sábado, 22 de fevereiro de 2014






Faz hoje 1 semana que "partiste"!... 

O dia estava solarengo e bonito. E ninguém imaginou que assim ficasse tão tristemente marcado... Pois, apesar de todas as doenças, achaques e internamentos, continuamos a acreditar que os nossos entes queridos são Eternos. 

A Casa ficou mais vazia, como se lhe faltasse algo ou alguém, como a Avó tem dito nos últimos dias. Continua a custar-me horrores lá entrar diariamente, para dar o jantar à Avó, e não te ver, não ouvir a tua respiração ofegante dos últimos dias ou as perguntas que continuamente repetias devido à malfada doença (imagina que até disso, agora, tenho saudades!). Continua a custar-me imenso ter que dizer à Avó que está tudo bem, que tu partiste em paz e que foi melhor assim (para a apaziguar e lhe dar alento para a vida)... quando a minha dor, cá dentro, ainda perdura (e nada do que me digam a faz minorar). 

Depois do que se passou, tenho a sensação que ficámos todos um pouco mais unidos e as divergências se atenuaram (ou, pelo menos, foram momentâneamente "esquecidas"). A Morte tem o condão de nos reconciliar com a Vida!... E a tua, querido Avô, trouxe-me uma força que eu nem sei bem onde estava, de outra forma não teria sido capaz de ter sido eu a tratar de aspectos tão práticos e burocráticos com ela relacionados (como tu próprio tratarias, em vida, por teres sido sempre tu a fazê-lo, enquanto a doença não tomou conta de ti). 

No dia em que partiste, enquanto te "velávamos", ao olhar para o céu, no Adro da Igreja, lembrei-me de ti com carinho e da "estrela pulada"... Ontem, sob o céu visto da janela da minha cozinha - onde nunca costumo conseguir ver estrela alguma - espraiavam-se imponentes a Ursa Menor (com a Estrela Polar na sua cauda), a Ursa Maior e Cassiopeia. 
Muito obrigada pelo lindíssimo espectáculo, Avô!





quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014





A Morte tem o condão de nos reconciliar com a Vida!... 

De aprendermos a nos tornar mais humanos, serenos e tolerantes... 
De não exigirmos tanto dos outros e compreendermos, finalmente, que errar é humano, mas que, à sua maneira, todos amam... 
De não nos entregarmos e chatearmos com coisas supérfluas, e darmos valor apenas ao que realmente é importante para nós... 

Impressionante como, nestes últimos 4 dias, imbuída de uma força extraordinária (que não sei bem de onde veio!), consegui aprender mais do que em 38 anos de vida!





segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Não é um “Adeus”, mas um simples “Até já”!...



Quando, há 4 anos atrás, deixaste de dar corda, mudar as pilhas e acertar os inúmeros relógios  existentes em vossa casa (como tão rigorosa e zelosamente sempre fizeras)… tudo mudou! Os relógios ali permaneceram, parados. Mas tu foste evoluindo e a tua personalidade sendo consumida por essa malfadada doença. Uns dias melhores, outros piores, mas lá no fundo, havia uma réstia de alguém que ainda eras tu.

Continuavas a ouvir-me (como sempre fizeras) e a acatar o que te dizia (apesar de teimares sempre com todos os outros)… por isso, quando chegou a altura dessa necessidade, aceitaste de bom grado que fosse eu a primeira pessoa a dar-te banho (mas sempre, à tua maneira, como bom teimoso que sempre foste!).

E, durante 4 meses, ingenuamente, na esperança que o tempo por ali continuasse a passar normalmente, prossegui a mudar, diária e manualmente, o calendário globo-mundo, que trouxeras do teu gabinete nos CTT, quando se reformaram antecipadamente para ficarem a tomar conta de mim em criança.

Não podia adivinhar que o tempo ia parar para ti naquela manhã do dia 15 de Fevereiro de 2014!...
Infantilmente, pensei que o conseguisse evitar. Apesar de, cada vez que passava, à noite (no regresso de vos dar o jantar), no Adro da Igreja de Benfica, a capela aberta me dar calafrios, ao constatar que alguém ali velava um familiar falecido.

E, muito sinceramente, hoje te digo que fiquei sem vontade de voltar a mudar de dia o teu calendário globo-mundo (apesar de o querer muito para mim, como uma relíquia que me recorda de Ti para todo o sempre... mas que permanecerá, eternamente, imóvel no dia 15/02/14).

No dia em que “partiste”, fazia um sol radioso (depois de termos vivido com semanas a fio de chuva).
E, no dia seguinte, quando te acompanhámos ao cemitério (onde os teus Pais jaziam), o dia estava ainda mais esplendorosamente solarengo, como se Deus, o Universo ou quem quer que seja nos dissessem que este não era um “Adeus”, mas um simples “Até já” (parafraseando o lindíssimo texto que acompanhava o folheto do teu elogio fúnebre)... e que, por isso mesmo, não deveríamos ficar tristes.

Sei que, onde quer que estejas, deves ter gostado de saber que, nestes últimos dias, a Avó, a Mãe, o Mano e eu, fomos acompanhados por Amizades sinceras (apesar das palavras tolas e vãs de todos os outros que ali foram apenas para “marcar presença socialmente” e que não sabem como se comportar em momentos de dor alheia - mas, para esses, sei que, na tua altivez e distinção, sempre te estiveste "bem lixando", como se costuma dizer).
Sei que deves ter gostado muito de ver as três grávidas que te acompanharam (como num belíssimo elogio à Vida Eterna)... apesar de, muito possivelmente, guardares alguma mágoa por não teres chegado a conhecer a tua bisneta.
Sei que nos agradeces por termos poupado o coração da Avó à tua Missa de Corpo Presente e Cremação… Mas que deves ter rejubilado de alegria por ainda termos passado na rua onde vocês moraram durante mais de 40 anos, para a tua "Luisinha" se poder despedir de ti à janela.





Tenho plena consciência que tinhas que “partir” agora, porque a tua vida estava presa por um ténue fio… e viver assim já não era Vida, nem nada. Mas sinto imensamente a tua falta. Falta de ti enquanto pessoa que me dava força e que sempre aprendi a respeitar como um Pai… o único Pai que tive, em toda a minha vida.

E fico, como que meio aparvalhada (como no momento em que disse aos médicos do INEM que já não te sentia o pulso, mas que, se calhar, ainda haveria algo que eles poderiam fazer por ti), na esperança que a tua Vida não seja só isto… e que este “Adeus” seja, apenas, um simples “Até já”.

E, assim, escrevo-te estas linhas, porque te amo e para te agradecer pela pessoa importante que para mim foste; mas, também, e, sobretudo, para me ajudar a exorcizar esta dor terrível.
Porque foste tu quem, ao oferecer-me um caderno de duas linhas (para que eu aprendesse a escrever direito por linhas tortas e sem linhas, na Primária, tal como na Vida), me ensinaste este gosto pelas palavras e pela escrita!

Muito obrigada por teres feito de mim a pessoa que hoje sou, meu querido Avô!...
Hoje e sempre (para todo o sempre), com muito Amor!


sábado, 15 de fevereiro de 2014









Foi a última fotografia que te tirei, este Natal, quando o teu olhar, imbuído dum misto de medo e muita tristeza, nos trazia a confirmação de que já não eras tu que ali estavas, que te começavas a perder no limbo dessa malfadada doença.
Essa doença que te foi consumindo a cada dia que passava, transformando numa criança com memórias de velho.
Essa doença que, aliada à respiração cada vez mais ofegante dos últimos meses (como se te cansasse o simples acto de respirar), cortou hoje o ténue fio que ainda te prendia à vida!...

Por entre as memórias mais recentes e vivas, destes 3 últimos meses, trazidas por um cuidar de ti diário (como outrora de mim cuidaste), tento recordar-me dos momentos felizes que contigo vivi...
O lema do "Querer é Poder", que me ensinaste aos 6 anos, para me tirar as cócegas...
As longas noitadas, no liceu, sentados à mesa da tua cozinha, a ajudares-me paulatinamente a rever a matéria, enquanto eu dormitava...
Os diversos momentos da História de Portugal, que me deste a conhecer (antes de entrar sequer na escola), aos almoços semanais na "Tradicional" (e que eu, encantada, te pedia, incessantemente, para mos repetires vezes sem conta)...
O exercício das estrelas e constelações, nas (muitas) férias passadas em Santa Cruz, do qual, em criança, apenas consegui reter a "estrela pulada"...

E, esta noite, ao olhar para o céu e ver a Estrela Polar, enquanto te "velamos", recordo-te com muito carinho e Amor...
Hoje e sempre (para todo o Sempre!), meu querido Avô, meu Pai!

quinta-feira, 3 de junho de 2010

"In my Feet" - 16









Calor insuportável... Verão quase a chegar... Palma de 4 dedos dos pés violentamente "queimada" devido a umas sabrinas...

E hoje foi dia de ir comprar sandálias novas!






domingo, 21 de março de 2010

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Carnaval






Torrão (Alcácer do Sal)
14/02/10






domingo, 24 de janeiro de 2010

Corners of my Home - 38






O "pousa-tudo" cá de casa e posto de controle felino, onde também se encontra o telefone fixo.





O novo telefone da loja dos chineses, que tive que adquirir à pressa, por causa da Miyuki ter pregado com o antigo (que já não estava lá muito bom) no chão.




O novo telefone fixo, que chegou por encomenda passadas quase 2 semanas, depois de quase dar em doida com um telefone da loja dos chineses, que não me permitia ouvir em condições quem me ligava.





sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

"Cãopanheiro"




"Cãopanheiro" from Joao Frigerio on Vimeo.




Perante esta cena, ainda há quem consiga negar a ajuda aos animais abandonados...
Ainda há quem pense que os animais não têm sentimentos...
Ainda há quem abata os animais sem o mínimo de compaixão.

Será que, por vezes, os animais não têm muito mais Humanidade e Compaixão do que o próprio Homem (que se julga tão superior)?!