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segunda-feira, 11 de março de 2019

HORA DA VITROLA: ELIS CANTA BELCHIOR






COMO NOSSOS PAIS

De Belchior




Não quero lhe falar,
Meu grande amor,
Das coisas que aprendi
Nos discos...

Quero lhe contar como eu vivi
E tudo o que aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar
Eu sei que o amor
É uma coisa boa
Mas também sei
Que qualquer canto
É menor do que a vida
De qualquer pessoa...

Por isso cuidado meu bem
Há perigo na esquina
Eles venceram e o sinal
Está fechado prá nós
Que somos jovens...

Para abraçar seu irmão
E beijar sua menina na rua
É que se fez o seu braço,
O seu lábio e a sua voz...

Você me pergunta
Pela minha paixão
Digo que estou encantada
Como uma nova invenção
Eu vou ficar nesta cidade
Não vou voltar pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento
Cheiro de nova estação
Eu sei de tudo na ferida viva
Do meu coração...

Já faz tempo
Eu vi você na rua
Cabelo ao vento
Gente jovem reunida
Na parede da memória
Essa lembrança
É o quadro que dói mais...

Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Como os nossos pais...

Nossos ídolos
Ainda são os mesmos
E as aparências
Não enganam não
Você diz que depois deles
Não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer
Que eu tô por fora
Ou então
Que eu tô inventando...

Mas é você
Que ama o passado
E que não vê
É você
Que ama o passado
E que não vê
Que o novo sempre vem...

Hoje eu sei
Que quem me deu a idéia
De uma nova consciência
E juventude
Tá em casa
Guardado por Deus
Contando vil metal...

Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo, tudo,
Tudo o que fizemos
Nós ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Como os nossos pais...



VELHA ROUPA COLORIDA

DE BELCHIOR



Você não sente nem vê
Mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo,
Que uma nova mudança em breve vai acontecer.
E o que há algum tempo era novo, jovem,
Hoje é antigo, e precisamos todos, rejuvenescer.

Nunca mais meu pai falou: -She's leaving home!
E meteu o pé na estrada, like a Rolling Stones.
Nunca mais você buscou sua menina
Para correr no seu carro (loucura, chiclete e som).
Nunca mais você saiu à rua em grupo ou reunido
O dedo em V, cabelo ao vento, amor e flor, que é do cartaz.
No presente a mente, o corpo é diferente,
E o passado é uma roupa que não nos serve mais.
No presente a mente, o corpo é diferente,
E o passado é uma roupa que não nos serve mais.

(REFRÃO) - 2x
Você não sente nem vê
Mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo,
Que uma nova mudança em breve vai acontecer.
E o que há algum tempo era novo, jovem,
Hoje é antigo, e precisamos todos, rejuvenescer.

Como Poe, poeta louco americano, eu pergunto ao passarinho:
-Black Bird, o que se faz?
Raven, rever, raven, rever, raven.
Black Bird me responde: -Tudo já ficou atrás.
Raven, rever, raven, rever, raven.
Assum Preto me responde: -O passado nunca mais.

(REFRÃO) – 2x
Você não sente nem vê
Mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo,
Que uma nova mudança em breve vai acontecer
E o que há algum tempo era novo, jovem,
Hoje é antigo, e precisamos todos, rejuvenescer.

(REFRÃO) – 2x
E precisamos todos, rejuvenescer.

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

HORA DA VITROLA: MARCOS/PAULO SÉRGIO VALLE, ELIS REGINA E GILBERTO GIL

IRMÃOS VALLE


PRECISO APRENDER A SER SÓ

De Marcos e Paulo Sérgio Valle
Na interpretação de Elis Regina




Ah, se eu te pudesse fazer entender
Sem teu amor eu não posso viver
Que sem nós dois o que resta sou eu
Eu assim tão só
E eu preciso aprender a ser só
Poder dormir sem sentir teu amor
E ver que foi só um sonho e passou

Ah, o amor
Quando é demais ao findar leva a paz
Me entreguei sem pensar
Que a saudade existe e se vem
É tão triste, vê
Meus olhos choram a falta dos teus
Esses olhos que foram tão meus
Por Deus entenda que assim eu não vivo
Eu morro pensando no nosso amor

Por Deus entenda que assim eu não vivo
Eu morro pensando no nosso amor
Ah o amor
Quando é demais ao findar leva a paz
Me entreguei sem pensar
Que a saudade existe e se vem
É tão triste, vê
Meus olhos choram a falta dos teus
Esses olhos que foram tão meus
Por Deus entenda que assim eu não vivo
Eu morro pensando no nosso amor


PRECISO APRENDER A SÓ SER

De Gilberto Gil
Na interpretação do autor




Sabe, gente
É tanta coisa pra gente saber
O que cantar, como andar, onde ir
O que dizer, o que calar, a quem querer

Sabe, gente
É tanta coisa, que eu fico sem jeito
Sou eu sozinho e esse nó no peito
Já desfeito em lágrimas que eu luto pra esconder

Sabe, gente
Eu sei que, no fundo, o problema é só da gente
É só do coração dizer não, quando a mente
Tenta nos levar pra casa do sofrer

E quando escutar um samba-canção
Assim como
"Eu Preciso Aprender a Ser Só"
Reagir
E ouvir
O coração responder:
"Eu preciso aprender a só ser"

sexta-feira, 20 de julho de 2018

HORA DA VITROLA ESPECIAL: SANTA FOSSA (COM ELIS REGINA E CLARA NUNES)

Resultado de imagem para imagens da cantora elis regina
Elis Regina/ Foto: IG

Atire a primeira pedra, ai, ai, ai
Aquele que não sofreu por amor
(Mario Lago)

***


A NOITE DO MEU BEM

De Dolores Duran
Na interpretação de Elis Regina



Hoje eu quero a rosa mais linda que houver
E a primeira estrela que vier
Para enfeitar a noite do meu bem

Hoje eu quero paz de criança dormindo
E abandono de flores se abrindo
Para enfeitar a noite do meu bem

Quero a alegria de um barco voltando
Quero ternura de irmãos se encontrando
Para enfeitar a noite do meu bem

Ah, eu quero o amor, o amor mais profundo
Eu quero toda beleza do mundo
Para enfeitar a noite do meu bem

Quero a alegria de um barco voltando
Quero ternura de mãos se encontrando
Para enfeitar a noite do meu bem

Ah, como este bem demorou a chegar
Eu já nem sei se terei no olhar
Toda pureza (ternura) que eu quero lhe dar

***

NÃO ME DIGA ADEUS

De Paquito , Luiz Soberano , João Correa da Silva
Na interpretação de Nara Leão




Não. . . . não me diga adeus
Pense nos sofrimentos meus
Se alguém lhe dá conselhos
Pra você me abandonar......
Não devemos nos separar
Não vá me deixar
Por favor
Que a saudade é cruel
Quando existe amor
Não . . . .não me diga adeus
Pense nos sofrimentos meus


***




CORAÇÃO LEVIANO

De Paulinho da Viola
Na interpretação de Clara Nunes



Trama em segredo teus planos
Parte sem dizer adeus
Nem lembra dos meus desenganos
Fere quem tudo perdeu

Ah coração leviano não sabe o que fez do meu
Ah coração leviano não sabe o que fez do meu (mas trama)
Este pobre navegante meu coração amante

Enfrentou a tempestade
No mar da paixão e da loucura
Fruto da minha aventura
Em busca da felicidade

Ah coração teu engano foi esperar por um bem

De um coração leviano que nunca será de ninguém

sexta-feira, 29 de junho de 2018

HORA DA VITROLA: ELIS (MAIORES SUCESSOS (ÁGUAS E DE MARÇO E ALÔ, ALÔ, MARCIANO)

alemdaimaginacao.com


Em 2015, o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (ECAD) divulgou os resultados de uma pesquisa feita junto a emissoras de rádio e casas de festas, para saber quais as músicas interpretadas por Elis Regina que foram mais tocadas entre os anos de 2010 e 2014. Veja a lista:

COMO NOSSOS PAIS – BELCHIOR
O BÊBADO E A EQUILIBRISTA – JOÃO BOSCO/ALDIR BLANC
ÁGUAS DE MARÇO – TOM JOBIM
ALÔ, ALÔ, MARCIANO – RITA LEE/ROBERTO CARVALHO
CASA NO CAMPO – ZÉ RODRIX/TAVITO
FALSO BRILHANTE – VERSÃO ARMANDO LOUZADA
MADALENA – IVAN LINS/RONALDO MONTEIRO DE SOUZA
APRENDENDO A JOGAR – GUILHERME ARANTES
TIRO AO ÁLVARO – ADONIRAN BARBOSA/OSWALDO MOLLES
ROMARIA – RENATO TEIXEIRA

Hoje, vamos de dois grandes sucessos:
"Águas de Março" e "Alô, Alô, Marciano"




(3º LUGAR)

ÁGUAS DE MARÇO
DE TOM JOBIM



É pau, é pedra
É o fim do caminho
É um resto de toco
É um pouco sozinho
É um caco de vidro
É a vida, é o sol
É a noite, é a morte
É o laço, é o anzol
É peroba do campo
Nó da madeira
Caingá, candeia
É o matita-perê
É madeira de vento
Tombo da ribanceira
É o mistério profundo
É o queira não queira
É o vento ventando
É o fim da ladeira
É a viga, é o vão
Festa da cumeeira
É a chuva chovendo
É conversa, é ribeira das águas de março
É o fim da canseira,
É o pé, é o chão
É a mancha estradeira
Passarinho na mão
Pedra de atiradeira
Uma ave no céu
Uma ave no chão
É um regato, é uma fonte
É um pedaço de pão
É o fundo do poço
É o fim do caminho
No rosto, o desgosto
É um pouco sozinho
É o estrepe, é emprego
É uma ponta é um ponto
É um pingo pingando
É uma conta, é um conto
É um peixe, é um gesto
É uma prata brilhando
É a luz da manhã
É o tijolo chegando
É alinha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana
Estilhaços na estrada
É o projeto da casa
É o corpo na cama
É o carro enguiçado
É a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte
É um sapo, é uma rã
É um resto de mato na luz da manhã
São as águas de março
Fechando o verão
É a promessa de vida do teu coração
É pau, é pedra
É o fim do caminho
É um resto de toco
É um pouco sozinha
É uma cobra, é um pau
É João, é José
É o espinho na mão, é um corte no pé
São as águas de março
Fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte
É um sapo, é uma rã
É um belo horizonte, é uma febre terçã
São as águas de março
Fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco
É um pouco sozinho


(4º LUGAR)

ALÔ, ALÔ, MARCIANO
DE RITA LEE E ROBERTO CARVALHO




Alô, alô, marciano
Aqui quem fala é da Terra
Pra variar estamos em guerra
Você não imagina a loucura
O ser humano tá na maior fissura porque
Tá cada vez mais down the high society

Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down

Alô, alô, marciano
A crise tá virando zona
Cada um por si todo mundo na lona
E lá se foi a mordomia
Tem muito rei aí pedindo alforria porque
Tá cada vez mais down the high society

Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down

Alô, alô, marciano
A coisa tá ficando ruça
Muita patrulha, muita bagunça
O muro começou a pichar
Tem sempre um aiatolá pra atola, Alá
Tá cada vez mais down the high society

Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down

Alô, alô, marciano
Aqui quem fala é da Terra
Pra variar estamos em guerra
Você não imagina a loucura
O ser humano tá na maior fissura porque
Tá cada vez mais down the high society

Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society

Ui, gente fina é outra coisa, entende?
Down, down, down
High society
Down, down, down, down, down
High society

Hoje não se fazem mais countries como antigamente, não é?
High society, high society, high society, high society
Down, down, down
High society
Down, down, down, down down
High society

Ai que chique é o jazz, meu Deus
Down, down, down
High society
Down, down, down
Ah, Deus

***





Quem ouve Elis cantar, ainda que só pelas gravações que ela deixou, não tem como manter-se em desacordo com os que a consideram a melhor intérprete da Música Popular Brasileira. É como duvidar que Pelé seja o grande craque da bola, algo completamente fora de cogitação. Elis reuniu – e desenvolveu – todas as qualidades que fazem uma cantora marcar época. Senhora da técnica e dona de uma emoção irrefreável, exalava boa música por todos os poros. Com timbre vocal agradabilíssimo e afinação a toda prova, encarou de tudo. Não que fosse eclética, ainda que tenha aberto também esse flanco. Cantou samba, bolero, calipso, Bossa Nova, rock. Em cada gênero, firmava novas possibilidades de vocalização. E tinha uma força descomunal no palco. Ao vivo, arrebatava o público como uma Maria Callas. Costumava dizer que havia se apaixonado pelo som da própria voz. Ela e o Brasil, que não a deixaria marcar apenas a época em que vivera.

Elis continua sendo a maior referência para quem segue o ofício de cantar MPB, em um raro caso de reverência mítica – como Paganini para o violino ou Jimi Hendrix para a guitarra elétrica.

Essa devoção é alimentada não só pelos fãs da cantora, que são muitos, mas principalmente pelos compositores que ela gravou. Milton Nascimento afirma dedicar a Elis as canções que fez. Todas. Antenada aos talentos que emergiam enquanto a música popular era sacudida por festivais, protestos, Jovem Guarda, tropicália, Clube da Esquina e uma nova escola nordestina, Elis apostou em desconhecidos e fez com que se consagrassem nacionalmente. Venceu um festival cantando Edu Lobo (“Arrastão”), gravou o tropicalista Gilberto Gil, chamou a atenção para o mineiro Milton e sua turma de Belo Horizonte, lançou o cearense Belchior e imortalizou “Romaria” do paulista Renato Teixeira.

Enquanto estimulava jovens carreiras, jamais deu as costas para a tradição. Cantava Ataulfo Alves, João do Vale, Dorival Caymmi e Adoniran Barbosa. Cantou “Águas de Março” em dueto com Tom Jobim. Cantou o que era bom. E se não fosse, ficava.

Celso Masson
Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira