- Sara, você se lembra de alguma coisa?
- Estávamos no trem, rindo. E... rindo.
- Você não tomou nenhum sedativo?
- Não. Não uso drogas. Pai, eu não uso drogas - quase chorando.
- Eu sei minha filha - que interrompe e leva a médica para fora do quarto.
- Doutora, por favor, não conte a ela. Ainda é uma garota, tem apenas treze anos.
- Mas precisamos saber. É provável que tenha sido estuprada. Pode estar grávida, com DST.
- Por favor, eu me responsabilizo por tudo. Eu não pude protegê-la e ela não sabe disso. Deixe-me fazer agora.
Horas depois, sozinhas:
- Não poderei mais lavar o cabelo? - pergunta Sara.
- Só por uns dias.
- Você gosta de ser médica?
- Alguns dias são melhores que outros...
- Ver um monte de pessoas nuas, todo dia, deve ser horrível.
- Ah. Eu não gosto de peludos.
As duas dão risadas e logo o silêncio invade o local.
- O seu pai já sabe, tive que contar.
- Do quê?
- Há sinal de abuso. E fizemos o exame para testes.
- Você colocou a mão lá? E contou para ele?
Ela acena que sim, preocupada.
- Estúpida! Nós fazemos isso todos os finais de semana. Bebemos um pouco, beijamos e ... ECSTASY.
- Isso pode ser perigoso.
- Não, não é. Eles me adoram, me sinto linda e sempre transamos durante horas.