Mostrando postagens com marcador Myrtes Matias. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Myrtes Matias. Mostrar todas as postagens

domingo, dezembro 10, 2017

Antologia de Poesia Missionária Volume 3: Poemas e Frases missionais em livro para download gratuito


   “A poesia é o idioma mais destilado e mais poderoso”, asseverou a poeta americana Rita Dove, ciente de que a poesia é a melhor maneira de comunicar, e comunicar com grandeza, a verdade. E isto é o que uma heterogênea coletividade de poetas cristãos faz, com rara felicidade, nas linhas aqui coligidas: empregam sua lírica para versejar sobre a mais sublime das tarefas dada a um homem – comunicar a tempo e fora de tempo a Verdade, a Boa-nova de Cristo, e Seu poema escrito em sangue naquele rude madeiro. Sim, trabalhar em Deus e por Deus para a obra de salvação dos demais: sobre tal tarefa e sobre aqueles que a executam se desenvolvem estes versos.
        A produção de grandes poetas de saudosa memória como Mário Barreto França, Mirthes Matias, Jonathas Braga e Celso Diniz une-se à de poetas de agora, colaboradores que gentilmente enviaram seus textos para esta seleta. Além de autores pátrios, contamos com textos de autores de todo o mundo, alguns traduzidos especialmente para esta obra, caso, dentre outros, dos poemas do exemplar missionário e verdadeiro herói da fé dos tempos modernos, Charles Studd; de Sarah Judson, segunda esposa do insigne Adoniran Judson, e do pastor e grande promotor missionário porto-riquenho Luis M. Ortiz. E ainda coligimos textos anônimos, alguns cujo conteúdo adaptamos para vestir-lhes de conotação missionária.
        Mas esta é também uma seleta de frases. Sim, muitas: são 48 páginas de frases sobre a missão da igreja, colhidas em livros, revistas, artigos e ainda por nós traduzidas diretamente do inglês e do espanhol. E ao lado dessas frases escritas ou proferidas eminentemente em contexto eclesiástico/missiológico, por aqueles que promovem, sustentam, pensam e fazem a Missão, reunimos também frases motivacionais de origem diversa, tudo isso com o objetivo de ferramentar a igreja para o cumprimento de sua razão de ser terrena, a qual seja, proclamar a cada povo, língua e nação a boa nova de Cristo.
        Assim, após diligente esforço apresentamos aos leitores esta seleta, neste algo inusitado formato de almanaque literário, já consagrado no primeiro e no segundo volumes desta iniciativa, e cujo motivo de ser e conteúdos visam acima de tudo a despertar e avivar o ímpeto missionário de cada cristão e igreja ao seu alcance.
        Compartilhe esta obra e seus textos das formas que lhe parecerem oportunas, pois os campos branquejam e os segadores permanecem ainda poucos em face da gigantesca seara, cujos meandros de mais difícil e inseguro acesso esperam a manifestação dos filhos de Deus.

      Não temos opção outra senão avançar, até que Ele venha! Maranata!
Sammis Reachers, editor

Para baixar o livro pelo site Google Drive, CLIQUE AQUI.
Para baixar o livro pelo site Scribd, CLIQUE AQUI.

terça-feira, junho 23, 2015

Dois poemas missionários de Myrtes Mathias


OS QUE FICAM
Senhor,
por que me convidas?
Por que consultas minha vontade?
Manda-me como um senhor
que dispõe da escrava,
ou o possuidor de um objeto seu.
A luta contra Tua Vontade
cansa, deprime, mata.
Estou cansada de ser
aquela que queria ir,
aquela que fica no porto,
acenando o lenço.
Um dia me apontaste uma estrela,
amarrei nela o meu ideal
e comecei a subida.
Sei que parar é retroceder,
é deslizar
e por isso insisto:
por que me convidas, Senhor?
Por que consultas minha vontade?
Preciso de paz
contigo e comigo.
A gente foge de várias maneiras:
escondendo-se,
mudando,
tomando um navio para Társis.
No fundo apenas esta necessidade
de sintonização contigo,
de submissão absoluta.
Sei que me entendes,
mas sei também que não amas os tímidos,
os covardes,
e isto me faz menor ainda.
Sabes que não sou rebelde
e que Te amo.
Mas que é isto diante
da imensa necessidade do Teu reino,
da Tua obra que exige ação?
Por que me convidas, Senhor?
Envia-me como um senhor
que dispõe da escrava
ou o possuidor de um objeto seu...

Do livro Menina Sem Nome

Flor de Cacto

O Criador plantou-o no deserto,
deu-lhe areia e pedras por companhia.
A água chega-lhe em gotas
esparsas, egoístas,
tão vaidosas de si mesmas
que mal tocam a terra sedenta.
Gotas que ele absorve,
com reconhecimento,
e transforma, sob a luz do sol,
em mensagem de beleza
quando produz a flor.
Flor que faz menos triste o deserto
e quase bela a solidão.
No campo difícil
que Deus te colocou,
tua alegria é uma flor assim.
Pura e verdadeira,
de dentro e do alto,
derramando-se num sorriso
que faz mais belo teu rosto,
e menos triste a vida dos que te cercam,
dos que esperam por ti.

Do livro Deus Precisa de Você (JUERP)


sábado, maio 09, 2015

EU SÓ QUERO AGRADECER, poema de Myrtes Mathias


EU SÓ QUERO AGRADECER 
Constrangem-me, Senhor, 
estas homenagens e festas, 
quando eu é que tenho 
tanto para agradecer. 
Por que presentes e flores 
quando tenho apenas cumprido 
o dever, se é que o tenho? 
Estarei dando a este ser que trouxe 
ao mundo, sem lhe consultar 
a vontade, tudo quanto precisa? 
Sim, Senhor. 
Eu é que tenho muito para agradecer. 
Não se desesperavam as mulheres 
do passado por não serem mães 
e Raquel não bradou a Jacó: 
- Dá-me filhos se não eu morro? 
Sim, neste dia, 
eu só quero agradecer: 
não me senti eu infinitamente 
importante na sala de espera 
do obstetra com o meu largo 
vestido de futura mamãe? 
Não foi com justo orgulho 
que me juntei às outras mães, 
na porta do Jardim da Infância, 
segurando pela mão minha 
pequenina de aventalzinho 
xadrez azul e branco? 
Não tenho me sentido reviver 
em cada realização sua? 
Nas bonecas que veste, 
nas panelinhas de plástico que ajudo 
a arrumar mil vezes por dia; 
na sua maravilhosa felicidade 
quando contempla o “telefante” 
e a “cocota” no jardim zoológico...? 
Por que então, Pai do céu, 
estes elogios e flores? 
Neste dia, Senhor, 
em todos os dias do ano, 
eu só quero agradecer: 
cantar ao mundo minha 
felicidade de artista que se 
realiza, mulher que se completa. 
Além disso, só um pedido 
nesse dia tão especial: 
- Ajuda-me a fazer da 
criaturinha que me entregaste, 
alguém que abençoe o mundo 
e glorifique a Ti. 
Ela não é argila para modelar, 
nem mármore para esculpir. 
Se tenho que compará-la 
a algo da terra, digo que me 
entregaste uma planta rara 
para ajudá-la a crescer. 
Que o faça, pois, com sabedoria 
e humildade, sem senso de prosperidade, 
como um jardineiro que há de prestar 
contas, mas nem por isto ama 
menos o que pertence a seu Senhor. 
Portanto, neste dia de festa, 
nada de elogios e de receber: 
apenas, com gratidão e humildade, 
para fazer mais feliz minha felicidade, 
eu só quero te louvar e te agradecer!

Do Livro Ainda Canta O Coração


quinta-feira, janeiro 08, 2015

Eu Sou Léia, poema de Myrtes Mathias

Léia e Raquel, tela do pintor e poeta Dante Gabriel Rossetti

Eu sou Léia, 
a pretendida, não cortejada,
não amada como minha irmã.
Assim pensava
até o dia em que o Senhor meu pranto contemplou,
minhas lágrimas no silêncio conheceu,
um filho me deu.
Em relação ao amor, nada aconteceu
que pudesse ser notado na rotina
de minha vida.
Mas aqui dentro do coração, se fez a luz
e o que então me parecia cruz,
transformou-se num singular jogo de amor,
como um segredo que me faz sorrir
e cantar baixinho, quase num murmúrio,
mas tão doce que se algum ouvido estranho o escutar,
pensará:
lá está Léia, a mal-amada,
embalando o filho, com o seu eterno canto de ninar.
 Porque, de repente, Deus-Que-Vê
dá-me um novo ponto de vista
 uma nova dimensão das circunstancias, da situação,
do meu próprio destino
por que hei de andar chorando, com medo do que
possa acontecer?
com medo de ser comparada e perder,
cheia de ciúme e frustração?
Por que não aproveitar os momentos
em que comigo está o pai de meus filhos?
Este homem tão cheio de fraquezas
que vai ser transformado num pai de multidões?
Nesse grande destino que lhe está prometido,
sou parceira, principal, mãe de seus filhos,
que lhe darão netos, bisnetos,
mil gerações, que atravessarão a História,
com a mais linda história de amor de Deus.
Este Deus que hoje me visita, me ilumina,
renova meu entendimento,
transformando todo ressentimento num hino de amor,
não de conformação, mas de aceitação com alegria
do quinhão que a vida reservou pra mim.
Quando Jacó chegar, talvez nem possa notar,
mas de meus olhos sem brilho,
uma nova luz há de jorrar.
Luz que vem aqui de dentro, como uma fonte
de amor e gratidão,
pelo meu quinhão,
pelo meu quinhão:
não tão amada, mas a primeira,
não procurada, mas a verdadeira,
porque o Senhor, que vê, e “tem misericórdia
de quem quer ter misericórdia”,
se apiedou de mim, alegrou minha alma,
me faz cantar assim.
Dentro da limitação que me é imposta,
serei livre e espontânea no meu amor.
Não procurei em outro lugar consolo
não dividirei com outros o meu segredo.
Pensem de mim o que quiserem, falem o que lhes aprouver,
sintam até pena de mim:
não sabem que eu sou feliz, muito feliz.
Engrandecido seja o nome do Senhor,
que coloca em meu coração tal espécie de amor,
que se externa em mansidão, bondade, brandura,
simpatia, compreensão:
- Olha para mim, Jacó,
só há amor dentro de mim e uma eterna gratidão.
Tudo mais foi esquecido:
és meu marido, deste-me filhos,
sou mãe em Israel.
Um dia, os que de nós procederam hão de herdar
a terra prometida que mana leite e mel.
E nisso há um doce envolvimento,
um companheirismo que ninguém pode desfazer,
uma cumplicidade santa, que me encanta e me faz cantar.
E me faz livre para deixar livre o amor sempre escondido,
com medo de ser rejeitada e me machucar.
Mas em mim, agora, há o Espírito de Deus,
e “onde há o Espírito, há liberdade”.
Coloco nas mãos de Deus o meu agora.
Passa por Suas mãos o meu amor
e Ele o santifica, o faz lindo.
Me faz linda. Que o mesmo aconteça diante de ti.
Foi-se o temor. Aleluia!
Viverei intensamente cada instante de proximidade.
Não tenho mais medo de ser envolvida, de me envolver.
Nas mãos do Senhor está o meu destino, minha vida.
Coube-me este quinhão:
embalar teus filhos, cuidar deles,
são minha riqueza, minha herança, minha companhia.
Se não fosse por ti não poderia,
escrever essa canção, sentir esta alegria.
Não tenhas remorso, não sintas medo, não desvies o olhar.
Sou feliz. Sou agradecida.
Participo da vida, como vencedora.
Deus atentou para mim. Abriu-se o entendimento,
mostrou-me o quanto sou abençoada:
nunca mais deixarei que me julguem mal-amada.
Cessou o pranto. Sou rica, sou feliz e canto,
enquanto espero e descanso no Senhor.
Este é o meu hoje, o meu agora.
O que virá depois, hora após hora,
está nas mãos de Deus, o Senhor que cuida de mim.
Cuida de nós.

Amém!

sábado, março 15, 2014

Semente na Terra, poema de Myrtes Mathias



Semente na terra

Semente na terra não é semente perdida,
é vida escondida – um dia, surgirá.
Num tempo distante, que a gente não espera,
será primavera – linda germinará.

Por isso, com amor, vou lançando na terra,
o melhor de minha vida, de meus sonhos de agora:
com os olhos em Deus, vejo flores e frutos,
enfeitando o mundo quando chegar sua hora.

Talvez eu não veja, aqui não esteja,
mas esta certeza no coração,
me faz entoar a canção do ceifeiro,
quando ainda é semente escondida no chão:
mesmo maltratada, esquecida, pisada,
no dia em que sentir da Luz a atração,
não haverá barreiras, pedras, espinhos,
abrirá seu caminho,

será Luz! Será Pão!

Do livro Semente na Terra (JUERP, 1990)

segunda-feira, novembro 04, 2013

O Grande Advogado e outros poemas de Myrtes Mathias




O GRANDE ADVOGADO

Um pensamento.
Um ato.
Um destino.
O despertar tremendo da realidade...
Fora apenas um pensamento,
um sonho de adolescente,
possuir um carro...
Levar Sandra...
a vida era bela...
e os cabelos da namorada, tentadoramente perfumados.
Ao volante seria um homem importante e sem complexos.
E o sonho toma vulto, vira plano, torna-se obsessão.
Rouba...
Tudo aconteceu como imaginara. Ninguém viu.
E Sandra sentiu-se a mais querida das mulheres
e ele o mais importante dos homens.
Mas a justiça não é romântica,
nem desculpa os sonhadores,
e Raul ouve, pela primeira vez,
o trágico e metálico ruído da porta da prisão.

Caminha para o banco dos réus,
curvado sob a vergonha, o remorso, o medo...
Acusam-no...
Ameaçam-no.
É próprio inferno!
Sem esperança e sem salvação.
Onde andaria Sandra? seus pais?
Seus irmãos?
Procura no auditório
Com uma esperança desesperada.
Ninguem...
Só...
Desgraçadamente só com seu destino sem piedade.
Súbito alguém se levanta:
Eu defendo o moço!
Escapa um suspiro de alívio
e certeza do peito de Raul.
Sabe que estará livre
Quando o homem falar.

E o advogado fala, argumenta, indaga, pondera, insinua, defende.
Faz mágicas com a palavra,
brinca com o pensamento,
e salva Raul.

Livre! Livre! Livre!
Outra vez a loucura das ruas,
a beleza de Sandra,
a embriaguez da mocidade...


Correm os anos...
o que surgira como pensamento,
culminara como crime, transforma-se em hábito:
Rouba, mata, desonra.
Não mais por um sonho.
Embrutecera.
É um criminoso vulgar,
cínico e sem piedade.
Acostuma-se a enganar a justiça,
aos homens,
a própria consciência.

Mas até os invencíveis tem o seu dia
e, mais uma vez,
Raul ouve o trágico e metálico 
ruído da porta da prisão.
Outra vez o inferno do medo e da revolta.
Há ódio nos olhos do júri,
há ódio em seu coração.
Sabe quanta desgraça 
existe no mundo por sua causa.
(Se Dr. Fausto aparecesse...
aquele maravilhoso advogado
capaz de convencer uma pedra,
de fazer ver num demônio um santo...)


O juíz pede silêncio.
e só, então, Raul volta-se
para a inviolável figura do magistrado.
- Deus do céu! 
Seria crível?!
O Juiz!
O venerando juiz é Dr. Fausto.
Está salvo! Salvo! Salvo!
Não importa a cabeleira, a toga. 
É Dr. Fausto, o insubstituível defensor.

Não ouve e não vê mais nada.
Seus olhos estão fixos,
hipnotizados, no rosto impassível do juiz.
Só desperta quando seus lábios se movem: 

- CULPADO!

Raul salta da cadeira 
e atira-se aos pés do homem que o condena.
Não há força que o detenha.
Aquela face de pedra é sua última esperança:
- Lembra-se de mim, Dr. Fausto?
O juiz é inflexível e frio:
- Lembro-me, Raul, lembro-me.
Eu era advogado e o salvei.
Tudo mudou, Raul, tudo.
Um juiz não defende - julga.

Por isso, meu amigo, trago-te um recado
do Grande Advogado, do Senhor dos Céus,
dAaquele que se oferece para defender,
do único capaz de te absolver,
Porque pagou o preço exigido por Deus.

Compreendo teu cansaço e a tua revolta,
a vida te impôs uma pesada cruz.
Mas seja teu problema o maior dos problemas,
seja teu tormento o maior dos tormentos,
pára um momento. Olha pra Jesus.
Olha-O no calvário, assim crucificado,
levando teu pecado diante de Deus,
comprando com sangue tua liberdade,
pagando na cruz tua felicidade,
o direito de advogar no tribunal dos céus.

Lembra que o amanhã é uma interrogação.
Sabes, acaso, se o amanhã virá?
Como podes manter assim a calma?
“Se esta noite pedirem tua alma,
o que tens preparado para quem será?”

Este é o recado que meu Deus te manda!
Crê somente, se queres ser feliz.
Hoje é advogado e pode te salvar,
mas o tempo passa e o dia há de chegar
em que não mais defenda, pois será Juiz.

E naquele dia não poderás dizer
nunca ter ouvido a mensagem da cruz.
Neste momento, alguém convida e chora,
neste momento há alguém que implora: 
Entrega-te, amigo, ao Senhor Jesus.

Olha.
Pensa. 
Sente.
És o responsável.
De Deus é a proposta, tua é a opção.
Não cometas contra tua alma um crime,
só há um caminho que redime:
faze a tua escolha - CRISTO ou a PERDIÇÃO!

Do livro Menina Sem Nome





O ABACATEIRO

Receio que ninguém te tenha ainda
sacudido pelos ombros,
para arrancar de dentro de ti
o poeta,
o cientista,
o cooperador de Deus,
adormecidos e inertes, diante de um mundo que se desintegra,
de uma civilização que regride
para o nada.
Por isso, te endureceste,
petrificaste,
tomando esta forma de estátua de sal,
indiferente e distante, 
em face de uma Sodoma que o fogo consome. 
No entanto, eu sei que muitos esperam em ti.
Basta que tua mão se estenda,
e que teus lábios pronunciem
uma palavra de amor,
para que muitos rostos se iluminem à passagem tua.
Mesmo que a fala, a vista, o corpo, 
as circunstâncias te limitem a ação,
lembra-te que, no eterno Plano,
há sempre um lugar para o menor de todos.
Mesmo quando tudo é adversidade e obstáculo,
o Plano está em execução.
E ninguém será convocado ao descanso, 
sem que sua parte, no eterno propósito, 
em sua vida se cumpra.

Eia, pois, irmão!
Arranca, de dentro do teu desânimo
e da tua revolta
um poeta realista,
um cientista que lute
contra as doenças fatais,
um oleiro que transforme farrapos humanos
em filhos de Deus.
É lindo ver surgir
as folhas tenras do abacateiro,
exatamente sobre o lugar onde enterraste
a semente escura e enrugada,
aparentemente imprestável e sem beleza.
Mesmo que tudo te tenha sido arrancado,
restam-te ainda a fé e a esperança
numa vida melhor,
que pode começar aqui mesmo,
se usares o amor como ataque
e a paciência como defesa.
São armas ao teu alcance,
bens eternos, que o dinheiro não compra
e o ladrão não rouba.
Elas podem fazer de ti um participante,
um abacateiro novo
sobre a semente escura e enrugada
que enterraste um dia,
quando alguém te sacudiu pelos ombros,
arrancando de dentro de ti
o poeta,
o cientista,
o oleiro,
o santo,
o cooperador de Deus.


Do livro Encontro Marcado



MÃOS QUE SUSTENTAM CORDAS

Nessa hora de lembrança e gratidão,
eu me lembro das mãos que sustentam as cordas
dos que descem ao fundo das minas
e dos mares, em busca de tesouros.
Há uma dignidade santa nessas silenciosas mãos,
nem sempre lembradas quando surgem os tesouros:
a alegria é tanta que pouco tempo resta
para pensar naqueles que realizaram um papel
injustamente considerado de menor valor.
Benditas mãos que talvez nunca cheguem
até onde chega a bênção de sua dádiva.
Ignoradas, diligentes, incansáveis mãos
de professoras, funcionários, estudantes,
operários, donas de casa;
frágeis mãos de crianças, que engraxam sapatos,
vendem laranjas, colocam moedas num porquinho
de plástico para dar uma oferta bonita no
Dia Especial.
Também elas se ferem,
cobrem-se de calos, passam a ostentar
as gloriosas cicatrizes que o esforço
confere como uma condecoração.
Para que citar nomes, se isto não as tornaria
mais felizes que o prazer de servir,
que as levou a passarem horas segurando uma pena,
preparando lições, tricotando casaquinhos de lã,
batendo bolos, pedalando uma máquina de costura
e até se estendendo para pedir emprestado
porque a Obra é urgente e esperar não pode.
Para que citar nomes que Deus já tem escrito
no eterno Livro com letras de ouro?
Nesse instante de lembrança e gratidão,
em nome dos doentes que serão curados,
das crianças que aprenderão a ler,
dos bebês vestidos e alimentados,
das almas simples que se encontram com Jesus,
dos trabalhadores da seara que receberão
no fim do dia o seu salário;
em nome dos irmãos humildes, que nos atalhos
distantes do sertão, à luz do luar ou das lamparinas
caminham com passos ligeiros
em direção do templo novo,
pintado de branco,
para louvar a Deus,
eu me ajoelho para agradecer as silenciosas
e ignoradas mãos que sustentam as cordas
para que os enviados possam descer ao vale,
em busca do tesouro que são as almas dos homens.


Curta a página Poemas de Myrtes Mathias no Facebook: http://www.facebook.com/MyrtesMathias




sábado, agosto 10, 2013

Antologia de Poesia Missionária Volume 2 - Baixe este livro gratuito


Em 2010 publicamos a Antologia de Poesia Missionária – uma rica seleta de poemas missionários, e também frases temáticas, para edificação e deleite dos leitores. Tendo colhido uma muito boa recepção, vimo-nos estimulados a encetar agora este segundo volume da Antologia, reunindo desta vez as obras de alguns de nossos maiores poetas evangélicos de ontem, como Myrtes Mathias (1933 – 1996) e Mário Barreto França (1909 – 1983), ao lado de novas e pulsantes vozes.

       Esta antologia cumpre um duplo papel. Podemos dizer que ela é um devocional e uma ferramenta. Devocional em seu objetivo de despertar, reforçar ou reavivar no indivíduo e na igreja o amor e o ardor missionários, sem os quais ambos, o indivíduo e a coletividade de indivíduos comungantes, não são igreja. E também uma ferramenta, por seu conteúdo útil para promotores de Missões, missionários, pregadores, escritores...

       Mesmo que particularmente você não aprecie poesia, lembre-se que esta é uma antologia também de frases. São 28 páginas de citações de teólogos, missiólogos, missionários e outros servos de Cristo cuja opinião e conhecimento são dignos de nota – autores do Brasil e do mundo, de ontem e de hoje.

       Este é um livro gratuito, e lhe convidamos a compartilhá-lo com quantos irmãos você puder. O livro não pode ser comercializado de nenhuma forma, mas você pode copiá-lo, republicá-lo, imprimi-lo para seu uso ou para ofertar a outros - e nós lhe incentivamos a fazer isso!

       Enquanto cristãos, avancemos em nossa colaboração e serviço à igreja e ao mundo, levando cada vez mais longe a chama do Evangelho - e o Evangelho é a pessoa de Jesus Cristo -, salvação gratuita para todo aquele que nele crer.

       Que esses versos e pensamentos possam ser usados pelo Santo Espírito para servir-nos de inspiração e motivação, pois o tempo de Deus é agora. Militemos sem embaraços até que Ele venha!

Sammis Reachers

Para ler o livro online, ou baixá-lo pelo site Google Drive, CLIQUE AQUI.

Para baixar o livro pelo site 4Shared, CLIQUE AQUI.

*Caso tenha dificuldades em fazer o download, por favor, solicite-me o envio por e-mail: sreachers@gmail.com

**Você pode redistribuir (sempre gratuitamente) este livro entre seus amigos e contatos, bem como reproduzir este post/livro em seu site, blog ou outra mídia, sem necessidade de prévia autorização.

Baixe ainda a Antologia de Poesia Missionária - Volume 3. CLIQUE AQUI.



Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...