"E que seja permanente essa vontade de ir
além daquilo que me espera..."
~ Caio Fernando Abreu ~
Ao ouvir a música abaixo (que me soou como uma canção de ninar, em versão moderna), de repente eu me vi uma menina novamente. Cansada do dia que tive hoje, parecia até que regressava para casa depois de uma tarde inteira de brincadeiras na rua. Minha mãe me colocava para o banho, preparava-me delicadamente um lanche e, ainda com meus cabelos molhados, eu me deitava no sofá da sala com a cabeça em seu colo e, ali mesmo, sob os afagos de suas mãos, sentia os meus olhos pesando devagar... Até viajar em um sono convidativo, onde encontraria os meus amigos para brincar um pouco mais.
Que saudade do meu tempo de... menina! Hoje, a rotina é até parecida, mas já não existe mais a mesma sensação de leveza de antes. Carrego o peso da responsabilidade nas costas... E o meu próprio caminho, moldado do meu jeito, às vezes encontra pedras difíceis de remover. A “vida real” bem que poderia ter um pouco do encanto daquele tempo. Poderia sim, guardar alguma nota das canções de outrora, que muitas vezes ficam vivas apenas em nossa memória...! Como seria bom SENTIR a paz sempre por perto, sem ter que fingir que não percebo olhares desviados e sorrisos amarelos ao meu lado.
Eu cresci... Continuo crescendo como pessoa, como amiga, namorada, irmã, filha, profissional. Porém, a minha filosofia é muito simples, é exatamente a mesma do tempo passado: Fazer o Bem. Infelizmente, nem sempre isso agrada. É que, desde cedo, aprendi a separar o joio do trigo. Posso até perder o riso por algum instante, quando alguém tenta colocar alguma nuvem carregada para encobrir o meu sol, mas eu sei que aqui – dentro de mim – eu trago o meu valor. Basta-me saber disso. E tenho dito!
Boa noite!
Mara Melinni
*P.S.: A música começa a tocar aos 14 segundos.