Depois do
sucedâneo de eventos do mês passado, quando esperávamos que o trabalho começasse a acalmar mais, somos brindados com uma auditoria (que nos deixa uma semana inteira - e mais alguns dias da semana que findou - a trabalhar sempre no mesmo e sem cabeça para mais nada).
Quando esperava que as coisas começassem a acalmar mais, com a proximidade das férias de Verão, acabo por passar uma das piores semanas, também, a nível pessoal (devido a alguns casos com animais): uma casa antiga onde habitava uma colónia de gatinhos
foi demolida na zona onde moro e
os animais acabaram por ser todos apanhados pelo
Canil/Gatil Municipal de Lisboa; na véspera desse fatídico acontecimento, à noite, um cão (que tinha donos, mas o traziam à rua sem trela e muito poucas vezes) foi atropelado na minha rua... e foi horrível, porque o animal morreu logo ali e ainda estive a ajudar os donos, que não sabiam onde o deviam levar.
Tenho a perfeita noção que, com o passar dos tempos, me tenho vindo a tornar muito chatinha (para quem me rodeia) e um pouco obcecada com tudo isto a propósito dos animais...
A verdade é que também eu anseio por voltar a ter uma vida normal (como tinha dantes!), longe destas confusões, sem estar sempre a receber milhentos apelos de adopções ou pedidos de ajuda por dia, sem me estarem sempre a aparecer cães atropelados à frente ou gatos a precisarem de apoio...
Nas últimas semanas, começo a sentir-me muito esgotada (física e emocionalmente), como se estivesse sempre a lutar contra ventos e marés, pela promoção dos direitos do Homem (a nível profissional) e pelos Direitos dos Animais (fora do emprego)... e eu sou apenas uma, e não consigo mudar o mundo, se as próprias instituições não estiverem predispostas a mudar de mentalidade.
Mas o facto é que, desde que há 2 anos atrás entrei pela 1ª vez no Canil/Gatil, a minha vida mudou e sinto que não posso ficar de braços cruzados perante tudo isto!...
O que aconteceu na altura, há 2 anos atrás, persiste ainda...
E é por isso, que isto tem que acabar... ou estaremos condenados a viver num país de 3º mundo, em que perdemos completamente o respeito pelos outros seres vivos (já para não falar que o começamos também a perder, actualmente, pelos nossos semelhantes).