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segunda-feira, 4 de setembro de 2017

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Isabel Muñoz, danças e contradanças.












Isabel Muñoz é uma fotógrafa espanhola – e o Malomil tem divulgado muiita fotografia espanhola – nascida em 1951. Eis a página oficial da artista, com séries variadas: http://www.isabelmunoz.es/ . Da sua obra, seleccionaram-se trechos dançarinos, o Ballet Nacional de Cuba e o tango (há uma imagem de dança oriental, bem sabemos... descubra-a, é fácil!). Mas há mais, muito mais, a ver na página oficial de Isabel Muñoz, acima assinalada para interessados, curiosos e demais público leitor de um modo geral. Falando em dança, mesmo para quem não goste de touradas, umas quantas imagens (mais precisamente, três) de bailados taurinos, na objectiva muito subjectiva de Isabel Muñoz: 
 


 
 
 
 

 

segunda-feira, 11 de maio de 2015

De profundis.

 
 
 
 
«Disse a dois empregados novos; “Se me roubarem dou-vos um tareião que vos parto ao meio”»
(Olivier Costa, cozinheiro, entrevista a Sol/Tabu, de 8-5-2014)


domingo, 3 de maio de 2015

Pas de deux.

 
 
 
 




 


 


 
 
 
 
As primeiras palavras d’Os Anjos de Apolo, de Jennifer Thomas, são uma dedicatória. Para o Tony. É-me indiferente saber se o marido de Jennifer Thomas, o historiador Tony Judt, já então se encontrava afectado pela doença atroz que o vitimou. Os Anjos de Apolo é, tão-só, a melhor história do ballet que existe em língua portuguesa. Logo nas primeiras páginas, a sua autora diz que o ballet pode ter chegado ao fim, sendo hoje visto como antiquado e fora de moda, desajustado a um tempo acelerado e desordenado.
         Não sei se Jennifer Thomas estará a ser demasiado pessimista neste seu prognóstico tão sombrio. Mas acerta plenamente no diagnóstico: o ballet exige uma ordem e um equilíbrio que nem sempre parecem compagináveis com o ritmo alucinante dos nossos dias. Não é difícil percebê-lo: há uns tempos, já longínquos, publiquei aqui uma série de imagens de Alfred Eisenstaedt, cisnes repousantes, perto do céu.
O ballet é uma arte exigentíssima, que requer tanto esforço e trabalho como qualquer outra das mais duras actividades humanas. Aqui estão bailarinas mas poderiam estar operárias fabris, trabalhadoras das minas ou camionistas de longo curso. Há 16 anos, a fotógrafa Lucy Gray, acabada de ser mãe, decidiu retratar mulheres que conjugam a maternidade e a profissão. Um dia, por acaso, encontrou num mercado uma bailarina; falaram, conversaram-se, e Lucy começou a espreitar os bastidores do San Francisco Ballet. Durante 15 anos, acompanhou três mães-bailarinas: Katita Waldo, Tina LeBlanc e Kristin Long. Os depoimentos destas mulheres podem ser vistos aqui, o que deveras recomendo porque hoje é Dia da Mãe.
As fotografias, como disse, foram tiradas durante 15 anos, acompanhando o crescimento das crianças, feito em palco ou fora dele. Lucy Gray publicou há pouco o produto do seu trabalho: Balancing Acts. Three Prima Ballerinas Becoming Mothers. Ao apresentá-lo, disse que a maternidade tinha dado àquelas mulheres uma nova perspectiva sobre o seu trabalho, um novo olhar sobre o bailado. Não se tratou apenas de conseguir conciliar a experiência de ser mãe e uma das mais árduas profissões do mundo.  Muito mais do que isso: a maternidade enriqueceu aquelas mulheres como pessoas e como praticantes de uma arte que, dizem, está em vias de extinção. Pelo menos, foi o que aqui testemunharam as três mães-bailarinas.
Se é verdade ou não, não sei. Sei apenas que, por uma coincidência incrível, estava ver estas imagens granuladas quando, subitamente, me aparece à frente um trecho de um livrito maravilhoso que andava a ler, chamado Uma Negrinha à Procura de Deus, de George Bernard Shaw. Que diz assim:
 
«A vida é chama que está sempre a extinguir-se. Mas acende-se de novo todas as vezes que nasce uma criança. A vida é maior do que a morte, a esperança maior do que o desespero.»
 
 
Seria algo pretensioso e exageradão dedicar este texto a todas as mães do mundo, pois o Malomil não é visto em toda a parte, notando-se falhas acentuadas de visitantes da Bielorússia e da África subsaariana. Por isso, estas palavras piegas vão apenas para a Raquel, que foi mãe e depois fez uma tese, e para a Isabel, que fez uma tese e depois foi mãe. E também, claro, porque é hoje o dia, para a minha Mãe, com mãeiúscula.
 
António Araújo