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domingo, julho 09, 2017

Lojas e Bares com Mais Cor e Vida...

O mais que batido empreendedorismo - usado como bandeira política sempre que dá jeito - acabou por ser uma consequência natural da crise e da "invasão" da troika e do fmi, que tão maltrataram o país e os portugueses. 

Foi a resposta "forçada" de muito boa gente, que precisava de arranjar uns euros para a sopa e para as batatas com atum e o arroz com salsichas. 

Quem tinha e tem bom gosto conseguiu transformar muitos espaços vulgares, fechados e abandonados, em lugares que permanecem especiais...

Não sei qual é a história do bar lisboeta, "House of Corto Maltese", sei apenas que é um lugar bonito.

(Fotografia de Luís Eme)

terça-feira, junho 27, 2017

A "Farsa" da Transmissão do Espectáculo de Solidariedade...


Não achei nenhuma piada que um concerto musical de solidariedade tenha sido transformado num programa televisivo, de entretenimento, em que as grandes "vedetas" foram os apresentadores de cada canal, cabendo aos músicos e cantores quase o papel de "marionetas".

Nem se pode falar em novidade. Dias antes as "vedetas televisivas" já tinham utilizado a tragédia dos três concelhos do distrito de Leiria, para brilharem e para somarem horas e horas à frente das câmaras, em directos, como se fossem os "ronaldos" das notícias da "têvê".

Estes exemplos fazem com que me identifique cada vez mais  com a crónica de António Guerreiro, publicada no jornal "Público" a 20 de Junho, um dos melhores retratos desta gente que perde a alma, com um microfone na mão e uma câmara de televisão à sua frente, utilizada sobretudo como espelho.

Quando ele escreveu: «A violência é inominável e a televisão torna-se patética: porque quer mostrar o pathos, dê por onde der; porque exibe a estupidez na mais elevada expressão. Devemos novamente perguntar: a que coerção estão submetidos os jornalistas para que aceitem o papel de idiotas? Ou fazem-no voluntariamente? Os jornalistas tornam-se então indivíduos ávidos, paranóicos, como os amantes que não se satisfazem com um simples “amo-te”. Desconfiados com a declaração tão lacónica, achando que o amor é uma imensidão que precisa de se dizer com mais palavras, perguntam: “Amas-me como?” E o outro responde: “Amo-te como se fosses o mais doce dos frutos.” E aí começa um encadeamento de estereótipos. Assim são os jornalistas munidos de microfones e de câmaras: não desistem de querer extorquir as palavras e a alma aos seus interlocutores; não deixam de querer arrancar testemunhos a gente moribunda ou a viver a experiência dos limites.» Diz quase tudo... até deste espectáculo que foi apresentado como um só, para depois ser "montado" por cada uma das estações de televisões, como uma peça sua, de preferência "melhor que a da vizinha".

Só faltou a todas estas "vedetas" dizerem que o dinheiro que os portugueses foram doando ao longo da noite, tinha sido angariado graças a eles (mas como ainda não acabou o "espectáculo", ainda pode acontecer...), os "heróis da noite mágica".

(Fotografia de Luís Eme)

sexta-feira, abril 22, 2016

A Curiosa e Feliz Sobrevivência dos Livros


A proximidade do Dia Mundial do Livro fez com que fosse convidado hoje de manhã para falar sobre a importância do Livro e dos Autores na aquisição de conhecimentos e criação de mundos, nesta era dominada pela tecnologia, numa escola do Concelho de Almada (EPED)

Falei de muitas coisas, revivi os meus tempos de escola, sem me esquecer de falar das boas professoras de português que tive (pena terem sido poucas...). Falei da importância de ler para escrever, e depois fiz um paralelo entre o que está a acontecer aos jornais e aos livros nestes tempos de mudanças quase diárias.

Os jornais em papel têm os dias contados, por não serem viáveis economicamente. A falta de publicidade, o peso das redacções e a queda brutal nas vendas, faz com que eu pense que dentro de pouco tempo a maior parte dos jornais só serão publicados "on-line".

Curiosamente com os livros aconteceu o contrário, mostraram uma resistência fora do comum e conseguiram (até ao momento...) ganhar a "batalha" contra os "livros digitais".

Para justificar esta "vitória", falei da identidade própria de cada livro, que começa na beleza da capa, no cheiro do papel e da tinta, do prazer de folhear as suas páginas, anotar, marcar as suas folhas... embora continue a pensar que o melhor de cada livro são as suas palavras, capazes de nos levarem de viagem para lugares especiais e conhecer personagens extraordinárias.

O mais curioso foi a turma do 11 º ano que me recebeu  ser  composta apenas por rapazes (pensava que já não existia nada disto...), que se portaram muito bem. E foram bastante honestos, quando lhe perguntei se algum deles lia livros. A resposta foi não. As únicas mulheres presentes foram as três professoras que organizaram a sessão e foram um bom apoio.

Não sei até que ponto fui uma boa influência. Não sei se eles irão sentir alguma curiosidade pelo que está dentro dos livros. Era bom que sim. Só ficavam a ganhar...

(Fotografia de Zoltan Glass)

segunda-feira, julho 13, 2015

Corpos Pintados a uma Só Cor na Praia


Num tempo em que muitos homens ainda não andavam em tronco nu nas praias, já havia algumas mulheres que se despiam rente ao mar.

Foi-me confidenciado por uma actriz famosa que uma boa parte das mulheres ligadas ao teatro, actrizes e coristas dos anos de ouro do Parque Mayer, escolhiam praias mais isoladas para se despirem (as praias menos centrais da Costa de Caparica), protegidas por alguns rapazes de confiança, que faziam um papel parecido com os de segurança.

Não existia qualquer espécie de exibicionismo naquela peculiaridade, havia sim um gosto e uma opção, de ter o corpo todo bronzeado da mesma cor, sem a marca do fato de banho.

Isto passou-se nos anos trinta, quarenta e cinquenta do século passado, quando as praias ainda não eram populares nem o "bikini" estava oficializado...

O óleo é de Paul Gustave Fischer.

segunda-feira, dezembro 15, 2014

Uma Voz Quente na Noite Fria


Gostei de te ouvir cantar, ontem, tal como já gostara noutros tempos e noutras músicas.

O engraçado é que, mesmo quando cantavas o fado, já achava que havia ali qualquer coisa "azul" na tua voz. Foi por isso que não estranhei esta tua aproximação ao jazz.

Dizes que é a escolha definitiva (não acredito).

Eu também acho que sim, a tua voz é um "instrumento", que casa melhor com o piano, com o baixo e até com o saxofone e o trompete, que com a guitarra portuguesa.

O óleo é de Eric Bowman.

segunda-feira, setembro 15, 2014

Hoje foi a Brincar...


A escola começa amanhã, hoje foi dia de apresentações.

A Sofia vai para o 5 º ano, toda ela é expectativa e vontade de começar a subir este novo degrau. O Miguel vai para o 11 º ano e como de costume, vai porque tem de ser... claro que deve ter algumas saudades, pelo menos dos intervalos e de algumas miúdas giras. Coisas que não se dizem aos pais.

Fui à reunião com a directora de turma da minha pequena e até simpatizei com a senhora, sem nariz empinado. Mas continuam a espantar-me estes convívios, repletos de perguntas desnecessárias, de pais que parecem não ter autonomia, que querem que os professores lhe expliquem todas as coisas, por mais insignificantes que sejam, com vírgulas e tudo.

O óleo é de Luiz de Souza.

domingo, março 09, 2014

«Eu não mordo.»


Quando ela se atravessou à minha frente e disse: «eu não mordo», fiquei quase sem palavras.

Podia ter-lhe dito que no meu mundo, as mulheres não vinham atrás dos homens e que tinha sido por isso que fugi quando ela me perseguiu. Mas quase que não tive tempo.

Ou seja, ela antecipou-se quando me estendeu a mão e se apresentou. 

Não consegui deixar de sorrir. Fiquei a perceber a razão da perseguição.

Ela conhecia-me e eu não. Ou seja, estava em desvantagem. Estamos sempre neste género de situação.

domingo, maio 27, 2012

Os Poemas Escolhidos da Graça

Ontem fui ao lançamento do livro, "Poemas Escolhidos", de Graça Pires.

Nesta obra a Graça faz uma selecção de poemas dos livros que publicou entre 1990 e 2011. Ou seja, é uma bela forma de conhecer toda a poesia da autora, bonita e singular.


Eu que normalmente não declamo poemas, li este, que fez parte do livro, "Quando as Estevas Entraram no Poema" e é um dos seus "Poemas Escolhidos":





No verão as mulheres caiam as casas e as memórias.
De branco: como as estevas e a lua cheia.
Os seus anseios se espalham, com a brisa,
na quentura das noites.
Por isso, conservam no olhar uma inesperada tristeza.



O óleo é de Steve Perrault

domingo, fevereiro 19, 2012

«A festa esteve bonita, pá!»


Recebi esta mensagem, pouco depois de ter saído da Oficina de Cultura de Almada, que esteve repleta de gente, para assistir à inauguração da Festa das Artes da SCALA. 


Por ser a  nossa 18ª exposição anual, com a SCALA a preparar-se para festejar o 18º aniversário e por ser 18 de Fevereiro, contámos com a presença agradável da presidente da Câmara Municipal de Almada, Maria Emília de Sousa, acompanhada do vereador da Cultura, eng. António Matos. 

Ficaram ambos para a apresentação dos meus dois livrinhos, muito bem "despidos" e "vestidos" pelo prof. Vitor Alaiz, que com toda a certeza despertou no mínimo a curiosidade da assistência que encheu a Oficina de Cultura.

E tens toda a razão, a festa esteve bonita sim senhor. Até foi bem animada pelos Cavaquinhos da Alma Alentejana.

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Explicação dos Pássaros


No final do ano senti vontade de criar um novo blogue.
Pensei fazê-lo logo no começo do ano.
A minha aposta inicial era um lugar mais livre, com espaço para todo o género de coisas.
Sem saber explicar muito bem, as voltas levaram-me até ao "Largo da Memória", onde vou procurar preservar e divulgar pequenos nadas que descubro, aqui e ali. Também vou falar de pessoas, conhecidas e desconhecidas, que deixaram a sua marca entre nós.
Ou seja, este é um espaço de História e de histórias, que podem ser de ontem ou de há 500 anos...
O outro espaço de "liberdade", fica para depois...
O óleo que ilustra este texto de estreia é da autoria de João Vaz, o "Caes do Terreiro do Paço".