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domingo, dezembro 29, 2019

Somos Bons a Olhar para o Lado e a Brincar às Escondidas com a Realidade


Sei que este título que escolhi, podia alimentar uma boa prosa sobre tantas coisas (da saúde ao ambiente)...

Mas vou escrever sobre algo que está quase esquecido, o acordo ortográfico, que só parece servir a meia dúzia de iluminados, que já deviam ter percebido que basta de se "fingirem de mortos", e que é mesmo necessário discutir e alterar algumas coisas, aberrantes, que não fazem bem nenhum à língua portuguesa. 

Pensava que o bom senso prevaleceria, e que os promotores do acordo seriam sensíveis e que alterariam no tempo certo o que mais fere o português. Vou dar apenas cinco exemplos, que na minha cabeça não fazem qualquer sentido: o Egipto precisa do pê, tal como o espectador do cê, o óptico do pê, o facto de outro cê e  o pára do assento no à.

Alguns defensores do acordo até foram capazes de dizer que quem estava contra, era apenas uma elite cultural. E que eram sempre os mesmos que se manifestavam publicamente contra a nova grafia. Neste último ponto podem ter razão, mas apenas porque a comunicação social só dá visibilidade a quem é conhecido.

Lamento muito o cinismo e a hipocrisia de quem fez este acordo (está quase a chegar aos vinte anos...), que nem sequer é capaz de "dar o braço a torcer", e tentar fazer algo de positivo pela Língua Portuguesa.

(Fotografia de Luís Eme - Almada)

domingo, maio 29, 2011

Não há Bela sem Senão


Embora continue a escrever à maneira antiga (mais por preguiça que por outra coisa...), nunca me manifestei contra o novo acordo ortográfico, porque sempre pensei que era uma boa ideia simplificar algumas palavras do nosso Português.


Como acontece em todos os acordos, não é perfeito. Há várias palavras que me parecem infelizes, provavelmente não se devia ter ido tão longe, mas não há bela sem senão.

Não fiquei parado no nosso cantinho europeu, lembrei-me dos milhões de pessoas que falam português no Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Pensei que era bom continuarmos a ser uma língua universal.

E também me lembro que quando andava na escola primária fazia-me confusão dizer espetáculo e escrever espectáculo, tal como exatamente e exactamente. São muitos os exemplos. Claro que também há palavras que nos soam estranhas, fato é uma delas, e até o direto que aparece nas reportagens televisivas.

E se pensam de forma contrária, não tenham qualquer problema em deixar a vossa opinião.

O óleo é de Jurgen Geier.

quarta-feira, janeiro 12, 2011

Correr à Procura de Tudo e de Nada

Há menos de uma hora assisti a um acidente completamente estúpido, a poucos metros de mim, numa das zonas centrais da cidade.
Um aprendiz de "fitipaldi" resolveu dar uma curva apertada em apenas duas rodas, acabando por chocar contra um carro estacionado, mesmo ao meu lado, enquanto seguia no passeio.
Gente amiga que tinha deixado segundos antes, em frente da "Incrível", veio logo a correr, assim que ouviu a chiadeira do carro e o barulho do choque, com medo que eu tivesse atravessado a passadeira colocada mesmo na curva ( se o tivesse feito teria sido levado pelo ar à frente do carro...).
O condutor devia ter perto de quarenta anos, estava longe de ser um jovem inconsciente.
O senhor do carro estacionado assim que ouviu o barulho desceu logo de casa e foi mesmo ele o "contemplado", com a amolgadela e os plásticos do farol detrás partidos. Abanou a cabeça e lá foi fazer a declaração amigável.
Claro que o "fitipladi" não merecia tanta simpatia, devido ao excesso de velocidade e à sua condução perigosa. Mas cada vez se chama menos a polícia, neste e noutros casos...
O óleo é de Alex Colville.

sábado, junho 07, 2008

Não, Não Assinei...

Um amigo ficou quase escandalizado, quando lhe disse que não tinha assinado a petição contra o novo acordo ortográfico.

Ainda ouço a sua frase entre a interrogação e a reprovação (quase parecia o Graça Moura...): «Tu, uma pessoa que escreves diariamente, não assinaste uma petição com esta importância?»
Quase que fiquei sem argumentos. Apeteceu-me dizer-lhe que tinha dificuldade em perceber toda esta polémica, mas fiquei em silêncio, uns segundos. Havia de aparecer um porquê para eu responder... e apareceu.
Foi então que disse que concordava com muitas das alterações propostas, em que a oralidade de muitas palavras passava a estar mais próxima do seu verdadeiro sentido. Havia outras que me soavam estranhas, mas não me incomodavam. Nem seria por isso que iria mudar a minha forma de escrever...
Não o convenci. Aliás, nunca se conseguem convencer os fundamentalistas (não é Graça Moura?).
Mas é tão importante pensarmos que há mais mundo português, para além do nosso cantinho...