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Não
conheço Jorge Macedo pessoalmente (nos falamos muito pelo FB), mas tenho por
ele grande carinho. É do tipo sempre disposto a ajudar, jamais deixa de
incentivar as pessoas. Sou prova disso. Foi por meio dele, por exemplo, que
passei a colaborar semanalmente, há quase dois anos, com o Jornal da Besta Fubana, site editado pelo igualmente pernambucano Luiz
Berto, escritor e agitador cultural da melhor qualidade.
Numa
de suas postagens, Jorge traz um vídeo emocionante (veja link no rodapé) sobre Maguila. Reportagem de
Geraldo Luiz, da TV Record, nos revela a precariedade de seu estado de saúde. Vítima
do Mal de Alzheimer e demência pugilística, Maguila está internado em um
hospital há nove meses. É triste vê-lo assim. Emociona ouvi-lo dizer com voz
fraca e incerta, com os olhos vagos, que jamais deixará “de lutar” pela vida.
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Estive
com Maguila uma única vez, na Assembléia Legislativa de São Paulo. O PTB estava
numa campanha frenética para filiar novas pessoas. Ele estava lá para conversar
com Campos Machado, líder da bancada. O partido tinha interesse em lançá-lo
candidato a vereador. E eu lá estava porque o cunhado caçula também queria sair
candidato, mas por Santa Branca, um minúsculo município paulista situado no
Vale do Paraíba.
Ficamos
os três – Maguila, meu cunhado e eu – conversando na sala do chefe de gabinete,
que não dava conta de atender as pessoas que entravam e saiam da sala do
deputado. Duas passagens me marcaram:
1ª)
Quando soube que eu havia trabalhado como assessor de imprensa na Câmara
Municipal, Maguila quis saber como as coisas funcionavam. Lá pelas tantas, ele
me sai com esta: “Se for eleito, não vou fazer como o Éder Jofre (que era
vereador), não vou contratar nenhum irmão meu. Já sou burro, eles são mais
burros que eu. Não vou lá para fazer papelão.”
2ª)
Nesse meio tempo, um funcionário da lanchonete deixou um lanche e um copo de
suco sobre a mesa do chefe de gabinete, que continuava correndo de um lado para
outro. Eram seis da tarde. O rapaz ainda não tinha almoçado. Mas a fome bateu
em Maguila. Sem qualquer cerimônia, entornou o suco e comeu lanche. “Depois,
ele compra outro.”
Forte
feito touro, tinha a sinceridade e o coração de criança.
Obrigado,
Maguila, pela alegria que você nos deu – nos ringues e fora deles.
Um
beijo.