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sexta-feira, 11 de outubro de 2024
sábado, 8 de junho de 2024
sexta-feira, 8 de março de 2024
Peltigera sp. (Peltigeraceae), Blechnum Spicant (L.) Roth (Blechnaceae) e Polytrichum sp. (Polytrichaceae)
O líquen parece ser uma Peltigera sp. (Peltigeraceae) - Serra da Freita (pr. Arouca, DL), 9.X.2008. Parecem também estar visíveis Blechnum Spicant (L.) Roth (Blechnaceae) e Erica arborea L. (Ericaceae), entre outras espécies vegetais. O musgo parece ser um Polytrichum sp. (Polytrichaceae).
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sexta-feira, 1 de dezembro de 2023
Arbutus Unedo Linnaeus (Ericaceae, Ericales)
O medronheiro, Arbutus Unedo Linnaeus (Ericaceae, Ericales) pr. ⊠ Vigia, 393 m, conc. de Odemira (BAl), em 1.XI.2003.
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sexta-feira, 3 de julho de 2020
Digitalis purpurea Linnaeus (Plantaginaceae)
Digitalis purpurea Linnaeus "dedaleira" (Plantaginaceae, ex Scrophulariaceae), fotografada na Serra de Montemuro: TM: Lamego: "Ponte de Reconcos", perto do rio Balsemão, na margem da EN 2, 29TNF9442, alt. ca. 870 m, 18.VI.2020, acompanhada por numerosas outras espécies, entre as quais: Paradisea lusitanica (Asparagaceae), Echium lusitanicum, Lithodora prostrata e Omphalodes nitida (Boraginaceae), Campanula lusitanica e Jasione montana (Campanulaceae), Cistus psilosepalus, Halimium lasianthum subsp. alyssoides e Tuberaria guttata (Cistaceae), Carex sp. pl. (Cyperaceae), Achillea Millefolium, Andryala integrifolia, Anthemis arvensis, Cirsium palustre, Crepis capillaris, Hispidella hispanica, Senecio sylvaticus, etc. (Compositae), Erica arborea (Ericaceae), Quercus pyrenaica (Fagaceae), Arrhenatherum elatius ssp. bulbosum, Celtica gigantea, Holcus lanatus, Trisetaria ovata, etc. (Gramineae), Luzula sp. e Juncus sp. pl. (Juncaceae), Lavandula pedunculata, Prunella grandiflora, Teucrium Scorodonia (Labiatae), Cytisus multiflorus e C. striatus, Lotus corniculatus ssp. carpetanus e L. pedunculatus, Trifolium arvense, T. dubium, T. pratense, T. repens, etc. (Leguminosae), Dactylorhiza caramulensis (Orchidaceae), Anarrhinum bellidifolium, Linaria triornithophora, Plantago Coronopus, P. lanceolata e Veronica arvensis (Plantaginaceae), Aquilegia dichroa, Caltha palustris e Ranunculus bulbosus (Ranunculaceae)...
quarta-feira, 6 de maio de 2020
Erica scoparia Linnaeus (Ericaceae)
A comum urze Erica scoparia Linnaeus (Ericaceae), fotografada em Coimbra, 5.V.2020.
Trata-se de um endemismo das Regiões Macaronésica e Mediterrânica Ocidental (http://euromed.luomus.fi/euromed_map.php?taxon=437575&size=medium), bastante comum em Portugal continental (Lu) (https://flora-on.pt/#/1Erica+scoparia).
sexta-feira, 18 de janeiro de 2019
Halimio alyssoidis-Pterospartetum cantabricae na Serra de Arada
Para assinalar
a entrada no novo Ano 2019, que desejamos feliz e próspero a todos os nossos
leitores e companheiro(a)s, deixamos hoje aqui uma foto daquilo que pensamos ser a
associação Halimio
alyssoidis-Pterospartetum cantabricae, da classe de matos anões Calluno-Ulicetea, fotografada em toda a
sua glória na Serra de Arada, no concelho de S. Pedro do Sul (Lu: BA), em
1.V.2014.
domingo, 30 de abril de 2017
Erica arborea L. (Ericaceae) e uma borboleta
Sernancelhe, 25.IV.2017, alt. ca. 800 m, uma bela borboleta sobre Erica arborea L. (Ericaceae):
Poderá tratar-se da Euphydryas aurinia Rottemburg, 1775 (Nymphalidae), segundo a excelente sugestão do amigo Carlos Silva, uma espécie protegida por lei:
· Decreto-Lei nº 140/99, de 24 de Abril, com a redacção que lhe é dada pelo Decreto-Lei nº 49/05, de
24 de Fevereiro, anexo B-II, transposição da Directiva Habitats (92/43/CEE), de 21 de Maio de
1992, Anexo II
· Decreto-Lei nº 316/89, de 22 de Setembro, transposição da Convenção de Berna, Anexo II http://www.icnf.pt/…/…/docs/rn-plan-set/inverteb/eup-aurinia
Poderá tratar-se da Euphydryas aurinia Rottemburg, 1775 (Nymphalidae), segundo a excelente sugestão do amigo Carlos Silva, uma espécie protegida por lei:
· Decreto-Lei nº 140/99, de 24 de Abril, com a redacção que lhe é dada pelo Decreto-Lei nº 49/05, de
24 de Fevereiro, anexo B-II, transposição da Directiva Habitats (92/43/CEE), de 21 de Maio de
1992, Anexo II
· Decreto-Lei nº 316/89, de 22 de Setembro, transposição da Convenção de Berna, Anexo II http://www.icnf.pt/…/…/docs/rn-plan-set/inverteb/eup-aurinia
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sábado, 13 de junho de 2015
Um trio de plantas serranas
Trazemos hoje aqui um simpático trio de beldades serranas: Erica umbellata L., Ericaceae (no centro), Quercus pyrenaica Willd., Fagaceae (à direita) e a conhecida carqueja, com flores amarelas: Pterospartum tridentatum (L.) Willk. subsp. cantabricum (Spach) Talavera & P.E. Gibbs, Fabaceae = Leguminosae.
A foto é de 22.V.2015, algures na serra de Montemuro, talvez acima dos 1000 m de altitude.
A foto é de 22.V.2015, algures na serra de Montemuro, talvez acima dos 1000 m de altitude.
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terça-feira, 12 de maio de 2015
Erica scoparia L. (Ericaceae)
A bela Erica scoparia L. (Ericaceae), um arbusto endémico das regiões mediterrânica ocidental e macaronésica (http://euromed.luomus.fi/euromed_map.php?taxon=437575&size=medium), fotografada em floração, em Coimbra, em 11.V.2015.
segunda-feira, 17 de junho de 2013
Genista tridentata L. subsp. cantabrica (Spach) Greuter, Erica australis L. & al. (Fabaceae, Ericaceae)
Serra de Arada (concelho de S. Pedro do Sul), 16.V.2013
Genista tridentata L. subsp. cantabrica (Spach) Greuter (flores amarelas, Leguminosae),
Erica australis L. (flores roxas, Ericaceae) & al.
Genista tridentata L. subsp. cantabrica (Spach) Greuter (flores amarelas, Leguminosae),
Erica australis L. (flores roxas, Ericaceae) & al.
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sexta-feira, 21 de setembro de 2012
Sorbus aria (L.) Crantz (Rosaceae)
Pensamos que ainda aqui não tinha sido postada a bela árvore
Este arbusto ou pequena árvore, foi por nós fotografado
em 20.V.2004 num local granítico da Serra do Caramulo (concelho de Tondela,
BA), muito próximo do ponto trigonométrico ou vértice geodésico "Cabeço da
Neve", 985 m, num local bastante perturbado com numerosas coníferas
exóticas assim como algumas plantas endémicas como Silene acutifolia, Silene
marizii e Dianthus laricifolius
(Caryophyllaceae), algumas gramíneas e alguns arbustos comuns como Erica arborea (Ericaceae) e Cytisus striatus (Leguminosae), etc.
Não
sabemos se este pequeno bosquete será espontâneo ou terá sido plantado pelo
homem, que tantas árvores (sobretudo coníferas exóticas) plantou nas suas
vizinhanças.
Na foto das flores de Sorbus aria são visíveis duas abelhas polinizadoras e melíficas, pertencentes à vasta ordem Hymenoptera.
Na foto das flores de Sorbus aria são visíveis duas abelhas polinizadoras e melíficas, pertencentes à vasta ordem Hymenoptera.
sábado, 24 de dezembro de 2011
Scleroderma citrinum (Sclerodermataceae) e outras plantas
Com os nossos votos de um santo Natal de 2011 e um próspero Ano 2012, para todos os nossos leitores e camaradas blogueiros, trazemos aqui o belíssimo cogumelo Scleroderma citrinum Pers., Syn. meth. fung. (Göttingen) 1: 153 (1801) (Sclerodermataceae, Boletales, Agaricomycetidae, Agaricomycetes, Basidiomycota, Fungi)
(http://www.speciesfungorum.org/Names/GSDSpecies.asp?RecordID=181865),
que encontrámos em 22 de Maio de 2003, num pinhal bravo de Pinus Pinaster (Pinaceae) com vegetação arbustiva baixa acidófila da classe Calluno-Ulicetea, incluindo Agrostis Curtisii (Gramineae), Calluna vulgaris (Ericaceae), Halimium alyssoides (Cistaceae), Monotropa Hypopitys (Ericaceae), Ulex minor (Leguminosae) ... no conc. de Moimenta da Beira, pr. de Alva.
E como Vénus traz a Paz e Júpiter traz a Alegria, e ambos brilham intensamente no céu, nesta noite de Natal, aqui ficam:
http://www.youtube.com/watch?v=oKvG0RU4_fI
http://www.youtube.com/watch?v=Nz0b4STz1lo
http://en.wikipedia.org/wiki/The_Planets
domingo, 7 de agosto de 2011
Monotropa hypopitys (Ericaceae), Tanacetum mucronulatum (Asteracae) e mais alguns bichos (Insecta)
Como o nome do post indica, trazemos aqui de novo a rara e bela Monotropa hypopitys L. (Ericaceae)
Monotropa hypopitys - Wikipedia, the free encyclopedia,
que encontrámos em Bragança, na Serra de Rebordãos ou Nogueira, assim como o belo e também raro Tanacetum mucronulatum (Hoffmanns. & Link) Heywood in Agron. Lusit. 20: 214. 1958 (Asteracae), proveniente de um local próximo (carvalhal de Holco mollis-Quercetum pyrenaicae, da classe de vegetação florestal Querco-Fagetea) e ainda mais alguns bichos igualmente interessantes (Insecta), que deixamos aqui, na esperança de que venham a ser identificados pelos ilustres especialistas que frequentam este blog!
Convém salientar que o Tanacetum mucronulatum é um endemismo exclusivamente português, de acordo com Greuter, W. (2006-2009): Compositae (pro parte majore). – In: Greuter, W. & Raab-Straube, E. von (ed.): Compositae. Euro+Med Plantbase - the information resource for Euro-Mediterranean plant diversity.
Quanto ao insecto alado verde, pensamos tratar-se provavelmente de um neuróptero, pertencente à ordem Neuroptera Linnaeus, 1758
Neuroptera - Wikipedia, the free encyclopedia
Em relação às duas lindas borboletas, sabemos apenas pertencerem à ordem Lepidoptera Linnaeus, 1758
Lepidoptera - Wikipedia, the free encyclopedia
Como sugestão musical, vamos deixar hoje aqui, apropriadamente, a excelente "She Came Through The Bathroom Window", dos Beatles:
THE BEATLES Remasters! /// 13. She Came Through The Bathroom Window - (STEREO Remastered 2009) - YouTube
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terça-feira, 5 de julho de 2011
Daboecia azorica (Ericaceae) e Anobium punctatum (Anobiidae)
Ainda aqui não tinha sido postada a extraordinária beldade endémica açórica Daboecia azorica Tutin & Warb.
Daboecia azorica Tutin & Warb. Queiró - Portal da Biodiversidade dos Açores
Assim, aqui fica ela!
A acompanhar esta adorável ericácea, deixamos aqui também um curioso coleóptero que gosta de roer os nossos soalhos de madeira (as larvas, não propriamente os adultos):
Common furniture beetle - Wikipedia, the free encyclopedia
Como acompanhamento musical, nada mais apropriado do que os excelentes Beatles, neste caso Martha my dear, uma belíssima homenagem musical de Paul à sua cadela Martha:
YouTube - Martha My Dear - The Beatles (1968)
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sexta-feira, 11 de março de 2011
Fertilidade da terra, Eça de Queirós e von Liebig (II)
O crescimento das plantas depende da disponibilidade de recursos.
Quem faz horta sabe que a falta de água e de fertilidade da terra, ou a sombra de um prédio vizinho se pagam com baixas produções. Se rareia a água, rega-se; se escasseia o azoto, estruma-se ou aduba-se a terra; se a sombra é muita, o melhor é mudar de horta. Reparem: a falta água não se resolve fertilizando a terra, bem pelo contrário: o adubo aumenta a pressão osmótica (quantidade de sais) da água do solo e só desajuda. Se a minha horta murcha, enquanto não abrir um furo de nada me vale gastar dinheiro na casa agrícola!
O dia-a-dia das 600 gerações de agricultores que povoaram a bacia do mediterrânico desde o final da última glaciação foi condicionada por estes, ou similares problemas.
von Liebig resumiu o efeito da escassez de nutrientes no solo na conhecida Lei do Mínimo. Observações simples pedem formulações teóricas tão simples como brilhantes. Escreve von Liebig: "o crescimento das plantas é limitadas pelo elemento, ou composto, que esteja presente em menor quantidade no solo". Portanto, se as necessidades em azoto das minhas batatas estão satisfeitas, a produtividade passará a estar limitada por outro nutriente, por exemplo pelo potássio.
Para explicar a Lei do Mínimo von Liebig serviu-se de uma fantástica metáfora (imagem sacada daqui) representada na imagem do lado. Parece que ainda sobrevive uma dorna semelhante à da figura no laboratório de von Liebig.
A Lei do Mínimo tem dois importantes corolários: 1) a produção é proporcional à quantidade do nutriente limitante disponível no solo para as plantas; 2) à medida que este nutriente for adicionado ao solo os rendimentos crescem cada vez mais lentamente (rendimentos decrescentes).
Quando a curva atinge um tecto outro nutriente passou a controlar a produtividade.
Estudei esta curva quando era estudante de agronomia há vinte e cinco anos atrás. O meu professor de química agrícola insistia, é claro, no lado direita da curva. Os rendimentos decrescentes e os consumos de luxo (consumo de nutrientes pelas plantas sem reflexos na produção) eram, e por enquanto ainda são, um problema sério para a agricultura industrial. Por outras palavras: a certa altura os ganhos de produção não pagam a adição de mais uma unidade de nutriente, e a nutrição das plantas representa uma fatia substancial das contas de cultura.
E o lado esquerdo da curva?
Se o Sr. Jacinto, o coveiro do "A Capital", soubesse interpretar gráficos, se tivesse estudado funções na escola, certamente concentraria a sua atenção no esquerdo da curva. O lado da abundância, quando a curva tende para um limite, ser-lhe-ia irrelevante. A derivada a convergir para o infinito,pelo contrário, perturbar-lhe-ia o sono. Aquele súbito mergulho da curva em direcção à origem representa uma das maiores condicionantes das tomadas de decisão, e da qualidade de vida dos agricultores orgânicos pré-industriais. Em momentos de escassez uma unidade de azoto, ou de qualquer outro nutriente limitante, valia uma vida. E essa unidade explica por que razão se reduziram a cinzas os bosques cobriam no início do Holocénico o território que é hoje Portugal, ou a dedicação de uma vida a recolher bostas de vaca pelas estradas das gândaras da região de Aveiro (vd. post anterior).
A dominância do Agrostis x fouilladei (Poaceae) ...
... ou das ericáceas nas serras graníticas do Norte e Centro de Portugal, por exemplo, conta a mesma história: é um testemunho de uma demanda milenar por aquela unidade milagrosa do nutriente limitante.
Erica umbellata (Ericaceae)
[continua]
Quem faz horta sabe que a falta de água e de fertilidade da terra, ou a sombra de um prédio vizinho se pagam com baixas produções. Se rareia a água, rega-se; se escasseia o azoto, estruma-se ou aduba-se a terra; se a sombra é muita, o melhor é mudar de horta. Reparem: a falta água não se resolve fertilizando a terra, bem pelo contrário: o adubo aumenta a pressão osmótica (quantidade de sais) da água do solo e só desajuda. Se a minha horta murcha, enquanto não abrir um furo de nada me vale gastar dinheiro na casa agrícola!
von Liebig resumiu o efeito da escassez de nutrientes no solo na conhecida Lei do Mínimo. Observações simples pedem formulações teóricas tão simples como brilhantes. Escreve von Liebig: "o crescimento das plantas é limitadas pelo elemento, ou composto, que esteja presente em menor quantidade no solo". Portanto, se as necessidades em azoto das minhas batatas estão satisfeitas, a produtividade passará a estar limitada por outro nutriente, por exemplo pelo potássio.
Para explicar a Lei do Mínimo von Liebig serviu-se de uma fantástica metáfora (imagem sacada daqui) representada na imagem do lado. Parece que ainda sobrevive uma dorna semelhante à da figura no laboratório de von Liebig.
Quando a curva atinge um tecto outro nutriente passou a controlar a produtividade.
Estudei esta curva quando era estudante de agronomia há vinte e cinco anos atrás. O meu professor de química agrícola insistia, é claro, no lado direita da curva. Os rendimentos decrescentes e os consumos de luxo (consumo de nutrientes pelas plantas sem reflexos na produção) eram, e por enquanto ainda são, um problema sério para a agricultura industrial. Por outras palavras: a certa altura os ganhos de produção não pagam a adição de mais uma unidade de nutriente, e a nutrição das plantas representa uma fatia substancial das contas de cultura.
E o lado esquerdo da curva?
Se o Sr. Jacinto, o coveiro do "A Capital", soubesse interpretar gráficos, se tivesse estudado funções na escola, certamente concentraria a sua atenção no esquerdo da curva. O lado da abundância, quando a curva tende para um limite, ser-lhe-ia irrelevante. A derivada a convergir para o infinito,pelo contrário, perturbar-lhe-ia o sono. Aquele súbito mergulho da curva em direcção à origem representa uma das maiores condicionantes das tomadas de decisão, e da qualidade de vida dos agricultores orgânicos pré-industriais. Em momentos de escassez uma unidade de azoto, ou de qualquer outro nutriente limitante, valia uma vida. E essa unidade explica por que razão se reduziram a cinzas os bosques cobriam no início do Holocénico o território que é hoje Portugal, ou a dedicação de uma vida a recolher bostas de vaca pelas estradas das gândaras da região de Aveiro (vd. post anterior).
A dominância do Agrostis x fouilladei (Poaceae) ...
Erica umbellata (Ericaceae)
[continua]
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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Sinapis arvensis (Brassicaceae)
No passado mês de Junho, num leito de cheias cascalhento de um pequeno rio transmontano, longe de tudo e de todos, herborizei esta planta:
«A linha de água está pouco perturbada e as encostas sobranceiras revestidas por abundantes azinhais climácicos. A planta deve ser rara!», pensei então. Entusiasmado, corri para o herbário; segui as chaves das Floras e observei ao pormenor os meus exemplares herbário de brassicáceas com frutos compridos (silíquas). O resultado era sempre o mesmo. «Não pode ser! O sítio é perfeito para plantas invulgares!». Recusei-me a aceitar. Enviei uma foto a um amigo botânico; o veredicto foi rápido e claro: Sinapis arvensis, a mais do que frequente mostarda-dos-campos. Que desilusão! Não tinha, afinal, encontrado uma espécie nova para Trás-os-Montes, e muito menos para Portugal.
Este relato pequenino pouco interesse tem; não chega sequer para um blogue descomprometido de divulgação botânica. Porém estimula a imaginação, oferece uma razão para recuperar, ainda brevemente, uma das especulações preferidas da comunidade fitossociológica: na paisagem pristina, há mais de 5000 anos, qual era o habitat das espécies que hoje preenchem os nossos campos e matos? Por outras palavras: Onde estavas tu, planta daninha, arbusto enfadonho, antes do Neolítico?
Estas dúvidas não têm uma resposta simples e objectiva. Vai-se especulando, vai-se cambiando de ideias com novas observações, com pequenas epifanias. Cada planta é um caso, e um caso por natureza insolúvel.
De qualquer modo, a dita Sinapis arvensis (Brassicaceae), o Pinus pinaster (Pinaceae) «pinheiro-bravo» e o Cistus ladanifer (Cistaceae) «esteva» numa escapa, a Erica australis (Ericaceae) «urze-vermelha» encavalitada numa crista quartzítica, a Spergula arvensis (Caryophyllaceae) que germina às primeiras chuvas num mato recentemente ardido ou o Cynodon dactylon (Poaceae) «grama» a perfurar um exíguo mouchão de areias acumulado nas margens de um rio de montanha, estas e muitas outras plantas, fazem-me suspeitar da sua raridade, ou, pelo menos, infrequência nas paisagens pristinas.
O Neolítico, a agricultura, alterou a ordem das coisas: o que era raro volveu abundante e o comum incomum. Com muitas excepções, suponho.
A conservação da natureza, como muito bem dava a entender o Luís Moreira num comentário a este post, está impregnada pelos modelos de paisagem das sociedades orgânicas tradicionais, que sobreviviam, mal, muito mal, a malhar nos ecossistemas naturais, numa luta diária para recuperar ou colher o átomo de azoto e de fósforo e com ele fazer a seara e a horta, e compensar à justa a enorme despesa energética dos corpos retorcidos pela enxada e pela gadanha.
Este referencial em cima do qual raciocinamos a conservação da natureza, no fundo, esta ideologia, não parece lá muito lógica.
«A linha de água está pouco perturbada e as encostas sobranceiras revestidas por abundantes azinhais climácicos. A planta deve ser rara!», pensei então. Entusiasmado, corri para o herbário; segui as chaves das Floras e observei ao pormenor os meus exemplares herbário de brassicáceas com frutos compridos (silíquas). O resultado era sempre o mesmo. «Não pode ser! O sítio é perfeito para plantas invulgares!». Recusei-me a aceitar. Enviei uma foto a um amigo botânico; o veredicto foi rápido e claro: Sinapis arvensis, a mais do que frequente mostarda-dos-campos. Que desilusão! Não tinha, afinal, encontrado uma espécie nova para Trás-os-Montes, e muito menos para Portugal.
Este relato pequenino pouco interesse tem; não chega sequer para um blogue descomprometido de divulgação botânica. Porém estimula a imaginação, oferece uma razão para recuperar, ainda brevemente, uma das especulações preferidas da comunidade fitossociológica: na paisagem pristina, há mais de 5000 anos, qual era o habitat das espécies que hoje preenchem os nossos campos e matos? Por outras palavras: Onde estavas tu, planta daninha, arbusto enfadonho, antes do Neolítico?
Estas dúvidas não têm uma resposta simples e objectiva. Vai-se especulando, vai-se cambiando de ideias com novas observações, com pequenas epifanias. Cada planta é um caso, e um caso por natureza insolúvel.
De qualquer modo, a dita Sinapis arvensis (Brassicaceae), o Pinus pinaster (Pinaceae) «pinheiro-bravo» e o Cistus ladanifer (Cistaceae) «esteva» numa escapa, a Erica australis (Ericaceae) «urze-vermelha» encavalitada numa crista quartzítica, a Spergula arvensis (Caryophyllaceae) que germina às primeiras chuvas num mato recentemente ardido ou o Cynodon dactylon (Poaceae) «grama» a perfurar um exíguo mouchão de areias acumulado nas margens de um rio de montanha, estas e muitas outras plantas, fazem-me suspeitar da sua raridade, ou, pelo menos, infrequência nas paisagens pristinas.
O Neolítico, a agricultura, alterou a ordem das coisas: o que era raro volveu abundante e o comum incomum. Com muitas excepções, suponho.
A conservação da natureza, como muito bem dava a entender o Luís Moreira num comentário a este post, está impregnada pelos modelos de paisagem das sociedades orgânicas tradicionais, que sobreviviam, mal, muito mal, a malhar nos ecossistemas naturais, numa luta diária para recuperar ou colher o átomo de azoto e de fósforo e com ele fazer a seara e a horta, e compensar à justa a enorme despesa energética dos corpos retorcidos pela enxada e pela gadanha.
Este referencial em cima do qual raciocinamos a conservação da natureza, no fundo, esta ideologia, não parece lá muito lógica.
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Celebrando o Outono (várias famílias)
Ao contrário dos excelentes posts anteriores neste blog, acerca de Pináceas, este não é um post particularmente científico - antes pretende ser uma singela comemoração do Outono, essa estação que se pode considerar constituir uma segunda Primavera, depois dos calores tórridos do Estio.
Assim, apresentamos aqui algumas fotos de diversas angiospérmicas obtidas hoje (ou muito recentemente):
Celtis australis L. (Cannabaceae) (pronuncia-se "Kéltiss");
Olea europaea L. (Oleaceae), a oliveira;
Viburnum tinus L. (Adoxaceae);
Erica ciliaris L. (Ericaceae);
Pittosporum sp. (Pittosporaceae) e
Zanthoxyllum armatum DC. (Rutaceae), um arbusto ornamental espinhoso ("armado") relativamente pouco conhecido.
Para acompanhar, sugerimos "Gloria in excelsis Deo", do grande compositor veneziano António Vivaldi (Antonio Vivaldi - Wikipedia, the free encyclopedia), que se pode encontrar por ex. aqui: YouTube - Vivaldi: Gloria In D, RV 589 - Gloria In Excelsis Deo
quinta-feira, 8 de abril de 2010
Os mirtilos de Portugal
Em Portugal são reconhecidas duas espécies de mirtilos espontâneas: Vaccinium myrtillus que ocorre nas serras de Gerês (MI), Trás-os-Montes (TM) e Estrela (BA) e Vaccinium uliginosum restrito à serra da Estrela.
V. uliginosum é considerado uma relíquia glaciária artico-alpina nas montanhas do Centro e Sudoeste da Europa. Neste continente a espécie ocorre nas áreas mais elevadas dos Pirinéus, Cordilheira Cantábrica, Montanhas Leonesas, Sistema Central Ibérico e Serra Nevada.
V. uliginosum caracteriza-se por apresentar ramos de secção circular e folhas inteiras e verde-azuladas, ao passo que V. myrtillus possui ramos de secção quadrangular e folhas finamente recortadas verde brilhantes.
Vaccinium uliginosum (esq.) e V. myrtillus (Ericaceae)
(fotos Alexandre Silva)
Na serra da Estrela conhecem-se dois núcleos de V. uliginosum localizados no andar orotemperado de ombroclima hiper-húmido, isto é a cotas altitudinais superiores aos 1700 m. Um dos núcleos, que ocupa uma superfície que não excederá 1 m2, vegeta sob o zimbral rasteiro de Juniperus communis subsp. alpina, que constitui a comunidade climácica da série climatófila do andar orotemperado desta serra. O segundo núcleo, com apenas 1 indivíduo, cresce entre as fissuras de um afloramento granítico acompanhado também pelo zimbro-rasteiro.
As principais ameaças que recaem sobre a espécie são a herbivoria provocada pelo pastoreio, que não permite que a espécie desenvolva o seu normal ciclo fenológico, as alterações climatéricas e a erosão genética.
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Monotropa hypopitys (Ericaceae)
Hoje vamos mostrar uma foto da bem conhecida Monotropa hypopitys L. sensu lato (Ericaceae) que, como sabemos, não é muito comum em Portugal. Esta curiosa planta saprófita já tem sido incluída em outras famílias como Monotropaceae e Pyrolaceae, mas parece haver actualmente um certo consenso em colocá-la no seio das Ericáceas.
Considera-se habitualmente que a sua posição fitossociológica preferencial se enquadra na classe de vegetação florestal Vaccinio-Piceetea Braun-Blanq. in Braun-Blanq., G.Sissingh & Vlieger 1939 (a.k.a. Vaccinio myrtilli-Piceetea abietis Braun-Blanq. in Braun-Blanq., G.Sissingh & Vlieger 1939) que, como se sabe, é dominada por Coníferas.
Não temos a certeza se esta classe de vegetação florestal estará presente em Portugal, mas possuímos abundantes florestas de Coníferas em solos ácidos (pinhais de Pinus pinaster Aiton) à sombra das quais se pode, por vezes, encontrar a bela Monotropa hypopitys.
Esta foto foi obtida em Junho de 2007, na Beira Alta, num pinhal húmido e fresco, pois chovera recentemente.
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