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21 de jan. de 2011

O filme "Cisne Negro" - Comentários feministas sobre a Sociedade dos Espetáculos

"A mulher é levada ao narcisismo".
Aonde vamos paradas, diante do espelho?
Se você é feminista e não assistiu o filme “CISNE NEGRO”, assista (veja on line, sem pagar nada, clicando no link) e o faça antes de ler o resto deste texto, pois apesar de não focarmos os detalhes do roteiro¹, o que nós comentaremos aqui poderá estragar o clímax da película ou a indigesta sensação de impotência que ela pode lhe provocar.
A trama¹ seria bem “clichê” se não fosse apresentada com a dubiedade necessária, já que o filme é uma metáfora da sexualidade feminina ou que se deseja de nós. Neste ponto, Darren Aronofsky é um dos poucos artistas de Hollywood que abordam o “clichê” das questões de gênero, sem clichês estereotipados.
Em “O Lutador”, Aronofsky nos mostra o que “sobra” a um homem, preso aos papeis de gênero, quando sua masculinidade (de pai/marido/amante/provedor) já não possui mais utilidade social. Em “CISNE NEGRO” ele inverte a perspectiva temática e presenteia-nos com um jogo de ilusões e espelhos que mergulham profundamente na batalha interna de toda mulher: o essencialismo da feminilidade e a loucura da transcendência humana.

13 de jan. de 2009

O COMPLEXO DE CINDERELA – Por Maçãs Podres.

“O desejo inconsciente dos cuidados de outrem – é a força motriz que ainda mantém as mulheres agrilhoadas. Denominei-a “Complexo de Cinderela”, uma rede de atitudes e temores profundamente reprimidos que retém as mulheres numa espécie de penumbra e impede-as de utilizarem plenamente seus intelectos e criatividade. Como Cinderela, as mulheres de hoje ainda esperam por algo externo que venha transformar suas vidas.” (Collete Dowling)
Como foi observado por Simone de Beauvoir existem mulheres que se posicionam como submissas para “evitar a tensão envolvida na construção de uma existência autêntica.” Permanecer nessa posição de submissão sendo boa companheira, boa mãe e dona de casa (de preferência sustentada), traz uma tranqüilidade que a LUTA POR SI MESMA não traria.
O Complexo de Cinderela é um fenômeno psicossocial que faz as mulheres se sentirem frágeis e dependentes, necessitando de uma presença masculina em suas vidas. O  medo de enfrentar o mundo sozinha gera uma tensão emocional e uma ansiedade asfixiante de ser aceita, estes sentimentos envolvem as mulheres, fazendo-as recuar da luta. É evidente que é muito mais fácil recuar do que encarar um problema que foi enfiado em nossa goela. E hoje se encontra enraizado dentro de nós mulheres por comodidade. A princípio o que foi imposição de ser protegida por um homem e dependente dele em todos os âmbitos, tornou-se um comportamento natural e “cômodo” (não precisamos pensar, não precisamos nos responsabilizar por nós mesmas e nem lutar, pois aparentemente tudo está bem).

5 de jan. de 2009

OS ESTEREÓTIPOS CRISTÃOS DA SANTA E DA PUTA

A "SANTA" E A "PUTA"

Em qualquer sociedade machista de moral dupla, os arquétipos femininos de "santa-puta" só são permitidos de se complementarem em uma só mulher, se esta mesma mulher pertencer a um mesmo homem, quem nunca ouviu: "santa na rua, puta na cama". Puta dele. É por tal motivo que é comum que se uma mulher assume o arquétipo da "santa" ela acaba por recriminar qualquer outra mulher que exercite um comportamento libertário e sexual. O arquétipo da "santa mamãezinha" é atrelado a visão machista de que a mulher é "boa-moça, honesta e bem comportada", ou seja, uma mulher assexuada e passiva, obediente ao seu namorado/marido, pai ou filho. Seguir o arquétipo da "puta" seria libertador se não afirma-se a lógica de uma sociedade patriarcal, pois a sexualidade é uma libertação do corpo, mas a nossa "liberdade sexual" incluída dentro deste padrão, tem a função de aumentar o mercado de consumo sexual masculino. Eis a faca de dois gumes: de um modo ou de outro podemos nos tornar objeto do consumo masculino: se "santas" somos consideradas um "bem de consumo durável", se "putas" somos vistas como um "bem de consumo descartável". A única saida é uma atuação política e existencial capaz de questionar estes valores e redimensiona-los para os interesses feministas. Mas qual é o intuito da mídia em reafrimar os arquetipos além de desunir as mulheres?

3 de jan. de 2009

O MITO DA RIVALIDADE FEMININA

"Historicamente quando povos diferentes, como os povos mesopotâmicos, dependiam de um único rio para beber água, os mesmos disputavam o benefício da água oferecida por este rio em forma de guerra”.

Esta é a explicação para a origem de uma palavra que muito nos interessa: “rivalidade”. Nascida do latim “Rivales” e derivada da palavra “rivus” (que significa: rio). A rivalidade entre os seres pode ter vários motivos e explicações, mas dois chamam bastante a atenção: a rivalidade que nasce da busca de atingir um interesse comum (no caso pode ser a água de um rio) ou aquela rivalidade usada nas estratégias de guerra que servem para distrair os adversários e facilitar a dominação. Assim, a rivalidade representa: a disputa capaz de manter dois ou mais seres desunidos, mesmo que estes nem saibam o real motivo de tal desunião, como ocorre entre as famosas torcidas organizadas ou com as comunidades que formam as escolas de samba. Entretanto qual seria o objetivo de tais rivalidades fúteis?O objetivo é estratégico: fazer com que as pessoas destinem grande parte de sua energia e força de vontade para conquistas que não superam questões fundamentais do ser humano como o racismo. Eis a ironia da tal “rivalidade”: seu nascedouro é a marginalização dos povos.Mas o que isso teria haver com a condição social das mulheres? Tudo.

OS ESTEREÓTIPOS FEMININOS CRISTÃOS


A DICOTOMIA CRISTÃ
Os estereótipos comportamentais femininos possuem uma moral antagônica e rival. Na condição marginal em que as mulheres se encontram dentro de nossa sociedade, os arquétipos de “Santa/Puta” criam uma rivalidade comportamental não-natural entre as mulheres, fazendo com que elas não se identifiquem como classe sexual.
Estes estereótipos de “Santa/Puta” são difundidos pela mídia que possui uma visão extremamente forte dos valores masculinos e cristãos, e são usados como instrumento de controle e manipulação tanto dos homens como de “todas” as mulheres.
Não percebendo que não existiria tal competição sem o estímulo dos próprios homens, com o objetivo de desviarem a nossa atenção de seus verdadeiros opressores, as mulheres acabam aliando-se ao poder masculino em oposição à solidariedade que deveriam ter umas com as outras (tipo: esposa x amante). Mas quem lucra com isso? Não é preciso responder.
Negar tal situação poderia indicar a inexistência da opressão ou superação individual desta barreira. É por tal motivo que dentro de uma sociedade machista o maior elogio para uma mulher é associá-la a características falsamente ditas como sendo masculinas, por exemplo: “forte, responsável, competitiva, racional”...