O mundo é estranho no bloco!

Domingo, 10 de janeiro, Largo do Paço. Abertura Não Oficial do Carnaval. A diaba Eugenia não sabe tirar foto sem botar chifre no alheio. Ela é safada, mas é minha amiga.

Palhacinho querido

As Donas do Circo adoram palhacinhos bem humorados. Nosso amigo e presidente de ala (dos Devotos), Vitor, divulgou o lançamento do HTP na lista dos companheiros imperianos. Não foi à toa que minha amiga Inês assinou a carteira dele. Olha que pândego:

Olá amigos Devotos!!!
3 grandes amigas e grandes Devotas estarão lançando amanhã (sábado) o seu livro chamado "Homem é tudo palhaço" na livraria Argumento. 
As meninas estão com tudo mesmo e até emplacaram uma nota do Ancelmo de ontem. Parabéns!!
O título do livro - oriundo do blog criado pelas jornalistas Roberta Carvalho, Nara Franco e Ana Paula Mattos - é que na verdade está sendo alvo de investigação do MP. 
Há provas concretas de que nem todo homem é palhaço. Da mesma maneira o MP encontrou outras provas igualmente concretas que algumas mulheres, podem, eventualmente, estarem travestidas de palhaços.  A foto abaixo foi tirada no carnaval de 2008 (Escola de samba - Império Serrano) e consta dos autos do processo.

Apesar da maquiagem e da chuva, há fortes indícios de que as duas lindas palhaçinhas acima sejam a Roberta Carvalho e a Ana Paula Mattos, autoras do livro. A polêmica continua. No sábado desvendarremos esse mistério.
beijos a todos
vitor 


***


Deu uma saudade danada dessa fantasia de palhacinho. Acho que foi a mais legal até hoje e, talvez, este tenha sido o melhor desfile que já participei na minha carreira de Devota do Império Serrano. Pena que depois do desfile cheirava tanto a cachorro cansado, queria ter guardado. 

Fotasssss

Finalmente apareceram as fotas do desfile do Império! Acho que não tô em nenhuma dessas, mas lembro de ter posado pra várias.

Olha que linda estava a Ala dos Devotos de vendedores de orações.

Finalmente, o último bloco de 2010!

Eu e Janine no Mulheres de Chico, sábado pós-carnaval e véspera do meu aniversário

Escoriada

Tô cheia de arranhões, lascados e pequenos pontos de queimaduras de cigarro. Pular carnaval nos blocos do Rio de Janeiro, além de cansar, deixa marcas no corpo. Todo dia era um lanhado novo.

Tava me sentindo muito bagaceira, foi ótimo ter ido relaxar no salão com todos me mimando e me cuidando. Já basta que este ano não comprei vestido nem sandália novos, cabelo velho já era desprendimento demais.

Por falar em cagar

No domingo, quando saí de manhã pro Boitatá tinha uma mendiga cagando no meio das plantas do meu prédio. Enquanto pessoa com prisão de ventre, fiquei até constrangida de incomodar tão importante momento. Passei rápido pra não atrapalhar.

À noite, quando voltei sei lá de qual bloco, haviam dois mendigos dormindo no mesmo local, tinham feito uma casinha de caixas de papelão. Comentei com o porteiro da madrugada "Temos novos vizinhos!".

- São moradores de rua - não, Pedro-bó, é a tua mãe.
- Eu sei, ela tava fazendo cocô de manhã.
- Já avisei que se fizerem sacanagem boto pra fora.
- É carnaval, deixa eles.
- Já avisei, se fizer sacanagem boto pra fora!

É, pode cagar e dormir, só não pode mijar e fazer sacanagem na rua, tá?

***

No dia seguinte tinha movido os vasos de planta pra não dar pra fazerem casinha de papelão. Êita porteiro estraga-prazeres.

Por que não explicaram logo?

Mó galera foi presa mijando na rua, mas ninguém foi preso cagando. Cagar na moita podia, desvendou Nara Franco.

Me enterra na quarta

Depois do descansinho da saúde, parti pra Santa. Supostamente, o Curvelo de bêbado tocaria parado no Largo a partir das 19h. O moleque da Kombi me avisou "tem nada no Curvelo não, o bloco tá no Guimarães". Tinha nada no Guimarães também. O bloco tava no Bar do Gomez, informou Graciana. Passei na casa da ruivinha e descemos pro fervo. Mó muvuca.

Logo encontrei meu chefinho Mendonça Substituter Tabajara, que tava com uma amiga bêbada e um amigo palhaço bêbado. Não demorou alguém beliscar minha bunda: era Patrícia Xica. Todo bloco alguma amiga beliscou minha bunda. Nossa intrépida informante, percussionista e beliscadora de bundas avisou que ali era trote. O bloco ia passar lá por cima indo pro Curvelo. Nos unimos à gangue dela e fomos. No caminho, esbarramos com Vinícius-irmão-da-Eugenia e seus amigos.

Eu já tava com vergonha de ter chamado chefinho, achando que ia ser furada, mas na primeira esquina topamos com o bloco. Olha, haja perna pra seguir bloco pulando pelas ladeiras de paralelepípedo, hein? Meus pezinhos que o digam hoje. Puta que pariu. Sem falar que, à noite, eu ficava com mó medo não ver, tropeçar no trilho e cair.

Quando o bloco chegou no Curvelo rolou bailinho, pessoas bêbadas engraçadas, fantasias divertidas pra observar. Pulei moito e até fiquei bêbada! Sabe que foi um dos melhores blocos do carnaval? Adorei.

Ainda encontrei umas amigas de infâncias instantâneas, com quem tinha almoçado no Me beija. Elas disseram que o bloco saiu sim do Curvelo até o Gomez. Que esse era outro. Ah, tá. Não importa, foi ótimo!



Só não gostei de descer à pé porque não tinha táxi, mas nem tudo é perfeito, né?
Cheguei em casa depois de 1h da manhã. Acordei hoje às 7h30. Por que será mesmo que estou mal humorada?

Mas já que eu não tô fazendo nada mesmo...

Vou pro bloco, né?

Voltar pra que?, 19h, Cinelândia. Te vejo lá.

Reflexões

Amiga Paulinha comentou que queria que o carnaval durasse um mês, porque ela não conseguia ir a todos os blocos, eram escolhas demais. Mas o carnaval dura um mês! O pré-carnaval é melhor do que o carnaval propriamente dito e a folia vai até domingo.
Eu queria era que fosse no inverno. Um mês de carnaval no inverno. Imagina, carnaval com cerveja gelada?

Para tudo se acabar na quarta-feira

Hoje acordei com preguiça - muita preguiça - e mandei um SMS para Mademoiselle Janine. "Vai no Me beija? tô com preguiça". Ela me convocou, afinal, precisávamos evoluir juntas uma última vez neste carnaval. Fiquei na dúvida se ia de Princesa Verde ou de Pirata do Prazer, mas acabei me decidindo pela segunda opção. A princesa não funcionou muito bem. Mademoiselle foi de Princesa Cor de Rosa. Ano que vem combinamos fazer parzinho de princesas algum dia.

Quando vi a muvuca na praça senti o letreiro de 'roubada' piscar. Tudo bem, já tamos aqui mesmo, né? Dei uma voltinha e como não encontrei ninguém, liguei pra Janine. "Acabamos de entrar no Hipódromo, vamos comer alguma coisa?". Ai, perfeito. Nos atracamos com uma picanha que nos fez bem felizes. Depois demos uma pinta básica pelas imediações do bloco e fomos embora. Tá, pelo menos almoçamos bem.

Janine disse que, para ela, o carnaval já tinha acabado. Pra mim ainda não.

"Último" dia de carnaval...

Ontem Vicente-vem-dar-o-cu-pra-gente passou aqui em casa e fomos almoçar. Encontramos Juliana e nos encaminhamos pro Gomes. Lo-ta-do, assim como tudo na Lapa, óbvio. Conseguimos uma mesa no Gargalo. Nunca tinha ido lá, confesso que tenho preconceito com galeterias, mas até que tinha ar condicionado e não foi ruim não. Quer dizer, foi uma merda, mas o atendimento estava uma merda em tudo quanto era lugar mesmo.

Bem perto tinha uma mesa com uns caras bem chatos, que gritavam o tempo todo. Pentelhos, tomara que a comida deles chegue logo pra calarem a boca. Quando olho bem pro grupo quem reconheço? Ah! Mas é aquele palhaço que no terceiro encontro me avisou que tinha namorada, que a corna tava viajando e voltava no dia seguinte, mas que não tinha problema nenhum, a gente podia continuar se vendo, só não ia dar pra ser assim... direto no fim de semana. Ah! E com a namorada ao lado! Ah! Na verdade, eu já tinha encontrado ele no Bola Preta, mas fingi que não vi. Desta vez não perdi a oportunidade e olhei sorridente. Poupei ele de um tchauzinho, porque também não sou tão má assim. Bom, pelo menos um chato da mesa se calou. Rá!

Depois do almoço, a proposta era seguir pro desfile da Orquestra Voadora no MAM. Avisei que ia passar em casa pra trocar a sandália e colocar apetrechos. Vicente veio resmungando o tempo todo. Caralho, ele consegue ser mais chato que eu! Deve ser por isso que somos melhores amigos há mais de 10 anos. O resto da gangue prosseguiu.

Olha, foi uma decisão muito sábia, apesar dos chutes na canela que Vic me deu. Quando chegamos lá o bloco já ia longe, na pista do Aterro, sob o sol. Ui! Que bom que perdi, porque eu não ia nem fodendo. Sentei na graminha com Cesar, Nanda e Paulinho. Não demorou pras meninas que tinham seguido o bloco ligarem que tavam arregando e voltando. Ficamos por ali bebendo cerveja morninha, fumando e papeando até começar a anoitecer e nem fomos presos por mijar na moitinha.


Quando escureceu e nos conformamos que a merda do bloco não ia voltar fomos pra Rio Branco ver o povo e seus costumes. Tinha concurso de Bate-bola e teve até tiro, mó fervo, sem falar na promoção de 3 latinhas de cerveja por R$ 5! Muito auspicioso.

***

Momento o mundo é estranho

1) Começam tiros. Uma horda de gente feia corre em nossa direção. Vicente corre no sentido contrário, pra onde tava rolando o bangue-bangue. Repórti é uma merda. Corri atrás dele, afinal, não ia deixar o puto se divertir sozinho.

2) Passam duas meninas pós-adolescentes negras, com poucas roupas brigando por um bebê. Chico vai lá e pergunta o que era.
- É o filho dela.
- Ai, posso ver?

***

Eu super tava a fim de me atracar com um salsichão, mas o povo cansou de ver gente feia e bêbada, então fomos pra Lapa, para outra proposta de gente feia e bêbada. Tava passando a Banda da Inválidos na Lavradio, mas uma vez por carnaval basta. Fomos pra Joaquim Silva. Tomei um caipifruta e finalmente fiquei bêbada como uma gambá, depois de tanta cerveja morna. Novo racha no grupo: a galera resolveu ir para a Cinelândia. Eu e Vicente resolvemos dar pinta no showzinho caído que tava rolando nos Arcos. Caímos de boca no salsichão e compramos mais cerveja tépida para esperar Dona Mila, que ligou avisando que tava chegando. Moça guerreira, vem de Niterói pra ver gente feia e beber cerveja quente no Rio. Isso que é foliã!

***

Decidimos que nossos pés já tinham acabado e sentamos no Boteco da Garrafa. Desce cerveja e pastel. Além de Mila e Namolito, juntou-se ao nosso animado grupo uma paulista amiga deles. Sei não, sei é que eu tava bêbada pra caralho. Lá pras 2h da manhã ardeu e fomos embora.

Alegria de terça-feira gorda!

Nescauzinho me ligou. Vem aqui pra casa daqui a pouco e vamos descer pra almoçar com companheira Juliana.

Avisei que tô com saudade e vou bater, beliscar e morder. Ele finge que não, mas sei que gosta.

Volta, Wela!

Eu e minhas companheiras de folia já decretamos: queremos nosso Wela de volta. Ele é maluquinho, mas faz muita falta nos blocos. Nunca mais deixamos ele ir passar carnaval em Olinda. Ou fica ou nos leva junto.

Exaustas

Quando começou a escurecer concluímos que era hora de vazar. Fomos mais espertas que os outros ursos e tratamos de nos jogar num táxi, antes que todos tivessem a mesma ideia. Destino? Pizzaria Guanabara, da Lapa, é claro.

Alimentadas, acompanhamos o Mão de Lata até a Lavradio. Lá pelas 22h, decidimos que já tinha dado e de bloco nosso cu já tava ardendo. Companheira Juliana foi furtada, nossos pés doíam pra caralho. Era hora de ir pra casa, nos poupar para mais um dia de folia.

Amanhã estamos no dilema entre o bloco da Ansiedade, no Largo do Machado, e a Orquestra Voadora no MAM. Os dois marcaram concentração pro mesmo horário.

Segunda-feira

Dormi até acordar, sabe? Delícia, tava precisada. Na verdade, acordei até cedo: 8h30. Mas quis nem saber, me fiz de desentendida e fiquei na cama até depois do meio-dia, fingindo para mim mesma que dormia.

De vez em quando pipocava um torpedinho "Qual a boa?" ou "Bora pro Volta Alice?". É dura essa vida de blogstar, foliã e locomotiva social, sabe? Respondi a todos que agora só saio de casa depois das 16h.

No horário por mim estabelecido, fui pro Que rei sou eu, que ia sair de trás do Real Gabinete. Volta e meia algum desavisado me mandava um SMS "Exalta Rei na Tiradentes?". Não, pedro-bó. Não era o Exalta Rei, porque eles não tiveram permissão para desfilar. Era uma passeata protesto, inclusive com integrantes de outros blocos, doravante denominada "Que rei sou eu" ou coisa que o valha, foda-se também.

Sei que ainda tava um calor do capeta e cheguei lá muito da mal humorada, achando que poderia ter saído de casa liiiiinda, linda, linda às 17h. Ao pegar a primeira cerveja e descobrir que não tava gelada o suficiente, tive certeza do equívoco. Só bem depois meu humor melhorou.

O bloco-off - bloco pirata, passeata ou caralho que seja - de off não tinha nada. Acho que todo jornalista no Rio de Janeiro que não tava de plantão tava lá. Encheu. Lotou. Confesso, eu mesma, quando soube hora e local torpedeei meio mundo avisando. Rá!

A perpectiva de acabar presa por participar de um bloco pirata não era auspiciosa, mas sabe como é, né? Nosso prefeito é um palhaço e eu sou dona de circo. Quanto mais gente menor a probabilidade de ser eu a presa (A Desgovernada acabou na delegacia por causa do Bip-Bip, que este ano também era piratão).

Tá, depois da metade do trajeto eu até me diverti, mas não sei se valia o calor que passei. Se eu tivesse pego o bloco na metade do caminho teria sido mais proveitoso. Bom mesmo foi nas escadarias da Alerj.



Muito bom um bloco pirata na Assembléia Legislativa, né? O choque de ordem não ia procurar o bloco lá.

Vai, arrasa nem!

Adoro essa vida de bêbada vira-lata

Após o almoço, fui obrigada a vir pra casa me restabelecer. À tardinha ia ver se ainda pegava o Laranjal, mas a preguiça foi maior e acabei na São Salvador. Tava caidaço, parecia até a festinha da Escola Americana, então houve um racha no grupo. Companheira Juliana partiu sozinha pro Bloco Cru, do qual não sou adepta, enquanto me mancomunei com o casal Mendonça e viemos para a Lapa. Sabe, o mais longe que vou é Laranjeiras. Botafogo fica fora dos meus domínios.

Encalhamos no Belmonte: descolamos numa mesa junto à grade, à guisa de camarote, vendo o povo e seus costumes passarem na calçada. Quando passou um bloco, pedimos a conta e fomos embora. Era a Banda da Inválidos, um dos melhores blocos do meu carnaval até agora (difícil superar o Larga a onça, Alfredo). Mó bagaceira, só gente feia. Muito bom. Me acabei de pular com Dona Mendonça no trajeto Lavradio-Mem de Sá-Inválidos. O bloco encerrava quase na minha esquina. Ainda vim fazer xixi em casa, olha que luxo!

Quando a bateria parou, fomos para os Arcos, tinha show de pagode! Parti pra Caipfruta, pra ficar no clima. Divertido aquele suquinho gelado, docinho e supostamente alcoólico. Melhor que a cerveja que já sai tépida do isopor. Ainda dançamos e cantamos ao som do Jeito Moleque. Muito ruim, muito bom. Chega. Fomos pra casa fazer escalda pés e dormir.

***


Sabe, sinto falta do convívio com Mendonça. Ele é o único que topa essas bagaceiras comigo e ainda se diverte. Tem coisas que só o Mendonça faz por você.

Confesso que cansei

Ontem, Boitatá. Confesso que não gostei muito. Sim, tava bonito, mas cheio demais também. Eu fico mal humorada de manhã, então decidi acabar com essa palhaçada: não vou mais a bloco antes das 16h. Foda-se.

Depois de encontrar meio mundo e me desencontrar da outra metade, sentir calor, derreter, beber cerveja tépida, pagar R$ 5 pra mijar (a fila do banheiro químico levava 40 minutos dos quais eu não dispunha) e descobrir que tinha acabado o salsichão, vazamos pra almoçar no Gomes.

O bloco não foi ruim, mas também não foi bom, sabe?

Acho que esse foi meu último Boitatá. Acho. Talvez até o ano que vem eu esqueça e vá, sabe-se lá.

Não tenho opinião formada, sabe como é?

Boitatá

Arrasei as outras bichas com a minha melindrosa preta e amarela, presente de Inês Valença. O veadeiro que nos aguarde, ano que vem vamos fazer uma de franja rica, tá? Te mete, bicha!