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sábado, janeiro 19, 2013

Minhas Mãos, poema de Fanny Crosby



Minhas Mãos

Eu tinha minhas mãos cheinhas de tesouros
a mim tão preciosos:
trabalhos de ouro e prata e pedras de valor.
Era o que eu possuía e eu lhe votava amor.
O Mestre veio a mim e pôs nas minhas mãos
as Suas mãos varadas
e o meu precioso haver das minhas mãos caiu:
joias despedaçadas
rolaram pelo chão e meiga voz se ouviu:
“Espalma as tuas mãos; sou Eu quem deve enchê-las.
Vazias quero-as te, para servir-me delas!”

Eu tinha em minhas mãos as marcas do trabalho
e as manchas do pecado.
Por isso o meu trabalho alvura não mostrava
e, porque era manchado, o seu valor baixava.
O Mestre veio a mim e pôs nas minhas mãos
as Suas mãos sangrentas
e o sangue das Suas mãos as minhas mãos lavou.
E, puras, alvacentas,
eu, com prazer, as vi; e o Mestre me falou:
“Limpa as tuas mãos manchadas do pecado
e vem depois: serás no meu serviço usado!”

Eu tinha minhas mãos trementes e cansadas,
jamais em prece unidas,
mas ocupadas sempre em mil trabalhos vis...
Numa pressão constante, exaustas e febris!...
O Mestre veio a mim e pôs nas minhas mãos
as Suas mãos serenas
e logo em prece ardente as minhas mãos uni.
Ocupações terrenas
perderam a atração e mansa voz ouvi:
“Conserva as tuas mãos serenamente em prece,
até que a agitação da tua vida cesse!”

Eu cria em minhas mãos haver força e firmeza
sem o poder divino:
entregue ao meu trabalho, ardente e ideal,
eu não obedecia à voz celestial.
O Mestre veio a mim e pôs em minhas mãos
as Suas mãos pesadas
e desde aquele instante a força me fugiu,
a menos que ligadas
tenhamos nossas mãos. e o Mestre concluiu:
“Só na fraqueza humana opera o meu poder:
se queres vê-lo em ti, resolve obedecer!...

In O Jornal Batista (Nov 1944)
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