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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

DE GAULLE NÃO ATIROU. MAS ACERTOU NA MOSCA


Durante muito tempo, atribuiu-se a Charles De Gaulle uma frase impactante: “O Brasil não é um país sério”. Depois, passaram a divulgar outra versão – a de que o estadista francês jamais, em tempo algum, havia dito aquilo. O autor da frase seria um diplomata brasileiro, embaixador do país na França, entre 1956 e 1964.   

Se ele disse ou não disse aquilo, eu não sei. Não tive o prazer de conhecê-lo pessoalmente para dar vazão ao meu instinto de repórter investigativo e lhe perguntar sem rodeios, na lata: “Afinal, Vossa Excelência disse ou não disse que o Brasil não é um país sério? Fale de uma vez, homem de Deus”. Seja como for, estou convencido de que, se ele não disse, perdeu oportunidade de dizer a coisa certa.

Como pode ser levado a sério um país cuja principal mandatária, não contente em ter um vice, também conta com os maus conselhos de seu presidente adjunto?

Como pode ser levado a sério um país que tem 39 ministérios – um feito memorável, digno de poucas potências mundiais, como o Gabão –, mas cuja chefa do Executivo deve ignorar o nome da imensa maioria dos ministros, já que só despacha com meia dúzia deles? Os demais, pelo visto, não lhe têm serventia, mas recebem salários, têm assessores e comem e bebem e viajam. Às nossas custas.

Como pode ser levado a sério um país em que ministros demitidos por corrupção – e sem que tenham recebido qualquer atestado, mesmo que fajuto, de inocência – nomeiem prepostos para os cargos que ocuparam?

Como pode ser levado a sério um país que tem uma das mais altas cargas tributárias do mundo e oferece à sociedade serviços públicos de ruindade incontestável?

Como levar a sério um povo que, vivendo num país desses, sob um desgoverno desses, alça a presidente da República ao pedestal de Rainha do Ibope, uma espécie de Xuxa da pior idade?

Alguém pode argumentar que, na época de Charles De Gaulle, os tempos eram outros etc. Eram. Mas isso não importa, até porque as coisas por aqui, em termos de seriedade, nunca foram muito sérias.   (abril de 2013)




MULHER DE VISÃO

Em termos de quantidade de ministérios, o Brasil há muito deixou de ser o “país do futuro”. É uma potência, e isso ninguém pode negar. Nem mesmo os mal intencionados de sempre, os que torcem contra, como sempre adverte nossa presidente. É certo que o Congo, com suas 40 pastas, lidera o ranking da insensatez.  Paquistão, Camarões, Gabão e Senegal, todos com 36 ministérios, também nos ameaçam. Mas, se preciso for, tenho certeza disso, a presidente criará logo dois ministérios, o Brasil passará a ter 41 e não se falará mais nisso.


Também em termos de políticas sociais não devemos nada a ninguém. A miséria foi extirpada por decreto. Se a fome não é zero para todos, é porque há muita gente gorda e fazendo dietas da moda. Está certo. Para gordo, não se deve dar moleza, que ele liquida o que há estocado na geladeira e despensa, sem pensar no próximo. Em termos de direitos humanos vamos muito bem, obrigado. Não só temos um ministério homônimo, como também dispomos de secretaria especial, com status de ministério, para cuidar da Igualdade Racial. E eu que pensei que só o primeiro poderia dar conta do recado. Ainda bem que nossa presidente enxerga longe, tem olhos de lince. (abril de 2013)


domingo, 1 de setembro de 2013

QUAL SEU NOME MESMO, MINISTRO?

Acaba de ser criado um novo ministério. A desculpa oficial é de que ele é uma promessa de campanha da Dama de Barro, desde sempre muito preocupada com o futuro das pequenas e médias empresas, embora viva cercada por gente que abomina os pequenos negócios, mas não descuida dos grandes.

Entre ministérios e secretarias com status de ministérios, o governo conta com 39 pastas. Em 2010, durante a campanha eleitoral, ficamos sabendo pela internet que a atual ocupante do Palácio do Planalto tinha dificuldades para lembrar o título do livro que, segundo ela, acabara de ler na noite anterior.  


Se não guarda o título de um livro, como vai lembrar os nomes dos 39 ministros? (março/2013)