quarta-feira, 1 de julho de 2020

segunda-feira, 11 de maio de 2015

O menino perdido.


O menino perdido.

Um menino perdido, chorava pela mãe no saguão do aeroporto. Um grupo de psicólogas e terapeutas o encontrou.
A psicanalítica disse: Venha comigo, vamos lá fora para eu poder fumar enquanto você me fala sobre as primeiras lembranças que tem de sua mãe.
A da linha Gestalt-terapia: Agora nesse momento a figura é a mãe, mas logo o fundo será mais relevante. Concentre-se em outra coisa aqui-e-agora que seu problema não terá mais tanta importância.
A psicoterapeuta analítica, de Jung: Menino, no nosso inconsciente coletivo a figura da mãe é muito importante, mas podemos ressignificá-la concentrando-nos nas outras pessoas de sua família.
A terapeuta cognitivo comportamental disse: Você tem todo o direito de chorar, seu sentimento é válido, mas pode estar havendo uma distorção cognitiva. Vou lhe dar um questionário para você preencher sobre seus sentimentos mais significativos atualmente.
A psicodramatista: Querido, faça de conta que sou sua mãe. O que você diria para mim agora?
A da psicoterapia breve: Vamos focar no problema atual. Você está perdido e não sabe onde sua mãe está. Fale mais sobre isso.
A hipnoterapeuta: Vou te hipnotizar para que você se lembre das últimas palavras que sua mãe  disse antes de você se perder.
A da PNL – programação neuro-linguística: Menino, fale várias vezes para você mesmo: “Não estou perdido. Não estou perdido.”
A da terapia psicodinâmica: Vamos direto ao assunto: sua mãe lhe faz muita falta?
A do aconselhamento terapêutico: Sabe rapazinho, você não deveria ter soltado a mão de sua mãe. Fica como aprendizado para a vida.
A da psicoterapia corporal: Seus conteúdos inconscientes precisam achar uma forma de se manifestar, vamos liberar um pouco a tensão que você está sentindo nos seus ombros para que seus segredos silenciosos sejam libertos.
A Lacaniana: Fale livremente tudo o que estiver associado à palavra “mãe”. Não reprima nenhuma palavra, é muito importante que a associação seja livre.
A Psicopedagoga: Menininho, vamos fazer uma liçãozinha agora: desenhe pra mim a sua família inteira, a mãe junto.
A Reichiniana: Vamos trabalhar suas couraças para liberar sua energia orgônica. Isso vai fazer com que você manifeste com mais liberdade seu choro pela mãe.

Enquanto falavam, uma faxineira disse ao menino: “Vem cá menino. Vamos chamar sua mãe no sistema de som.” E foram embora.
Como disse Freud: “Às vezes um charuto é apenas um charuto”.

Prof. Pan Cada.


terça-feira, 29 de abril de 2014

Reuven Feuerstein Faleceu.


REUVEN FEUERSTEIN FALECEU.

29 de abril de 2014.
Reuven Feuerstein morreu. Para muitos, quando Ayrton Senna morreu, foi uma grande dor, perderam seu maior ídolo. Para mim, Feuerstein era minha inspiração na Educação e a dor de sua partida é muito grande.
Nascido em 21 de agosto de 1921 em Botosan, na Romênia, logo imigrou para Israel e lá se estabeleceu. Fez seu doutorado em psicologia do desenvolvimento na mesma universidade em que Piaget era professor de Psicologia.  Conheceram-se.
Desenvolveu a Teoria da Modificabilidade Estrutural Cognitiva, mais conhecida como teoria da mediação da aprendizagem. Seu trabalho responde a inúmeras questões sobre o desenvolvimento da inteligência por meio da interação de qualidade. A neurociência vem comprovando muitas afirmações da teoria da mediação evidenciando que o fator mais importante para o desenvolvimento da inteligência de uma pessoa, seja ela criança ou adulta, é a qualidade da interação que recebe de alguém que conhece mais que ela. É o resgate do valor do professor.
Criou e desenvolveu o PEI – Programa de Enriquecimento Instrumental, um dos únicos sistemas de intervenção cognitiva à disposição no Brasil. Se uma criança tem dificuldades de aprendizagem o que se faz com ela? Recuperação escolar! No entanto ela só recupera conteúdos e notas, mas ninguém interfere em sua dificuldade que, infelizmente, continuará a existir. Feuerstein propõe uma intervenção nas formas de pensamento, no raciocínio lógico, nos instrumentos cognitivos. E isso tem sido fundamental para a superação das dificuldades de milhares de crianças no mundo todo.
Sua principal crença “Todas as pessoas são modificáveis”  se tornou axioma em tudo o que fazia e escrevia. Também acredito nisso. E como educador percebo que ao acreditar nessa máxima, minhas ações para resgatar um aluno que já “desistiu” fazem com que eu continue motivado, até que pequenas mudanças no aluno começam a surgir. E são a base para novas ideias, novas aprendizagens. O mesmo podemos dizer daquele professor que já está “desistindo” de seus alunos em face da pouca valorização que nossa carreira tem e do descaso que muitos alunos apresentam a respeito do papel da escola. Pensando como Feuerstein, é possível mudar essa realidade também. Não é fácil, mas é possível.
Seu primeiro livro em língua portuguesa está sendo publicado pela editora Vozes: “Além da inteligência”, no entanto há outras obras, de outros autores, que aprofundam aspectos da teoria, como “Mediação da aprendizagem – contribuições de Feuerstein e de Vygotsky” dos autores Marcos Meier e Sandra Garcia, o livro “Mediação da aprendizagem na educação especial” dos autores Gislaine Coimbra Budel e Marcos Meier, “Feuerstein e a Construção Mediada do Conhecimento” do autor Cristiano Gomes, entre outros. Em inglês o número de obras é muito grande.
Futuramente reconheceremos Reuven Feuerstein como um dos maiores educadores que o mundo já conheceu, no mesmo patamar de outros grandes como Jean Piaget, Lev Vygotsky e David Ausubel. Infelizmente, aqui no Brasil, nós o conhecemos tarde. E mais triste ainda é saber que algumas universidades, por não conhecerem as bases de sua teoria, confundem-na com behaviorismo, sem perceberem que se trata de interacionismo da maior qualidade. Mas nós, seguidores de Feuerstein, acreditamos que também essas universidades são modificáveis e que logo estarão desenvolvendo pesquisas dentro da teoria feuersteniana. Vamos esperar.
Na foto, o momento que recebi das mãos de Reuven Feuerstein meu diploma de Trainer, que me autoriza a lecionar os instrumentos do programa de enriquecimento instrumental, o PEI. Quero lembrar dele com esse sorriso escondido atrás do diploma, que é uma forma de acreditar que por trás das aulas, das teorias, dos sistemas e das escolas, o que faz a diferença é um professor que ama e que acredita que pode fazer a diferença. E isso é muito bom. É feliz.
Feuerstein, que sua alma descanse em paz, sabendo que aqui na Terra continuaremos sua obra, continuaremos a acreditar que “Os cromossomos não têm a última palavra”, pois não acreditamos no determinismo, mas na fé, no trabalho e no poder que a educação tem de transformar.
Foi uma honra ter sido seu aluno. Será honra ainda maior continuar seu discípulo, pois suas palavras estarão registradas para sempre nos livros, no mundo digital e em nossos corações.

Marcos Meier é educador, psicólogo, escritor, palestrante e Trainer no Programa de Enriquecimento Instrumental de Reuven Feuerstein.



quinta-feira, 24 de abril de 2014

Silêncio assassino.


SILÊNCIO ASSASSINO

Não há especialista em psicologia que explique a morte de uma criança que vai até a polícia pedindo ajuda e, mesmo assim, morre assassinada. Também não há linha de raciocínio que justifique aquela barbárie do massacre na escola em Realengo, no Rio de Janeiro. Nem mesmo palavras que possam fazer algum sentido diante da dor das famílias envolvidas. Mesmo assim os oportunistas de plantão esboçam suas teorias conspiratórias: era um louco, um radical religioso, um ateu, um terrorista, um machista que queria matar menininhas e um monte de outras baboseiras.
O massacre foi provocado por um jovem esquizofrênico sem acompanhamento médico, sem família e sem ninguém para orientá-lo. É de suma importância realçar esse ponto, pois o preconceito contra os esquizofrênicos é grande e está aumentando por causa da superficialidade das entrevistas de muita gente despreparada. Uma pessoa com esquizofrenia se estiver medicada e acompanhada pode levar vida normal a ponto de ninguém suspeitar de sua condição.  Outro ponto importante a ser realçado é que a justificativa que o assassino deu é de que havia sido vítima de bullying. O que é bem provável, no entanto é preciso cuidar para não aceitar isso como algo coerente. Não é. Se isso fosse justificativa para tal ato de loucura, outros “malucos” poderiam achar que têm o direito de fazer a mesma coisa por terem sofrido bullying. Infelizmente alguns veículos da mídia têm mencionado tal justificativa e ninguém reage. Aceitam!
Vamos relembrar a definição de bullying: são atitudes de um sujeito, ou um grupo, que intencional e sistematicamente provoca dor física ou moral em alguém. Traumas são construídos e vidas são afetadas. As vítimas sofrem durante anos e muitas acabam tendo problemas emocionais pelo resto da vida.
Outras violências, além do bullying e igualmente condenáveis têm acontecido em nosso país: aluno atira em professor; professora apanha de aluno; adolescentes brigam até sair sangue; assassinatos de crianças; pais que matam seus próprios filhos atirando-os pela janela ou aplicando-lhes algum tipo de injeção letal, desvio de verba de merendas das crianças; violência doméstica; falsificação de remédios...
Essas desgraças podem ser evitadas? É possível proteger nossos filhos disso tudo? O bullying pode ser detectado? Na maioria dos casos, creio que é possível sim!
Um aluno vítima de bullying muda seu comportamento em casa e na escola. É visível, isso não fica escondido. Os sintomas aparecem, mas, em geral, nada é feito! Os colegas de turma sabem quem ataca, provoca ou machuca outras crianças, mas muitas vezes, por medo, nada fazem. Alguns professores presenciam brigas fora da escola e dizem: “não é problema meu, já estou fora do ambiente de trabalho”.
Vizinhos ouvem os gritos de crianças, mas não denunciam os agressores, normalmente parentes delas.
A mulher apanha do marido e o povo tem coragem de dizer: “em briga de marido e mulher ninguém mete a colher”. E ela sofre sozinha, desamparada, na companhia da surdez dos vizinhos.
Em todos esses casos, há um fator comum: o silêncio das testemunhas. O silêncio é parceiro da morte, da dor e da transgressão. É preciso mudar! Precisamos, como cidadãos, nos mobilizar para diminuir agressões como estas. Principalmente nas escolas! Toda a comunidade escolar, pais, alunos, funcionários e professores precisam agir contra a violência, contra o bullying, contra a agressividade gratuita e o desrespeito. Mas isso não se faz com passeatas de pessoas vestindo camisetas brancas com frases estampadas dizendo “queremos paz” ou “queremos justiça”. Manifestações como estas, apesar de louváveis e compreensíveis, não mexem nas causas. Não sensibilizam nenhum político. É preciso mais, é preciso chegar antes da agressão, interceptar seu caminho “natural”, prevenir, conscientizar, construir valores humanos fundamentais como o respeito, a solidariedade, regras de convivência, o próprio amor e tantos outros. Não basta remediar. Não basta punir. A coação não gera conscientização, ao contrário, desperta a revolta e suscita a vingança contra aquele que denunciou (muitas vezes a própria vítima).
Quando uma escola localiza uma criança vítima de bullying, na melhor das hipóteses, chama os pais para que ela receba apoio emocional e todos cuidam dessa criança. Mas quem lembra dos agressores? Normalmente são apenas punidos e rotulados por toda a vida escolar que lhes resta. É hora de mudar. Precisamos educá-los, ajudá-los a mudar sua percepção sobre si mesmos e o mundo à sua volta, pois são crianças em formação, adolescentes que ainda podem ter uma “chance” na vida. Se punição fosse educativa, ex-presidiários seriam exemplos de comportamento na sociedade.
Ao invés de investir em punição, os jovens precisam ter alternativas saudáveis como esportes, música, dança, teatro e outras atividades culturais oferecidas pelo estado, que tem por dever o bem estar social. Quando isso não acontece, muitos desses jovens são arrebanhados para as fileiras do tráfico, e a guerra fica cada vez mais difícil. Vale lembrar que uma ação simples já tem dado excelentes resultados: investir em esportes. Quando os jovens estão envolvidos com a prática de esportes, além do investimento em saúde física e na qualidade dos relacionamentos resultado da convivência intensa, eles estão num ambiente muito mais rico quando ao nível das interações. Panelinhas, grupos fechados, preconceito e outros comportamentos são logo detectados pelo professor de Educação Física. Esse profissional tem oportunidades de ouro para aprofundar o vínculo que tem com os alunos e ser um articulador anti-bullying e um promotor da paz. Novamente, insisto, também esse professor necessita de formação mais aprofundada na psicologia dos relacionamentos e apoio tácito quanto à organização de campeonatos ou outros eventos esportivos. O ambiente esportivo propicia o crescimento das boas atitudes e posturas, além de facilmente evidenciar as más. Em ambos os casos, a importância do professor de Educação Física agir de forma proativa é fundamental. Uma cidade que não investe nos esportes acaba abrindo espaço para mais adolescentes infratores.
O Estado não pode ser conivente com o crime. A sociedade tampouco!
Professores precisam ser apoiados e fortalecidos ao invés de serem processados por danos morais ao chamarem a atenção dos “fofuchos” indisciplinados. A acusação frequente é a de que o professor humilhou publicamente o protegido do papai, mas ninguém lembra da humilhação que o professor sofreu diariamente por meses, ou até anos, através da desobediência e desrespeito às suas funções ou até mesmo à sua pessoa.
Há muita coisa errada e muito trabalho a ser feito para corrigir os valores da sociedade. A escola tem sido sacrificada e espera-se dela que mude a vida dos adolescentes sem rumo. No entanto ela própria é que precisa de ajuda. Os professores estão abandonados, sozinhos, humilhados por salários ínfimos e pela falta de respeito da sociedade que cobra e não lhes dá nada em troca. Pedem deles formação continuada, que participem de congressos, que aprendam psicologia do comportamento e tantas outras exigências. Eles não conseguem nem ao menos comprar um livro, pois precisam investir seus baixos salários na própria sobrevivência.
E diante de tudo isso, o bullying e suas consequências estão presentes e precisam ser combatidos. Os alunos, a família, os funcionários, todos precisam se envolver para construir as soluções. Mas a escola precisa ser apoiada e não acusada como a mídia tem deixado escapar: “é preciso mais segurança nas escolas; os professores precisam estar mais atentos; câmeras de vídeo precisam ser acompanhadas”. Num programa de TV pude ver um repórter perguntar a um policial: “se houvesse um policial em cada escola isso dificilmente teria acontecido, não é?”. E felizmente a lucidez do policial foi maior: “Isso não resolveria! Se houvesse um policial lá, teria sido a primeira vítima do assassino”.  Há uma profunda falta de cuidado na transmissão de mensagens errôneas nesse caso e em tantos outros que envolvem comportamentos violentos.
A sociedade está doente.
Entretanto o que vemos diante de todos esses problemas citados? O silêncio. A inércia. As palavras que “explicam”, mas não trazem soluções, não previnem.
O silêncio vai tomando conta de todos nós, das escolas, da sociedade. É o silêncio dos vizinhos da esposa agredida. Dos amigos do aluno vítima de bullying. Da sociedade que há tempos vê que seus professores estão abandonando a educação por medo de serem mortos por alunos violentos. Silêncio dos legisladores que conhecem os procedimentos injustos que libertam criminosos e não fazem nada para mudar tal burocracia. Silêncio do estado que investe pouco na carreira do magistério mesmo sabendo que, com tantas famílias inadequadas, o professor é o último recurso para educar os jovens. Silêncio... Silêncio assassino.


Marcos Meier é psicólogo, professor, escritor e palestrante nas áreas de educação de filhos, formação de professores e gestão de equipes. Contatos pelo site www.meiererolim.com.br Suas obras se encontram no site www.kapok.com.br 

sexta-feira, 17 de maio de 2013

BULLYING SEM BLÁ-BLÁ-BLÁ



BULLYING SEM BLÁ-BLÁ-BLÁ


Queridos educadores.

O Bullying continua fazendo vítimas no mundo todo. Mesmo os adultos que relatam ter superado o sofrimento, gostariam de não ter passado por isso na infância. Nós professores, coordenadores e demais profissionais da educação podemos fazer algo a respeito. Podemos evitar sofrimentos. Podemos ensinar as crianças e adolescentes a se posicionarem, a dar passos corretos e responsáveis para erradicar esse fenômeno das escolas.
Nós autores (Jeanine Rolim e Marcos Meier) sofremos o bullying na própria pele, estudamos a respeito e aprofundamos o assunto para poder ajudar as escolas e as próprias crianças a agir de forma eficaz. Para isso escrevemos uma obra especial de professor para professor, de psicólogos para pais, de gente para gente. E a fizemos em duas versões, uma para adultos e outra para as próprias crianças saberem como agir, que passos dar, com quem falar e como falar. É como um guia para trazer soluções em vez de criminalizar as crianças autoras ou vitimar as que são alvo. Cada criança deveria ter o seu próprio exemplar e estudá-lo, pois ele também ensina como encarar a vida de forma proativa.
É essa a nossa proposta. Um exemplar por aluno. Não é um gasto, nem uma despesa, mas um investimento na construção da paz em sua escola.

Veja abaixo alguns diferenciais do livro “Bullying sem blá-blá-blá” face aos demais materiais comercializados em nosso país:

VERSÃO TEEN

·         Foi escrito na linguagem dos adolescentes, sem termos jurídicos ou trechos complicados. A intenção é chegar até eles, e para isso a linguagem familiar é essencial.
·         O material é rico em ilustrações modernas, com tirinhas de cunho irônico, preferência nessa faixa etária.
·         A diagramação do livro teen é especialmente pensada para os adolescentes, com formatações irregulares e variação de cores, fontes e estilos.
·         O texto traz dicas práticas de como o adolescente deve se posicionar ou instruções para buscar ajuda, seja ele a vítima, aquele que observa ou até mesmo o agressor.
·         O agressor, aliás, é outro diferencial importante! Não o criminalizamos como comumente é feito, mas sim o orientamos sobre como deixar essa prática e melhorar seu modo de ver o mundo e lidar com ele.
·         Fundamentamos todo nosso texto na premissa de que o que deve ser trabalhado é a autoestima do adolescente. Uma vez que esta é fortalecida, ele saberá se posicionar não apenas mentalmente, mas também verbalmente e, dificilmente se tornará um agressor.
·         Ensinamos o adolescente a comunicar-se assertivamente, expondo suas ideias de forma positiva, sem atacar ao outro, mas sim aos problemas.
·         Motivamos o desenvolvimento de valores.

VERSÃO PARA EDUCADORES E PAIS

·         O livro foi escrito por professores que já estiveram tanto nas posições de professores, como de gestores, enfrentando situações reais de bullying em suas práticas diárias. Diferente de muitos materiais disponíveis hoje no mercado, que apresentam apenas argumentos técnicos da área jurídica ou médica.
·         Sua organização é extremamente didática, para que o educador, pai ou mãe encontre facilmente o que busca. Há capítulos com orientações especificas para cada situação: “Meu aluno está sofrendo bullying, o que faço?” , “Meu filho pratica bullying, como posso ajuda-lo a parar?” e assim sucessivamente.
·         Nem tudo é bullying. O livro ajuda a compreender o que realmente é bullying e diferencia de outros tipos de agressões comuns nas escolas.
·         O bullying é só uma fase! Isso não é verdade e a obra derruba esse e outros mitos comuns a respeito.
·         Há vários depoimentos reais sobre bullying. Pessoas que sofreram e superaram. Fizemos uma breve análise com o objetivo de compreender melhor o que realmente aconteceu em cada caso e as consequências que as pessoas tiveram.

 Veja uma pequena animação a respeito do bullying nas escolas:



Marcos Meier é mestre em educação, psicólogo, professor de matemática, escritor e palestrante. Uma das maiores autoridades brasileiras sobre a teoria da mediação de Reuven Feuerstein.

Jeanine Rolim é pedagoga, escritora e formanda em psicologia. Pós-graduada em Intervenção Cognitiva e Aprendizagem Mediada de Reuven Feuerstein. Sua experiência como professora, coordenadora e diretora de escola contribuiu significativamente para um olhar mais realista sobre o fenômeno bullying nas escolas.

Os livros estão disponíveis na loja virtual www.kapok.com.br

quarta-feira, 8 de maio de 2013

De repente.


DE REPENTE

(Publicado em 2008 na obra: “Sapatos e Letras”. Quase uma profecia!).

De repente a pista do aeroporto mais utilizado do Brasil não escoa mais a água da chuva, ficou, de uma hora para outra, sem sistemas de escoamento.
De repente descobriram que existem controladores de voo. E que são em número insuficiente.
De repente apareceram jovens armados, em pleno dia, e arrancaram as pessoas de dentro do carro. Menos um menino.
De repente cidadãos comuns são aterrorizados com telefonemas de sequestradores, de dentro de prisões que, calmamente, tiram nossa paz.
De repente uma marquise cai matando algumas pessoas.
De repente uma quadrilha rouba um carro e o queima com a família ainda lá dentro.
De repente traficantes invadem um colégio e agridem gravemente o diretor que tentava evitar a invasão.
De repente uma professora denunciou o tráfico na escola onde trabalha e teve sua vida ameaçada por ex-alunos seus.
De repente a safra da soja não poderá ser embarcada, nem exportada. Não pelo porto de Paranaguá, pois as águas, como pode isso, ficaram muito rasas.
De repente uma avaliação internacional sobre a qualidade da educação descobre que o ensino no Brasil é tão deficitário que há adolescentes escolarizados, mas semianalfabetos.
De repente irão descobrir que há algumas faculdades no Brasil formando advogados, médicos, engenheiros, professores, psicólogos e tantas outras profissões, sem um mínimo de qualidade nem de condições de formar profissionais adequados às exigências da profissão nem da decência. 
De repente se descobre que o Estado, em algumas escolas, é tão incompetente que é melhor garantir a entrada de seus alunos na universidade por meio de cotas.
De repente será descoberto que se a taxa de crescimento do PIB for maior que a atual, vão faltar estradas, portos, aviões, contêineres, silos de armazenagem, infraestrutura em geral.
De repente vão descobrir que em algumas cidades brasileiras o Estado não tem mais poder que um grupo de bandidos que, repentinamente adquiriram espaço.
De repente todos saberão que uma passeata com muito barulho, faixas e camisetas brancas é vista por alguns políticos apenas como “reação natural”.
De repente minha empregada falou: “Acabou o gás, o senhor pode sair para comprar outro botijão?” E aí eu estouro. Brigo; pergunto: “Por que não avisou antes, quando usou o botijão reserva? Pelamordedeus! Tem que esperar aparecer o problema para pensar em uma solução? Não dá para planejar? Não dá para pensar nas consequências e agir antecipadamente? E o pote de margarina? Precisa esperar acabar totalmente para só então pedir para comprar outro? E o detergente para lavar louça, tem que esvaziar totalmente para lembrar que precisa mais? Os pelos da vassoura caíram de uma hora para outra?”
Essa minha empregada! Quanta falta de bom senso! Ela espera o problema aparecer para correr atrás de uma solução. Não consegue agir antecipadamente. Não consegue ser pró-ativa. Acho que ela não compreende essas coisas, coitada. Não consegue planejar nada. Mas é muito querida com as crianças.
Fechem a pista. Tem dois milímetros de água nela. Rápido! Caiu uma chuva de repente.


MEIER, Marcos. Sapatos e Letras. Curitiba: Editora Melo. 2008. Disponível no site www.kapok.com.br

domingo, 5 de maio de 2013

Empresas emocionalmente inteligentes


Empresas emocionalmente inteligentes


Há empresas que poderiam crescer mais, mas não conseguem. Suas equipes são frágeis nas relações entre seus membros e por essa razão se auto boicotam.
           
Equipe “emocionalmente inteligente” é aquela em que seus membros sabem identificar, expressar e compreender suas próprias emoções e a dos outros e não misturam subjetividade com as metas da empresa, com os projetos a serem desenvolvidos.

A Inteligência emocional é muito importante nas empresas, porque uma empresa com pessoas emocionalmente inteligentes não perde tempo nem energia com competições internas, invejas, “puxadas de tapete”, fofocas ou climas negativos. Se uma equipe é composta por pessoas felizes, realizadas e com boa autoestima tem mais chance de cumprir prazos, criar, inovar, aumentar a qualidade dos produtos e processos, produzir e vender mais. Da mesma forma, se os líderes são emocionalmente maduros, ajudam a criar um clima de acolhimento, respeito e afeto, fazendo com que os colaboradores da empresa sintam vontade e alegria em participar e melhorar.

Um exemplo prático de empresa emocionalmente madura é quando um funcionário traz uma nova ideia para a chefia imediata. O chefe o elogia, leva a ideia para frente dando os créditos ao funcionário. Toda a equipe e a empresa recebem os frutos dessa atitude. Os colegas do funcionário o incentivam a continuar criando e sentem-se desafiados a criar também. Esse é o caminho que leva uma empresa a crescer e ser bem sucedida. Se os funcionários não fossem emocionalmente inteligentes, criticariam o colega chamando-o de “puxa-saco”, o chefe não levaria a ideia adiante ou, se a levasse, o faria sem dar o crédito ao funcionário. Este, por sua vez, ficaria chateado, brigaria com o chefe e todos receberiam a mensagem de que as coisas devem continuar sempre do jeito que estão para não haver prejuízos para ninguém. Triste, mas a maioria das empresas age assim. Nenhum projeto é levado adiante e tudo é feito sempre da mesma forma. Os mais antigos falam ao novo funcionário: “nem tente, aqui não valorizam novas ideias”.

Na vida pessoal, uma pessoa emocionalmente inteligente não se auto boicota. Não se prejudica por temer o novo ou desafios inéditos. Cria amizades e relacionamentos profundos, pois entende as emoções das outras pessoas. Evita magoar, mas quando magoa sabe pedir perdão. Não entra em fofocas, não guarda mágoa, rancor ou vontade de vingar-se de alguém. Enfim, sabe ser feliz.

Exemplos mais comuns de falta de inteligência emocional na empresa:

  • Fofocar ou ouvir fofocas. O ideal é dizer: “não quero ouvir isso, não nos diz respeito”.
  • Não elogiar. Um clima onde as pessoas não se elogiam, desestimula a criatividade.
  • Não aceitar elogios. Dizer “são teus olhos” é jogar fora o elogio dado com carinho. Aceite-o e agradeça! Afinal você mereceu.
  • Criticar pessoas ao invés de criticar os fatos. O ideal é dizer: “cara, ontem você não me ajudou” ao invés de criticar a pessoa dizendo: “cara, você é um folgado, não me ajudou ontem.”
  • Gritar com colegas ou subordinados. Isso é descontrole emocional.
  • Negatividade. Falar mal, reclamar constantemente, não acreditar nas pessoas, não ter esperança de crescimento ou de melhoria, evitar mudanças ou cultivar posturas oposicionistas.
  • Falta de pró-atividade. Um erro comum nas empresas que não crescem é quando um funcionário vê algo para ser feito, ou que está errado e simplesmente não faz nada, pois acredita não ser do seu setor nem de sua responsabilidade. O correto é agir imediatamente para atender bem ao cliente e à própria empresa. Depois, avisar a chefia imediata para que o responsável que deveria ter feito o que você fez saiba do ocorrido.

Dicas para exercitar a inteligência emocional:

O ideal é que cada pessoa aprenda a por em prática alguns comportamentos que podem tornar a vida mais leve:
  • Aprenda a observar as emoções de outras pessoas e converse com elas dando-lhes espaço para compartilhar.
  • Observe melhor as suas próprias emoções e fale mais sobre elas com alguém que tenha intimidade com você.
  • Perdoe quantas vezes for necessário, mas não insista em conviver com alguém que vive lhe machucando. Fuja das pessoas negativas que deixam você “pra baixo”.
  • Desenvolva uma postura mais favorável em relação às frustrações da vida. Pode chorar, pedir perdão, perdoar, mas reorganize-se, planeje como agir daqui pra frente e, largando o passado, aja positivamente.
  •  Acredite que você merece ser feliz e lute por isso.  Não se prenda às dores do passado nem cultive sentimentos de vingança pelas pessoas que já lhe traíram ou lhe machucaram na vida.
  • Dê mais tempo para que o prazer aconteça. Não corra atrás dele, corra atrás da realização, o prazer será consequência.
  • Tenha uma vida significativa para outras pessoas também, não apenas para você. Em outras palavras, envolva-se em projetos sociais, seja voluntário em alguma ONG ou dê mais tempo para tornar a vida de outras pessoas mais leve.
  • Troque DR por AP. Ou seja, pare de gastar tempo com “Discutir a Relação” e invista em “Acertar os Ponteiros”. Isso significa que você precisa decidir o que fazer daqui para frente em vez de investir toda sua energia tentando explicar (ou compreender) o passado.

 Palavra final:

Para terminar, creio que um bom “lema” para nossas vidas é:

“Invista tempo e energia para aprender a amar a si mesmo e a outras pessoas. Estar de bem com a vida e consigo mesmo torna todo o clima à sua volta mais positivo. Você, seus amigos, sua família e sua empresa saem ganhando.”

Autor: Marcos Meier


Escritor, psicólogo, mestre em educação e palestrante nacional nas áreas de relacionamento, criação de filhos e formação de professores. Um dos maiores especialistas brasileiros na teoria da Modificabilidade Estrutural Cognitiva do educador israelense Reuven Feuerstein, ou Teoria da Mediação da Aprendizagem. Autor de vários livros que estão disponíveis no site  www.kapok.com.br  Contatos pelo site: www.marcosmeier.com.br   

quarta-feira, 17 de abril de 2013

FILHO, VENHA ME BUSCAR!


Filho, venha me buscar.



Meu filho mais velho acaba de “tirar a carteira”. Está dirigindo bem, não perde uma oportunidade. “Pai, posso ir dirigindo?” já virou frase rotineira.
Sábado de manhã cheguei ao aeroporto Afonso Pena cansado, com sono, irritado pelos atrasos e liguei para casa. “Filho, venha me buscar. Acabei de chegar”.
Para minha surpresa, tivemos um diálogo mais ou menos assim:

-          Não dá pai, você não deixou os documentos do carro em casa, você esqueceu e levou junto.
-     Ah, é mesmo! Estão aqui comigo. Bem, mas venha assim mesmo, pegue o carro e passe aqui no aeroporto, vou te esperar.
-          Pai, não dá. É proibido andar sem os documentos do carro.
-         Mas não tem problema, se tiver uma blitz você me liga e eu vou até você de táxi com os documentos.
-          Nem pensar. É contra lei andar sem os documentos do carro. Venha de táxi agora.
-          É muito caro desde o aeroporto, você não vai me fazer gastar dinheiro vai?
-          Não é minha culpa. Venha de ônibus.

Fui de ônibus. No caminho, pude refletir a respeito dessa minha vacilada na educação de meu filho. A gente erra, acerta, faz o melhor que pode. Dessa vez, errei. Mas, para minha alegria, pude perceber que os princípios e os valores quando ensinados e vividos no dia-a-dia, permanecem. Os erros que a gente comete, os momentos em que não somos exemplos de vida, não chegam a estragar o longo trabalho realizado durante anos a fio.
Senti uma forte sensação de realização. Meu filho é um homem que não cede a pressões psicológicas se tais pressões estiverem contra seus princípios, contra seus valores.
Na Psicologia, sabemos que a constância da nossa relação com os filhos produz neles a qualidade emocional necessária para enfrentar a vida e suas dificuldades. É nessa interação de qualidade que auxiliamos nossos filhos a desenvolver segurança emocional, resistência a frustrações, tranqüilidade nos conflitos e, o que é principal, uma autoestima suficientemente adequada para não vacilar diante das pressões sociais, para não ficar inseguro diante dos conflitos que a vida propõe.  Autoestima saudável dá a nossos filhos a real dimensão do valor que eles têm e do potencial que está à disposição deles na hora de enfrentar novos desafios. Não uma autoestima inflada por uma visão irreal do mundo e que acaba produzindo jovens agressores. Não uma autoestima fragilizada que não lhes permite acreditar que é possível ser significativo nessa sociedade. Mas uma autoestima tão bem construída que permite que se diga: “Pai, pegue um ônibus”.
Nunca andei de ônibus tão feliz.

(Extraído do livro Sapatos e Letras  - Marcos Meier, Editora Melo. 2008)

segunda-feira, 15 de abril de 2013

FEUERSTEIN ELOGIA LIVRO DE MARCOS MEIER


Feuerstein elogia livro "Mediação da Aprendizagem"


04/05/2007
noticias.universia.com.br
Lançamento terá debate entre autores e os convidados


Na segunda-feira, 7 de maio, Marcos Meier e Sandra Garcia lançam "Mediação da Aprendizagem. Contribuições de Feuerstein e Vygotsky"na Livraria da Vila. ·s 18h45 começa um debate entre os dois autores e os especialistas Lino de Macedo e Edith Rubinstein sobre "Mediação de Aprendizagem e a educação do futuro". O debate discorrerá sobre os caminhos para a educação e a importância do professor como mediador no processo da aprendizagem: O que diferencia o mediador de um professor? De que forma ensinar os alunos para que o "aprender a aprender"não seja apenas discurso? Como desenvolver a autonomia do aluno? Como interagir com o aluno de forma a potencializar sua aprendizagem? Como incentivá-lo a colocar tudo isso em prática?
A discussão se enquadra com um dos temas que mais preocupam a sociedade nos dias de hoje: o momento em que o professor reflete seu papel num sistema educacional em transição, em que o aluno deixa de ser mero consumidor de informações para tornar-se gerador de conhecimento. De acordo com a autora Sandra Garcia, "Ensinar o aluno a desenvolver sua própria autonomia no processo de aprender-a-aprender é importante na sociedade de hoje em que há excesso de informações, escassez de conhecimento e ineficácia da estimulação do meio ambiente. Um debate como esse tem muito a oferecer ao professor na sua jornada diária em sala de aula", explica.
Na seqüência, os convidados acompanharão o lançamento do livro "Mediação da Aprendizagem", sobre o processo de mediação que resgata o real valor do professor no processo de educar, se opondo ao antigo processo de ensino-aprendizagem na transmissão de conteúdos.
Reuven Feuerstein, criador de vários métodos de avaliação cognitiva aplicados em diversos países, em carta publicada no início do livro afirma que "a pesquisa realizada pelos autores não apenas enriquece a teoria da mediação da aprendizagem, mas também sua natureza e suas aplicações práticas. Espero ansiosamente pelos efeitos benéficos que a leitura deste livro por si mesma, pode trazer", comenta.

Autores:
Sandra Regina Rezende Garcia
Mestre em Psicologia na área do Desenvolvimento Humano e Processo Ensino -Aprendizagem pela Universidade de São Marcos. Pós-graduada em Psicomotricidade no Programa de Enriquecimento Instrumental pelo Instituto Superior de Psicomotricidade e Educação - ISPE-Gã, em São Paulo. Foi Diretora do Colégio Marista N. S. da Glória. Atualmente é gestora do Programa de Formação Continuada na Rede Salesiana de Escolas-RSE. ? apaixonada pela educação e particularmente pelos processos de ensino e de aprendizagem de crianças e jovens.

Marcos Meier
Prof. Marcos Meier, Mestre em Educação pela UFPR, Prof. De Matemática pela UFPR e Psicólogo pela UTP - Universidade Tecnológica do Paraná. Trainee por Isrãl no PEI - Programa de Enriquecimento Instrumental. Formado em LPAD ? Avaliação dinâmica da propensão à aprendizagem. Foi Diretor Geral dos Colégios e Faculdades Martinus em Curitiba, PR.