste a mais bonita.

Tua presença renovou tanto minha vitalidade e minha disposição que fiquei preocupado achando que tinha sugado tua energia.
E na despedida tu me libertaste ao dizer que estava cheia de ânimo para começar uma nova etapa.

Ficou claro que ocorreu uma troca entre nós. De carinho, de amor, de ideias.
Mas principalmente de vida!

Na minha filosofia usamos para isso um termo: pújá

Como acontece em muitas línguas antigas, essa palavra tem diversos significados e entre eles trânsito energético, identificação com os arquétipos e honra.
E foi mesmo honrado que me senti por estar em sintonia com uma pessoa tão grande como tu.

Amei ver nos, pequenos detalhes, teu cuidado com as pessoas, teu desapego, tua preocupação em melhorar o ambiente a tua volta.
Tua atenção em aprimorar-se, em ajudar e o mais encantador e raro: teu respeito.
Renovaste minha esperança nas pessoas.
Depois refletindo sobre quem és ficou muito claro o porque te tornaste professora.
Alguém como tu tem a obrigação, o dever para com o Universo e a Humanidade de passar teu exemplo.
Tens que ensinar as pessoas a serem como tu. Não no sentido de te imitarem, mas de desenvolverem atitude.
Ensiná-las a liberdade que dás a ti mesma. O respeito que tem pelos outros. O valor que dás à vida.
Tens que ensiná-los a dar as risadas vivas que tens, seguidas pelo: "cê acha?"
Estás encarregada de mostrar que a realidade de egoísmo, briga, medo, fingimento e prisão na qual as pessoas vivem existe apenas na cabeça delas.

E não tenta escapar!
Até mesmo teu título, de Doutora em Matemática, serve para que as pessoas dêem mais valor ao que dizes.

Para que tua mensagem chegue mais longe.
Para que possas arrastar as pessoas da inércia e da ilusão na qual vivem.
Olha-as nos olhos e deixa que te vejam e te sintam e percebam que a vida é mais do que pensam.
Para falar a verdade, sinto que teu maior defeito é não perceberes o tanto que és.
Isso é quase um egoísmo pois impede-te de compartilhar melhor o tanto que podes ofertar.
Muita gente está numa vida triste, incompleta e feia e foi educada para acreditar que o mundo é assim e vai até fazer um esforço para caluniar, derrubar e destruir todos os que não aceitam serem cúmplices dessa bobagem.
Sei que sentes estes ataques. E eles doem e minam a credibilidade.
Querem que todos tenham o mesmo medo que os sufoca.
Que achem que vida plena é para gente fora do normal.
Queres saber? Muita vez, normal é sinônimo de ordinário, de medíocre.

Tua primeira luta é essa.
Perceber que tens o que acrescentar às pessoas. Que tens como ajudá-las a serem elas livres e belas. E tu já fazes isso. Só que quanto mais consciente for teu trabalho maior efeito terá.

Não te preocupes com o que dizer. It is not about the words,
Tua segunda tarefa é perceber que essa capacidade não te torna melhor que ninguém. Apenas deixa-te mais próxima de ti.

Poderias sempre escolher não aceitar a missão.
Mas isso te impediria de obter os benefícios de fazê-lo. Apagaria uma chama que sei que sentes dentro de ti.
Precisas dividir isso. Nem que seja pensando que esse trabalho vai contribuir para que de hoje a centenas de anos as pessoas vão conseguir respeitar diferenças e não vão sentir medo e necessidade de reprimir e afastar aqueles que tiveram a coragem que não têm.

Be yourself. And let them know it!

sábado, 20 de março de 2010

Um passeio pela cité.


Será possível estar conectado com o mundo de forma tão profunda que nada mais surpreende?

E não tornar isso uma contradição com a capacidade de encantar-se com tudo?
É isso liberdade?

Assim não admiro o que é suposto e sim o que acho mesmo lindo?
O que construo com essa tentativa de não ser igual?

É mesmo uma tentativa?
É assim tão difícil?

É melhor?
Solitário?

Algumas vezes temos tudo nas mãos e perdemos a oportunidade.
Estávamos mais atentos às mãos?

Não sou nenhum deles.

Tenho sangue de todos e não os pertenço.
E por segundos pensei estar tão perdido em meus costumes que não conseguia admirar o diferente.

E uns traços me salvaram!

E viajar, mais do que mostrar-me que as pessoas de outros países são diferentes ensina-me que cada pessoa ao meu lado é única. E se ainda não percebi isso é porque ainda não prestei suficiente atenção.
Elas são lindas e universos inteiros.

Nós ansiamos por conhecer o universo. E cada pessoa ao nosso lado é um universo pedindo para ser visitado e desperdiçamos oportunidades. Por não sabermos ouvir, por não sabermos olhar.
E tudo pode ser visto a olho nú. Sem necessidades de equipamentos ou conhecimentos especiais.

Só se precisa de vontade!

Pode ser tão belo ouvir alguém falar sobre si mesmo. Sobre seus sonhos e vontades.
E mais tocante ainda é ver aquilo que a pessoa mostra a poucos escolhidos. E talvez algo que ela mesma desconheça. E ajudá-la a dividir tesouros e riquezas com outros.
E imaginar que num futuro próximo todos dividiremos nossas belezas.
Mas não numa ansiedade de mostrá-la, mas sim através de um intercâmbio mágico e multilateral.

Quase que sem palavras, totalmente sem fingimentos, sem tentativas de parecer algo que não somos.
Nós mesmos, melhores do que agora, sem nossas limitações, sem nossos medos.
Com a consciência de que sou único mas conectado com outros.

Assim como as células do meu corpo, que são únicas, mas funcionam numa perfeita coexistência de contribuição, enriquecimento; Numa dança de vida.

Quero mesmo pensar que sou capaz. Quero mesmo pensar que você é capaz.

E nos encontramos lá.

domingo, 14 de março de 2010

Silêncio


O que existe de mais lindo está tão forte diante de nossos olhos que já esquecemos de admirá-lo.
E esse esquecimento é fortalecido com uma educação repressora que diminui a capacidade das pessoas de serem elas mesmas. Nela é-nos dado um conjunto de normas e regras que têm como objetivo tornar-nos o mais iguais possível.

Quando uma criança está no chão com os pés afastados, lá vem a mãe diz: - Fecha as pernas, porque é feio! Menina bonita não senta assim. - E já começa a perder-se a flexibilidade. E depois o pequeno fica no sofá com a cabeça para baixo: - Sai daí, moleque, pois isso faz mal!

Depois ensinam que meninas brincam disso e meninos daquilo. E mostra-se que tocar as pessoas é feio e explorar o corpo é inaceitável. Abraçar e beijar pessoas só é conveniente em ocasiões especiais. Se amar de verdade, tem-se que fazer tais e tais procedimentos.

Aos poucos todos sabem que no inverno só se deve usar roupas escuras e que filmes bons são os de Hollywood.

Isso cria gente mecanizada, sem capacidade consciente de escolha.
Nesse processo todo aprendemos que temos que olhar apenas para fora. Que todas as informações são recebidas de fora para dentro.
E dizem que tudo o que falamos tem que ter fonte e perguntam: Onde leu isso? Quem lhe falou? De onde tirou isso?

É ensinado que temos que ignorar nosso corpo, a não ser em caso de doença e que ideias que nos surgem sem terem sido pensadas são bobagens sem sentido.

Em resumo. Aprendemos a dispersar.

Esse conjunto todo afasta-nos de nosso silêncio interno, de nossa essência. Deixa-nos distantes de verdades e percepções que vibram dentro de nós todo o tempo até que não mais as ouçamos.

E a liberdade que nos é ofertada ao nascermos vira algo relegado ao mundo dos sonhos.
Com todos nessa programação é mais fácil vender discos, fazer programas de tv e, num desdobramento, eleger políticos que sabem o que falar para convencer uma massa que tenha os mesmos gostos, as mesmas aspirações e anseios.

E como forma de nos libertarmos disso, podemos simplesmente ficar quietos.

Quando foi a última vez que passou algum tempo consigo? A prestar atenção na respiração, a sentir seus músculos? A ouvir seu próprio silêncio?
Quando nos concentramos e nos aquietamos, nossa consciência se expande de forma a ampliar nosso contato com nós mesmos.

Esse silêncio revela-se uma fonte de descobertas incríveis.

Entre elas a de que nós somos seres diferentes dos demais.

A levar-se em conta as infinitas formas de se fazer filme, os diferentes estilos de música e cores de roupas, deveria ser surpreendente que encontrássemos alguém com os mesmos gostos.
O silenciar pode ser libertador, aprazível e pleno de belezas e autoconhecimento.

Para evoluirmos, em alguns momentos, temos que seguir o caminho contrário ao usual. Isso não quer dizer tornarmo-nos esquizóides ou alienados. Quer dizer sairmos da apatia imposta pelo cotidiano (quotidiano deste lado do oceano, mas eu manteria a grafia porque tens outras sugestões que denunciam que vens do Brasil!).

Ao invés de respirarmos mal, temos que respirar amplamente. Ao invés de usarmos pobremente nosso corpo, temos que explorar suas possibilidades. Ao invés de ignorarmos nossas emoções temos que aprender a canalizá-las para nosso melhor relacionamento com o universo.

E ainda mais:

Trocar multidões pela solitude. No lugar de movimento temos que conquistar a imobilidade. E ao invés de percebermos cada vez menos o que acontece: iluminamos nossa consciência.

Não acredite no que vem de fora para dentro a não ser que isso encontre um eco em seu interior.

Dispa-se de condicionamentos, verdades inabaláveis e pensamentos que não podem ser questionados.

E se descobrir que ser você mesmo é passar o domingo no shopping isso não é um problema. Vai ter a liberdade de fazer o que todos fazem mas não por hipnose e sim, por uma manifestação do seu eu.

Ao questionar-se conquista-se aprimoramento.

E mesmo que depois decida continuar a fazer exatamente da mesma forma fá-lo-á com mais determinação, com mais alegria e com mais certeza. E ganha beleza, encanto e vida até nos seus atos mais simples.

Um " bom dia " desejado a alguém passa a ter um valor tocante pela intensidade e verdade contidas nele.

Ganha um poder de transformar tudo a sua volta a partir da transformação de si.

Inclui-se uma filosofia no cotidiano, um ponto de vista que o liberta dos paradigmas que prendem e atrasam a humanidade. E com tal força torna-se um agente modificador de si mesmo e da história da civilização.

Foto de Thiago Duarte.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Conheci o DeRose


Conheci o DeRose

Quando entrei na Escola de São Bernardo, representante do Método DeRose pensei: - Venho aqui duas vezes por semana e está bom!

Aos poucos travei contato com pessoas lindas, cultas e interessantes. Juntava-se um grupo com pessoas de 17, 25, 37, 43 e 60 anos, advogados, arquitetos, músicos, surfistas, procuradores e conversávamos de igual para igual. As diferenças enriqueciam as ideias e encantavam umas às outras.

Logo percebi mudanças em meu corpo, em meu ânimo, no desempenho no basketball. Percebi que finalmente tinha as ferramentas para trazer à tona tudo o que eu havia sonhado ser.

...

Agora, dez anos depois, após centenas de cursos, jantares e longos papos com o Mestrão já estou totalmente mergulhado na Nossa Cultura.

Pensando sobre como conheci o DeRose percebi que fiz isso quando entrei naquela sala e já comecei a me identificar com aquelas pessoas, aquele lugar, com a amizade, o carinho, o companheirismo e o senso de missão no olhar de cada uma.

DeRose extrapolou a pessoa. Através da herança cultural que ele nos trouxe, que influencia cada minuto do meu dia. Seus ensinamentos são sensíveis e avassaladores. Transformam e sublimam. E ultrapassam quaisquer limites, classificações ou padrões que o empobreceriam se tentassem mesmo enquadrá-los.

Hoje ao nos encantar com a decoração de uma das nossas escolas, ao admirar uma realização de um companheiro, ao perder o ar com uma coreografia estamos conhecendo o DeRose e a visão de mundo que ele nos transmite.

Vejo mais e mais o DeRose quando vou para um lugar conhecido e as pessoas são lindas, amigas e prestativas porque vêem a medalha que carrego ao peito. Conheço-o quando penso no que posso fazer para contribuir com uma pessoa que nunca vi, pois temos um propósito em comum.

Sinto que travo mais contato com a grande mente que ele é, quando através das técnicas da Nossa Filosofia descubro algo sobre mim. Em algumas vezes algo lindo, noutras, um detalhe que preciso mudar.

Sei quem é o DeRose quando extrapolo um limite, quando respeito uma emoção, quando supero um problema. E quando sei olhar toda a beleza de uma brisa que acaricia meu corpo.

Sei que o desvendo quando realizo muito no meu trabalho, quando toco contrabaixo de forma inspirada, quando dou uma aula que transforma as pessoas. Quando amo cada minuto do meu dia.
E quando sinto uma tristeza e sei que ela faz parte de mim, e nem a lamento. Sei que é uma energia a ensinar-me algo. E consigo ver a semente do bem que me abalou. E Sorrio.

Encontro o DeRose enquanto me conheço, enquanto aprendo a gostar mais de mim. Nos momentos em que aprendo a respeitar as pessoas, a não me impor. A defender meus ideais e aquilo no que acredito.

Conheço o DeRose quando o vejo sorrir. E sinto o olhar dele ensinando. Conhecê-lo e também identificar-se com sua mensagem, com suas palavras e com seu amor pela humanidade. E ouvir e assimilar o conhecimento transbordante que ele transmite. e saber-se privilegiado por tê-lo escolhido, como amigo, como supervisor e como Mestre.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Do porque gostamos de super heróis.


As pessoas querem ser especiais. e o mais difícil, querem que outros a tratem como especiais. Não percebem que todos podem ser importantes. E ainda há os que dizem que se todos são especiais ninguém o é. E esse é o ponto.

Existe um vazio interno que nos compele a exigir reconhecimento. Acho isso um tanto triste. Devia-se ter capacidade de perceber-se o quanto cada um é importante e tem potencial para ser fundamental e único no mundo. Cada pessoa é um universo a ser conhecido e ampliado. Cada ser humano é capaz de tocar a um outro de uma forma sem precedentes e sem imitações.

Cada um possui dentro de sua complexidade o lindo que será cativante.

O que seu interior o conduz a fazer é o que o fará mais feliz independente do resultado.

Quando se tem essa certeza, somada ao conhecimento de suas capacidades ( não as que acha que tem, mas aquelas que o conduzem a realizações) e ao contacto com a riqueza de sua essência consome-se a necessidade de sermos especiais.

Já nos percebemos como peças do mundo e fica-se claro que existimos por uma razão. Que já estamos a fazer diferença. E quando livramo-nos do anseio de reconhecimento ganhamos liberdade. Que é poder.

Ficamos com mais possibilidade de acção, ampliamos nossa autenticidade, criatividade e alegria de viver.

Lógico que sempre uns farão mais diferença e sempre se tornarão mais queridos, ilustres ou bem sucedidos.

Essas são pessoas que acreditaram nelas mesmas ou tiveram alguém que acreditou nelas. Isso faz toda a diferença. As pessoas compram a imagem que é vendida para elas.

Há quem só se relacione com quem prove que o vê como especial.

Esse grito por louros é tão enraizado nas pessoas que as torna manipuláveis.

Basta que alguém as diga o que querem ouvir e já se baixa a guarda pelo prazer de se receber elogios e o tão aguardado lugar ao sol.
Como aqueles idiotas não perceberam antes?

Acho também lindo quando se tem uma razão importante para se aproximar de alguém.

Mas é imaturidade esperar que o que torna alguém especial num determinado momento, ou época ofusque eternamente o brilho de todas as demais pessoas.

Há que ser seguro o suficiente para se perceber que tudo no mundo é (passível de) mudanças e que as pessoas podem ser interessantes pelos mais diversos motivos. Imagino que perca-se milhares de amizades, empregos, relacionamentos e até oportunidades de se assistir a um bom filme, que poderia ter sido enriquecedor, bonito, aconchegante, pleno de trocas só pela espera de algo fora do comum.

Quando na verdade tudo que é olhado com olhos penetrantes pode ser impressionante.

Perdemos liberdade e lucidez.

Queremos ser especiais mas não sei o quanto somos capazes de perceber o quanto cada pessoa a nossa volta é especial.

Devíamos, antes, aguçar nossa sensibilidade a descobrir o que torna único cada amigo, cada pessoa querida, cada pessoa que conhecemos.

E já seria um excelente exercício para trazer a tona nossos próprios tesouros.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Um chefe matriarcal.


Estamos acostumados com chefes mal humorados, com expressões bravas e a falar aos gritos.

Em nossa educação prioritariamente repressora aprendemos desde pequenos, por alguma falha, que é essa forma de se relacionar com subalternos. E mesmo que isso nos ofenda tendemos a tratar aqueles a quem lideramos, os que nos prestam serviços e aos que ensinamos da mesma forma. E durante nossa criação, aprendizado e formação de carácter aprendemos pelo que vemos e não pelo que ouvimos. E vemos essas acções repetidas aos milhares diariamente. Com nossas mães, professores, adultos e todos os que estão acima hierarquicamente.

Fazem-nos acreditar que são pessoas que tudo sabem e que não cometem erros ou não possuem defeitos.
Aprendemos desde cedo que nossos tutores podem nos tratar como bem entenderem.
E mesmo que ninguém nos diga isso e essa ideia pareça absurda damos por nós a pensar ou a sentir isso muito frequentemente. Ou mesmo sem nos apercebermos estamos a actuar com base nisso.

E não me refiro só a aguentarmos cara feia de nossos chefes, mas a nós mesmos assumirmos o papel no momento de lidar com pessoas que precisamos conduzir.

O interessante nesse tema é que ele é algo de uma sutileza incrível, pois já está enraizado em nós esse conceito de que quem nos ensina ou nos conduz a algo precisa fazer o papel de malvado e irritante.

Que triste pensar que não temos maturidade para sermos bem tratados ou para sermos amigos de nossos superiores hierárquicos e mesmo assim sabermos em quais ocasiões temos que respeitá-los.

Se estabelecermos uma conexão com aquele com quem trabalhamos o processo será mais agradável, mais produtivo, mais rápído, enriquecedor e feliz.

Temos que desenvolver a maturidade de possuirmos e reconhecermos autoridades que nos tratem bem e sejam nossos amigos e aprendermos que o líder pode ser um parceiro, amigo e alguém que até aprende connosco sem tirar-lhe o devido título.

Se é do nosso interesse aprendermos e evoluirmos precisamos desenvolver em nós a capacidade, o impulso de extrair conhecimento de todos os momentos de convívio, no trabalho, na escola ou até na praia.

E conquistarmos uma capacidade tão profunda de assimilação de ensinamentos que mesmo quando sejamos tratados com carinho e amizade pelo detentor do conhecimento possamos aprender de forma exacerbada. E essa forma de relacionamento, que até se tornou incomum nos dias de hoje, deveria ser um caminho para nos tornarmos mais próximos e mais identificados com aquele que nos lidera ou ensina o que inevitavelmente faria a comunicação fluir profundamente e com uma eficácia superlativa.

Sabermos que se estamos juntos é porque temos um propósito comum e podemos chegar a nossas metas com brigas, discussões, mágoas e um a se sobrepor ao outro a cada oportunidade. Ou fazermos a jornada a nos divertirmos, a crescermos como pessoas, como profissional. E se não temos um propósito em comum, se não desejamos o mesmo, devemos e merecemos nos afastar.

Impossível que eu não consiga uma profissão ou uma escola com valores com os quais me identifico. E se não consigo, está na hora de incrementar minhas capacidades.

Todos os momentos podem envolver reflexão, amadurecimento, felicidade, carinho, produtividade, descontracção.

E devemos aprender a perceber que se um professor ou alguém com cargo mais alto que o nosso se aproximar de nós devemos ter um cuidado dobrado para manter-nos como aprendizes mesmo que sejamos excelentes amigos. Ainda devemos manter o interesse, o carinho e a vontade de respeitar, aprender e estarmos abertos para na proximidade sermos alunos e colaboradores com excelência.

E poderemos criar relacionamentos profissionais mais humanos e ao mesmo tempo mais sérios pois nos envolveríamos de forma profunda e entenderíamos melhor o que querem de nós, saberíamos como trazer connosco aqueles a quem lideramos. Como envolvê-los em nossos ideais e fazê-los adquirir e perceber como será importante para eles que atinjamos a meta juntos.

E também conseguiríamos fazer o caminho inverso. Ensinar àqueles que nos ensinam que podem ser mais humanos connosco e mesmo assim os respeitaríamos e trabalharíamos com todo nosso afinco. mas dando mais liberdade à nossa criatividade, colocando vontade, bem estar e envolvimento em tudo.

E teríamos todos a ganhar.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Árvore

Vi uma senhora enfeitando um pinheiro morto com umas tiras de sacola plástica.

Tive duas visões totalmente opostas: 1° alguém perdendo tempo com algo inútil e tolo. 2° Alguém com a incrível capacidade de ver beleza na vida que tem.

Perguntei-me o que faço com minha vida, quis saber quanto tempo perco dando atenção a atividades, coisas e até pessoas que talvez não vão acrescentar muito à minha vida.

Tem uma história que diz que sempre todos acrescentam algo. Mas toda generalização é perniciosa. Fiz a pergunta para cutucar minha capacidade de discernir o que quero, o que me acrescenta, o que me torna uma pessoa melhor.

Fiquei muito preocupado com minha própria vida. Será que estou dando importância para o que realmente a merece? O que merece importância?

Passamos muito tempo de nossa vida dando atenção, esforço e carinho para aspectos de nossa vida que nos trarão um retorno bem pequeno. Um dos motivos é que, normalmente só vamos descobrir isso depois de algum tempo de investimento. Outro motivo, mais subjetivo até, é que esse esforço dito inútil nos aprimora como pessoa.

Já que tanto as atividades prazerosas quanto as entediantes nos enriquecem, devemos aprender a dedicar tempo ao que nos dá prazer. Fácil dizer, não tão difícil fazer. Sinta o quanto lhe incomoda enfeitar uma árvore morta, lembre-se que primeiro estamos analisando sob o ponto de vista de desperdiçarmos nosso tempo.

Há assuntos e trabalhos em nossa vida que precisam ser feitos, há outros que nem tanto.

Comecemos abandonando esses assuntos de menor importância. Teremos mais tempo para dedicarmos a nós mesmos. Isso aumentará nossa qualidade de vida e mudará diversos outros fatores.

Com isso, poderemos nos expor a mais atividades e vamos descobrir mais delas que nos trarão prazer.

Resta ainda as que realmente não dão escapatória. Se já conquistamos capacidades de filtrar, fica fácil transformar as atividades necessárias em algo satisfatório, até porque elas então já não tomarão a maior parte do dia como nos parecia antes e também porque nossa disposição será outra.

Nosso relacionamento com nosso dia-a-dia será diferente e teremos desenvolvido a habilidade de realizar o que sempre realizamos de maneira diferente.

Agora, analisaremos sob o aspecto de ver beleza no que parece sem valor.



Às vezes gostamos de reclamar que nosso trabalho é chato, nossa namorada sem graça e a vida sem novidades. Que costume alucinado este.

Há coisas na vida que não vão mudar tão cedo: o trânsito, fazer frio ou calor. Aquela pessoa que fica no nosso pé. Sempre haverá algo que nos incomoda.

Ver aquela senhora me abriu a cabeça para amar minha vida. Sempre teremos dificuldades e situações pelas quais teremos que passar. E já que é assim, que o façamos da forma mais prazerosa possível.

Da próxima vez em que ficar numa fila interminável, leia um livro. Quando chover, reúna os amigos para um filme. O que tem que mudar é a nossa atitude em relação ao que acontece. O que temos que fazer é cortar umas sacolas de supermercado e enfeitar a árvore seca.

Por exemplo uma burocrática tarefa no seu trabalho. Será que só há uma forma, sem criatividade e sem prazer de se executá-la?

E se a resposta é sim, porque não fazê-la com o prazer com que se faz algo diferente porque tudo o mais você já está exercitando fazer com beleza e alegria e por isso umas poucas atividades sem graça no seu dia não terão a capacidade de tirar seu bom humor.

Aprendendo a acrescentar prazer no cotidiano, uma mágica acontece: descobrimos que muito do que pensamos ser obrigatório fazer na verdade não é. Alguns estão bem escondidos sob a máscara de obrigação, mas é certo que aprendemos a tirar-lhe a fantasia.

Isso nos dará uns anos a mais e aumentará a qualidade da nossa vida ao extremo. E com essa atitude vamos conseguir perceber melhor quando é o momento de ver beleza no que parece e quando é o momento de perceber que nossa atenção está voltada para o lado errado.

Lembre-se do quão precioso é o seu tempo. Tenha certeza de que vale investir alguns instantes pensando se devemos fazer determinada tarefa ou não ao invés de simplesmente darmos nossos preciosos minutos a tudo o que nos cai no colo.

E faça novas todas as coisas.

domingo, 14 de junho de 2009

Cinza


Cada vez mais fico convencido que nos ensinam mentiras sobre os opostos. Dizem que quem é bom, nunca é ruim. E que quem é disposto não se cansa nunca. Claro que colocado dessa forma todos diriam: Que absurdo, óbvio que não é assim.
Como se fala na bíblia o homem não podia comer o fruto do conhecimento do bem e do mal. O resultado é que ficamos presos na dualidade e isso interfere seriamente na nossa percepção da realidade e das pessoas à nossa volta.

Quando conhecemos uma pessoa só nos sentimos seguros em relação a ela depois de colocar uma etiqueta de legal, boa e interessante ou feia, invejosa e mesquinha.

Assim sabemos se devemos nos afastar ou nos aproximar dela. Mas o mundo e principalmente o ser humano, não são simples assim.

Nós mesmos, quantas vezes nos sentimos mal ou fazemos algo que sabemos que deveríamos evitar?

Essa segurança que sentimos ao etiquetar as pessoas o mais rápido possível é falsa e nos é prejudicial.

Qualquer análise precipitada de algo complexo como um ser humano tem chances enormes de ser superficial e o pior é que embasamos nosso relacionamento futuro no que vemos nos primeiros momentos ou nos primeiros dias.

Lógico que ajuda termos uma ideia da pessoa com quem estamos lidando mas o comum é que condenemos a pessoa a ficar longe de nós, caso não gostemos na primeira olhada, ou caso gostemos, nos condenemos a ficar perto da pessoa.

Poderíamos simplesmente entender que as pessoas são mesmo ricas em sentimentos, pensamentos, humores e dar-lhes e até mesmo dar-nos mais tempo antes de ter uma decisão pronta sobre elas.

Assim enriqueceríamos nossas relações, por exemplo, com mais atenção. Por que ficaríamos sempre atentos ao que nosso interlocutor tem a nos oferecer, estaríamos sempre colhendo informações que nos ajudassem a lidar com ele e com as demais pessoas à nossa volta sem cair naquela hipnose que algumas pessoas se prendem ao conversar.

E essa atenção a mais seria fortemente sentida pela pessoa que nos ouve e isso deixaria as amizades mais bonitas, os namoros mais apaixonados e as relações de negócios mais produtivas.

E nos faria ver que as mesmas pessoas que em alguns momentos podem nos magoar são aquelas que em outros nos fazem sorrir.

E assim quando decidíssemos nos aproximar mais de uma pessoa essa escolha seria feita de uma maneira muito mais lúcida e com mais razão para tanto. Claro que isso nunca impediria aquela sensação de identificação a primeira vista, pelo contrário, até a reforçaria, pois como estaremos mais atentos às pessoas a nossa volta, quando sentíssemos vontade de nos aproximar ou de nos afastar de alguém, confiaríamos mais em nossa intuição.

Essa também é uma forma de não deixarmos entrar no automático nossos relacionamentos com as pessoas, pois isso é uma das maiores fontes de riquezas que podemos possuir em nossas vidas.

Por isso precisamos saber que nossa vida não pode ser trabalhar para comprar comida e comer para ter forças para o trabalho.

Temos que dedicar algum tempo ao nosso aprimoramento pessoal, ao despertar dos nossos sentidos, a um treinamento de uma forma melhor de nos relacionarmos com o mundo.

Escolha sua forma de aprender a se perceber, a se curtir e conseguir fazer isso com o mundo a sua volta.

Algo desafiador, que respeite seus limites, mas vá desfazendo-os pouco a pouco. Algo que torne seu corpo e seus sentidos mais vivos, que o ensine a lidar com suas emoções.

Isso fará com que estejamos realmente próximos das pessoas, nos tornará capazes de ouvir e assimilar o que falam e aumentará nosso contato com aqueles que queremos e nos protegerá de gente menos interessante. Passamos a nos relacionar melhor com aqueles que não queremos como amigos pois não mais os veremos como ameaças e as amizades e a vida se tornam mais profundas, verdadeiras e gratificantes.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Meu Rio

E para que servem os sentimentos se algumas pessoas fogem deles e outras são consumidas por eles?

Como em tudo, raramente os extremos são saudáveis. Vejo nossas emoções como uma maneira que nossa raça encontrou para produzir uma força incrível capaz de arrastar caminhões, derrubar paredes e levantar montanhas.

E com elas que também se cria, e se curte, arte. E com a arte nos expressamos de forma inalcançável para o mental. Outra função linda do nosso emocional.
Quando entramos em maior contato com o que somos começamos a nos relacionar conosco de uma forma diferente. Percebemos mais a conexão entre nosso corpo físico, nosso mental e nosso emocional, assim como nos tornamos mais conscientes da capacidade e das funções de cada um deles e passamos a usá-los melhor.


Gosto de imaginar que tudo o que eu sou é uma energia, como um rio que desce uma montanha. Para mim é um jeito muito legal de me sentir e lidar comigo mesmo.
E quando consigo colocar isso em prática minhas emoções tornam-se um motor que me permitem realizar muito mais no meu trabalho, no basquete, nos meus relacionamentos.
Elas produzem uma força impressionante que posso usar como bem entender.

E todos podemos fazer isso. Se voltar a sua atenção para dentro de si, vai conseguir sentir as emoções se formando e vai percebê-las como uma energia elétrica, como um rio.

E também vai sentir que, assim como um rio, essa energia precisa ter uma fonte e uma continuação. Se parar alguns instantes para perceber uma emoção com tal profundidade vai conseguir conduzi-la da forma que desejar, seja para aumentá-la, para diminuí-la ou para cessá-la.

Com a consciência de que tal energia precisa de uma fonte e uma continuação dessa fonte podemos escolher alimentá-la ou não. Se a emoção surge e contribui para nossa qualidade de vida, para nosso bem estar vamos alimentá-la pensando mais no que a gerou, lembrando da sensação. E se a emoção não faz isso, você tem que saber que ela só estará com você enquanto você permitir e estiver alimentando-a. Fácil assim. O que dá um pouco mais de trabalho é lembrar disso quando nos sentimos bem tristes.

Mas precisamos escolher se queremos ficar naquela situação ou se queremos nos sentir bem.

E para deixar de alimentar uma emoção não desejada basta que nos afastemos daquilo que nos fez soltar tal sentimento, façamos algo que nos gere uma emoção diferente. Que nos ajude a evitar pensar naquilo que nos incomoda. Mesmo que seja um problema ou algo que precisemos resolver deixemos para fazer isso quando nossas emoções estiverem estáveis.

O que ocorre é que nem sempre lidamos bem com o que produziu essas emoções. Ou é algo tão bom que nos deixa bobos ou algo tão triste que nos deixa arrasados.
Quanto a isso o importante é saber que a vida simplesmente acontece. Eventos e problemas acontecem. E tão importante quanto é saber que nós produzimos estes eventos.

E o estado das nossas emoções pesa enormemente na nossa tomada de decisões, isso posto em outras palavras: nosso emocional nos ajuda a construir nosso futuro.
E que futuro queremos para nos? Um que pareça um acidente ao qual temos que nos adaptar ou um que seja resultado de escolhas conscientes e produtivas?

Vamos respirar mais, descansar nossos pensamentos, desacelerar, curtir e respeitar nosso corpo, seja na forma de lidar com ele, na sua limpeza ou no que comemos e nos relacionarmos melhor com nossas emoções pelo simples fato de que disso depende nossa vida. E, nem ia falar mas, nos dá um enorme prazer.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Fog

Descobri que sou esfumaçado. Cada pessoa possui suas próprias formas de se relacionar com o mundo a sua volta. A minha é esfumaçada.

Quando estou em um lugar deixo que minhas percepções se espalhem ao redor, vou atrás de aromas, cores, intenções, olhares. Parece que estou tentando envolver tudo o que está à minha volta. Como se fosse entrando pelas frestas das mais densas barreiras, abraçando completamente as pessoas que conversam comigo, sentindo o tato da música que toca. Mas também me disperso com uma facilidade irritante.

Pareço impossível de se agarrar, Meus pés ficam só metade fixos ao solo e esqueço. Esqueço nos momentos e nas situações mais improváveis.

Estou sempre voando entre características que seriam contraditórias em outras pessoas.

Quando percebi que sou como uma névoa, fiquei meio tenso. Pode-se parecer fútil tendo essa característica.

Mas as brumas podem atravessar fronteiras intransponíveis para outros estados da natureza.E podem nos envolver sem nos incomodar e dar-nos uma sensação de um abraço em cada centímetro de pele. Pode se elevar nas alturas e passar despercebida até pelos mais atentos.Sou também desprendido de tal forma que os que não me conhecem pensam que sou descuidado. E às vezes, sou mesmo descuidado. Em outras parece que esta névoa atrapalha minha visão e aí sou menos do que gostaria de ser.

Gosto de me moldar as situações sem deixar de ser eu mesmo. Encaixo-me, me divirto, sou sincero com um sorriso surpreeendente, finjo com uma veracidade inacreditável.

Transformo minha vida num esforço para melhorar, mas muitas vezes pareço imóvel. Adapto-me como a água e posso queimar como o vapor quente. E sou Thiago, uma figura ímpar, um cara comum que vai sendo o que quer e aprendendo com as pessoas. Olhando detalhes, se distraindo para as importâncias da vida. Produzindo, irritando e dividindo minha felicidade com quem quiser e, principalmente, com quem merecer.

Sou transparente.

E flutuo. E desapareço.

terça-feira, 8 de julho de 2008

E o júri considera o réu...

Para algumas pessoas que conheço, um motivo de tristeza é que se sentem culpadas quando fazem algo que têm vontade.
É porque fazem algo que gostam , mas se julgam com os parâmetros de outras pessoas.
Se a vontade é tão grande e se o ato não vai machucar, nem prejudicar ninguém, será que é um problema realizá-lo?
Ouvimos muito que não se pode fazer isso, que aquilo é errado, feio, bobo, sujo ou estranho.
Eu questiono a plenitude da felicidade daqueles que ensinam isso. E mais ainda, dos que apenas atendem a essas proibições.
Não estou dizendo para nos tornarmos subversivos.
Parece-me muito importante que conheçamos as regras dos grupos nos quais estamos inseridos: família, trabalho, namoro, amigos, time, vizinho, cidade e algumas dezenas mais.
É fundamental que saibamos as regras para poder quebrá-las.
Claro.
O ideal é que, quando pudermos, escolhamos nos aproximarmos dos grupos que tenham as idéias mais simpáticas às nossas.
Mas considerando a sociedade como um todo, eu preciso analisar quais são os meus valores, o que me torna uma pessoa única e especial, diferente de todas as demais.
O que eu sou, realmente, quando desrespeito esta individualidade?
Pensando nisso, vamos cada vez mais nos conhecer e gerar uma necessidade de respeitar essa agradável pessoa que descobrimos. Depois virá o momento de confrontar a lista de vontades dessa pessoa, com a lista do que se espera dela.
A princípio, parece não haver outra saída a não ser respeitarmos o que esperam de nós ou, então, não poderemos viver em sociedade. Mentira, mentira, mentira!
O que precisamos respeitar são as pessoas, e não suas expectativas e vontades com relação a nós.
Para tanto, temos que ser honestos conosco mesmos. Às vezes, nos suprimimos para agradar alguém, nos tornando falsos e desinteressantes, pois, ao fazê-lo, é bem provável que escondamos aquilo que trouxe tal pessoa para perto de nós.
Isso é muito diferente de mudar. É lindo quando mudamos para crescer como ser humano e estas mudanças vêm de encontro com os interesses dos amigos ou da pessoa que está ao nosso lado. Mas é totalmente distinto quando nos obrigamos a algo para sermos aceitos.

Nossos relacionamentos são baseados em interesses.
Mesmo que sejam os mais puros e nobres, não deixam de ser interesses. Por exemplo, um casal: o interesse principal dela pode ser fazê-lo feliz e o interesse principal dele, fazê-la se sentir a pessoa mais querida do planeta. Outro exemplo, um grupo que visa se apoiar mutuamente para que todos cresçam como profissionais e como seres humanos. Mas sabemos que, na verdade, existem diversos interesses em todas as relações.
Será ótimo termos esta consciência, porque assim analisamos quais nossos interesses com relação a determinada pessoa ou grupo e quais os deles para conosco. E então iniciamos uma troca, que deve acontecer de forma espontânea, sincera e feliz.
O importante é sabermos que não devemos nos violentar ou nos censurar por algo que não seja nosso.
O mundo urge por espontaneidade e sinceridade. A massa das pessoas coloca uma máscara densa e irremovível para os relacionamentos cotidianos.
Note que as pessoas mais admiradas e queridas são as que respeitam suas próprias vontades sem reprimi-las. Elas são mais felizes e andam livremente em situações e momentos nos quais outros se sentiriam desconfortáveis e deslocados. São pessoas mais decididas, mais plenas e em maior sintonia com sua essência. Por isso, às vezes, chocam alguns mais conservadores e até parecem ofender àqueles que não se permitem tais liberdades.
Mas o fato é que pessoas sinceras com elas mesmas encantam a todos ao seu redor sem ao menos esperar isso, pois exalam uma felicidade, uma liberdade, um carinho pela vida de forma admirável, contagiante e envolvente. São pessoas que perceberam que quem tenta agradar a todos não agrada ninguém e aqueles que agradam a si mesmos atraem pessoas na mesma sintonia.
Agradar a si mesmo é muito diferente de ser egoísta. É saber que cada indivíduo no universo é único e devemos nos deliciar com estas diferenças. É buscar, nos pontos mais profundos, quais suas intenções, quais as contribuições que tem a fazer aos que estão à sua volta. É valorizar o tesouro que todos temos internamente.
Entretanto, muito mais simples que buscar, é simplesmente permitir que isso brote naturalmente, deixando de podar e inibir nossas belezas, nossas exclusividades.
Quando alcançar tal feito, você poderá realizar suas vontades sem se ficar culpando, ou se martirizando por ter feito algo que deveria ter lhe dado prazer. E, ao mesmo tempo, vai deixar de fazer aquilo que lhe traria uma sensação de erro, mesmo parecendo interessante.
Se perguntar a essas pessoas o que fazem para serem tão espontâneas, uma resposta comum entre elas será um sorriso, como o de uma criança fazendo algo que ama.
Comece explorando suas diferenças mais discretas e aos poucos vá testando quão longe pode ir.
Lembre-se que um processo autêntico, duradouro e assimilável não deve ser agressivo.
Respeite seu ritmo e o das pessoas à sua volta.
Toda mudança, assim como todo aumento de velocidade, traz alguma resistência, seja das pessoas ao seu redor ou de dentro para fora. É o natural.
Realizando este processo de forma prazerosa, você vai ganhando maturidade para lidar com seu aumento de liberdade e, ao mesmo tempo, adquire flexibilidade para mostrar às pessoas que você é uma pessoa diferente do que era antes, sem ofendê-las.
Pessoas que se respeitam tornam-se únicas. Pessoas únicas tornam-se especiais. E pessoas especiais tornam o mundo mais bonito.
É simples, é biológico.
Complicado e agressivo é ficar segurando lá dentro o que realmente somos.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Diferenças

Um amigo me disse que a maioria dos daltônicos só descobre que faz parte do grupo quando pinta a grama de vermelho, num trabalho escolar. Um exemplo muito claro e indiscutível que nem todos observam o mundo da mesma forma.
Mas se pensarmos no assunto uma pessoa que seja muito baixa ou outra muito alta também têm uma forma peculiar de observar o mundo. E não é somente uma questão de ver, é algo muito mais abrangente. Estas pessoas têm noções de conforto, de espaço e de distância bem únicos. Facilidades mais específicas e dificuldades distintas das pessoas com estatura média.
É óbvio que se alguém é mais fraco vai achar uma caixa pesada e que um que precise de óculos enxergará com menos precisão quando estiver sem eles.
Escolhi estes exemplos porque são tópicos que aparentemente não mudam nada, pois se fôssemos falar de diferenças corporais mais peculiares isso seria gritante.
Sabemos que alguém sedentário e acima de seu peso, se cansa mais rapidamente que um sedentário com pouco peso e assim aceitamos mais facilmente que as pessoas lidem com o mundo de maneiras específicas no plano físico e isso é uma incoerência pois essas são as características que menos causam impacto em nosso relacionamento com o mundo e com as pessoas.
Para nós, ainda parece muito complicado sequer aceitar que diferenças energéticas, emocionais, mentais e até mesmo de essência farão com que nossa percepção do mundo e consequentemente nossa interação com todo o universo seja especialmente particular.
Essas peculiaridades podem passar despercebidas e as entendemos como frescuras, só porque não são óbvias. O mais engraçado é que ao mesmo tempo quando essas nossas diferenças não são compreendidas nos sentimos ofendidos e injustiçados.
Se duas pessoas tiverem a mesma idade, o mesmo peso, o mesmo cotidiano, mas uma delas, por exemplo, respirasse mais superficialmente, só isso bastaria, ela já teria impressões e reações bem distintas da outra. Teria menos vitalidade e as escadas que um subiria sem esforço já seria um problema para o outro. Talvez chegasse atrasado no trabalho e isso modificaria seu relacionamento com os superiores.
Mudanças aconteceriam se o diferente entre estes dois não fosse a capacidade pulmonar e sim o emocional. Alguém com o ego inflado age totalmente diferente de outro que tenha baixa auto-estima numa batida de carros e em tudo o mais, até na maneira de pedir um copo de água. Citando exemplos assim é fácil perceber que as particularidades em nossos aspectos mais sutis (emocional, mental e outros) provocam relacionamentos muito mais específicos com o mundo do que o simples fato de ser velho ou novo, desportista ou sedentário, gordo ou magro, mas ainda assim temos mais dificuldade em respeitar essas diferenças.
Cada mulher ou homem é resultado de uma combinação única de experiências, relações, pensamentos, condicionamentos e aprendizados. Isso faz com que nossas vontades, nossas respostas, necessidades, metas e tudo o mais sejam extremamente particulares.
Bom, ponto pacífico. Mas por quê lidamos tão mal com o fato de que, e agora a conversa fica pesada, as pessoas não analisam as situações como nós, não querem o que queremos, têm vontades em momentos diferentes.
Às vezes me canso, e confesso, às vezes me divirto vendo discussões nas quais todos estão com a razão, mas estão determinadas em convencer o interlocutor de que ele está tendo alguma alucinação.
Quantas amizades, oportunidades de emprego, de namoro e realizações perderemos até que a idéia óbvia e ululante de que somos diferentes em diversos aspectos esteja enraizada em nosso psiquismo e passemos a respeitar as pessoas.
Simplesmente, de forma sutil ou brutal, vamos impondo nossa forma de ser como um trator desgovernado, às vezes com um sorriso noutra com um soco, mas essa atitude é sempre uma invasão.
Convido-o a passar mais tempo com você mesmo, perceber-se. Respire, alongue, aquiete-se. Escape desse turbilhão mental que o cotidiano nos impõe. E logo notará que somos muito mais do que parecemos. Perceberá um corpo físico, um energético, seu corpo emocional e seu mental. Com prática notará que somos até mais do que isso.
E mesmo dentro de nós existem emoções divergentes, estados de ânimo distintos. Numa hora somos encantadores, noutra uns chatos de galocha. Somos maus e depois adoráveis.
E depois de descobrirmos isso, aprendemos a gostar dessas diferenças internas e aprendemos a mudar o que não gostamos tanto.
E depois de lidarmos bem com nossas próprias particularidades podemos lidar bem com as diferenças das pessoas.
E fazendo isso, passaremos a nos conhecer mais, nosso mundo se tornará mais amplo e veremos várias verdades. Tudo se torna mais bonito e rico. Passamos a nos encantar mais com as pessoas e nossa vida se torna mais gostosa e mais simples. É lindo alguém dizer algo contra o que você está pensando e você conseguir entender o ponto de vista dela. E conseguimos nos entender melhor com as pessoas e com nossas idéias.
Problemas insolúveis se tornam claros e divertidos.
E com a mesma mágica que o sol usa para aparecer todas as manhãs, transformamos nossa existência.

sábado, 12 de abril de 2008

Ferramentas

O ser humano não possui as ferramentas para perceber a realidade em sua totalidade.
O que percebemos fica limitado por nossos sentidos, nossa atenção e nossa lucidez entre outros fatores.
E também isso, passa por alguns filtros como nossa bagagem cultural, nossos pontos de vista, nossos relacionamentos com o mundo e, talvez principalmente, nossa flexibilidade de compreender opiniões e observações de outras pessoas.
Como não temos capacidade de observar o todo, nosso crescimento pessoal pode ser potencializado por um talento em respeitar pessoas que são diferentes de nós.
Não quer dizer que vamos facilmente mudar de opinião como alguém sem convicção.
Significa que vamos levar em consideração a forma com a qual as pessoas com quem interagimos observam o mundo a sua volta.
Isto é estar desperto, é não agir mecanicamente ao nos relacionarmos e nem tentar impor alguma idéia pré-estabelecida antes do encontro.
Antes de aprendermos a usar esta capacidade com o outro devemos treina-la com nós mesmos.
Quão a sério levamos nossos sonhos? O quanto valorizamos nossas qualidades? Como encaramos nossos defeitos?
Temos que entender que é impossível que todos gostemos das mesmas coisas e que tenhamos as mesmas vontades nas mesmas horas.
É bem provável que alguns de meus gostos, não sejam realmente meus e sim de quem me criou ou de quem esteja à minha volta.
É importante que nos conectemos mais a nós mesmos e aprendamos a perceber nossas vontades e intenções de dentro para fora e possamos separar o que realmente queremos. Para isso, passemos mais tempo em nossa própria companhia, sintamos mais nossa respiração, ouçamos nossos batimentos cardíacos.
Nem devemos nos isolar dos demais para isso, basta que nos momentos em que estejamos sozinhos percebamos mais nosso corpo, nossos sentidos, nossas emoções e pensamentos. Depois vamos querer dedicar algumas horas da semana a algo que nos deixe mais próximos de nos mesmos.
Comecemos fazendo aquilo que mais gostamos com mais atenção, carinho e sensibilidade, provando um sorvete atento para todos os sabores, para a textura, para as diferenças de temperatura. E terminemos ficando plenamente mais atentos ao universo infinito em belezas, riquezas e alegrias que existe a nossa volta.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

O presente tem a duração do Instante que passa.

O ser humano é um dos únicos animais que pode se dar o luxo de ficar distraído. Quase todo o tempo nossa atenção está fora do agora.

Claro que o passado e o futuro são muito importantes, mas é impressionante o quanto nos desligamos do momento em que vivemos. Fazemos isso até para não ficarmos pirados pois nosso cérebro recebe tanta informação que não faríamos nada mais além de perceber quantas cores temos à nossa frente.

Mas e se apenas ficarmos mais atentos para o que acontece ao nosso redor?

O suficiente para vivenciarmos plenamente nosso cotidiano e não perder a capacidade de admiração ante as belezas simples. O suficiente para darmos a devida atenção às pessoas queridas e descobrirmos que o simples fato de estar vivo é extremamente prazeroso.

É no presente que a vida acontece, e é nele que podemos usar a bagagem adquirida no passado para interagir com o mundo e criar o futuro.

É somente no agora que podemos atuar e transformar tudo ao nosso redor. Quando encaramos o universo desta forma, podemos notar que tudo a nossa volta está disponível, como um lego gigante esperando nossa atuação para poder ser. Hoje estamos simplesmente lidando com o que geramos ontem e nos dias anteriores. Isso é óbvio, mas não nos parece tão claro a ponto de entendermos que cada atitude, sorriso ( ou falta de), ação e posicionamento está construindo o que estará à nossa espera amanhã ou daqui a alguns minutos.

Sinta o poder que percorre sua cabeça e suas mãos ao vivenciar essa informação, que você até já sabia. Olhe ao seu redor, enquanto assimila a idéia de que tudo está aguardando sua decisão.

Não gostaria de dizer que o mundo se curva à sua vontade, mas o mundo se curva à sua vontade de acordo com a amplitude de sua consciência.

Saiba que quando sua namorada, seu chefe, seu vizinho e o entregador de pizza falam com você, eles estão reagindo à maneira como você lidou com eles. Desde o primeiro encontro a verticalidade de suas costas, a expressão em seu rosto, a intensidade do aperto de mãos e o tom de voz, entre outros fatores, estão indicando às pessoas como elas lhe tratarão, mesmo que elas nem saibam disso.

Quase todo o tempo as pessoas estão respondendo ao que acontece, são raros os que agem.

Abrindo-nos para o agora, interagimos melhor com as pessoas, percebemos as intenções e vontades além das palavras. Notamos microexpressões, movimentos de corpo e sutis diferenças nas entonações das frases que muitas vezes mostram que o interlocutor deseja transmitir algo que tem pouco a ver com as palavras ditas.

Nossos sentidos são nossos canais de conexão com o planeta e quanto mais atenção dermos a eles mais em contato estaremos com o que acontece ao nosso redor. Funciona como se pudéssemos ver o futuro sendo criado e escolher onde vamos atuar, o que vamos separar para nós, o que evitaremos.

É simples assim, e tão surpreendente que é difícil acreditar e sinto que só não atuamos dessa maneira constantemente pois, nosso cérebro não assimila o quanto é natural e fácil manipular o mundo. Escolhi essa palavra (manipular) porque a acho pesada e quero deixar claro o quanto o mundo é nosso e espera nossas vontades e, principalmente, nossa atuação para se manifestar.

Quando terminar de ler este texto lembre-se que você não terá uma segunda chance de viver os momentos que passam. E por isso dará uma importância enorme a eles e os curtirá e os usará para transformar sua vida e pelo mesmo motivo, não dará tanta importância a esses momentos, pois eles logo acabam e levam seus inconvenientes.

Aprenda a vivenciá-los de uma forma prazerosa, plena, descontraída, intensa, desapegada e feliz.Comece prestando atenção ao momento e aproveite-o. Não deixe que as lembranças do passado e o anseio pelo futuro atrapalhem o instante.

Perceba o poder que tem em mãos e desfrute dele.

E delicie-se com o mundo... Agora.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Recriando nossa realidade

Outro dia, observando atletas, fiquei pensando sobre como o corpo se adapta ao estilo de vida. É fácil identificar quais deles praticam o mesmo esporte, pois a postura, o andar e os músculos desenvolvidos são muito específicos.

Nestes casos, esta mudança é marcante, pois usam o corpo de forma intensa. Mas como será que isso se aplica em um cotidiano rotineiro, caso da maior parte das pessoas?

Noto que o corpo também se adapta tornando mais confortáveis as tarefas que realizamos com maior freqüência. Excelente para um pedreiro que trabalha carregando peso e precisa de um corpo forte, ou para um piloto de moto que precisa de reflexos muito rápidos. Entretanto, no caso de ficarmos somente em casa assistindo tv, grudados no computador, ou sentados com as costas curvadas o dia inteiro no trabalho, essa proteção que possuímos acaba nos prejudicando.

Isto é percebido quando se torna cada vez mais difícil andarmos com as costas eretas, quando passamos a ficar mais pesados para algo que antes fazíamos sem esforço e, para não me prolongar nesta lista infindável, quando nosso organismo se modifica para podermos comer mais e mais.

Da mesma maneira que nosso corpo está sujeito a essas transformações, também estão nossas emoções e pensamentos.

Sim, assim como vamos perdendo dia-a-dia nossa capacidade de movimentação, perdemos também nossa capacidade de viver emoções plenas e de ter idéias brilhantes, conforme nos adaptamos a uma vida sem estes encantos.

O ser humano se transforma para conquistar conforto, isso significa que se você nunca usa pontos de vista diferentes, deixa de se encantar com eventos simples, pára de movimentar seus músculos, seu organismo passa a entender como um incômodo qualquer pensamento criativo, emoção forte ou uma simples caminhada com os amigos, atitudes diferentes das praticadas em seu cotidiano.

Apesar da reflexão, confesso que minha intenção não é produzir pânico. Estou apenas evidenciando uma ferramenta que possuímos e, como tudo no universo, podemos escolher como iremos utilizá-la.

A partir de agora, saiba o quanto suas escolhas estão constantemente reorganizando tudo o que você é, produzindo sulcos em seu corpo, em suas emoções e pensamentos, para que tais decisões aconteçam cada vez mais espontaneamente.

Para perceber os condicionamentos de seu corpo, experimente alguns movimentos ou posições que nunca fez antes. O corpo mais reclama onde está formada uma couraça que o cotidiano monótono nos traz. E não estou atacando assistir tv ou ficar quieto em casa, ataco à falta de opções, à falta do novo.

Depois façamos o mesmo com nossas emoções e pensamentos. Você verá que, a princípio, é muito difícil fazer um outro caminho para o trabalho ou enxugar o corpo após o banho de forma diferente. E é mudando estas pequenas atividades que desenvolvemos nosso potencial de transformação. Comece assim e depois estimule eventos e coisas que vão conduzi-lo a mais felicidade, mais plenitude e mais diversão. Isto o fará notar que, sem mudar nada ao seu redor, estará em um mundo completamente belo, harmônico, totalmente aberto e receptivo às suas vontades e o mais importante: absolutamente real.