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hit (and don't run)

''Maybe we like the pain. Maybe we're wired that way. 
Because without it, I don't know; maybe we just wouldn't feel real. 
What's that saying? Why do I keep hitting myself with a hammer?
Because it feels so good when I stop.
''
Meredith Grey, Grey's Anathomy

Guardar-te aqui

(ou 'como me fazerem chorar em menos de 7 minutos')
 
Tenho medo em que chegue um dia em que não me reconheça,. Talvez por isso, ou por qualquer estado compulsivo que ignoro, guarde os objectos, as fotografias e as lembranças mais ridículas de tudo e mais alguma coisa. Aliás, eu tenho uma lata onde guardei os papelinhos que trocava com os meus amigos nas aulas da secundária. (Aqueles 'estás chateada comigo? [  ] sim [  ] não / Porquê?/... ').

Ao longo dos anos guardei fotografias disparatadas, guardei lápis com cinco centímetros, guardo fitas e laços de roupa e prendas, guardei os meus desenhos da pré-primária, guardo roupa e carteiras que nunca mais usarei, guardo frascos de perfume com uma gota dentro, guardei cartas -de quando escrevia cartas aos amigos distantes e aos colegas de turma que via todos os dias, guardei aquela caneca sem pega, guardei moedas de escudos, guardei os poemas, diários e desabafos absurdos que escrevi na adolescência, guardei o meu primeiro telemóvel, guardei os meus apontamentos da universidade todos manchados e quase imperceptíveis por causa da inundação que houve na cave, guardo os talões do multibanco onde rabisquei umas quantas palavras para uma crónica, guardo recortes de jornais e revistas de coisas que gosto de ler; guardo tudo em caixas, cadernos, capas de arquivo, sacos de plástico, latas... Sabe-me bem sentar-me no chão do quarto e redescobrir todas estas coisas com um intervalo de anos.

Sempre precisei muito de me apegar às coisas, de ter o meu espaço feito à minha medida, com a minha desarrumação própria, o meu toque, o meu cheiro... 
Guardo as recordações e os laços que crio com as pessoas praticamente da mesma maneira. No entanto, cada vez tenho mais a certeza de que a maior parte não faz nada disso e que, com a busca pela novidade, pela emoção e pelo incerto, esquecem-se do que está para trás, do que abdicam sem notarem; do café que nunca é marcado, do telefonema que nunca é feito, das palavras que nunca são ditas e, curiosamente, surgem passados anos, se for preciso, a atirarem-nos à cara que fomos nós a desaparecer. "Nunca mais disseste nada, eu estive sempre aqui".

Não é assim; as relações - mesmo as más - não tiram férias. Tal como as saudades que temos de alguém não surgem somente passados anos sem ver essa pessoa. 
Prefiro ouvir que, com as voltas que a vida dá não foram conseguindo arranjar maneira de se encontrarem comigo, que mudaram de cidade, que conheceram gente nova, que perderam os meus contactos, que mudaram de grupo de amigos, que mudaram de hobbies - a sério, prefiro a sinceridade do que "Nunca mais disseste nada", porque não posso ter sido só eu. Uma relação nunca é feita a solo.

Vai daí que surge o mote que deu origem a escrever hoje este post.: Às vezes pergunto-me por que há pessoas que me conheceram e que fizeram parte da minha vida, de uma forma fugaz ou mesmo numa grande amizade, no passado e que agora fingem que não me conhecem quando passam por mim na rua?

E eu, estupidamente, fico triste por pensar que nas caixas, nos cadernos, nas fotografias, nas latas e principalmente nas recordações que guardo. Não tenho lugar. Sou piegas, meia parva, sei lá...mas não percebo.
Se calhar, será mesmo para constatar que estou melhor sem elas, que estou melhor com os amigos que não falham, com os que se preocupam comigo e com aqueles que, mesmo enviando-me só uma mensagem no Natal e no meu aniversário, ao menos fazem-no de boa vontade, ou porque no telemóvel tocou o alarme de aviso mas não me dizem "Nunca mais disseste nada". 
É que, às vezes não é mesmo preciso dizer nada mas, fingir que nunca aconteceu... o que se chama a isso?

dia mundial da criança

Porque é bom acreditar que somos todos  crianças; grandes ou pequenas, com as suas birras, os seus disparates, os sorrisos, as suas fitas, os seus momentos hilariantes, os seus devaneios, o seu mundo faz-de-conta... falta-nos a inocência, a ousadia, a liberdade que só agora sabemos que tínhamos. 
Por tantas vezes, esquecemo-nos de como era bom sonhar sem limites, sem sabermos como ia doer cair e por isso, sem hesitarmos, arriscávamos tudo, com todas as nossas forças...



Esta criança na foto sou eu  e, muitas vezes quando me olho ao espelho vejo-a a espreitar e a piscar-me o olho...derreto-me, como um mini-milk. Tal e qual um mini-milk.

Have a nice day...

'I carry your heart with me'

i carry your heart with me (i carry it in my heart)
i am never without it(anywhere i go you go,my dear; and whatever is done by only me is your doing,my darling)
i fear no fate (for you are my fate,my sweet) 
i want no world (for beautiful you are my world,my true)
and it’s you are whatever a moon has always meant
and whatever a sun will always sing is you

here is the deepest secret nobody knows
(here is the root of the root and the bud of the bud
and the sky of the sky of a tree called life; which grows
higher than the soul can hope or mind can hide)
and this is the wonder that’s keeping the stars apart

i carry your heart (i carry it in my heart) “
por E. E. Cummings


versos que fazem derreter...
tal e qual como um gelado de pêra com cobertura de chocolate branco da hägen dasz em plena marina de vilamoura num verão a 35º à sombra...doce, inesperado e inesquecível;
de vez em quando, tudo deveria saber tão bem, tudo deveria ser tão bom...sem sequer sabermos.

not so grown up

Hoje acordei em modo 'Peter Pan'...
(suspiro)

nostalgia dos tempos... (ao som de ace of base talvez :D)

hoje deu-me a nostalgia, daquele tempo em que o mundo parecia demasiado caótico mas nem era nada; a música era 'bué de fixe mas não era; a moda era montes de fashion mas não era!


Eram as combinações à sexta-feira na escola: "Amanhã sais? Eu tenho os anos da não-sei-quantas... depois devemos ir para a praça...".
Era a praça, sempre a Praça do Peixe o local para nos encontrarmos todos... O 'mundo inteiro' parava lá! Juro que, olhando agora para trás, eu era uma verdadeira 'RP' e conhecia mais de metade daquela gente toda, incluindo os senhores dos cafés todos, que nos viam entrar e já quase nem perguntavam o que íamos tomar.

Eram os famosos shots e os chupitos em forma de tubo de ensaio (ainda tenho aqui uns quantos de souvenir) do kapa-gê-bê, os jantares 'da net', do mIRC sem motivo nenhum e sempre na Pensão Ferro ou  qualquer outro tasco escondido e barato...
As tripas, famosas tripas do 'zé-da-tripa' (mais famoso agora!) que funcionavam na janela do kapa-gê-bê e nos aqueciam as mãos quando estava frio cá fora.

Eram horas nas máquinas e nos bilhares, a falar de coisas sem nexo algum e a gastar moedas de cem escudos no SegaRally e no PinBall com a gaja dos cabelos ruivos...
Cumpria-se a máxima da Gata Borralheira e à meia-noite era hora de começar as despedidas para ir embora da praça...No máximo, em dias de aniversários, podíamos ficar até mais tarde, se a mãe do aniversariante fizesse de táxi no final.
Era o meu rímel azul (medonho) e a maquilhagem ensaiada pela primeira vez há semanas, as calças da moda  Levi's justinhas e as miúdas com t-shirts da Guess com cintos El Charro...
As festas da secundária - organizadas sempre pela minha turma!- sem pretexto mas sempre um sucesso, as idas ao cinema nos aniversários, os da weasel eram o ponto alto dos concertos do enterro da gata (os universitários eram, a meus olhos, gente muito adulta, culta e uma 'cena muito à frente' ..God, que desilusão agora :D!), era o aparelho nos dentes (que voltou), o óculos (mais foleiros que já vi e guardei-os!), as birras com o tamagotchi das irmãs, as horas perdidas agarradas ao GameBoy, as jardineiras largas e as All Star de todas as cores (que voltaram), os mind da gap, os korn e os limp bizkit andavam no meu walkman, e havia as pastilhas elásticas Gorila Gigante, as Petas-Zetas... o 'Puxa o Push-Pop!' que deixava os dedos peganhentos e a língua roxa!

Eram os bilhetinhos nas aulas, as intrigas e cusquices das amigas, horas ao telefone,  as cartas para os amigos que estavam longe, o barulho do modem a arrancar, os rapazes que pareciam todos mínimos ao pé de nós sempre com os seus fatos de treino, as rodas de Capoeira no Rossio, as tardes no Forum depois das aulas, onde os cadernos entornavam os sundaes de caramelo...

Eram tempos esquisitos em que só queríamos crescer mais depressa, ser adultos ou somente parecermos um bocadinho adultos...
Passou tão depressa; que saudades, nunca pensei... :)