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Cai o sossego sobre a casa.
A luz ilumina tudo em redor:
é lua cheia.
Como se não fosse preciso
pedir mais nada:
paz; saudade; esperança.
O reverso da medalha.
Tanto sossego!
O silêncio chega a ecoar
através da brisa
- do luar -
da noite de lua cheia.
Sobre a casa a luz já ilumina.Foto minha.Este é o meu último poema de 2009.
Um Bom Ano de 2010 é o que vos desejo.
Emolduram-te o rosto:
a noite e o som do mar;
a lua crescente e a paz interior;
talvez (ainda) a criança que és,
que desenhas o perfil incompleto
de uma estátua.
És uma estrela viva;
uma carta de amor;
és um permanente desafio:
nosso.
Velarei por ti
e pela saudade de um outro dia:
amar-te-ei sempre.
Com este olá vos saúdo.
Qualquer caminho não é fácil
e porque não o é,
o desafio nos alegra
e nos serena.
Porque a vida é surpreendente,
porque a vida não é o que queremos,
porque a vida é uma permanente derrota,
uma luta constante.
Porque a vida é uma vitória,
porque nos alegramos,
porque a vida é ela mesma
uma incógnita.
Qualquer caminho não é fácil
e porque não o é,
continuarei aqui.Foto minha.
Da saída do beco
(têm sempre saída: os becos),
inventei uma nova palavra;
significa o que cada um entender
-que entenda-,
se o quiser.
É um hino ao desencontro:
-Des-a-romãmor!
Que vivam as palavras inventadas.Foto minha.
Trago-te comigo:
lança cravada fundo.
Por ti amanheço
de um vago despertar,
tardio;
levas-me contigo
-onde a luz permanece-,
exaustivamente nos amamos;
por todos os dias,
que nossos dias serão.Foto minha.
O tempo falta
- não vem a tempo -
perde tempo
(destempera-se no caminho),
tem voz;
é intemporal, intempestivo:
vem e não vem.
Perde-se e aparece,
como tempo atempado.
Talvez, temporalmente - um tempo -,
a tempo silencioso.Foto minha.

Quero poder pensar, sonhar,
escrever, afogar-me na beleza
-pensamentos sonhados-
que escrevo.
Quero ir até à praia,
percorrer todos os caminhos
que conheço - os que não sei -,
olhar o mar, as ondas;
mexer na areia, deitar-me nela:
sossegar os meus sentidos.
Quero ser a melodia
na voz dorida do meu amor.
Adormecer contigo no suspiro
que exalamos – exaustos -
que(ainda)podemos sonhar;
não quero deixar fugir
o presente.Foto minha.