A ela, pouco bastava. Buscava reconhecer-se, ensaiar uns passos por si, esquecer a tristeza que há tanto tempo emprestava-lhe a mão. Não sabia, ao certo, o que queria. O mundo, de repente, parecia confuso demais... E a vida era comparada a um livro inacabado, no qual a personagem principal perdia-se de si mesma enquanto procurava ser feliz... Ela não era... Nunca era feliz. Fazia-se de forte, apesar das dores. Dizia que estava tudo bem, porém, não estava. Faltava um sentido. E o vazio de si pesava, corroía. Ela não aguentava mais... Não suportava mais receber o que lhe davam. Ela queria receber o que merecia... Precisava, assim, permitir o seu encontro com sua paz, com seu desejo, consigo. Tudo o que aquela moça precisava era deixar de ser uma incógnita... E escrever o resto da história... Da sua história.
quinta-feira, 22 de outubro de 2015
sábado, 10 de outubro de 2015
Educandário Santa Teresinha - 90 anos!
AMOR DIVINO
Poema dedicado ao Educandário Santa Teresinha,
pela passagem de seus 90 anos, em 08.10.2015
Sinto a vida, em reprise de saudade,
nos jardins mais bonitos da lembrança
e, correndo, num sonho sem idade,
eu voltei, novamente, a ser criança.
Bem
cedinho, na fila, bate o sino...
E,
na sala, guardo o material.
Todos
juntos, cantando o mesmo hino,
num
fervor de esperança e de ideal.
A
cartilha fiel foi precursora
do
saber e, em recordação feliz,
eu
revejo, na mente, a professora
rabiscando
o velho quadro de giz.
Nos
meus olhos, molhados de alegria,
lembro
a pura inocência dos momentos...
O
sabor da merenda, dia a dia,
e
seu cheiro a tomar meus pensamentos...!
A
“casinha”- parada obrigatória...
lá
havia banheiro e bebedouros.
Nossas
idas ao parque... Quanta história
hoje
brinca de achar tantos tesouros!
As
fardinhas, em tons sempre serenos:
Rosa,
verde... O azul e o amarelo!
E
depois de não sermos tão pequenos,
vinha
a calça e a camisa - um novo elo.
Eu
recordo a cantina e as lancheiras;
os
jardins coloridos pelas rosas;
A
Santinha, olhando as brincadeiras...
E
as irmãs vigiando, atenciosas.
No
ABC, a leitura era o instrumento...
E
treinando a fiel caligrafia,
aprendi
a ler mais que o ensinamento,
e
a escrever muito mais do que eu sabia.
No
diploma, cada aluno assinava
com
caneta, lento, o nome completo.
E,
hoje, a tinta que nos sacramentava,
ganha
tintas com vários tons de afeto!
Eu
me lembro de irmos, a passeio,
conhecer
o refúgio das irmãs;
E,
no “sítio", era festa no recreio...
Um
sucesso para as nossas manhãs.
Um
som brando se ouvia já na entrada,
era
Padre Zezinho que cantava...
E,
na classe, antes de ouvir a chamada,
a
oração, nosso dia abençoava!
Há
um aroma que mora em minha mente
quando
lembro os desenhos e as provas,
em
papel perfumado e ainda quente,
com
perfume de álcool, em cópias novas.
Da
mochila, às vezes tão pesada,
eu também me recordo, sem maldade;
as bolsinhas de lápis,
a tabuada,
as
garrafas com gelo... Que saudade!
No caderno, o cabeçalho era escrito
com o nome da escola e, abaixo, a data...
Mas
lembrar deste repetido rito,
é
lembrar que ele sempre nos retrata.
Nós brincamos, com prazer desmedido,
de correr, pular corda e de queimada;
Futsal... Voleibol – meu preferido...
No espiribol, que partida animada!
Pelas fases da vida descobrimos
a buscar, por nós mesmos, nosso intento.
Muitas portas seguras nós abrimos
com as chaves do puro ensinamento.
Num pulsar de emoção forte e presente,
encontramos pedaços de lembrança...
Nos amigos, nas fotos, há, somente,
pedacinhos da mais feliz herança!
Hoje,
o mesmo tempo que nos separa,
é o tempo que parou por um instante...
A nossa história é a nossa joia rara,
laço eterno do amor que nos garante.
Sob
o manto do nosso Educandário,
onde
a Fé se fez a nossa guarida,
recebemos
a Luz do Relicário
que
mantemos acesa em nossa vida.
Nossa
escola querida, nosso ninho...
Parabéns
por 90 anos de idade...!
E.S.T.!!!
- Repetimos com carinho,
em
três letras de amor e de saudade!
Mara Melinni
Ex-aluna EST
Turma 1994
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