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8 de set. de 2012

O adeus a Shulamith Firestone -


- uma mente brilhante

por Adília.


Morreu Shulamith Firestone (1945-2012), feminista radical, que na década de setenta, com apenas vinte e cinco anos, publicou a Dialética do Sexo.

Há muito que Firestone estava afastada da vida pública, vítima de perturbação mental, provavelmente agudizada pelas incompreensões que um trabalho tão revolucionário suscitou. O que sabemos e sabemos muito pouco, é que após a publicação se retirou do convívio dos mortais para acabar em fins de Agosto de 2012 por ser encontrada morta no apartamento onde residiu durante três décadas. Morreu como viveu, sozinha, solitária e totalmente incompreendida por homens mas também por mulheres que não lhe perdoaram ter denunciado como fonte de opressão aquilo que, apesar de todos os desconfortos, consideram ser o alicerce das suas vidas: a família nuclear heterossexual.

Em A Dialética do Sexo concebe uma utopia que libertaria as mulheres da opressão a que desde tempos imemoriais têm estado sujeitas. Mas as suas ideias, muitas das quais parecem corretas e pertinentes, constituíam então, como aliás ainda hoje, uma verdade inconveniente e como tal foram mais ou menos deturpadas e sobretudo silenciadas. Firestone está a milhas de distância do politicamente correto, não advoga compromissos, não acredita em panos quentes e assim, mesmo para muitas feministas, é uma voz incómoda. Mas de qualquer modo é a voz de uma mulher que, dotada de uma mente brilhante, esteve à frente do seu tempo.

Como se pode constatar, a grande maioria dos blogs, mesmo os de vocação feminista, nem sequer deram a notícia do seu desaparecimento, o que prova bem o poder das ideias e o receio de que afinal estas também sirvam para mudar o mundo, se forem devidamente divulgadas e assimiladas. Neste meu blog já dediquei vários textos à divulgação do pensamento de Firestone, mas o caso é isolado, não tem audiência que preocupe quem quer que seja, e até serve para mostar que afinal há pluralismo informativo.

PARA AS FEMINISTAS QUE QUISEREM LER UM POUCO DA FIRESTONE, CLIQUE AQUI

fonte: sexismoemisoginia.blogspot.com.br

8 de mar. de 2011

8 de Março de 2011: o centenário da Cangaceira Mª Bonita e o DIA INTERNACIONAL DE LUTA CONTRA O MACHISMO

Começamos este texto citando um trecho do terceiro capítulo do livro “Cangaceiros e Fanáticos”, de Rui Facó: 
Click na foto e veja imagens de vídeo originais de Mª Bonita
“Num meio em que tudo lhe é adverso, podia o homem do campo permanecer inerte, passivo, cruzar os braços diante de uma ordem de coisas que se esboroa sobre ele?”
Se a resposta é não, imaginem o quão era adversa esta mesma condição para as mulheres. Então, no que chamamos de DIA INTERNACIONAL DE LUTA CONTRA O MACHISMO, nós Maçãs Podres escolhemos publicar uma mini biografia da cangaceira Maria Gomes de Oliveira, ou simplesmente Mª Bonita, no dia do centenário de seu nascimento.

4 de fev. de 2011

O Feminismo Indígena no México

Diferentes formas de ser mulher:
Diante a construção de um novo feminismo indígena?
Por: Aída Hernández Castillo Salgado

Há dez anos seria impensável falar da existência de um feminismo indígena no México, no entanto, a partir do levantamento zapatista iniciado em 1 º de janeiro de 1994, podemos ver surgir no âmbito nacional um movimento de mulheres indígenas que está lutando em diversas frentes. Por um lado, as mulheres indígenas organizadas uniram suas vozes ao movimento indígena nacional para denunciar a opressão econômica e o racismo que marca a inserção dos povos indígenas no projeto nacional. Ao mesmo tempo estas mulheres lutam no interior de suas organizações e comunidades para mudar aqueles elementos da tradição que as excluem e as oprimem. As demandas destas mulheres e de suas estratégias de luta nos levam a considerar esta luta como o surgimento de um novo tipo de feminismo indígena, que mesmo coincidindo em alguns pontos com as demandas de setores do feminismo nacional, têm ao mesmo tempo diferenças substanciais.
O contexto econômico e cultural em que as mulheres indígenas foram construindo as suas identidades de gênero marca as formas específicas que tomam suas lutas, suas concepções sobre dignidade da mulher e suas formas de fazer alianças políticas. As estratégias de lutas destas mulheres estão determinadas pela sua identidade de etnia, de classe e de gênero. Elas preferiram incorporar-se à luta do seu povo, criando ao mesmo tempo espaços específicos de reflexão sobre as suas experiências de exclusão como mulheres e como indígenas.

21 de dez. de 2010

Breve introdução para um estudo religioso do aborto

O texto abaixo foi produzido por Beto Quintas, do blog Racunhos de um Pagão - leitor antigo do blog Maçãs Podres - e servirá de introdução para um estudo que publicaremos sobre religiões e a questão do aborto. Por direito, ele expressa suas opiniões e luta , que não podem ser "ipsi literis" iguias as nossas, por sermos um grupo feminista ateu, porém, sua colaboração,  é de grande valia.  

A Mulher e as Religiões

http://pt.fantasia.wikia.com/wiki/Gaia
"Dentro do tema do meu blog, as religiões e culturas dos povos da Antiguidade, a dita civilização clássica foi a principal fonte da misoginia que se alastrou pela Idade Média, pelas vias da doutrina da Igreja.
Felizmente, nem todos os povos antigos foram assim. Os Etruscos forma conhecidos não apenas pelo estado de urbanização e cultura avançada, mas pela igualdade de gênero. Entre os Bretões [e povos Celtas em geral] a mulher assumia cargos de importância social como rainhas, sacerdotisas e guerreiras. Ao contrário das civilizações clássicas [Gregos e Romanos] as Deusas eram tão senão mais adoradas que os Deuses. Os mitos demonstram uma equivalência de poder e força entre Deuses e Deusas.

15 de dez. de 2010

Origem do Patriarcado - A IDEOLOGIA DAS DIFERENÇAS ENTRE OS SEXOS 4

Questões materiais sobre uso do corpo humano
e o papel dos homens de co-produtores
De um modo geral, o processo de desenvolvimento anatômico humano foi determinado por nosso trabalho com a madeira, as pedras e os ossos. Mas a grande transformação social organizada da realidade material humana, só ocorreu mesmo após a Revolução Neolítica.
Resumidamente, o modo de produção sexual estava dividido entre as mulheres que desenvolviam a agricultura e os homens que pastoravam os animais.
Toda via entendermos que o cerne da questão aqui não é a biologia dos corpos, mas o planejamento e organização do projeto social humano capaz de promover a transcendência das condições de completa submissão ao simples estado natural.
Assim, não foi a biologia de nossos corpos o fator que determinou quais atividades transformadoras seriam desenvolvidas pelos diferentes sexos, mas foram os diferentes sexos que se organizaram em volta de atividades capazes de promover nossa transformação. Não é a biologia quem define as ações sociais, mas foram as ações sociais que, por necessidade ou conveniência, definiram de que modo usar nossa biologia.

24 de fev. de 2010

DIÁLOGOS.com: Ângela Davis

Angela Davis
Feminismo como identidade social
Ângela Davis- "O termo feminismo (no Brasil) é ainda bastante contestado, como também é contestado nos EUA. Há essa resistência ao termo feminismo porque pressupõe-se que se adotem posições vazias. Há posições antimasculinas, anti-homem. Quando feministas brancas formularam pela primeira vez essa noção de direitos das mulheres, elas estavam somente prestando atenção à questão de gênero e não prestavam atenção à questão de raça e de classe.

14 de jan. de 2010

DIÁLOGOS.com: Simone de Beauvoir

Entrevista com Simone de Beauvoir -1976
JG — Você disse que sua própria consciência feminista surgiu da experiência de escrever O Segundo Sexo. Como você vê o desenvolvimento do movimento após a publicação do seu livro em termos de sua própria trajetória?
Beauvoir — Ao escrever O Segundo Sexo tomei consciência, pela primeira vez, de que eu mesma estava levando uma vida falsa, ou melhor, estava me beneficiando dessa sociedade patriarcal sem ao menos perceber. Acontece que bem cedo em minha vida aceitei os valores masculinos e vivia de acordo com eles. É claro, fui muito bem-sucedida e isso reforçou em mim a crença de que homens e mulheres poderiam ser iguais se as mulheres quisessem essa igualdade. Em outros termos, eu era uma intelectual. Tive a sorte de pertencer a uma família burguesa, que, além de financiar meus estudos nas melhores escolas, também permitiu que eu brincasse com as idéias.

25 de nov. de 2009

Tejucupapo, a história que os homens escondem das mulheres do Brasil

A história das "Marias Guerreiras"
Quantas mulheres no Brasil podem ser chamadas de dona Maria Quitéria, Maria Clara, Maria Camarão e Joaquina? Quantas destas tem registros históricos de suas ações? Quantas brasileiras ouviram falar em Tejucupapo? A explicação não está no fato destes nomes serem de mulheres "comuns" ou de que este lugar não é um é um centro cosmopolita e nem mesmo por causa de que as mulheres são donas de apenas 1% das grandes propriedades mundiais, o motivo é o seguinte: estas mulheres citadas e este vilarejo são um marco na história do Brasil.


Os fatos históricos da luta armada
Foi lá que ocorreu o primeiro registro brasileiro da participação das mulheres em conflito armado. Lutavam não por um Estado Português, Brasileiro ou Holandês, simplesmente defendiam sua existência. Armadas com o que era disponível: chuços, pedaços de pau, água fervente e poucas armas de fogo. Em 1646, os holandeses perdiam o domínio sobre o estado de Pernambuco.

15 de jun. de 2009

Pedofilia, Publicidade e Machismo

"UM ESTIMULO SEXUAL QUE AS MAÇÃS PODRES NUNCA Esquecem"

Se o ato de protesto do WLM (Mulher Liberty Movement) contra os estadunidenses concursos de beleza, fato que ficou registrado como "A queima do sutiã de Outubro de 68" (Bra-Burning), Em Atlantic City, foi intencional ou não, se ocorreu ou não, pouco se pode saber. Segundo textos pesquisados, não houve nenhum queima de sutiã ou qualquer apetrecho estético. Entretanto, foram várias as manifestações de uma cultura machista REPÚDIO ocorridas neste ato: teatro de guerrilha, porcos Coroados como Miss América ", bombas de fedor", etc Mas ainda assim, este ato de protesto e "tentativa de incêndio", tornou - se um dos maiores símbolos da história recente da luta das mulheres. Graças aos jornais que escandalizados, forjaram uma matéria para caracterizá-las como loucas e histéricas. O tiro saiu pela culatra. Um mito foi criado em favor da luta feminista. Mas protestos se estas mulheres não tivessem em seus radicalizado, história "tal" teria tido alguma repercussão?