postado por Giova
Está sem assunto numa rodinha de mães? Comece a falar sobre alimentação dos filhos: o assunto vai render. Sempre tem uma mãe que sofre porque o filho come pouco ou porque come demais.
Aqui em casa a alimentação dos meus filhos sempre me causou curiosidade, pois os dois tem gostos e hábitos muito diferentes, desde que mamavam no peito.
Minha filha sempre comeu e mamou bem, gosta de comida caseira e bem brasileira. Já o meu filho, que é o mais velho, sempre teve um gosto peculiar. Era agitado até para mamar. Nunca foi guloso, se satisfaz rápido. Lógico que sempre foi magro.
Lembro que passamos por muitos períodos estressantes com ele em relação a comida. Quando meu leite secou tivemos dificuldade de encontrar um leite que ele aceitasse. Testamos vários bicos de mamadeira, achando que ele não mamava por isso. Depois comecei a mudar os tipos de leites, fui do leite recomendado pelo pediatra até aqueles que custavam super caro, no fim, ele gostou do mais simples de todos.
Vocês imaginam o stress de uma mãe de primeira viagem, angustiada porque estava voltando ao trabalho e ainda cercada de avós e tias dando palpites e dizendo que ele estava magrinho.
Sempre usei de muita criatividade para fazer ele comer pois, se dependesse dele, não comeria nunca; queria mesmo era brincar.
No cadeirão (seguindo as orientações do avô que é endocrino pediatra e que só ria da minha dificuldade e dos palpites) eu deixava ele fazer parte da refeição. Ele se lambusava, pegava a comida com a mão e junto eu ia dando as colheradas. Era importante esse contato e descoberta da comida.
Dessa forma divertida ele gostava, pois comer não era o momento parecido com o castigo onde ele tinha que ficar parado na cadeira e recebendo a comida.
Foi nessa época que ele começou a mostrar os gostos dele. Sopa, nem pensar; comida com molho também não. O macarrão, que ele comia à bolonhesa, começou a não gostar mais. Não me lembro a situação, mas um dia ele experimentou macarrão ao pesto e, adivinhem, amou. Comeu o prato todo! Por muito tempo massa pra ele era só ao pesto ou alho e óleo. Queijo ele amava, mas nada de prato, só parmesão.
Não tinha a menor ideia se um era mais caro ou mais sofisticado que o outro, ele apenas preferia o sabor.
Conclusão: comida pro Conrado sempre teve que ser bem condimentada, diferente e de preferência sem exageros.
Frutas e salada ele come bem. Adora pegar as frutas das árvores aqui de casa e comer direto do pé, principalmente o limão (dá pra entender?!).
O problema ocorre na comida do dia a dia. Ele não é do arroz com feijão e bife e acabávamos brigando para ele comer a comida "normal".
Foi quando lembrei da experiência que tivemos quando ele era pequenininho. Assim aos 7 anos comecei a estimulá-lo a cozinhar nos fins de semana. Foi uma maneira de fazer ele mexer na comida, se divertir com o alimento.
Vou ser sincera: não foi fácil pois logicamente que uma criança cozinhando vai acabar sujando a cozinha mais que um adulto, por isso quando ele vai cozinhar eu respiro fundo e fico zen.
Começamos com sanduíche de forno, macarrão gratinado, omeletes e panquecas. Ele agora curte mais a comida e inclusive inventa pratos.
Nesse fim de semana tive que fazer um exercício de super mãe e deixei ele ficar responsável pelo jantar. Ele ficou super feliz com o voto de confiança e mandou ver.
A receita foi a seguinte: ele fritou cebola e alho e depois de descongelar as linguiças, abriu-as todas e misturou com a cebola e alho fritando a carne. Colocou curry e shoyo e ainda fez macarrão para acompanhar. Arrumou tudo individualmente nos pratos e nos serviu.
Ficou uma delícia e foi super divertido!
Mais uma confissão: eu nunca fui de cozinhar. Sempre tive receio, mas como achava importante ele ter essa experiência, acabei indo pra cozinha e perdendo o medo de me aventurar.
Esse é o Conrado, hoje com 12 anos, comendo o prato que ele inventou. Passou a considerar, além do skate, do rock e cinema, a cozinha como seu lugar de trabalho. Assim, quem sabe serei mãe de um skatista, roqueiro, cineasta e chef. O futuro dirá se agi certo. De outro lado, ele me disse que se nada disso der certo, ele se tornará um neurocirurgião! Haja imaginação. O mundo sempre foi pequeno pro meu ex-pequeno. A "trivial" futura cantora e Presidente da República Manu, fica prum próximo post.
Bjs
Giova