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És o meu canto final
a apoteose
neste acto,
a saída de cena
depois de cair o pano.
És a última dança
no palco,
enquanto se perdeu
o encanto
e se finge ser feliz.
És a minha primeira
vontade,
o soletrar concreto
da esperança
que revive
em mil sonhos de mim.Foto minha
Escrevo a minha história
antes febril de vida
hoje amarga e sempre solitária
amanhã a história futura
que desencantarei
dos meandros frescos
da floresta
ou da profunda
vastidão do mar
a minha história
é aquela que eu sei contar
num poema
que não acabarei
por várias razões...Foto minha.
Fugiram todos os impulsos,
os possessivos esgares,
as melancólicas noites
e as lágrimas livres
de um ser bonito.
Desapareceram as obsessivas palavras
os gestos de agressões
irreflectidas.
Fugi de mim, ontem
trazendo a serenidade
hoje
tal como os búzios
que se reflectem
no meu olhar
numa constante
impertinência...Foto: Maria Clarinda
Lugar de vida
em silêncio
o meu/nosso luar
amor sempre
a luz e o mar
temas
em continuidade
espaço aberto
à imaginação
a voz a música
as canções e o ficar.Foto minha
NÃO.
Não sou figura de arte,
alada, jovem,
mitológica...
Não sou mensageiro,
nem figura puramente
espiritual.
NÃO. Não sou anjo.
Sou essa flor
sensual e humana,
um odor, um caminho,
paz, luz, saudade,
a neblina, o silêncio,
o nunca mais
ou o sempre!
Sou SIM!
Anjo...Foto: Maria Clarinda
Solitária algures
varrendo a memória
e o delírio
decompõe-se a imaginação
em partículas
abertas e esfumadas
algures
a solidão marca presença
num dado momento
não adquirido
do ainda futuro...Foto: José Arroteia
Fácil é ficar aí
olhando a planta
que nasce e cresce
e nos faz acreditar
no futuro.
Muito fácil estar aqui
e saber do verde, verde
e dos contornos
simples
da esperança...Contra o habitual, a foto foi tirada por mim(!).
Cabe na palma da mão
o estreito patamar
da loucura
como se fosse
um precipitar
permanente
do sonho que o mar atinge
que o rochedo
segura em ti.Foto: José Arroteia
Se é o começo
do mundo
o mar ouviu
a história simples
da água...
nasce outra esperança
ou a memória reconhecida
de afectos
num prefácio
de imprevisíveis
aventuras.Foto: José Arroteia