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quarta-feira, março 26, 2025

As mudanças raramente acontecem de um momento para o outro (as revoluções não contam...)


Há mais de vinte anos, um homem bastante lúcido, com um conhecimento profundo dos corredores do poder e também com passado jornalístico, fazia um retrato fidedigno do que já se estava a passar nos jornais (a rádio e a televisão vieram a seguir...).

«Existe uma sociedade livre, plural e aberta quando há condições políticas e institucionais para isso. Não existem, nos jornais, empresários de esquerda, por isso temos a imprensa que temos. Vivemos numa sociedade em que a liberdade de imprensa não está a ser posta em causa directamente, mas é largamente condicionada. Não há dúvida de que a concentração em determinados grupos económicos poderá causar um cenário de gravíssimo condicionamento, o que não configura uma situação de violação das regras democráticas, porque se alguém quiser fazer um jornal de esquerda, é livre de o fazer. Pode é sempre dizer-se que essas coisas custam dinheiro, e o dinheiro está mais de um lado que do outro.»

Estas palavras são de António Mega Ferreira, quando foi entrevistado para o "D. Notícias" (curiosamente a principal vítima dos "abutres" nas duas últimas décadas...), em Novembro de 2002.

Infelizmente, vinte e dois anos e alguns meses depois, as coisas estão muito pior. Os "patrões" além de escolherem os directores que mais lhes convêm, também convidam os comentadores que mais defendem os seus interesses. O chamado pluralismo, é cada vez mais "uma treta".

Onde se nota mais a dualidade de critérios é na televisão, onde cada vez há menos espaço para a esquerda.

Por este "Largo" ter memória, nada disto aconteceu de um momento para o outro. Tem sido um processo lento, mas bastante eficaz...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


terça-feira, março 25, 2025

Todos os ventos estão a soprar para o mesmo lado...


Montenegro está quase a ser levado pelo vento (e por alguns jornaleiros e comentadeiros que ainda gostam de brincar com papagaios, não dos de papel, mas daqueles mais finos sofiscados que se vendem nas lojas de brinquedos...), em direcção ao Poder. 

Claro que ele também leva algum jeito, para se colocar a "favor do vento" e deixar-se levar na bolina... 

E não vai falhar uma oportunidade para se vitimizar, por saber que os portugueses gostam de coitadinhos. E se tiver de levar um encontrão qualquer (mesmo daqueles fabricados...), numa cidade ou vila qualquer onde não seja muito popular, venha ele... 

E vai andar sempre de dedo em riste, a apontar para o Pedro, com bom costado para arcar com as culpas, mesmo que ao contrário dele, quisesse tudo menos eleições...

(Fotografia de Luís Eme - Niza)


sexta-feira, março 14, 2025

Eles pensam que o que está a dar é "imitar" o Chega e o "rei da américa"...


Parece que esta gente do PSD anda completamente alucinada. 

Parece não. Anda mesmo. E a "droga" do poder, é terrível, como pudemos observar pelas várias versões da crise, que é culpa de toda a gente, menos de Montenegro e do PSD. Tentam todas atingir o PS e o seu líder, porque ele é o único que lhes pode atrapalhar a sua participação nos "jogos do poder".

O mais curioso, foram as palavras do "gatinho", que é presidente da Assembleia da República. O senhor que nem sequer rosna com as jabardices diárias do Chega, disse que o líder do PS em apenas seis dias tinha feito mais mal à democracia que o Ventura em seis anos. 

É obra, ser-se capaz de dizer uma coisa destas!

O senhor deve pensar que somos todos "amaricanos" e gostamos de comer "gelados com a testa". 

E a avózinha Leite que quis "suspender" a democracia, diz que isto é o caminho para a ditadura (talvez até esteja feliz, se for esse o caso). O rapazola que anda pelas europas, para não se ficar atrás, apelidou o PS do "Chega da esquerda".

Eles só podem pensar mesmo, que o que está a dar, para ganhar votos e eleições, é "imitar" o Chega e o "rei da américa" e criar realidades paralelas...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


terça-feira, março 11, 2025

A "futebolização" da política, numa terça-feira à tarde


Hoje a política teve a relevância dos jogos grandes de futebol, foi quase um "Benfica-Sporting". Durante a tarde foi possível assistir a vários "jogos" e "joguinhos", em directo nos canais de notícias da televisão.

Não esperava que o PSD fosse perdendo a arrogância, quase minuto a minuto, e estivesse quase, "disposto a tudo", para continuar no poder.

Era tarde demais e o governo fingia "não saber"... Ou então faziam um último esforço para que o PS caísse na sua "ratoeira" (da qual dificilmente sairiam nos últimos tempos...).

Não sei até que ponto a sondagem publicada de manhã no "Diário de Notícias" - em que era dada uma diferença de cinco pontos entre o PS (30%) e o PSD (25%) -, teve influência nesta mudança do PSD, mais "teatral" que outra coisa,  durante a tarde...

É difícil saber o que vai acontecer com novas eleições, porque as gentes de Portugal e do  Mundo, são cada vez mais, uma "caixinha de surpresas"...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


segunda-feira, março 10, 2025

O cúmulo da hipocrísia, do cinismo e da irresponsabilidade


Continuar a ouvir os ministros, secretários do Estado, deputados e militantes do PSD, a dizerem que não querem eleições, quando estão a fazer tudo para que isso aconteça, é o cúmulo da hipocrisia, do cinismo e da irresponsabilidade política.

Tentam "vergar" o PS (que se percebe que não está preparado para eleições...), fazer com que este dobre os joelhos, e no mínimo, se abstenha na votação da moção de confiança, que deve ser apresentada amanhã. O seu secretário geral percebe que se fizer isso, faz com seja cada vez mais evidente a sua subalternização e irrelevância, em relação ao partido que está no poder.

Há já algum tempo que percebi, que o primeiro-ministro não tem noção da exigência e da responsabilidade do cargo que exerce (continua a achar que só deve dar as explicações que quer e no seu tempo...). Montenegro não percebe (ou não quer perceber) o que é relevante neste caso e o que não tem importância nenhuma. Diz coisas sobre a sua vida familiar e pessoal que não têm nada a ver com o caso. Só falta dizer a cor de meias que usa, assim como a sua roupa interior, da sua mulher e dos seus filhos, ao mesmo tempo que evita falar do que realmente interessa: do dinheiro que recebeu, das pessoas com quem e para quem trabalhou, e claro, do modelo de gestão da sua empresa.

Não dá respostas concretas e ainda tem o desplante de culpar os partidos da oposição, acusando-os de "criarem" este problema (habilmente não fala dos jornalistas, que foram a "causa" do problema...).

É também por isso que fico curioso quanto ao resultado das mais que prováveis eleições. 

Num país normal, ficava quase tudo na mesma (com descidas ligeiras do PSD, BE e Chega). As única subidas seriam as da Iniciativa Liberal e do Livre, que têm tido uma presença parlamentar responsável, sem "casos e casinhos", no interior dos seus partidos.

Mas continuamos a ser uma incógnita, até porque quase metade dos eleitores não votam...

(Fotografia de Luís Eme - Tejo)


sábado, março 08, 2025

As mulheres, a política e o voto "contra elas próprias"...


Continua a fazer-me bastante confusão a forma bastante peculiar, e desigual, com que se olha para a mulher, no nosso país e no mundo.

Por hoje se festejar o "Dia Internacional da Mulher", ainda é mais pertinente escrever algumas linhas sobre algumas das diferenças, que já se deviam ter esbatido, até por muitas delas estarem legisladas. 

Só falta mesmo colocá-las em prática...

Lançando um olhar ainda mais abrangente, não consigo entender os exemplos do Brasil (quando elegeu Bolsonaro) e dos EUA (que agora reelegeu Trump), sem ficar estupefacto. 

Se pensarmos que as mulheres normalmente estão em igualdade (e às vezes até em maioria...), em relação ao número de votantes, não compreendo como é que são possíveis estes resultados eleitorais. Fico sempre com a sensação de que as mulheres votam "contra elas próprias" (tal como algumas minorias...).

Ou seja, sinto que há mudanças que dependem mais delas, que da própria sociedade. Pelo menos no dia das eleições...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


sábado, fevereiro 15, 2025

É sempre a velha história, "faz o que eu digo, não faças o que eu faço"...


Olhamos para a frente, para o lado e para trás, e sentimos que a velha história, do "faz o que eu digo, não faças o que eu faço", permanece sempre actual, consegue adaptar-se a todos os tempos e a todas as gentes...

Quando o vice-presidente dos EUA vem à Europa dar lições de liberdade, quando limitou essa mesma liberdade aos nativos do seu país, está tudo dito, mostra como tudo anda de "pernas para o ar". Até agora, a falta de liberdade nunca foi um problema no velho Continente, faz parte sobretudo das Américas, das Áfricas e dos Orientes...

O primeiro-ministro há muito tempo que segue a cartilha mofa cavaquista, só lhe falta mesmo munir-se da imortal fatia de bolo rei, e mastigar as palavras, em vez de responder aos jornalistas (o que só faz quando lhe apetece e apetece-lhe muito poucas vezes, à frente das câmaras). Ainda consegue suplantar o Costa, na arte de fingir que "está tudo bem", como se não fosse ele o principal responsável pela governação...

Não deixa de ser curioso, que tenha sido uma mulher do Chega, a despertar o Parlamento, para um ano de insultos, de falta de respeito e de mentiras, de um grupo de bandalhos, que pensa que "vale tudo, menos tirar olhos", naquela que deveria ser a Casa da Democracia e não da bandalheira. Apesar de ser um partido misógino, xenofobista, racista e machista, consegue ter mulheres a disparar para os seus próprios pés e a ofender outras mulheres...

Esta frase também pode ser aplicada ao "rei do Norte", que nos deixou hoje. Embora seja dia de "dizer bem", continuo a ter a mesma opinião, que tem por exemplo, Frederico Varandas. Não esqueço o que vi nos Estádios, no começo dos anos 90 do século passado, em que reinava outra figurinha histórica dos nortes, o "guarda abel", que era de carne e osso e não uma mera personagem de ficção...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


sexta-feira, fevereiro 07, 2025

«Somos uma cidade de velhos e estrangeiros»


Basta olhar para quem passa por nós para concluir que há mais que alguma verdade na frase do Carlos, de que: «Somos uma cidade de velhos e estrangeiros.»

Ainda lhe perguntei: «E nós, somos o quê?», para ouvir logo de seguida: «Se não somos chineses, somos velhos.»

Não é apenas Almada, que oferece este retrato. Todos sabemos que a nossa população  continua a envelhecer, de Norte a Sul.

Acabámos por falar do inquérito/ sondagem, divulgado esta semana, que nos disse que 73% dos nossos estudantes universitários, pensam emigrar, mal acabem os cursos.

Não se ouviu qualquer  "ruído", pela parte dos políticos, do governo ou das oposições. Mas é triste, andamos a formar jovens para servirem outros países, com tudo o que isso tem de negativo para nós.

Mesmo que sejam apenas 40% por cento, é um número que devia assustar os governantes e obrigá-los a agir, a criar mais incentivos para que os jovens não se vejam "obrigados" a emigrar...

Claro que os problemas de Portugal não se resumem apenas aos dos jovens. Há vários anos que não somos um país para jovens, para velhos ou para estrangeiros (os com dinheiro não contam...).

O mais triste é perceber, diariamente, que os políticos continuam a fingir que resolvem os problemas, sem que resolvam coisa alguma. E depois ainda têm a lata de se fingirem indignados por um militar ser o preferido dos portugueses nas sondagens para a presidência da República...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


quinta-feira, janeiro 30, 2025

A "arte" de apontar o dedo para todos os lados (com a invenção de culpados se necessário...)


Não sei se existe um "manual de regras" dentro dos partidos políticos, com práticas que se aproximam daquilo que se vê em filmes de mafiosos, onde as pessoas se protegem para além do razoável, ao mesmo tempo que estão sempre prontas para culpar os adversários de todos os males do mundo.

Claro que o hábito de "apontar o dedo aos outros", sempre que acontece qualquer problema, não se limita ao mundo dos partidos. Vive-se no trabalho, vive-se em casa, vive-se entre amigos. Sim, estás sempre presente no nosso dia a dia.

Ou seja, onde existe um cobarde, sem coragem para assumir os seus erros, existe um "apontador de dedos"...

Não deve ser por um mero acaso, que eles agora estão ainda mais visíveis, em parte por não resistirem a microfones ou câmaras televisivas, para "culpar" os adversários de todos os males do mundo. 

Sei que podia ignorar a sua existência, pelo menos aqui no "Largo". 

Mas é difícil assistir diariamente ao "passa culpa" do Alcaide de Lisboa e do "Rei da América". Tudo o que acontece à sua volta, é sempre culpa dos outros...

É demasiado triste e baixo, aproveitar um acidente entre um avião e um helicóptero, para culpar os antecessores, ainda por cima, quando estivemos no meio deles, a tomar decisões erráticas...

(Fotografia de Luís Eme - Fonte da Pipa)


sábado, janeiro 25, 2025

Caricaturar com sucesso a realidade...


Tudo o que leio e ouço, vindo dos EUA, por parte do "homem cor de laranja" (que sabe desde há muito tempo, que o cargo que ocupa lhe oferece o estatuto do ser humano "mais poderoso do mundo"), não é tão estranho como se diz por aí.

Pela forma desbocada e excessiva que ele anuncia a maior parte das medidas que diz ir impor no seu País e no Mundo, tudo se torna mais espectacular, mais assustador, e até mais burlesco.

Mas se pensarmos bem, ele faz o mesmo que os outros políticos, só que não tem medo de chamar "os bois pelos nomes", nem de dizer, de forma aberta e incisiva, que escolhe os seus amigos para ocuparem vários cargos de poder.

No nosso país é tudo feito, meio às escondidas, quase como quem não querer a coisa. Mas se analisarmos bem a realidade, é quase tudo igual. Os amigos do partido, a pouco e pouco, vão ocupando os cargos que antes era ocupados pelos amigos dos governantes do outro partido, que tinha estado no poder.

Se olharmos para os números, para as substituições que têm sido realizadas ao longo de 2024 - como sempre muitas delas com pouco nexo, substituindo pessoas competentes por gente ligada à AD, sem qualquer experiência ou conhecimento técnico dos cargos - ficamos espantados.

A grande diferença é o "homem cor de laranja" gostar de "caricaturar a realidade", gostar de tornar todas as coisas, ainda mais absurdas, mais trágicas, mais cómicas e até mais grotescas.

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


quarta-feira, janeiro 22, 2025

Sentimento de impunidade e muita "auto-estima" (só pode ser)


Sempre me fez confusão que gente que tem vocação para andar fora da lei, aceite cargos públicos relevantes, daqueles que nunca devem escapar ao "radar" dos jornalistas (já que a justiça limita-se a andar a seu "reboque"...). 

Falo de ministros, secretários de estado, gestores públicos, deputados e directores gerais disto e daquilo, que acham que podem passar pelos intervalos da chuva e não ser alvo de  qualquer "denúncia anónima", quando prevaricam.

Só se podem ter mesmo em grande conta, ao ponto de pensarem que não irão ser apanhados na curva. E claro, que "estão acima da lei", que a justiça é só para os "desgraçados"...

Deve ter sido isto que pensaram, tanto o deputado dos Açores, que tinha um "fetiche" pelas malas dos outros, como o director geral do SNS, que gosta mais de dinheiro que da própria profissão que exerce...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


quinta-feira, janeiro 16, 2025

A tentativa de simplificação do dicionário "politiquês"...


Não sei se o populismo se consegue combater com outras formas de populismo.

Penso que não, mas ainda é cedo para se perceber, se o PSD consegue tirar alguns dividendos políticos, ao usar as mesmas "bandeiras" que o Chega usa, em relação à segurança e à imigração.

Curiosamente, a par desta radicalização da sua prática política, o governo escolheu a  palavra "moderação", para o combate político contra o PS, que está a ser usada pelo primeiro-ministro, pelo alcaide de Lisboa e por vários comentadores ao seu serviço, na tentativa de transformar os socialistas nuns perigosos "radicais". 

Claro que isto só pode ter o dedo e a imaginação da agência de comunicação do governo.

É apenas mais uma manobra de simplificação dos discursos políticos, que tem como objectivo espalhar a falsa "novidade", de que nós somos os "bons" e os outros os "maus".

Só que não bate "a bota com a perdigota". Não se pode ser moderado e radical ao mesmo tempo. 

Talvez seja mais uma percepção deste governo, que acredita que pode criar realidades paralelas, ao mesmo tempo que simplifica, ainda mais, o dicionário "politiquês"...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


sábado, dezembro 21, 2024

Algo de estranho se passa no "reino da Madeira"...


Não acredito que seja apenas o medo da mudança que faz com que as pessoas continuem a votar em Albuquerque, na Madeira.

Mesmo sendo arguido, as pessoas da ilha devem ter a percepção de que continua a ser o mal menor para todas elas.

Isso acontece porque a oposição deve ser do mais "manhoso" que existe, no campo político (e são, ao ponto de terem todos vontade de se unir, só para ascenderem ao poder. Só não o fazem por vergonha...).

Em vez de fazerem pela vida nas campanhas eleitorais, parecem estar à espera de "vitórias administrativas".

Até o "bokassa", que esteve quarenta anos no poder, aparece aqui e ali, armado em "salvador da pátria", a querer vingar-se do homem que o tirou do poder...

Não tenho dúvidas, de que se Albuquerque, vencer as próximas eleições, será a democracia a funcionar, ou seja a vontade do povo.

Mesmo assim, sei que algo de estranho se passa, no "reino da Madeira"...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


terça-feira, dezembro 10, 2024

Prometer o que não se pode (e não se quer dar) nas culturas...

A cultura continua a ser o parente pobre das políticas do nosso país.

A maior parte das queixas, que se ouvem aqui e ali, têm razão de ser,  e ainda aumentam quando se trata de governos que apostam mais na propaganda que na acção. Isso aconteceu com António Costa e continua a acontecer com Luís Montenegro. Tanto um como o outro fingem pensar que as pessoas são todas estúpidas, que gostam de comer "gato por lebre" e ainda são capazes de dizer no fim do "repasto: "está tudo muito bom"... 

Sei que eles sabem que as pessoas das culturas pensam pelas suas cabeças. São pessoas que gostam de ler, de conversar e de estarem bem informadas. O seu grande problema é fazerem parte de áreas onde não se produz lucro (felizmente graças ao turismo o património - museus e monumentos - tem sido bastante lucrativo, quase de uma forma natural, sem que tivesse existido uma aposta séria no sector...), porque não existe uma "indústria cultural", nunca houve uma política de desenvolvimento séria.

Os políticos continuam a olhar para a cultura e para os seus agentes, como pessoas que fazem umas coisas giras, boas para usar nas campanhas eleitorais, que entretem outras pessoas e precisam de umas "esmolas". Mas que não podem, nem devem, ser levados muito a sério, até porque podem tornar-se "perigosos". É por isso que também dá jeito tratá-los como "tontinhos"...

É por isso que se aposta muito mais (como em quase tudo que não é lucrativo na sociedade mas pode "dar votos"...) na subsidiodependência que na autosuficiência. Os políticos gostam de "controlar" as pessoas e os grupos que fazem teatro, cinema, dança, pintura, música, etc., dando depois uns "doces" aos que consideram "seus" e uns "coices" a todos outros...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


segunda-feira, novembro 11, 2024

Fartos (e cansados) de perceber a parte do "não há dinheiro"...


Já escrevi vários textos sobre a vida difícil de quem tenta ser artista a tempo inteiro, viver apenas da sua arte, sem ter uma outra primeira actividade que chama segunda...

Talvez a teimosia maior resida em quem faz teatro e raramente recebe convites para  qualquer papel, grande ou pequeno nas telenovelas. Alguns fingem que não suportam a televisão, cada vez mais estupidificante, e acrescentam que nunca aceitariam fazer parte do elenco telenovelesco.

Dizem isto, mas contam os tostões até ao fim do mês, para sobreviverem com a dignidade possível (para alguns isso só acontece porque almoçam e jantam vezes demais na casa dos pais...). Comecei a contá-los e já ultrapassam os dedos das minhas duas mãos...

Olhando para a nossa realidade, só dois ou três "consagrados" é que se podem dar ao luxo de não fazer telenovelas. Mas para contrabalançar este "luxo", fazem publicidade, que normalmente dá mais dinheiro e menos trabalho, que as fitas por episódios que ocupam diariamente os serões televisivos portugueses.

Lá estou eu a querer dizer uma coisa e acabar por escrever sobre outra...

Eu só queria dizer que não há um actor português, das pequenas e grandes companhias de teatro, que não esteja farto e cansado, do disco riscado, que lhes é oferecido, quase todos os dias, de que "não há dinheiro" (quase sempre pelas autarquias...), porque é preciso alimentar as criancinhas nas escolas, sim a fome existe, em quase todo o lado; porque têm de fazer obras para realojar as pessoas; porque é preciso tapar os buracos da estrada, etc.. Ou seja, a cultura não consegue sair do último lugar das prioridades deste país, "cada vez mais de brincar"...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


segunda-feira, novembro 04, 2024

Nem nas catástrofes se esquece (ou esconde) a "partidarite"...


E triste perceber que nem em situações de catástrofe, com as pessoas a precisarem de toda a ajuda possível, com o máximo de urgência, os partidos políticos conseguem esquecer as diferenças e os interesses políticos existentes no seu seio.

Acredito que em Portugal (mesmo com muito menos meios...), era impossível acontecer o que se passou em Espanha, por não existirem as "regiões" (tão desejadas por vários caciques locais...), nem as "autonomias", que têm coisas positivas, e muitas outras negativas, como todos ficámos a perceber. 

Talvez a pior de todas seja a facilidade com que crescem os pequenos poderes, aqui e ali, alimentando uma "corte" interesseira, e sempre atenta, em volta de pequenos ditadores, capazes de comprarem sapatos de salto alto, para não andarem sempre em bicos de pés...

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)


sexta-feira, outubro 11, 2024

Coisas do corporativismo, quase sempre parvas...


Por ver menos televisão e por ler menos jornais, nem sempre estou a par do que se costuma chamar "a realidade".

Só ontem é que percebi que o que Luís Montenegro tinha dito sobre os jornalistas (a história das perguntas encomendadas "por sopro"...) tinha provocado uma "retaliação" por parte do respectivo sindicato, não em relação ao primeiro-ministro, mas a quem fez a entrevista televisiva no telejornal da noite da SIC.

Embora Maria João Avilez tenha uma carreira jornalística de quase meio século, foi colocada em causa por não possuir carteira profissional. Os responsáveis pelo sindicato falaram inclusive de crime e de usurpação de funções, por esta conceituada jornalista ter feita a dita entrevista.

De certeza que Maria João Avilez continua a sentir-se jornalista. Estou convencido que ter "carteira", ou não ter, mexe muito pouco com o que se sente em relação ao que se faz e se gosta de fazer (falo por mim, que estou nas mesmas condições).

Quando existem tantos problemas no jornalismo, desde a exploração de quem exerce a profissão, a várias situações de publicidade encapotada, passando por "fretes" políticos, mais uma vez, à boa maneira portuguesa, ataca-se o elo mais fraco da questão e não quem colocou em causa a profissão, que por um mero acaso, é o chefe do Governo.

Lembrei-me logo dos problemas que tentaram criar a Ruben Amorim, por este não estar habilitado para treinar na primeira divisão, embora a sua qualidade técnica saltasse à vista de toda a gente.

Infelizmente, o corporativismo tem destas coisas, quase sempre parvas.

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


terça-feira, setembro 24, 2024

Quatro mulheres, quatro formas diferentes de exercer o poder


O actual governo PSD/ CDS, dá-nos um bom retrato de quatro mulheres diferentes, que também exercem o poder nos seus ministérios, de forma completamente diferente.

A primeira impressão com que fico, é que elas não divergem assim tanto dos homens, como muitas vezes se diz por aí, quando se fala, por exemplo, da tão desejada sensibilidade feminina, para resolver alguns problemas. Claro que isso poderá acontecer, por estarem em minoria no Conselho de Ministros e como forma de defesa.

Curiosamente, ou não, duas delas, parecem dois "elefantes numa sala", dando a sensação de que são melhores a criar, que a resolver problemas. Falo da ministra da Saúde, Ana Paula Martins, e da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Ramalho. Começaram logo o seu ministério com aquilo que no futebol é apelidado de "entradas a pés juntos". A primeira a Fernando Araújo, a segunda a Ana Jorge, que foram tratados de uma forma ofensiva, algo que é pouco normal entre nós, pelo menos a este nível da magistratura do poder.

As outras duas, demonstram ser mais competentes, e também mais ponderadas. Falo da ministra da Justiça, Rita Júdice, e da ministra da Administração Interna, Margarida Blasco. Apesar de terem uma postura diferente, têm demonstrado estar à altura dos problemas graves que afectam as suas áreas de acção. 

Claro que se trata de uma opinião pessoal, de quem pensa que para a função ministerial (tanto feminina como masculina) o melhor mesmo, é não ser notícia, diariamente, e pelos piores motivos...

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)


quinta-feira, setembro 12, 2024

Quando a mentira parece ter o mesmo peso da verdade...


Depois do jantar já se ouviam ecos da entrevista do antigo presidente do Benfica (que qualquer benfiquista sabia, antecipadamente, que iria ser um ataque pessoal ao presidente actual do Clube, aproveitando as suas fragilidades e as deste Benfica...).

O meu filho perguntou-me se o Luís Filipe Vieira se se voltasse a candidatar, se iria ganhar as eleições no Benfica. Disse-lhe que não. Acrescentei de seguida que, Vieira, Pinto da Costa, Bruno de Carvalho, e outros que tais, não cabem no futebol actual, que terá de ser, forçosamente, mais sério e mais transparente.

Ao dizer isto, sabia que estava apenas a dar a minha opinião.

Voltando à entrevista, o pior de tudo isto, é a existência de um jornalismo de sarjeta, sem contraditório, que desce cada vez mais baixo, passando a maior parte do tempo a "levantar poeiras" e a provocar "incêndios", em todos os sectores da sociedade, como é o praticado pelo grupo do "CM".

Não tenho qualquer dúvida de que o mundo seria um lugar mais saudável sem as Laranjas, os Pintos, os Octávios e gente da mesma laia nas redacções. Para eles vale tudo, desde a criação de factos à exploração do que existe da mais rasca, no ser humano.

Claro que esta gente já existia antes de 2016, só aproveitou o "vale tudo", que cresceu, um pouco por todo o lado, após a eleição de Donald Trump, ao ponto de virar de pernas para o ar, a política, a justiça e o jornalismo, como se a mentira tivesse o mesmo peso da verdade... 

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


terça-feira, setembro 03, 2024

Parece que não chegam os "50 palhaços" que estão na Assembleia da República...


Embora seja importante descodificar estes "timings" que unem a justiça a alguma comunicação social, nos "tribunais populares", os factos falam por si, tal como o papel dos seus protagonistas...

Infelizmente, ano após ano, não conseguimos sair deste registo. A falta de sentido de Estado é notória na maior parte dos políticos que estão envolvidos em processos de privatização, com os privados a fazerem sempre o papel de "espertos" e os representantes do Governo de "parvos". Muitos, de parvos não têm nada (Miguel Relvas é um bom exemplo...), outros "assinam" em branco, sem terem percebido muito bem onde estão metidos (por impreparação e incompetência, talvez seja este o papel de Pinto Luz na privatização da TAP...).

O mais grave é esta gente do "bloco central" (há poucas diferenças entre PS e PSD nestas negociatas...) ainda não ter entendido a mensagem que lhes foi dada, por uma parte do povo português, quando quase gritou, "Já chega!", e abriu a porta a "50 palhaços" na Assembleia da República...

É triste esta gente não perceber que o mundo real fica ligeiramente ao lado do mundo onde vivem...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)