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12 de jun. de 2014

Na mente de Saint Laurent

Fonte de inspiração ainda hoje, a sétima arte presta, uma vez mais, homenagem a Yves Saint Laurent. O novo filme, o segundo a ser lançado este ano, esteve em competição na 67.ª edição do Festival de Cannes e aborda a década mais criativa, mas também uma das mais negras, da vida do icónico criador francês. 

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Na mente de Saint Laurent
O primeiro filme francês apresentado em competição no 67.º Festival de Cannes, “Saint Laurent”, de Bertrand Bonello, é uma odisseia sombria na cabeça de um artista torturado, criador genial, interpretado por Gaspard Ulliel.
É a segunda vez em apenas alguns meses que a vida de Yves Saint Laurent, nascido em 1936 em Oran e falecido em Paris em 2008, é passada para o grande ecrã. O primeiro estreou em janeiro e levou cerca de 1,6 milhões de espectadores às salas de cinema francesas.
“Yves Saint Laurent”, de Jalil Lespert, com Pierre Niney no papel principal, foi apoiado pelo companheiro e sócio histórico de Yves Saint Laurent, Pierre Bergé, que abriu os arquivos da casa de moda (croquis e vestidos), contrariamente ao projeto de Bonello.
«Não tivemos acesso a nada, nem mesmo a uma camisa!», afirmou à imprensa Eric Altmayer, um dos produtores do filme, lembrando a oposição expressa publicamente de Pierre Bergé ao segundo projeto. «Por isso, tudo o que veem no filme foi recriado», explicou, ou «alugado a um colecionador, como os vestidos da coleção “Libération”».
De igual forma, o filme reconstitui o apartamento da Rue de Babylone com uma precisão impressionante. «É verdade que refizemos tudo como um criador de moda», referiu Bertrand Bonello, que tinha estado presente em Cannes pela última vez com “L’Apollonide”, em 2011. «Montamos um atelier de costura para refazer os dois desfiles do filme. A dificuldade foi encontrar desenhos e sobretudo os tecidos, nomeadamente para a coleção russa que fomos investigar em Itália e no sul de França, para termos esta textura completamente conhecida e única», explicou Bonello.
O realizador concentrou o cenário numa dezena de anos (1967-1976), «a década mais rica, a mais interessante em termos de moda e de vida. Saint Laurent é quase um homem jovem no início, enquanto depois, o fim é já conhecido», referiu Bonello em declarações à imprensa.
Pelo meio, a droga, o álcool, as noites a caçar nos locais frequentados por homossexuais tornaram-se companheiros de tormenta do criador que se afasta de Pierre Bergé (Jérémie Rénier) por causa de Jacques de Bascher (Louis Garrel), na época amante de Karl Lagerfeld.
Bertrand Bonello constrói o filme em duas paletas: a da luz e da cor, o lado da criação, dos desfiles e festas de uma época revolucionária, e depois a da obscuridade, o negrume da depressão e da dependência. «O filme é todo de contrastes: o dia/a noite, o alto/o baixo, a criatividade/a morbidade – é assim que o filme ganha forma. Todo o homem é múltiplo e este é ainda mais múltiplo», explicou o realizador sobre Saint Laurent.
Gaspard Ulliel, metamorfoseado em Saint Laurent, fez uma profunda pesquisa sobre o criador para conhecer «o mais possível a sua vida, o seu trabalho, a época, as pessoas que o rodeavam». Depois foi preciso «esquecer tudo isso, distanciar o mais possível e encontrar uma verdadeira liberdade. A ideia não era tornar-me Yves Saint Laurent mas torná-lo verdadeiro e justo», acrescentou o ator. «O que me seduziu no filme é que é tudo menos uma biografia, mas mais uma odisseia na cabeça de um criador, um verdadeiro filme sobre o processo criativo», sublinha.
As personagens femininas, amigas e musas do costureiro, como Betty Catroux (Aymeline Valade), Loulou de la Falaise (Léa Seydoux) e Anne-Marie Munoz (Amira Casar) povoam a sua vida como borboletas amigas ou braços onde se refugia. Tal como a sua mãe (Dominique Sanda).
Yves Saint Laurent (interpretado mais velho por Helmut Berger) escreveu ter realizado «um combate da elegância e da beleza que passa por muita angústia e infernos».
«É de uma imensa fragilidade que o torna louco», resume, no filme, Pierre Bergé (Jérémie Rénier), num filme em constante tensão.

Fonte: AFP

23 de mai. de 2014

Elogio à diferença

Inconformismo e irreverência são características que o designer de moda francês Jean Paul Gaultier pode ter assimilado de uma das suas cidades preferidas – Londres –, onde acaba de inaugurar uma exposição retrospetiva da sua carreira, numa espécie de tributo à cidade que considera a sua casa. 
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Elogio à diferença
Jean Paul Gaultier presta homenagem a Londres e ao «culto britânico da diferença» com uma grande retrospetiva no Barbican, inaugurada no passado dia 9 de abril na capital da Grã-Bretanha. «Esta exposição é uma espécie de tributo do meu amor por esta cidade», declarou na abertura da exposição “O mundo da moda de Jean Paul Gaultier, da rua à passerelle”. «Sinto-me mais em casa em Londres do que em Paris, de certa forma. Há aqui uma energia única, uma excentricidade única», revelou, acrescentando que a cidade ainda é uma enorme fonte de inspiração para ele.
O carismático designer, vestido da cabeça aos pés de preto, conseguiu algumas gargalhadas ao declarar que os britânicos tinham agora melhorado bastante na cozinha e que, na realidade, eram «pequenos marotos», ao contrário da sua imagem de puritanos. Lembrou ainda que os britânicos foram os primeiros a demonstrar interesse pelo seu trabalho, enquanto os franceses inicialmente «não quiseram saber». «Sempre adorei a individualidade e as pessoas com caráter e é verdade que em Londres há mais caráter do que em qualquer outro lugar», afirmou. «Eles têm este culto de ser diferente de que eu gosto particularmente», explicou.
Foi na capital britânica – onde veio «para se divertir» nos anos 70 – que Jean Paul Gaultier fez duas descobertas significativas: a loja de moda Biba, que descreveu como «um sonho», e a peça de teatro “The Rocky Horror Show”, que influenciou fortemente o seu trabalho posterior.
Londres é a oitava paragem da exposição, lançada no Museu de Belas Artes em Montreal em 2011. A retrospetiva, já vista por milhões de visitantes segundo a organização, chegará a Paris, ao Grand Palais, em 2015.
A influência de Londres em Jean Paul Gaultier é destacada na exposição através das silhuetas de punks com grandes mohawks. A exposição também presta tributo às suas “musas” britânicas, incluindo Amy Winehouse, Kate Moss, David Bowie e Boy George.
Uma sala está dedicada ao “Eurotrash”, o programa de televisão para adultos apresentado por Jean Paul Gaultier e Antoine de Caunes no britânico Channel 4 nos anos 90. Um destaque em particular mostrava o par mascarado de Príncipe Carlos e a sua esposa Diana, o que lhe valeu o título de «programa mais nojento na história da televisão britânica» por parte do jornal tabloide The Sun.
A exposição estará patente em Londres até 25 de agosto.

Fonte: AFP

12 de set. de 2013

Show na Big Apple


A Semana de Moda de Nova Iorque deu o pontapé de saída para a apresentação das coleções para a primavera-verão 2014. Da Lacoste, sob a batuta de Felipe Oliveira Baptista, a Carolina Herrera, vários foram já os nomes que invadiram a passerelle, mas há ainda muito mais para ver.  
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Show na Big Apple
Desde a semana passada que a azáfama de Nova Iorque tem mais estilo. A Semana de Moda da cidade tem atraído as atenções e promete continuar a fazer suspirar as fashionistas até quinta-feira, 12 de setembro.
Trata-se de uma maiores edições de sempre, com cerca de 350 apresentações de alguns dos mais conhecidos designers de moda do mundo, incluindo mais de 100 desfiles no Lincoln Center. A três dias do grande final, são ainda muitos os nomes que vão subir à passerelle, de Vera Wang à Maison Martin Margiela (hoje), passando por Michael Kors, Anna Sui e Osklen (amanhã, 11 de setembro), até Ralph Lauren e Calvin Klein, que encerram na quinta-feira os desfiles da moda para a estação quente do próximo ano.
Numa retrospetiva dos últimos dias, o arranque foi marcado pela estreia da espanhola Desigual na passerelle nova-iorquina, uma experiência que coincide com a abertura da loja da marca na 5.ª Avenida. É uma coleção «mais calma, mais sofisticada» do que o habitual, afirmou Manel Jadraque, CEO da Desigual, embora a marca espanhola tenha mantido o seu registo colorido na passerelle.
Numa outra estreia, Eden Miller foi a primeira designer a apresentar uma coleção de moda de tamanhos grandes na semanad de moda da Big Apple, com a sua linha Cabine, que integrou a mostra do Fashion Law Institute. «É uma honra incrível, é absolutamente fantástico», afirmou a designer nova-iorquina à AFP.
Já Alexander Wang mostrou no sábado passado uma coleção primaveril com um toque masculino, no mesmo dia em que o português Felipe Oliveira Baptista voltou a “defender” a marca do crocodilo. Para a estação quente do próximo ano, o diretor criativo continua a mergulhar na história desportiva da Lacoste, com linhas acentuadas e geométricas a darem corpo a uma coleção «reminescente da arquitetura modernista: tudo leveza e transparência». Felipe Oliveira Baptista assumiu mesmo que «fiquei muito interessado, quase obcecado com a ideia de leveza, não apenas no material mas também no espírito, de algo muito desejado, muito sensual».
Prabal Gurung preservou «uma mulher elegante que é cada vez mais rara» nas suas propostas, enquanto Jill Stuart, que tem  Angelina Jolie, Madonna e Jennifer Aniston entre as suas fãs, apostou numa coleção mais rock-and-roll.
Victoria Beckham, que contou com a “toda poderosa” Anna Wintour na primeira fila, revelou, por seu lado, novas silhuetas, com vestidos, túnicas e calças mais largas, assim como minissaias. «Decidi explorar novas proporções», explicou a designer. «Adoro um vestido justo, mas há uma outra faceta minha que é mais relaxada», sustentou.
O brasileiro Alexandre Herchcovitch apostou na dicotomia preto/branco, espelhada em listras e em estampados zebra, ao passo que Carolina Herrera estampou motivos geométricos em coordenados plenos de elegância. O veterano designer americano Tommy Hilfiger “viajou” diretamente para o auge estival, numa celebração de «verão sem fim», incluindo um vestido inspirado nos fatos de mergulhador e swimwear.
 
Fonte: Portugal Textil

14 de mai. de 2013

Punk mas belo não há


A nova exposição do Metropolitan Museum of Art, em Nova Iorque, mostra a influência do punk no mundo da moda, com as criações de Vivienne Westwood e Balenciaga a revelarem uma visão distinta do punk, menos anárquico e mais belo, ao som de bandas incontornáveis como Sid Vicious ou Sex Pistols. 
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Punk mas belo não há
Os roqueiros punk queriam anarquia. Acabaram com uma t-shirt de 565 dólares (cerca de 435 euros). Este é o resumo da história contada na nova exposição no Metropolitan Museum of Art (MET), em Nova Iorque, batizada exatamente “Punk: Caos to Couture”.
A exposição, que abriu na semana passada, traça a fusão pouco provável de um movimento conhecido por música primitiva, abuso de drogas e gritos contra os cânones sociais e o mundo cheio de brilho da moda de luxo.
A coleção nas salas elegantes do MET, a apenas uma galeria de distância das esculturas da Grécia Antiga, apresenta uma verdadeira cápsula do tempo sobre o deliberadamente destrutivo, muitas vezes autodestrutivo, género musical.
Videoclipes de Sid Vicious e outros roqueiros são exibidos em ecrãs gigantes. O ar enche-se de fragmentos de música e pérolas de sabedoria dos gurus do punk. Há mesmo uma réplica em tamanho real da casa de banho do famoso clube noturno de Manhattan, o CBGB, por volta de 1975. A sala fica preenchida com os Ramones a tocar nas colunas, um graffiti “Dead Boys Rule” e pontas de cigarros no chão – algo que já não se vê nos bares de Nova Iorque hoje em dia, livres de tabaco. O cheiro e, claro, as pessoas estão ausentes: não se enquadrariam no MET, mesmo que fossem autorizados a passar pela porta.
“Chaos to Couture” não é sobre o punk revolucionário, duro. É sobre o punk bonito, sobre como uma subcultura niilista morreu e depois voltou à vida numa passerelle. A exposição alega que o amor dos punks pelo low-cost e as suas declarações espontâneas de moda – como um rasgão numa t-shirt ou uma corrente de casa de banho como joalharia – estava em sintonia com a forma como os designers modernos trabalham.
«Numa reviravolta bizarra do destino, o seu modo de vida “faça você mesmo” tornou-se no futuro do “não-futuro”», como referem as notas da exposição. «Embora o etos punk possa parecer estranho em relação ao etos do feito à medida da costura, ambos são definidos pelo mesmo impulso de originalidade e individualidade», destaca.
Os manequins preenchem as galerias do MET, um a seguir ao outro, com vestuário de gama alta inspirado no punk. Um vestido de noite da Versace da coleção primavera-verão de 1994 exibe enormes alfinetes de dama. Um minivestido Balenciaga, drapeado com correntes, do outono-inverno de 2004, encontra-se perto de um vestido Givenchy em seda de chiffon rosa com fechos dourados, pertencente à coleção para a estação quente de 2011.
A cena parece longe da banda sonora da exposição, com as músicas dos Sex Pistols a clamar pela necessidade de “chocar as pessoas” e ser “obsceno e escusado quanto possível”. Contudo, como sublinha a curadoria da exposição, a comercialização e a moda nunca estiveram longe da experiência punk.
É atribuído ao lendário empresário Malcom McLaren o lançamento virtual do punk britânico a partir da loja Sex que ele e a sua sócia Vivienne Westwood geriam em Kings Road, em Londres. E ela tornou-se num dos ícones do design de moda.
Depois de uma dúzia de salas, a exposição do MET termina muito da mesma forma que o punk terminou: com uma loja de lembranças. Aí, o roqueiro punk dos tempos modernos pode sair com uma t-shirt Givenchy de 565 dólares decorada com um lettring ao estilo graffiti, ou então, por 100 dólares, com outra da própria Vivienne Westwood, simplesmente branca e com as palavras “climate revolution”. Se preferir pode levar um alfinete de dama de tamanho grande a pender de uma corrente por 165 dólares ou então um com pérolas, por 775 dólares.
Fonte: AFP
 

24 de abr. de 2013

A moda no impressionismo


Depois de ter seduzido cerca de 500 mil visitantes no Musée d'Orsay em Paris, a exposição “Impressionismo e Moda”, com uma apresentação distinta, atravessou o Atlântico e ancorou no Metropolitan Museum de Nova Iorque, levando vários quadros nunca antes expostos nos EUA. 

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A moda no impressionismo
A filosofia da exposição no MET é a mesma de Paris. Trata-se de ilustrar «as muitas facetas do diálogo entre a arte e a moda» na época dos impressionistas, numa mostra conjunta de obras-primas de Monet, Manet, Renoir, Dégas, Caillebotte… e vestuário da época, cujos mestres traduziram apaixonadamente a evolução e a ousadia. 
O MET propõe, deste modo, 80 telas e 16 vestidos, a maior parte dos quais americanos, numerosas revistas da época consagradas à moda, e extraordinários acessórios, sombrinhas, leques, chapéus…     
Em destaque, os dois fragmentos restantes do gigantesco "Le Déjeuner sur l’Herbe", de Monet (1865-1866), cedidos pelo Musée d'Orsay. A pintura nunca foi exibida nos EUA, revelou o presidente do museu parisiense, Guy Cogeval, que foi propositadamente a Nova Iorque ver a exposição e encontrou-a «radicalmente diferente na sua apresentação».
Embora a ideia seja a mesma, a exposição do MET, intitulada "Impressionismo, Moda e Modernidade", difere em muitos aspetos da de Paris. «A seleção de pinturas não é a mesma», afirma Susan Stein, curadora do MET. «A maior parte do vestuário é diferente, tal como os documentos expostos. E a organização da exposição é temática e cronológica», acrescenta.
A exposição está dividida por oito grandes salas: uma é consagrada ao "Vestido Branco", outra para o "Vestido Preto", uma terceira aos fatos masculinos, uma quarta para as encenações ao ar livre, uma quinta para a moda parisiense da época,…
Quatro anos de preparação
“Le Repos" de Manet (circa 1871), que não foi exibido em Paris, encontra-se agora exposto na sala "Vestido Branco", com a tela "Lise" de Renoir (1867), ao lado de um encantador vestido com crinolina. Na sala confinante, a "Mme Charpentier et ses enfants" de Renoir (1878) coabita com um impressionante vestido de seda preto, assim como com "La Parisienne" de Manet (circa 1875).
Os visitantes podem ainda admirar " Dans la Serre" de Albert Bartolomeu (circa 1881) exposto ao lado do vestido de bolinhas e riscas roxas usado pela Sra. Bartholomé para o retrato. «Ela guardou-o toda a vida, tal como a pintura», explica Guy Cogeval. «Antes de morrer, deu ambos a um particular, que por sua vez os ofereceu mais tarde ao Musée d'Orsay».
Além de “Le Déjeuner sur l’Herbe", várias pinturas estão também expostas pela primeira vez nos Estados Unidos, nomeadamente "Camille" de Monet (1866), apresentada com um admirável vestido verde de riscas, "Lise" de Renoir ou ainda "La Parisienne".
«Há cinco anos, a ideia era inovadora», sublinha Guy Cogeval. «Não foi fácil colocar pinturas tão importantes lado a lado com vestidos. E isso fez refletir muitos historiadores de arte». Alguns críticos, no entanto, não gostaram. Mas «o público compreendeu perfeitamente», acrescenta. Com efeito, a exposição parisiense, que decorreu entre 25 de setembro e 20 de janeiro, foi uma das mais visitadas do museu nos últimos anos, com mais de 4.900 pessoas por dia.
Quanto à atual exposição no MET, prolonga-se até 27 de maio e, em seguida, instalar-se-á no Institute de Chicago entre 26 de junho e 22 de setembro.

Fonte: AFP

27 de fev. de 2013

O sonho da Cinderela

A exposição Shoe Obsession, patente no museu do Fashion Institute of Technology até abril, dá provas da paixão universal das mulheres pelos sapatos, com modelos extraordinários de designers incontornáveis como Manolo Blahnik, Christian Louboutin, Norikata Tatehana, Prada e Repetto. 



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O sonho da Cinderela
Algures entre os saltos altos de Carrie Bradshaw e o próximo filme de Halle Berry “Shoe Addicts Anonymous” (sobre um grupo de apoio de viciados em sapatos), está a Shoe Obsession, uma exposição no museu do Fashion Institute of Technology (FIT), em Nova Iorque, que analisa a paixão universal por sapatos fabulosos.
Valerie Steele, diretora do museu e co-curadora da mostra, revela que «temos visto uma escalada no interesse por calçado nos últimos 10 anos, com designers como Nicholas Kirkwood a concorrerem com mestres como Manolo Blahnik e Christian Louboutin. Isto vai além do cultural e do sexual. A alta moda tornou-se mais cara e conservadora e as pessoas estão a ter mais retorno pelo seu dinheiro com os acessórios. Desde há alguns anos, o calçado ultrapassou as bolsas».
Embora a coleção de calçado do FIT compreenda mais de 4.000 pares, a mostra apresenta 150 exemplos de sapatos contemporâneos de mais de 50 designers. A Shoe Obsession destaca «os estilos extremos e imaginativos que tornaram o calçado fundamental para a moda», refere o instituto.
Exemplos em exposição incluem os sapatos d’Orsay prateados com fivela de Manolo Blahnik, que apareceram em 2003 num episódio da série “O Sexo e a Cidade” chamado de “O direito da mulher a sapatos”; os saltos Pigalle de Christian Louboutin, dos seus desfiles de outono; os Eyelash Heel Pump by Bruno Frisoni da coleção de outono de Roger Vivier; modelos de Pierre Hardy e Lanvin; e os saltos altos em preto e branco desenhados por Nicholas Kirkwood e pelo artista Keith Haring. Os sapatos Lady Pointe de Norikata Tatehana, como os usados por Lady Gaga, estão também em exposição.
Vários conhecidos colecionadores de sapatos estão também em destaque, incluindo Daphne Guinness (que emprestou alguns dos seus sapatos para a exposição, incluindo exemplos extremos de Alexander McQueen e Nina Ricci) e a designer de joalharia Lynn Ban, que detém 20 pares de sapatos desenhado por Azzedine Alaïa e três pares “com chamas” da coleção da primavera 2012 da Prada, exemplos que estão também patentes nesta mostra.
A Baronesa Monica von Neumann, cuja paixão por saltos altos elegantes ficou demonstrada no documentário de 2011 God Save My Shoes (Deus Salve os Meus Sapatos), estará representada com estilos de marcas de luxo eminentes como Gucci e Hermès.
Dory Benami, ex-diretor de operações na United Nude, uma marca de calçado co-fundada pelo arquiteto Rem Koolhaas e muito amada pelos fetichistas do calçado, revelou ao Financial Times que «as mulheres avaliam-se por quantos pares têm. E já vi mulheres que tinham centenas de pares da mesma marca».
Steele, que tem cerca de 50 pares de sapatos, sobretudo da Repetto, diz que «vício e obsessão encaixam aqui. Já fiz trabalho na área dos fetiches sexuais, que têm algum do apelo dos sapatos para os homens. Para as mulheres tem a ver com a moda e os saltos altos são um pináculo fundamental de feminilidade».
A exposição, cujo acesso é gratuito, estará patente até 13 de abril.


Fonte: Portugal Têxtil

14 de nov. de 2012

Moda concentra-se em Madrid


A capital espanhola acolhe a partir de amanhã a Global Fashion 2012, que durante três dias reúne universidades e empresas para debater as opções de futuro da moda. Portugal estará em destaque, com várias intervenções de reputados especialistas nacionais sobre moda, sustentabilidade e comércio.  

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Moda concentra-se em Madrid
A partir de amanhã, e até 17 de novembro, “moda” será uma palavra obrigatória para os madrilenos, com a capital espanhola a acolher a terceira Global Fashion, desta vez subordinada ao tema “Opções Futuras para o Mundo da Moda”.
Depois do sucesso da última edição – realizada no Porto em 2010 – a conferência bianual, que decorrerá na Universidade Complutense, contará com a intervenção de reputados nomes internacionais sobre várias áreas da indústria da moda e sua influência na sociedade. «A ideia em foco, nesta edição, lançada no "Call for papers", é a do espaço como local de encontro, aplicada naturalmente aos "locais" da moda. Por isso, temos muitas comunicações sobre cidades, arquitetura, bairros de moda, lojas e o próprio corpo», explica Isabel Cantista, docente universitária e managing partner da FFI – Fast Forward Innovation, que integra o comité da organização.
O objetivo, revela, é «fortalecer o networking entre académicos e indústria, assumindo-se como um pequeno subsistema de inovação nesta fileira. Deste diálogo, todos os intervenientes têm muito a ganhar», assegura Isabel Cantista.
Entre os destaques estará a presença, pela primeira vez, de académicos de países árabes, nomeadamente da Arábia Saudita e do Egito, para além de diversos europeus, norte e sul-americanos.
Portugal vai estar bem representado, com as apresentações de Paula da Costa Soares (Universidade Lusíada do Porto) sobre “A Moda Contemporânea Portuguesa”, de João Morais (Universidade do Minho) sobre “A Sustentabilidade como um Novo Paradigma para as Marcas de Moda”, de Paulo Martins (Universidade da Beira Interior) sobre “O Comércio Eletrónico como uma Possibilidade de Expandir o Negócio para as Micro-Empresas”, de Madalena Pereira (Universidade da Beira Interior) sobre “Evolução no Desenvolvimento de Acessórios de Moda: O Papel do Tecido”, de Rui Miguel (Universidade da Beira Interior) sobre “O Acessório e a Cor e a sua Importância para a Expansão do Negócio” e de Rogério Sousa (Universidade do Porto) sobre “Transfigurar o Corpo: Os Vestidos de Penas na Iconografia Egípcia”.
«Destacaria sobretudo a dinâmica que a Conferência tem vindo a ganhar», refere Isabel Cantista. «O facto de haver participantes que, em cada ano, se entusiasmam e mobilizam para conseguir o apoio das respetivas universidades, demonstra a relevância que esta conferência começa a ter no mundo da moda. A primeira edição foi em 2008, por isso, podemos considerar este projeto muito recente», acrescenta.
Este entusiasmo é patente também na própria organização, que está já a pensar na próxima edição. «No final da Conferência de 2012 será já lançado o desafio aos participantes para refletirem sobre o tema do próximo: a relação entre criatividade e tecnologia, e será feito o convite para virem até à Universidade de Ghent, na Bélgica, em 2014», conclui Isabel Cantista.
 
Fonte: Portugal Têxtil

31 de mai. de 2012

Ode ao design


Aproveitando o mote dos Jogos Olímpicos este verão, Londres mostra aos milhares de turistas que deverão visitar a cidade o melhor do design de Terras de Sua Majestade, desde o Jaguar ao Concorde, sem esquecer o mobiliário e, claro, a moda com acento britânico.
 
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Ode ao design
 O Jaguar E-type, um vestido LED e o Concorde são alguns dos artigos que levam os visitantes através de 60 anos de design britânico na exposição deste verão no Museu Victoria and Albert, em Londres.
Mergulhando fundo no seu espólio, o museu colocou em exibição exemplos da inovação britânica, alguns dos quais nunca foram mostrados antes. Tudo, desde garfos e facas à capa de um álbum dos Sex Pistols, leva o visitante a percorrer seis décadas, traçando o percurso do mundano utilitário aos rebeldes do rock-n-roll.
Coincidente com os Jogos Olímpicos de 2012, a exposição relembra a “austeridade” dos Jogos Olímpicos de 1948, criando uma das primeiras exposições sobre a cultura do design da Grã-Bretanha pós-guerra.
«Numa altura de grande ansiedade em relação à recessão, penso que é interessante ver esses 60 anos e ver como a Grã-Bretanha respondeu antes à recessão… é um desenvolvimento complicado e muita criatividade surgiu desses momentos de grande desconforto», afirmoa o curador, Ghislaine Wood.
O momento em que o design se torna arte é capturado na sala mal iluminada “subversão”, onde minivestidos pastel dão lugar a alfinetes e picos punk.
O vestido em forma de ovo do ano 2000 do designer de moda Hussein Chalayan, fantasticamente impossível de usar mas profundamente simbólico, traz essa mensagem à cabeça e parece moderno ainda hoje.
«Pedimos essa peça há 13 anos e é uma fabulosa peça de design que nos faz questionar o papel da moda e da arte e a forma como as fronteiras dessas disciplinas estão a esbater-se», considera Wood.
Mas é a mostra de cadeiras que dá realmente uma imagem de inovação cronológica – há muito considerado um padrão de ouro do design, a incrível coleção de mobiliário de sala de estar dá uma perceção da mudança de moda, gostos e costumes culturais ao longo das décadas.
A cadeia sintética, quadrada, dos anos 60 dá origem a uma cadeira com pernas em forma de um punhal ferrugento, resumindo a estética rude dos anos 80. Perto, uma cadeira feita de dezenas de pedaços de madeira é uma homenagem à tendência moderna de designs mais ecológicos.
A última galeria centra-se na cultura da produção. Um telefone na parede, como o que esteve durante anos nas casas britânicas, abre o caminho para um iPhone de amostra, pendurado perto. Um grande modelo do Concorde e um vídeo que dá conta das suas falhas toma conta da outra metade da galeria.
Num «laboratório digital» escurecido, a heroína da ficção Lara Croft escala uma parede de um templo em ruínas e balança-se numa liana da selva – num exemplo de topo do vídeo britânico.
Lemmings a cair de um precipício num abismo escuro, lançado há mais de 20 anos, recorda os primeiros jogos de computador, e há um sorriso ao ver o enorme computador de secretária Apple Mac, que era o topo do chique há apenas 10 anos.
Mas há um design que realmente perdura. O do Jaguar E-type em prata a brilhar no meio da sala. «Esse design passou o teste do tempo», destaca Wood, lembrando o dia em que foi conduzido para a galeria e o efeito que tem nos visitantes que passam.
«Ouvir o público a entrar na última sala e ver o Jaguar E-type, que é evidentemente um dos carros mais bonitos alguma vez desenhados, e vê-los a comentar, é brilhante», considera Wood. «Isso mostra o poder do design», acrescenta.
A exposição está aberta ao público até agosto.
 
Fonte: Reuters