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quarta-feira, 31 de julho de 2013

Ano da Fé e Grupos de Estudos – parte II

Acompanhe a parte I, aqui.
Menino Jesus ensinando os doutores da lei, Lucas 2, 41-52.

Por Pietro Mariano dos Santos

“Meu povo se perde por falta de conhecimento.” (Oséias 4,6)

B - A necessidade dos Grupos de Estudos

Mas, o que fazer perante uma situação catastrófica como essa? Cristo nos pede uma resposta!

Perdão, meu Senhor, Mas se tu estás conosco, porque nos aconteceu tudo isso? [...] Vai com essa força que tens e salva Israel de Midian. Sim, sou eu quem te envia, diz o Senhor!” (Jz. 6,1 -14)

S.S. Bento XVI nos dá pistas valiosas sobre o modo como, auxiliados pela graça de Deus, poderemos vencer as dificuldades de nosso tempo. Convido a todos os nossos leitores (digo, aos leitores dos blogs “Sociedade Apostolado” e “Escritos Católicos”, assim como, aos leitores dos “Boletins Pugna”) para que consultem sua carta apostólica - Porta Fidei. Ali, “à luz da Tradição”, como ele mesmo nos pede, iremos colher excelentes aconselhamentos para a missão a que o hoje nos convida. Aqui nos limitaremos a abordar tão somente um ponto: a necessidade de aprofundamento dos conteúdos da fé.
Noutro texto, traçando a mesma via de suas reflexões, escrevera Bento XVI:
“Estudai o catecismo com paixão e perseverança! Para isso, sacrificai o tempo! Estudai-o no silêncio do vosso quarto, lede-o enquanto casal se estiverdes namorando, formai grupos de estudos e redes sociais, partilhai-o entre vós na Internet! Permanecei deste modo num diálogo sobre vossa fé.”[1]

Ficamos felizes ao perceber que a SSVM já havia intuído, por uma ação toda particular da Graça, essa necessidade tão premente dos Grupos de Estudos e trabalhos afins. Muitos anos antes de Bento XVI fazer essa proposta à juventude, a Pia Sociedade, guiada pelo Espírito Santo, iniciara o projeto de unir fraternalmente os homens e, com profunda Vida Espiritual, sob o manto da Virgem Maria, investigar as riquezas da Fé cristã, assim como, tudo aquilo que se refere a ela, direta ou indiretamente (aqui um aspecto social e político que não deve ser olvidado).

Conhecer o conteúdo da Revelação nos leva, guiados por Deus, a optar pela vida nova em Cristo e, desse modo, deixar-nos plasmar em toda nossa existência humana. “Na medida da sua livre disponibilidade, os pensamentos e os afetos, a mentalidade e o comportamento do homem vão sendo pouco a pouco purificados e transformados, ao longo de um itinerário jamais completamente terminado nesta vida.” (Porta Fidei, Bento XVI, n. 6)

“Tudo quanto não foi ainda penetrado nos nossos pensamentos, nos nossos desejos, na nossa sensibilidade, na nossa conduta, pela luz e pelo fogo do Paráclito, permanece estranho ao ‘mistério da eclesialidade’. Cada um de nós no seu universo interior, possui continentes inteiros sobre os quais não foi ainda elevada a cruz [...]” [2]

É cada vez mais gritante a necessidade de redescobrirmos os conteúdos da Fé professada, celebrada, vivida e rezada, como nos sugere o papa. Quando reencontrarmos o entusiasmo de comunicar a Fé (como faz este blog), aí sim, retomaremos com nossa provada ousadia católica aquela meta tantas vezes descartada por uma antropologia cristã capenga: a salvação das almas (Porta Fidei, Bento XVI n. 15).

O conhecimento dos conteúdos da fé é essencial para se dar o próprio assentimento, isto é, para aderir plenamente com a inteligência e a vontade a quanto é proposto pela Igreja (Porta Fidei, Bento XVI, n. 10). Principalmente aqueles pontos da doutrina tão esquecidos ou desprezados por alguns da elite eclesiástica, como, por exemplo, o Reinado Social de Nosso Senhor Jesus Cristo, onde a filosofia do evangelho governará novamente os Estados, e a influência da sabedoria cristã penetrará as leis, as instituições e os costumes dos povos; todas as categorias e todas as relações da sociedade civil. (S.S. Leão XIII).

Aqui surge a importância dos Grupos de Estudos, onde, em fraternal convivência, firmes na oração e em profícuo esforço intelectual, ocorre o crescimento e maturação da vida cristã. Essas convivências fraternas, além do mais, auxiliam os participantes a manter o coração aberto à graça; realidade que - dada a ausência da atmosfera cristã (atmosfera essa mantida por esses grupos) - tende a esvair-se.

Um católico que não convive com católicos verdadeiros é como brasa afastada do fogo: seu destino é perder o brilho, esfriar-se.

Prezados leitores, não podemos ser indolentes na fé.  A combatividade deve mostrar-se como o grito de guerra das almas apaixonadas pela Esposa de Cristo em oposição ao relativismo das massas; privadas, muitas vezes, da meditação e reflexão pelo mau uso que fazem das novidades tecnológicas dos tempos hodiernos.[3]

Ter uma fé clara, segundo o credo da Igreja, muitas vezes é classificado como fundamentalismo. Enquanto o relativismo, isto é, deixar-se levar ‘aqui e além por qualquer vento de doutrina’, aparece como a única atitude à altura dos tempos hodiernos. Vai-se constituindo uma ditadura do relativismo que nada reconhece como definitivo e que deixa como última medida apenas o próprio eu e as suas vontades.[4] (Cardeal Ratzinger)

Olhando para a Virgem Mãe de Deus, feliz porque acreditou (Luc. 1,45), supliquemos ao Pai que conceda graças especialíssimas nesse Ano da Fé a todos os Grupos de Estudos da Sociedade da Santíssima Virgem Maria (SSVM) que lutam para aferventar a vida espiritual e intelectual de seus membros em guerra contra a mentira e o erro.

Virgem Santíssima, ora pro nobis!
Maria Sempre!




[1] Carta aos Jovens, Bento XVI.
[2] BIFFI, Giacomo. Para amar a Igreja. Trad. Socorro Coelho. B. H., Ed. O Lutador, 2009, p. 108
[3] MACHADO, André; MATSUURA, Sérgio. Tudo ao mesmo tempo agora na rede. O Globo, Rio de Janeiro, 24 de junho de 2013. Economia, Digital e Mídia, p. 22.
[4] Ratzinger, Joseph. Homilia da Missa de abertura do Conclave (Pro Eligendo Romano Pontífice) 18 de abril de 2005.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Ano da Fé e Grupos de Estudos – parte I


Por Pietro Mariano dos Santos

“Meu povo se perde por falta de conhecimento.” (Oséias 4,6)

A – Ano da Fé em tempos de crise

O “Ano da Fé”, proclamado por Bento XVI[1], é uma grande resposta às necessidades do tempo presente. As palavras do Papa em um seu documento[2] referentes à “Porta da Fé” [3] - que nos introduz na única e verdadeira Igreja de Cristo - são, para bom entendedor, uma conversão ao mais essencial da eclesiologia tradicional, infelizmente abandonada por tantos pseudo-teólogos da modernidade.

Não é segredo para ninguém a evidente manobra de certo ecumenismo modernista, que pretende a Igreja Católica como, tão somente, “mais uma” instituição ao lado de todas as outras que se dizem cristãs. Nessa falsa perspectiva teológica, “tanto faz” ser católico ou não, pois “o mais importante é o amor” – dizem. Como se fosse possível a caridade sem o concurso da verdadeira revelada pelo Pai através de Cristo à Sua Igreja. “A fé sem caridade não dá fruto, e a caridade sem a fé seria um sentimento constantemente à mercê da dúvida”. (Porta Fidei, Bento XVI, n.14).

Estamos perante a mais completa rejeição de um dogma Católico: “Extra Ecclesiam nulla salus” (Fora da Igreja não há salvação); proclamado, não só por Inocêncio III (1208), como também no Concilio Lateranense IV (1215) e no Concilio Florentino (1442). Graças a Deus, tal verdade fora ultimamente retomada por J. Ratzinger em “Dominus Iesus”, para espanto dos “progressistas”. Sobre esse tema central afirmara o Cardeal Giacomo Biffi:
“À luz destes testemunhos, não se vê como se possa contestar o principio: ‘fora da Igreja não há salvação’, a menos que se relativize toda doutrina eclesial e se considere que não existe no âmago da concepção católica nenhum ensinamento certo e irrevogável.” [4]

Porém as loucuras não param por aqui...

Outros vão ainda mais adiante em sua revolta: além de afirmarem o “tanto faz” ser católico ou pertencer a qualquer outra suposta “igreja cristã”, chegam a defender que nem mesmo o cristianismo seria tão necessário assim, uma vez que poderíamos pertencer a qualquer outra religião (Judaísmo, Budismo, Islamismo, Hinduísmo etc.). Defendem-se afirmando que “Deus é o mesmo” (Sic) e que, portanto, qualquer religião seria válida. A centralidade do cristianismo para esses “moderninhos paz e amor” seria um ato orgulhoso de padres e bispos “quadrados”, “fechados” e fundamentalistas.



Ora, vá dizer a certo tipo de Maometano que Alá é “Pai e Filho e Espírito Santo”, e tente voltar vivo para nos comunicar sua resposta...
Sobre este ponto, assevera-nos Bento XVI que crer em Jesus é o caminho para se chegar definitivamente à salvação. Ele é, de acordo com o atual para emérito, o único salvador do mundo (Porta Fidei, Bento XVI, n.6).

É por vermos idéias tão distantes da verdade, que entendemos um pouco mais a decadência atual. Além disso, somente um número reduzido de cristãos têm tido a ousadia de pregar destemidamente a fé de sempre (Porta Fidei, Bento XVI n. 8).  Tal carência na evangelização acaba por impedir a muitos de cruzarem o limiar daquela Porta que nos conduz ao batismo na única Igreja realmente fundada por Nosso Senhor. Afirmamos assim – “realmente fundada” – porque a lábia modernista de alguns padres (é com tristeza que o dizemos) tem enganado aos incautos com a falsa doutrina de que a Igreja Católica estaria tão somente “fundamentada em Cristo”. Isso equivale a defender que o catolicismo não foi - segundo eles - de fato, histórico e objetivamente, fundado pelo Filho de Deus.
“Já não nos defrontamos com adversários ‘em pele de cordeiro’, mas com inimigos aberta e desavergonhadamente assumidos na nossa própria casa, os quais, tendo feito um pacto com os maiores inimigos da Igreja, estão decididos a arrasar a fé [...]” [5] (S. Pio X)

Eis o motivo de vermos tantas “velhinhas bondosas” ensinando aos seus netinhos por aí sandices como esta: “Não, meu filho, Jesus nunca fundou uma Igreja... isso é coisa dos homens. A gente só vai à missa porque é bom cada pessoa ter sua crença. Eu vou morrer católica porque nasci nessa ‘lei’.”

Alguns anos depois...
Olha lá a velhinha com seu netinho pulando e dançando - apesar da osteoporose e Cia - em cultos protestantes ou terreiros de macumba...

Acima, "missa sertaneja' em uma famosa rede de tv católica. Abaixo, o "pastor fazendeiro" ($$$), Waldomiro Santiago.
 Semelhanças não são mera coincidência. 
Deste modo, aumentam-se as convulsões que se seguiram após o Concilio... Um a um, como em fila bem organizada, vão saindo uns pobres fiéis da Igreja Católica e se perdendo em seitas dos mais variados tipos: não auscultaram a fé de sempre, e, se a ouviram, ela não lhes plasmou o coração pela graça...

S.S. Paulo VI vira no Ano da Fé por ele proposto em 1967 uma conseqüência e exigência do período pós conciliar. Ele estava ciente das graves dificuldades daquele tempo, sobretudo no que se referia à profissão da verdadeira Fé e da sua reta interpretação (Porta Fidei, Bento XVI, n. 5). Com efeito, chegara ao ponto de afirmar que, por alguma brecha, a fumaça de satanás entrara na casa de Deus.

O atual papa emérito, reiteradas vezes, quis dar-nos a entender que os textos do Concílio Vaticano II devem ser conhecidos e assimilados no âmbito da Tradição da Igreja. “Se o lermos e recebermos guiados por uma justa hermenêutica, o Concilio pode ser e tornar-se cada vez mais uma grande força para a renovação [...]” [6]

Essa proposta nos faz recordar as sábias palavras de São Vicente de Lérins, citadas pelo antigo Arcebispo de Paris, o Cardeal Suhard, (que, infelizmente, auxiliava os padres Chenu e De Lubac, apesar de seu modernismo manifesto):
“Mas, dir-se-á talvez, não é a religião susceptível de qualquer progresso na Igreja de Cristo? Seguramente que sim, e muito grande. Quem seria bastante inimigo da humanidade, bastante hostil a Deus, para lhe tentar opor? Mas, com uma condição indispensável: que se trate verdadeiramente de um progresso da fé e não da sua alteração. Pois o próprio do progresso consiste em que um ser se desenvolva permanecendo ele próprio; enquanto a alteração consiste em que uma coisa se transforme em outra [...]” [7]

Cristo Rey
Caso um legítimo progresso na doutrina (claro, pela ação do Espírito Santo) - sem alteração - não seja realizado hoje em lugar do que tem ocorrido, o mundo continuará se afastando daquele ideal tão bem representado no auge da Idade Média (Século XIII). Está evidente na atualidade, para qualquer observador, o quanto a sociedade dista do projeto católico onde Cristo exercerá Seu Reinado Social. “Enquanto no passado era possível reconhecer um tecido cultural unitário, amplamente compartilhado no seu apelo aos conteúdos da fé e aos valores por ela inspirados, hoje parece que já não é assim em grandes setores da sociedade devido a uma profunda crise de fé que atingiu muitas pessoas.” (Porta Fidei, Bento XVI, n. 2)

Essa situação preocupante exige de nós uma atitude. É o que meditaremos na segunda e última parte deste nosso artigo. Peçamos a Nossa Senhora do Bom Conselho que nos proteja e ilumine por sua doce intercessão nos caminhos desta vida de lutas e dificuldades.

Virgem Santíssima, ora pro nobis!
Maria Sempre!




[1] O ano da fé teve inicio aos 11 de outubro de 2012 (cinqüentenário da abertura do Concílio Vaticano II) e se estenderá até 24 de novembro de 2013.
[2] Porta Fidei, sobre a o Ano da Fé, S.S. Bento XVI.
[3] Conf. At. 14,27
[4] BIFFI, Giacomo. Para amar a Igreja. Trad. Socorro Coelho. B. H., Ed. O Lutador, 2009, p. 79
[5] S.S. Papa São Pio X, Sacrorum Antistitum.
[6]  S.S. Bento XVI, Discurso à Cúria Romana (22 de dezembro de 2005)
[7] SUHARD, Cardeal. Triunfo ou declínio da Igreja. Lisboa, 1947, p. 66.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Católicos São Idólatras! – Parte II


Papa sendo louvado pelo povo


“Judá, teus irmãos te louvarão; a tua mão estará sobre a cerviz de teus inimigos; os filhos de teu pai se inclinarão a ti.” (Gênesis 49,8)


Pelo Prof. Pedro M. da Cruz


Como havíamos prometido, trataremos nessa última parte de nosso artigo sobre a seguinte questão: “A Bíblia não proíbe o louvor devido a grandes seres humanos, como os santos por exemplo.” Veremos como é infundado o ataque dos “crentes” que nos acusam de idolatria por louvarmos Maria Santíssima e outros grandes homens da Igreja Católica.

Cremos que para um bom entendedor bastaria aquele primeiro texto bíblico apresentado acima onde se afirma que Jacó, um simples homem, seria louvado por seus irmãos. Ora, se louvaram a Jacó então existe um louvor devido a grandes homens, caso contrário a Bíblia jamais afirmaria o que está escrito ali.

O mesmo se diz, por exemplo, da “Amada” dos Cânticos de Salomão (Texto, creio,  pouco lido das Sagradas Escrituras) depois de intitulá-la “Imaculada” e “Predileta”, como fazemos nos referindo a Nossa Senhora:

“Mas uma só é a minha pomba, a minha imaculada; de sua mãe, a única, a predileta daquela que a deu à luz; viram-na as donzelas e lhe chamaram ditosa; viram-na as rainhas e as concubinas e a louvaram.” (Cânticos de Salomão 6, 9)

Perguntemo-nos: se o rei podia tratar assim sua “amada”, não poderemos tratar do mesmo modo “aquela que encontrou graça diante de Deus”, a Virgem Maria? Com toda certeza, Nossa senhora é muito mais digna de ser louvada pelos homens por ser a Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo! Ademais, se Filipenses (4,8) ensina que as coisas louváveis e de boa fama devem ocupar nossos pensamentos, então estamos obrigados a jamais nos esquecermos dos grandes santos de nossa Igreja, principalmente da Mãe do Filho de Deus.

"Honra a quem deveis honra."
Está escrito: “Pagai a todos o que lhes é devido: a quem deveis tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a quem deveis honra, honra.” (Romanos 13,7) Ora, se Cristo honrou sua mãe (segundo o mandamento: “Honra teu pai e tua Mãe”), e nós somos obrigados a ser imitadores de Cristo, então como não honraríamos a Mãe de Deus? Ao cumprirmos esse mandamento até nós seremos dignos de louvor, pois estaremos fazendo o grande bem que é obedecer a Sagrada Escritura.

Mereceríamos inclusive o louvor do Estado, uma vez que esse, subordinado ao poder espiritual e devendo prestar-lhe reconhecimento, deveria cumprir com as palavras de São Paulo: “Faze o bem e terás o louvor”. (Romanos 13,3) Com efeito, de acordo com a carta de São Pedro, as autoridades foram enviadas por Deus “(...) para castigo dos malfeitores e para louvor dos que praticam o bem.” (I Pedro 2,14)

Como podem os anti-católicos continuar a taxar-nos de “idólatras” por louvarmos os santos? Será que nunca viram esses textos bíblicos? Será que nunca leram em Coríntios que o próprio apóstolo das gentes louvou aos cristãos por sua fidelidade à tradição?

Eu vos louvo porque, em tudo, vos lembrais de mim e guardais as tradições assim como vo-las entreguei.” (ICoríntios 11,2)

Vejam que interessante! Além de louvar os cristãos (o que já deixaria os “protestantes” de cabelo em pé!) São Paulo ainda elogia a fidelidade às tradições... O que dirão agora os “evangélicos” que nos criticam por guardarmos tradições? Bom, mas esse já não é o assunto do nosso presente artigo; vamos deixá-lo para outro momento.

Para não nos alongarmos demais em dúvida tão simples, terminemos com uma última citação:

“Levantam-se seus filhos e lhe chamam ditosa; seu marido a louva, dizendo: Muitas mulheres procedem virtuosamente, mas tu a todas sobrepujas. Enganosa é a graça, e vã, a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada. Dai-lhe do fruto das suas mãos, e de público a louvarão as suas obras.” (Provérbios 31, 28-31)

Portanto, louvemos Maria Santíssima! Louvemos aos santos! Louvemos nossos irmãos e irmãs quando forem dignos do louvor, porém sem jamais esquecermos que mesmo o louvor pode ser causa de provação. (Provérbios 27,21)

Quanto a ti, caríssimo leitor, “Seja outro o que te louve, e não a tua boca”. (Provérbios 27,2)

Ó Maria, Virgem do Bom Conselho, alcançai-nos a graça da fidelidade para com as coisas de Deus, assim como, da sabedoria necessária para a defesa e propagação da fé. É tanta a ignorância religiosa que encontramos ao nosso redor (e isso, entre tantas outras coisas degradantes) que, muitas vezes, sentimo-nos fraquejar e o desânimo ameaça nos vencer; porém, não podemos debandar! Nunca! Jamais! Sede nosso auxílio, Virgem poderosa! Assim, como diz São Paulo, receberemos o louvor devido da parte de Deus. (I Coríntios 4,5)

Virgem de Guadalupe, rogai por nós!

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Católicos são Idólatras! - Parte I


"Evangélicos" prostrados perante imagens de anjos



“Não te prostrarás diante deles...” (Êxodo 20:5)


Por Felipe da Cruz

Vez ou outra temos escutado por parte dos “crentes” ou “evangélicos”¹ a seguinte acusação descabida: “Os católicos são idólatras, pecadores porque se ajoelham perante as imagens e louvam os santos!” Com efeito, de acordo com os “evangélicos’ o louvor e o ato de prostrar-se só deve ser feito para com Deus.

Porém, essa é uma grande mentira! Afinal, nem todo ato de “louvar” ou “prostrar-se” (ajoelhar-se) equivale a adoração.

Como veremos:

1 – A Bíblia não proíbe prostrar-se em sinal de reverência perante pessoas ou objetos dignos, em algum sentido, desse ato respeitoso.



2 - A Bíblia não proíbe o louvor devido a grandes seres humanos, como os santos por exemplo.

Para abordarmos com mais cuidado cada uma dessas questões, dividiremos esse artigo em duas partes. Agora trataremos do primeiro ponto (A Bíblia não proíbe prostrar-se em sinal de reverência perante pessoas ou objetos dignos, em algum sentido, desse ato) e, num segundo artigo, trataremos, finalmente, do último ponto.

I - PROSTRAR-SE PERANTE SERES HUMANOS

Confiramos esses textos da Bíblia:

Crianças ajoelhadas perante Bispo
“Vendo, pois, Abigail a Davi, apressou-se, e desceu do jumento, e prostrou-se sobre o seu rosto diante de Davi, e se inclinou à terra.” (1Samuel 25:23)

“E o fizeram saber ao rei, dizendo: Eis aí está o profeta Natã. E entrou à presença do rei, e prostrou-se diante dele com o rosto em terra.” (1Reis 1:23)

"E mandou o rei Salomão, e o fizeram descer do altar; e veio, e prostrou-se perante o rei Salomão, e Salomão lhe disse: Vai para tua casa." (1Reis 1:53)

"Estando, pois, Obadias já em caminho, eis que Elias o encontrou; e Obadias, reconhecendo-o, prostrou-se sobre o seu rosto, e disse: És tu o meu senhor Elias?" (1Re 18:7)

"E veio Judá com os seus irmãos à casa de José, porque ele ainda estava ali; e prostraram-se diante dele em terra." (Gen 44:14 )

“E, não tendo ele com que pagar, o seu senhor mandou que ele, e sua mulher e seus filhos fossem vendidos, com tudo quanto tinha, para que a dívida se lhe pagasse. Então aquele servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor, sê generoso para comigo, e tudo te pagarei.” (Mateus 18:25-26)

(favor conferir também os seguintes textos da Palavra de Deus: 2Crônicas 24:17; Êxodo 18:7; 1Samuel 24:8; 2Samuel 9:6; 2Reis 2:15; 2Samuel 14:4; 2Samuel 14:22; 2Samuel 19:18; 1Reis 1:16; 1Reis 1:31; 2Reis 4:37; 1Crônicas 21:2; Isaias 60:14; Isaias 45:14 )


JOSUÉ SE PROSTRA PERANTE UM OBJETO SANTO:

Ajoelhado perante o corpo de José M. Escrivá
“Então Josué rasgou as suas vestes, e se prostrou em terra sobre o seu rosto perante a arca do SENHOR até à tarde, ele e os anciãos de Israel; e deitaram pó sobre as suas cabeças. (Josué 7:6)



PROSTRARAM-SE AO SENHOR E AO REI:

“Então disse Davi a toda a congregação: Agora louvai ao SENHOR vosso Deus. Então toda a congregação louvou ao SENHOR Deus de seus pais, e inclinaram-se, e prostraram-se perante o SENHOR, e o rei.” (1Crônicas 29:20)

Perceba, caro leitor, que nesta passagem mostra justamente um ato parecido, porém com sentidos e razões diferentes: eles se prostram a Deus, para adorá-lo, mas também ao Rei, para reverenciá-lo. Deus em momento algum se enfureceu com aquilo.



II  - OBJEÇÕES FEITAS POR ALGUNS “EVANGÉLICOS”



1 – JOÃO SE PROSTROU AO ANJO E FOI REPREENDIDO:

Ajoelhado perante São Padre Pio
“E eu, João, sou aquele que vi e ouvi estas coisas. E, havendo-as ouvido e visto, prostrei-me aos pés do anjo que mas mostrava para o adorar.” (Apo. 22:8)

Perceba aqui, estimado leitor, que João deixa muito claro qual foi o ato dele: adoração. Ele se prostrou justamente para adorá-lo, e foi repreendido pelo próprio anjo.

O mal aqui não estava em se prostrar, mas em se prostrar para adorá-lo. Compare o ato de João com os citados acima, como 1Crônicas 21, 16, em que Davi se prostra para o anjo e não é repreendido pelo mesmo, pois não se prostrava para adoração, mas simplesmente por respeito.


2 - CORNÉLIO REPREENDIDO:

“E aconteceu que, entrando Pedro, saiu Cornélio a recebê-lo, e, prostrando-se a seus pés o adorou. Mas Pedro o levantou, dizendo: Levanta-te, que eu também sou homem.” (At 10:25-26)

Ajoelhados perante o papa
Aqui acontece a mesma coisa: Cornélio se prostra para adorá-lo e não simplesmente para reverenciá-lo, por isso foi repreendido. Compare com esse texto:

E, acordando o carcereiro, e vendo abertas as portas da prisão, tirou a espada, e quis matar-se, cuidando que os presos já tinham fugido. Mas Paulo clamou com grande voz, dizendo: Não te faças nenhum mal, que todos aqui estamos. E, pedindo luz, saltou dentro e, todo trêmulo, se prostrou ante Paulo e Silas. E, tirando-os para fora, disse: Senhores, que é necessário que eu faça para me salvar? E eles disseram: Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa. (At 16:27-31)

A diferença entre esse texto e o de cima fica clara: em um houve adoração, já no outro não, mas apenas um ato de respeito. Paulo e Silas não repreendem o carcereiro, pois o que ele fez foi apenas um ato de respeito, uma suplica, um pedido em desespero, longe de ser uma adoração aos mesmos.



Nossa Senhora do Bom Conselho, rogai por nós!



1 – Identificamos (sem entrarmos em maiores detalhes) nossos irmãos separados como “crentes” ou “evangélicos”; todavia, poderíamos taxá-los tão simplesmente, de modo geral, “protestantes” ou “neo-protestantes” para englobá-los todos naquela corrente oriunda também das heresias do final da Idade Média e princípios da Idade Moderna. O fato é que o termo “evangélicos” se deveria aplicar mais acertadamente aos católicos uma vez que seguem, em sua integridade, os ensinamentos das sagradas escrituras. O termo “crente” por sua vez, pode ser aplicado inclusive ao Demônio, que crê, “mas treme”.

Referência: para a primeira parte desse artigo utilizamo-nos de uma já catalogada lista de textos apresentada no site Veritatis Splendor, além de fazermos pequena adaptação de seus comentários para facilitar ainda mais a leitura do conteúdo.


Segunda parte aqui.





sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Mentira! A lenda da papisa Joana...


Lendária papisa Joana, citada por muitos inimigos da Igreja

Por Felipe da Cruz

Como prometemos segue abaixo mais um interessante texto do autor A. M. Lescure. Trata-se de mais uma boa argumentação para respondermos a certos professores que, ofensores da Igreja Católica, apresentam como fatos históricos algumas infundadas lendas do passado. Pedimos a Nossa Senhora Aparecida que interceda por tantos alunos de nossas escolas brasileiras enganados pela ignorância de alguns de seus professores anticlericais.

Houve mesmo a papisa Joana?

“Quem está em dia com a crítica histórica moderna não se ocupa com essa velha lenda, esquecida na imaginação popular.



Pedro Bayle (1647-1706)

O livre pensador Pedro Bayle, em seu dicionário histórico publicado no fim do século XVII, declara que, desde 1554, João Thurmayer colocava a história da papisa Joana no rol das fábulas ridículas.

Se forem consultados os documentos da época e os dois séculos seguintes, ver-se-á que não há referência a esse acontecimento, que teria causado sensação na época em que tivesse existido.

Os primeiros cronistas quem deles fazem menção, no fim do século XIII, não estão de acordo sobre o nome e a nacionalidade da curiosa e lendária personagem.


De mais, afirmam que reinou pouco mais de dois anos, não se sabe em que data, ao certo, se entre 855 e 915, segundo uns, se entre 1087 e 1100, como pretendem outros.

Ora, nestas datas, não há interrupção de dois anos na lista dos papas que governavam a Igreja.


Muitos professores mostram-se anticlericais

Não passa de uma lenda muito ridícula a história da papisa Joana. Um crítico moderno diz ironicamente que uma pessoa séria que apresentasse contra a Igreja a objeção da papisa Joana, para diminuir-lhe a força e o mérito de sua divina missão, merecia que se lhe impusesse na cabeça uma grande máscara com duas orelhas de burro, que significassem os seus minguados conhecimentos de história e o valor de sua dialética...”



Virgem Maria, Intercedei a Deus por nós!


Referência:
LESCURE, A. M. Pró e Contra. Cruzada da boa imprensa LTDA. Rio de Janeiro, 1940.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Como estudar - São Vicente Ferrer

image “Si quizeres tirar muito fructo do estudo, cuida que seja a piedade companheira inseparável dos teus trabalhos intellectuaes e formula a intenção de santificar tua alma, por meio da sciencia. Mais que o livro, deve Deus ser teu conselheiro e deves pedir-lhe a graça da comprehensão d’aquilo que lês. O estudo fatiga o espírito e secca o coração. Aviva ambos aos pés de Jesus crucificado. Uns momentos de repouso nas santas chagas renovam as forças e dão luz. Interrompe de quando em vez teu trabalho, pelas jaculatorias. Teu trabalho principie e termine pela oração.”

 

 

 

___________________________________________________

 

-Dados da obra-


Livro: Na Luz Perpétua I. Volume
II Edição revista e augmentada -1935                              5 de Abril - São Vicente Ferrer O.P ( † 1419)