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domingo, abril 02, 2017

Águas Vivas volume 5 - Antologia de Poesia Evangélica


A Antologia Poética Águas Vivas, seleção bianual que desde 2007 reúne a produção de poetas evangélicos que se tem destacado pela sua ótima produção, chega a seu quinto volume. O livro, de noventa e seis páginas, pode ser baixado gratuitamente. 

Prefácio

Costumo dizer que a poesia é a antecâmara da Fé. A entrega poética, o salto/libertação que o sentimento poético opera, prenuncia a entrega maior que a fé solicita. E este livro é uma obra de fé. A de quem escreve e a de quem lê, a de quem, em meio a tempos de furiosa turbulência e apressadas solicitações, consegue tempo e alma para adentrar esta antecâmara que fala de re-ligação com o divino.
Pois a caravana não pode parar. De diversos cantos, o canto dos peregrinos ainda faz-se ouvir. A primavera resiste. A poesia cumpre seu papel, supre alento aos homens.
Nesta nova seleta, como já é tradicional em Águas Vivas, reunimos a voz experimentada de poetas laureados à voz de jovens iniciantes nos meandros poéticos, promissores e já de forte expressão.
Uma outra tradição de Águas Vivas é promover e celebrar a fraternidade que podemos chamar de lusófona: Desde a primeira edição, apresentamos, junto aos autores brasileiros, a obra de excelentes poetas evangélicos portugueses. Neste volume, além da presença honrosa do pastor, escritor e poeta português Samuel Pinheiro, ampliamos nossa corrente fraternal até a nação irmã de Moçambique, na figura da jovem Carla Júlia, poeta cuja riqueza de expressão é de admirar. E não bastasse a reunião de tão boa poesia devocional, apenas isso -  a comunhão em livro de ótimos poetas de três continentes, três países da lusofonia – já seria um selo distintivo a chancelar a relevância de Águas Vivas.
O talento em comum é aqui o eixo axial a unir poetas tão díspares em estilo, que operam nas mais variadas frequências poéticas, e que, juntos, dão o tom democrático que sempre norteou esta antologia. Da beleza clássica dos sonetos de Natanael Santos aos versos de moderna dicção e com um toque de poesia marginal de Newton Messias; da caudalosidade hermética de Jorge F. Isah ao poema franco e filosófico de Júnior Fernandes; da maturidade decantada de Samuel Pinheiro até os versos sublimados da jovem moçambicana Carla Júlia e à terna entrega devocional de outra jovem, Karla Fernandes, estabelece-se aqui a corrente confraternal que, tenho certeza, acrescerá encanto aos olhos de todo amante do verso inspirado.
É pois com renovada alegria que entregamos aos leitores este novo volume de Águas Vivas.
  
Sammis Reachers, organizador.

Para baixar o livro pelo Google Drive, CLIQUE AQUI.
Para baixar o livro pelo 4Shared, CLIQUE AQUI.

Caso não consiga realizar o download, solicite o envio por e-mail escrevendo para: sreachers@gmail.com



domingo, outubro 09, 2016

Antologia Poética da Revista BARA para download


A Revista portuguesa BARA foi, durante muitos anos, o órgão de expressão maior da Associação Evangélica de Cultura. Tendo sua primeira edição em 1979, um ano após a fundação da Associação, o periódico foi veículo para textos poéticos, desenhos e ilustrações, estudos e reflexões as mais diversas, da lavra de uma excelente geração de autores, tais como João Tomaz Parreira, José Brissos-Lino, Samuel Pinheiro, Jorge Pinheiro, Clélia Inácio Mendes e outros.

Aqui, disponibilizamos para download, em reprodução fac-símile, a edição especial da revista, intitulada de Antologia Poética. Nas palavras de Jorge Pinheiro, "para além dos referidos poemas, a Antologia oferece uma série de textos sobre a temática da poética, entre eles o magnífico ensaio da autoria de Tomaz Parreira sobre Bocage (A Essência Espiritual do Pensamento Bocagiano), que o autor apresentara dois anos antes no Congresso Juvenil das Assembleias de Deus realizado em Setúbal. Mas a Antologia não se ficou apenas pela poesia e pelos textos de análise – incluiu também desenhos de artistas evangélicos vários."

Ao final da revista, a título de apêndice, um texto de esclarecimento sobre a relevância e abrangência da Associação Evangélica de Cultura e da própria BARA.

Para realizar o download pelo site Google Drive, CLIQUE AQUI.
Para realizar o download pelo site Scribd, CLIQUE AQUI.
Para realizar o download pelo site 4Shared, CLIQUE AQUI.

Outros textos publicados nas edições da Revista BARA podem ser baixados a partir do grupo BARA - Associação Evangélica de Cultura, no Facebook. Acesse AQUI.


segunda-feira, janeiro 07, 2008

Dois poemas de Samuel Pinheiro



Poema

Os homens precisam do nosso suor

Mãos que confirmam
Deus na terra

Eu tenho fome de mãos assim

Mesmo Deus tem fome do suor salgado
das searas
das mãos nos celeiros
a morder a Fome
das mãos
a despir o frio
das crianças
das mãos semeadas nos jardins públicos
das mãos públicas abrindo o mar
das mãos andando na rua dos homens
empunhando a chama do Amor
plantando o sangue no asfalto

Há sepulcros a devorarem mãos

Há mãos a devorarem os sepulcros
(é destas que eu gosto)

É urgente inaugurar as mãos
inaugurando nas mãos
as charruas

Não enterrem as mãos amigos
nem as pendurem nos cabides do sono-Morte
nem mesmo ao Sábado
nem mesmo ao Domingo

Soltai-as ao vento
colando-as nas picaretas
negando os anjos-de-papelão
que trazem ao pescoço
e os santos-mecânicos
que trazem espetados na língua

São urgentes mãos
a multiplicar
mãos
as mãos que se gastam construindo-se
a
gastar
as pedras e os silêncios

É preciso mostrar aos homens
que há um modo de Viver-Vivo

Amigos falem
falem bem alto
mas com as mãos
sílabas de leite e mel
que
as mãos também falam

E importa sobretudo
que falem a linguagem do Sal e do Pão
distribuindo o suor de Deus
pelos homens


ARITMÉTICA VIVA

I CORÍNTIOS XIII
O Amor que se serve na bandeja das mãos
o Amor preciso nestas praças caladas
é a prova real
da Vida
(a
constante)
multiplicada pelo tamanho exacto da argila em que pousa.

(DEUS MEU
DÁ-ME MÃOS INFINITAMENTE ABERTAS
COMO INFINITAMENTE ABERTAS SÃO AS TUAS MÃOS).

quinta-feira, julho 26, 2007

Três poemas de Samuel Pinheiro


POEMA-FELICIDADE

A
Felicidade
Das mãos
Que nos seus calos provam
O mel e o açúcar dos frutos.
O suor
É uma mesa de sol-
Nas mãos
Que são piores que bofetadas
Na face metálica da fome
Nada as detém
No Caminho.
São um arco de Sangue
Arremessando espigas de trigo
Para dentro da fome.
São o caixão da fome.
Correm pelos valados da tristeza
Soltando trinados de sal.
Pulam as muralhas
Mais inexpugnáveis
E as paredes
Mais bem caiadas
As mãos
Que são abelhas
Trabalhando no silêncio o seu mel.
As mãos
Barradas de Fogo.
Os calos e as cicatrizes
São a formosura das mãos guerreiras
Que se gastam
Gastando a fome e o frio.
Construindo
O poema vivo
De ser Felicidade.
Servo de Deus!
Operário da Felicidade!


Poema

antes
que seja tarde
vamos plantar as nossas mãos
nas enxadas e no trigo
plantar as enxadas e o trigo
nas nossas mãos.
nunca mais
ficar sitiados pelas muralhas da tristeza.
antes partir
contra cada monstro
vestidos de Lume.
este é o júbilo
que se colhe
da vitória.
o júbilo
que da batalha
se colhe do Sangue de Cristo.
nunca mais
desistir
virar as costas.
desistir é perder.
desistir é morrer.
não importa
que os fantasmas retesem as suas garras
e os lobos uivem pelas redondezas.
podem mesmo
dar asas às pedras.
o justo
confia na Arma de Sangue
que tem na mão.


Poema

não se arrependem
não se arrependerão
os que investem as suas mãos
na Luz

terça-feira, março 06, 2007

Um poema de Samuel Pinheiro

Canção Salgada

As mãos de Deus não se cansam
de temperar as chuvas
e de aguçar o Sol.
De lavar os nossos olhos no Fogo.
De lavar as nossas lágrimas com Sal.
As mãos de Deus não se cansam
de despregar os desertos das nossas mãos.
As mãos de Deus não se cansam
de alumiar os nossos pés

Ele põe uma enxada de Luz
no nosso sangue
e bate na nossa Fome
com espigas

Deus está preocupado com o homem.
Doem-Lhe muito as minas de carvão
que temos nas nossas veias.
Amor rima com
dor.
Amar rima com
dar.
Ele nunca se esquece de nós!
Nem mesmo quando nós nos esquecemos
Dele
ouve a nossa voz
apesar do barulho rombudo
que fazem as pedras
a cair dos lábios da noite.
Usa um chicote de Lume
para nos acordar.
E há homens que pensam
um sepulcro para O enterrar.
Quem pode fuzilar um raio de Sol?
Ninguém. Ninguém.
Ninguém O pode colar a um muro!
E somos nós que Morremos
quando conspiramos a Sua Morte
!
Importa ouvir o Seu suor
na terra.
Importa ouvir as suas lágrimas.
E aprender as Suas armas de Amor.
As Suas mãos
são um aguçado poema de luta e tranqüilidade
para ouvirmos e decorarmos e vivermos
e atirarmos contra os cemitérios

É preciso
traduzir o azul
mas com gestos.
Dizer o Seu suor aos homens na rua.
Aos homens que todos os dias passam
no tempo que passa
para o Tempo que não passa.
Atirar-lhes ao rosto cavernoso
o Seu suor.
Dizer inteiro o Seu mar de Amor
com poucos lábios.
Soletrar o Seu suor
como se eu fosse um lampião
pendurado na janela.
Escrever o Seu nome com o meu sangue
aqui mesmo no chão.
Com as veias escancaradas ao vento
gritar os seus pomares

Deus não está longe de nós!
(Está aqui).
Nós é que nem sempre estamos perto Dele
!

In Antologia da Nova Poesia Evangélica

domingo, dezembro 24, 2006

Um poema de Samuel Pinheiro

Em comemoração ao Natal, este belíssimo poema do irmão lusitano (da Assembléia de Deus) Samuel Pinheiro.

NASCER 1

(em
BELÉM
-ano primeiro da nossa Esperança-)

MENINO FOSTE
de carne e osso (e não de papelão ou de bolas de sabão
e não apenas de barro
como alguns ainda te querem).
Menino
nasceste para Matar
a Morte do homem-sobrevivente
a Morte aos nossos pés das nossas mãos dos nossos miolos, Estavas cansado de ver homens
a caminharem o caminho largo da Morte
a fabricarem a sua Morte
a pensarem a Morte.

Menino
acordaste para acordar
trazendo a geometria dessas estrelas de sermos novos
que batiam insistentemente à porta das nossas veias.
Quando tudo ao Teu redor
era sono era silêncio era pedra
Tu acordaste.
E os céus e a terra e o mar
bateram as palmas de contentamento.
Nasceste para Matar
acordaste para acordar
e as camas e os berços e as campas
dos negócios mesquinhos da feira da vaidade
não adormeceram nem Mataram
a Tua decisão de acordar os que dormiam resolutamente
embalados pela Morte.
Nasceste para Matar
acordaste para acordar
e eras o arado
que rasgaria o chão da noite
um caminho da Vida-que vale-a-pana-viver.
Menino
entre o Alfa e o Ómega
uma lágrima eras na frente da batalha
contra os monstros da mentira.
Uma lágrima de pé límpida transparente
a quebrar todos os seixos e todas as navalhas arrogantes
do orgulho.
Uma lágrima salgada. Uma lágrima de sol.
Uma lágrima a arder chorada das alturas.
Uma lágrima que beberia do nosso rosto
as nossas lágrimas plenas de sepulcros e grades.
Um sorriso eras sem o bolor que têm as palavras doentes
e os discursos siflíticos dos fariseus
e o olhar cheio de muros dos levitas.
Um sorriso emigrado das planícies macias do vento
que a nossa triste—tristeza
de não sabermos degolar a tristeza-de-tristes-estarmos
iria estrangular impiedosamente.
Foste Tu que vieste dizer-BASTA!
-BASTA
de homens escravos.
-BASTA
de homens secos.
-BASTA
de homens podres por dentro
e manequins
por fora.
Uma ave nascias para abrir as pedras.
Uma ave de puríssimos contornos (a subir)
o espanto dos fantasmas.
Uma ave de espessas madrugadas
de Vida de trabalho de bom combate!
A alegre-alegria que procurávamos!

Menino
eras a pólvora exacta de suor e sangue
contra o arame farpado das nossas antigas fronteiras
das nossas antigas chagas
o antigo abismo entre Deus e os homens
entre os homens e os homens
vinhas sepultar definitivamente.
Sendo ponte
ditando sangue
transitando pela luz
trazendo mão de sal
abrindo o habitáculo de todo o verde
transpondo os engenhos e os púlpitos tuberculosos
da tradição.
Vieste! Viveste! Em Veste de fogo!

Menino
eras um vulcão enorme de justiça e verdade que nascia
mesmo no meio da praça dos homens
investindo arrojadamente
contra os minuetes dos abutres
contra as nossas muralhas de estúpida jactância
e os cemitérios do irracional poder
contra as frias esculturas das falsas religiões
e os calhaus da vingança regados de muitas palavras.
Não te vendeste nunca
ao medo à mentira
ao poder dos frágeis senhor desta terra.
Nunca Te calaste
porque Tu és o grito que ninguém pode abafar.
Os Teus silêncios
eram punhais pelos ouvidos dos juizes vendidos.
Eram fogueiras ardendo nos olhos das discípulos.
As Tuas palavras
eram avalanches de luz pelo peito dos teus amigos.
Os Teus gestos gestos longos profundos
eram sóis que nenhumas nuvens se atreviam a cobrir.

Meninoo Teu combate era beber a nossa sede.
As Tuas lágrimas eram o Suicídio das nossas lágrimas.
Tu
eras o único preço de resgate
da nossa loucura.
Tinhas o coração
da forma de uma cruz!
Tinhas nos lábios
a espada bigúmea de seres a verdade!
Tinhas nas mãos
searas e searas de fogo.

MENINO FOSTE
sem mancha
E
AINDA HOJE NASCES!
E
ainda hoje
as montanhas de medo que temos nas veias
ficam arrepiadas e tremem ante o mar do Teu sangue
quando Tu entras de rompante na nossa vida!
E
ainda hoje
nos visitas na figura de consolo e paz guerreira
de uma pomba!
E
ainda hoje
despedaças as penhas do orgulho!
Agora
QUEM PRECISA NASCER
SOMOS NÓS!
EU.
NÓS.
ÉS MEU CRISTO O NOSSO NATAL
AINDA HOJE!
NASCESTE
PARA NÓS PODERMOS NASCER-DE-NOVO!


www.samuelpinheiro.com

quarta-feira, novembro 15, 2006

3 Poemas do português Samuel Pinheiro

Até quando
as mãos terão o sabor das urzes
e os pés
desconhecerão
o Caminho
que passo a passo
se descobre
e nos renova
Até quando
as mãos se trancarão
e os lábios
não terão mais do que palavras
Até quando
a carne se alimentará de couraças
e os dedos serão espinhos
nas esquinas das ruas
e nas costas dos vizinhos
Até quando
os braços amarão o abismo
e o sangue se colará
ao chão
Até quando
se rejeitará
a Pomba ancorada
acima da tempestade






não se arrependem
não se arrependerão
os que investem as suas mãos
na Luz






as mãos não são mudas
(quem não sabe?)
quando penteiam as tranças da Esperança

algumas estão mirradas
é certo

não têm movimento
são de granito
de silêncio e gelo

outras são armas enferrujadas
de há tanto tempo não serem utilizadas
é verdade

não têm azeite
são peças de museu
penduradas na noite do peito
são adornos
de trazer na lapela do casaco

precisamos reencontrar
as mãos
as mãos
reencontradas na Luz

precisamos de frutos

precisamos ser frutos

precisamos dar fruto

com frutos se protesta

ser cristão é isto

ser cristão
não é pendurar o sangue ou as mãos
no bengaleiro da igreja
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