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sábado, 13 de julho de 2019

A gente vai levando.

 
 

 
 
Numa produção Bolsovídeos, Carlos Bolsonaro, filho de Jair Messias, serve-nos de cicerone pelas instalações sanitárias da Universidade de Coimbra, onde o seu irmão estudou no ano lectivo 2006… 2006. Já agora, seria possível saber que classificações a Lusa Atenas atribuiu ao futuro embaixador brasílico em Washington?
 
 
Profissão: Policial




 

terça-feira, 7 de novembro de 2017

A Águia No Ovo E Nos Astros, Sive A Eschola Coimbrã Na Sua Aurora E Em Seo Zenith.

 
 
 
 
Desde dilatados evos, o meu eu, inundado de alegria irrepreensível, encarava, num quietismo contemplativo, mas com um entusiasmo incoercível, o verbo insignificativo de VV. EEx., cujos rostos arcangélicos me esvoaçavam, na mente, em suas individualidades abstractas nas unidades absolutas! VV. EEx., fazendo cair muitas escamas das minhas córneas, em sonhos me surgiam, transmitindo o Verbo carnificado, e sinteticando uma criação toda subjectiva. 
 

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Portugal, 1942.

 
 
 
Annemarie Schwarzenbach (1908-1942)
 
 
 
Como referimos ontem, Annemarie Schwarzenbach esteve duas vezes em Portugal: uma em 1941, outra em 1942. Na série «Estrangeiros em Portugal», que tem vindo a ser publicada no Malomil, divulga-se agora um texto de Schwarzenbach intitulado «Soalheiro e agreste Portugal», saído no Thurgauer Zeitung, em 11-VII-1942. Foi extraído do livro Annemarie Schwarzenbach em Portugal (1941, 1942), que recolhe os artigos por si publicados aquando das duas visitas que realizou a Portugal. Coordenada por Gonçalo Vilas-Boas (que também assina uma excelente introdução), a colectânea desses textos, traduzidos por Maria Antónia Amarante, foi editada pelo Centro Interuniversitário de Estudos Germanísticos (Faculdade de Letras, Universidade de Coimbra).
Margens do Douro, 1907
 
 
Soalheiro e agreste Portugal
 
         Dizes-me: canta, canta
         Mas de canções nada sei
         Que a Coimbra nunca fui
         Por lá ainda não passei…
 
 
Quem canta esta melodia popular, tal como qualquer camponês e qualquer criança, conhece o nome da sua respeitável universidade que foi, no passado, um grande centro de saber e da qual se diz hoje que é preciso ir a Coimbra para entender o espírito do novo Portugal e do seu Governo. O Presidente do Conselho português, Oliveira Salazar, foi professor em Coimbra e de lá deu início à sua notável missão. O Cardeal Patriarca de Lisboa ocupou em tempos uma cátedra em Coimbra. Governo de professores ou ditadura de intelectuais foi a designação dada ao regime do Dr. Salazar, e ambos os títulos são honoríficos. Mas o cantor desta melodia popular nunca passou às portas de Coimbra. Até há pouco tempo, nunca ninguém lhe exigiu que aprendesse a ler e a escrever. É pobre e diz que não sabe cantar. E, contudo, canta, e as suas canções são decerto tão antigas como a Universidade de Coimbra. Pouca coisa mudou. A aspereza da Primavera, a aspereza da vida e o amor melancólico de que falam as canções populares, são as mesmas nos dias de hoje e encontram na alma portuguesa o mesmo eco que no passado.
Porque Portugal, esta varanda da Europa, mau grado a sua luz dourada e o seu grande encanto, não é um país ameno. A vida em Portugal, que hoje acolhe e seduz os estrangeiros – porque nesta bela faixa costeira ainda se concentra a variedade quase exuberante e o conforto das formas de viver europeias – tem pouco a ver com as fontes mais profundas de que se alimentou a alma viva do povo português e que ele irá conservar não obstante os múltiplos temporais.
É com temporais, que nas altitudes do extremo Norte transformam a neve em rosas, que varrem, no Sul, os pastos escalvados do Algarve, agitam, no interior, as copas dos pinheiros e no Tejo enfunam as velas nas barcas dos pescadores, que a Primavera se faz anunciar em Portugal. No cimo do montes, os pequenos moinhos de velas esperam pelo vento; nos campos avermelhados, os bois à frente da charrua resistem-lhe com a larga fronte, como se o quisessem aprisionar na lira dos seus chifres arqueados. O sol escalda e dardeja o seu brilho quase metálico sobre as estradas brancas, mercados de rua, enseadas piscatórias, velhas muralhas e portais de quintas nas aldeias e sobre a superfície cintilante do Tejo e do mar. Mas o vento mete-se de permeio e brinca com as massas de nuvens que se acastelam e, num abrir e fechar de olhos, ensombram o céu e a seguir voltam a evaporar-se, convertendo-se em finos véus, através dos quais irrompe o azul, aqui em tons pastel e mate, ali de um brilho diáfano, acolá intenso como um manto de rei.
Esta agitação do céu, este jogo arisco entre a luz e a sombras, a bonança e a tormenta, a mudança brusca de um calor quase africano para um frio húmido e glacial, funcionam como um alerta para que não nos deixemos seduzir – nem pela areia branca e os canteiros de flores abrigados na Costa do Sol, nem pelos sons das guitarras e as vozes suaves e saudosas dos fadistas. Grandes são os contrastes em Portugal. Imediatamente atrás da baía da Riviera, no Estoril, estende-se um campo agreste, fustigado pelo vento, onde reina a urze, as pedras e uma erva rala; onde moços pastores, com uma manta de feltro esfarrapado às costas e os pés envolvidos em palha e serapilheira, guardam ovelhas e porcos. E por detrás da nostalgia dos fados, por detrás da palavra saudades, que significa, a um tempo, melancolia e remorso, dor da distância, ternura e amor que é intraduzível esconde-se uma tristeza séria e profunda, que faz parte da herança dos portugueses. Os viadutos romanos que lhes atravessam os campos, as capelas e as muralhas de fortificações visigóticas, as cidadelas árabes, as torres mouriscas e os sólidos palácios dos seus primeiros reis, que vinham conquistando a partir do Norte e em demanda da cidade de Lisboa, recordam que os portugueses provaram os destinos de múltiplos povos, a torre de Belém, na foz do Tejo, dá testemunho da época grandiosa em que daqui largaram os navegadores nas suas caravelas para dar a conhecer o mundo aos europeus, e os belos palácios evocam esses tempos de grande riqueza e de grande poder. Mas esses destinos eram transitórios e o país, tal como as circunstâncias que enformaram a terra e as gentes, permanecem iguais a si mesmos.
Às vezes, ouve-se dizer que foram a riqueza e o poderio mundial que incutiram maus hábitos à nação portuguesa e a debilitaram; que a perda desse poderio mundial a teria levado à resignação e ao esgotamento. Esta interpretação é precipitada e superficial. Lá fora, os homens do campo nunca tiveram parte em qualquer riqueza que os debilitasse e vivem hoje, tal como antigamente, de parco sustento e trabalho árduo, situação dificilmente comparável à de outro povo europeu; a marca de uma gravidade respeitável, neles gravada por uma existência agreste, associa-se a uma jovialidade profunda e genuína que provém da mesma fonte. Basta assistir a uma tourada portuguesa, que já na época dos reis visigóticos constituía um jogo cavaleiresco da nobreza e um motivo de diversão para o povo, para reencontrar na mestria simultaneamente viril e donairosa dos cavaleiros, no espantoso adestramento dos seus magníficos cavalos, a tradição de uma nação cavaleiresca. Não é um espectáculo sangrento; na versão portuguesa, o touro não é morto e os cavaleiros mais famosos são filhos de famílias antigas que, no campo, criam cavalos e touros. Finalmente, era preciso ter visto na manhã de temporal do 10 de Maio os pequenos veleiros, com três e quatro mastros, dos pescadores de bacalhau, concentrados sobre o Tejo como um rebanho, para receberem a bênção episcopal antes da largada para a Gronelândia; com esta bênção da pátria levam consigo a agrestia dos seus ventos e o travo agreste e grave da sua vida.       
 
Annemarie Schwarzenbach



quarta-feira, 10 de julho de 2013

Confissões de Ana Monteiro.


 
 

 
 
 
Querido Diário,
 
Eu sou a Ana Monteiro, tenho 17 anos, vivo em Coimbra e tenho dois irmãos, a Carla e o Beto, e já trabalho, como depiladora.
         Sou descontraída e gosto de tranquilizar as pessoas e a mim própria. Adoro música, sou romântica, já tenho namorado, o Caçandro. Tenho cabelo castanho-escuro como a cor do meu cão, Pupi.  Uns olhos quase pretos, uma boca grande e clara, que faz contraste com a minha pele morena. Sou alta (1,83m) e magra (esquelética, para mim, Margarida).
         Na imagem, eu estou a posar num campo para exibir um novo casaco de ganga-clara, da colecção Primavera-Verão.
         Eu acho que está linda, pois foi tirada ao pôr-do-sol e porque está tudo desfocado menos eu, que estou focada, com os cabelos ao vento. Foleiro!!!
 
Bjs
 
 
 
Texto de Margarida Araújo,
Para o João Miguel, do Pais de Quatro
Para o João Gama, Pai de Cinco.
 
 
 
 

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Conjunto Académico João Paulo - Tu e Eu.

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Conjunto Académico João Paulo. Depois de ouvido, não restam dúvidas: Coimbra tem mais encanto na hora da despedida.  

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Os «convívios académicos».

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Este conjunto de panfletos, existente na Direcção-Geral de Arquivos/Torre do Tombo, acessível aqui (*), ilustra uma realidade pouco estudada, os «convívios académicos» dos alvores dos anos sessenta. Interessaria saber quem os fez, se o tom provocatório se inscrevia na contestação estudantil ou, ao invés, era uma manobra para gerar o repúdio da Academia. Os movimentos estudantis têm sido alvo de vários estudos, mas creio que este episódio não foi ainda suficientemente analisado. Quem puder dar uma ajuda...



 

António Araújo


(*) Código de Referência: PT/TT/AOS/D-D/1/14/4