Seguidores

Mostrando postagens com marcador crônica. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador crônica. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 1 de março de 2011

O Rio de Janeiro continua lindo!


O Rio de Janeiro continua lindo nos seus 446 anos.
Quando Estácio de Sá chegou àquela baia não poderia nunca imaginar a cidade que estaria se projetando naquele lugar.
Era um primeiro de março de 1565 e, com certeza, fazia sol e a brisa quente soprava no seu rosto.
Que lugar maravilhoso para se colocar um calção e curtir uma prainha com lindas sereias de pele queimada! - deve ter dito aquele português de bigodes grandes,barrigudo, de chapéu enorme e encantado com as tetas grandes e durinhas das índias que riam daquela figura.
A natureza continua linda, apesar de bem modificada.
Os portugueses gostaram dessa terrinha e resolveram fazer morada por aqui, porque daria bons frutos. E deu.
Os brasileiros, que foram surgindo dessa mistura de raças, se espalharam, multiplicaram e deram origem a um povo chamado de carioca, que é orgulho desse país.
Mas, os índios, coitados, foram despejados porque não pagaram o alto preço cobrado para morar no que era deles.
E a vida continua.
Parabéns, meu Rio!

domingo, 30 de janeiro de 2011

Nem tudo está perdido


Nem tudo está perdido...
Atrás da minha casa passa um rio e atrás dele há um morro, que desabou bastante nestas chuvas, mas não causou vítimas, graças a Deus.
Nesses dias de intempéries, daqui da janela, da casa onde estou, passei muito tempo olhando para esse morro, observando os cachorros que moram ali, ou, com desculpas, talvez, para vigiá-lo com medo de ele cair. E um fato me chamou muito a atenção: a atitude desses animais.
No dia seguinte da tragédia, um deles caiu na ribanceira, achei que ele procurava um dos seus filhotes pela sua insistência em olhar o barro e as árvores caídas. Ela tentava subir o morro, mas não conseguia. Foram várias tentativas, até que me distraí e a perdi de vista. Desapareceu.
No outro dia, aliviada, vi que ela estava com dois filhotinhos branquinhos novamente lá em cima, dei graças a Deus e continuei a olhá-los. Então, vi que eram três: dois branquinhos e um pretinho. Cheguei à conclusão de que ela estava apenas sondando o local. E, a cada dia, novas surpresas: já eram quatro filhotes.
Os grandes latiam muito diante do barulho das máquinas ou de outro animal que tentava invadir seu espaço. Desciam e subiam o morro ao sinal de um barulho novo, enquanto os pequeninos ficavam lá em cima olhando tudo, obedientes à espera de um gesto da mãe.
Com isso, fui me distraindo e vendo o carinho, a proteção da mãe com os seus.
Agora, eles já desciam a trilha, que os homens fizeram, atrás dos maiores. Latiam também, não queriam mais ficar para trás. Já vieram até à rua, olharam e deitaram no meio fio sem receio de nada.
A vida continua e o pedaço é deles ainda.
Que exemplo pude tirar!

sábado, 9 de outubro de 2010

Caminho


Ontem fui assistir ao filme Comer, rezar, amar, baseado no Best Seller de Elizabeth Gilbert, cujo tema é a solidão de uma mulher. Alíás, muito comum hoje em dia. Está faltando amor no mercado nacional e internacional.

Liz, a protagonista do filme, vivida por Julia Roberts, uma escritora de sucesso, casada, mas não é feliz. Parte, então, em busca do auto-conhecimento para encontrar essa tal felicidade. Daí o nome do filme, pois ela quer desfrutar do prazer da gastronomia na Itália, quer descobrir o poder da oração na India e encontrar a sua paz interior em Bali. Todas nós, mulheres, temos um pouco de Liz.

Na Itália, entre amigos que conquistou, ela quer saber qual a sua palavra, todos têm a sua, mas ela ainda não a descobriu. Somente no final, ainda em Bali, ela descobriu que atravessando era a sua palavra e se decide pelo amor após descobri-la.

Para mim foi o ponto chave do filme. Me fez meditar e descobrir que palavra me emociona e me impulsiona para a vida. Que palavra, volta e meia, me envolve e mexe comigo?

Vivo caminhando entre pedras e espinhos, algumas vezes por entre flores. Caminhos apertados, sim, mas sempre olhando em frente, porque sei que chegarei ao final do caminho de pé e sorrindo. Vou tocando em frente, levando o meu sorriso porque já chorei demais.

Medite também e descubra qual é a palavra que impulsiona e anima sua vida.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

O principal



Devemos refletir sobre o que é principal em nossa vida. Os bens materiais ou espirituais? Claro, uma vida próspera, uma bela casa, um carro novo, viagens, luxo nos fascinam, mas não podemos nos esquecer da vida espiritual.
Nosso tempo nesse mundo não é para sempre, temos um prazo marcado, um calendário para ser cumprido. Podemos usufruir de todas as maravilhas a que temos direito, experimentar de tudo que nos aprouver, mas não podemos viver apenas disso.
Conta-nos uma lenda que uma mulher com uma criança no colo passou diante de uma caverna e ouviu uma voz que lhe dizia:
- Entre e pegue tudo o que desejar, mas não esqueça do principal. Você terá 8 minutos, depois disso a porta se fechará para sempre. Aproveite a sua oportunidade e não se esqueça do principal.
A mulher entrou e ficou fascinada com a riqueza. Pôs a criança no chão e começou a juntar tudo o que podia.
Esgotados os 8 minutos, a mulher carregada de ouro correu para fora da caverna e a porta logo se fechou. Foi aí que se lembrou da criança, já era tarde demais... Esquecera do principal.

Agimos muitas vezes assim. Esgotamos o nosso tempo com coisas supérfluas e deixamos nossa vida espiritual de lado. Pensamos muito na festa, nos fogos e esquecemos do dia que virá amanhã. Aí, não adianta chorar pelo leite derramado. Não haverá mais tempo.
Para concluir, senão entro por um caminho que não quero, as sábias palavras do Dalai-Lama:
"As boas qualidades humanas - honestidade, sinceridade e um bom coração - não podem ser compradas com dinheiro nem produzidas por máquinas ou mesmo através da mente. Nós chamamos isso de luz interior."
E, que tal lembrarmos disso no próximo domingo?

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Acorda, Brasil!



Você sabia que pagamos de impostos mais de um trilhão de reais por ano? Um absurdo, não?
Pois vamos lá às estatísticas.
Para se usar:
. o micro-ondas: 59%
. a torradeira: 48%
. a manteiga: 36%
. a calça jeans: 39%
. os sapatos: 36%
. o celular: 40%
. o MP3: 49%
. a pasta de couro: 42%
. um almoço num restaurante: 32%
. o sal da batata frita: 15%
. o refrigerante: 46%
. uma cerveja ou um vinho: 54,80%
. um uisque: 61,22%
. um analgésico para dor de cabeça: 33,87%
. uma escova de dente: 34%
. um lençol: 26,05%
. um colchão: 28,26%
. mais os outros impostos visíveis e abusivos...

A máxima de Marx permanece para nossos dias:
"As enormes quantias de dinheiro que passavam pelas mãos do Estado davam
oportunidades para fraudulentos contratos de fornecimento, corrupção, subornos,
malversações e ladroeiras de todo genero.''

Bem, pelo que vimos por aqui, até para dormir temos de pagar um bom preço. E, o pior, contribuir para que uma boa parte da população durma em berços esplêndidos, em lençóis de seda e tenha lindos sonhos. Enquanto, uma outra parte só tem pesadelos e continua dormindo.

Acorda, Brasil

sábado, 28 de agosto de 2010

Tem de mudar...



Já estou farta de tantas mentiras. Será que eles não se mancam?

Cheguei à terrivel conclusão: nada vai mudar na história desse país. Já observaram que todos os candidatos, que aí estão, prometem a mesma coisa: educação, saúde, segurança e saneamento básico? Eles não mudam de lição e, o pior, não fazem o dever de casa.

Engraçado, todos prometeram mudanças, inclusive o atual governo, mas não fizeram nada. Eu já tinha prometido, para mim mesma, que não falaria mais nesse assunto, mas quando ouço esse ti-ti-ti do horário gratuito, fico enfezada. Repetem a mesma ladainha, mas não vemos os milagres. Depois que chegam lá, passam a sofrer de amnésia aguda. Não sabem de nada, não ouviram falar, não conhecem mais o assunto. Vão viajar às nossas custas para relaxarem da campanha estressante!...

Os trabalhadores honestos dessa terra continuam sonhando com essas promessas miraculosas, inclusive eu, mas o tempo vai passando e nada disso acontece. Continuamos sem uma educação decente para os nossos filhos, sem hospitais públicos com atendimento digno, sem casa para morar, sem segurança e sem esperança. Até onde, meu Deus, chegaremos? O que fazer, então? Estamos num mato sem cachorro e a cachorrada está solta, literalmente. Bom, se correr o bicho pega, se ficar parado o bicho come. O jeito, espero eu, é votar no fantasma, no que não existe. Apertar o nulo e eliminar de vez com esses pinóquios que estão surgindo que nem praga.

Do jeito que está não dá mais para acreditar, tem de mudar...

sábado, 7 de agosto de 2010

Ontem, eu vi Clarice


Ontem eu vi Clarice, de pertinho, sim, era ela mesma. Ali,naquele palco, simplesmente era ela... Clarice Lispector, a minha doce e indecifrável Clarice. Seus cabelos sempre arrumados, elegantemente vestida, aliás, de um bom gosto danado, a voz macia, puxando no erre, sotaque estrangeiro, mas ela diz que tem a língua presa,rsrs... só ela tem esse direito, e eu acredito. Então, quando ela contou-me sobre o cego, ah, parecia que via também a minha frente todo o cenário do Rio de Janeiro dos anos 60!

Como é bom ler Clarice! Como é bom ver clarice! Como é bom ouvir Clarice! Seus insondáveis mistérios sobre a vida, viver é sempre um aprendizado. O amor no seu mais recôndito conceito, amar o outro, amar a si próprio, quem sabe dizer o quanto ama? Quem sabe sentir o verdadeiro amor? Quem o diz ou quem se cala? Sobre escrever, seu verdadeiro amor (concluo eu), esse é o seu maior prazer. Escrever para ela é buscar o que está escondido ou por trás daquilo que não se vê, ou não se quer ver. Como ela mesma disse para dizer é preciso ter coragem. Estou aprendendo com ela, é preciso ter um outro olhar, o segundo talvez, aquele que se penetra no mais íntimo de tudo. Ah, esse é o olhar, que não nos acostumamos a ter, a usar. Esse penetra, esse enxerga, esse vê o indizível, o milagre da vida.

Ouvir você, Clarice, fez-me sentir que não posso ter a terrível limitação de quem apenas vive, é preciso ter a liberdade de senti-la e de buscá-la.

A plateia em silêncio aguardava o momento exato para aplaudir de pé aquela que nos apresentou a estrela, que nos fez meditar por alguns minutos, que nos fez lembrar por que amamos tanto Clarice Lispector.
Em "Simplesmente eu, Clarice Lispector", vi a estrela brilhar mais uma vez.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Brisa outonal


A canícula se foi e o outono vem chegando devagar. Aliás, nunca se usou tanto essa palavra nesse verão. Canícula, o que é isso? Nunca tinha ouvido essa palavra! Pensei, a princípio, significar algo relacionado a cão, canil. Parece com clavícula, será que tem a ver com canibal? Ela rima com Calígula, com cutícula ou será vesícula? Resolvi pesquisar.
A explicação melhor que encontrei foi que está mesmo ligada à ideia de cão. Canícula era cadelinha, nome dado à estrela Sírius da constelação do Cão Maior, cuja representação era feita na forma de um cão furioso. Quando ela se apresentava coincidia com o grande calor de verão. Daí, canícula - grande calor atmosférico - literalmente: dias de cão.
Mas, voltando ao início deste assunto, desse verão escaldante, o melhor foi comer bastante salada, tomar sorvetes e nadar na praia. Foi um verão diferente: pés descalços, bermudas e camisetas, caminhadas à tardinha, muitos cuidados especiais com minhas plantas, que por sinal ficaram lindas, viagem a Vila Velha e até a Afonso Claudio.
Agora, o outono vem chegando bem de mansinho, ainda com um leve perfume quente no ar. Estação preferida! Traz-me nostalgia, lembranças da minha juventude lá em Cordeiro, ouvindo Roberto Carlos.
O chão bordado de folhas amareladas dá mais prazer ao meu caminhar, parece o tecido de um lindo vestido que gostava de usar nas tardes de um outono que já vai longe.
Respiro fundo, o cheiro de mato molhado sufoca as lágrimas que querem saltar, quantas saudades!
Outono, estação das lembranças, da cor dourada dos meus sonhos!
Seja bem vinda, brisa outonal! Vem refrescar minha alma abrasada, perfumar minhas tardes com seu odor de outrora que ainda trago guardado dentro de mim.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Aos sensatos





Certa vez me chamaram de sensata. O que é ser sensato?


Será que sensatez é uma qualidade de quem vê as coisas, que não deveriam ser vistas por outros, e não fala nada, não aponta e nem diz que viu?


Será que ser sensata é dar valor a pequenos fatos, enquanto que a maioria se preocupa com os grandes acontecimentos?


Ser sensato é não dar ouvido a mesquinharias, fofocas, disse-que-me-disse, maledicências ou coisas que só quem tem espírito de porco gosta de fazer?


Será, talvez, quem goste de pagar a quem deve ou, melhor ainda, não dever a ninguém e pagar à vista ou adiantado?


Ser sensato, poderá ser ainda aquele que não gosta de fugir na hora H, mas se for para o bem de todos, é melhor sair de fininho, assim à francesa?


Se, ser sensato é achar que já está na hora de terminar o assunto por hoje e deixar pra amanhã o que ainda falta dizer... então , posso ser chamado de sensato... e tchau


Ah, o sensato não esquece o guarda-chuva e nem o protetor solar...




domingo, 31 de janeiro de 2010

Pura magia



Descobri que tenho uma verdadeira paixão por contos de fada e histórias orientais. E, sei de onde vem tudo isso.




Na minha infância, gostava muito de ler essas histórias e de ouvi-las também, assim como aqueles causos contados pelos nossos pais e vizinhos, sentados nas cadeiras colocadas na calçada em frente das nossas casas. Ali, ficávamos ouvindo tudinho, com olhos arregalados, porque muitos eram assombrosos demais, pareciam reais, confesso que até tinha medo. Mas ficava fascinada querendo sempre ouvi-los no dia seguinte. Tornaram-se parte do meu arquivo e passei a contá-los, mais tarde, para os meus amigos da escola e depois para meus filhos.



Quando não tinha livro para ler, eram os almanaques que me encantavam. Distribuidos pelas farmácias, havia o Almanaque do Biotônico. Era fininho, tipo revista infantil, mas trazia muitas historinhas, adivinhações e receitas. Até a capa eu gostava! Que alegria era passar na farmácia e pegar um no balcão! Já, o Almanaque do Tico-Tico era diferente, mais grosso, mais recheado de novidades, mas esse eu não podia comprar, lia na casa da amiga Iza.



Então, quando eu vejo, hoje, esses personagens de filmes como A princesa e o sapo, os mangás das histórias em quadrinhos, agora apreciados pela minha netinha, sinto vontade de vestir a fantasia e entrar na história como se fosse a minha. Esse mundo mágico me atrai.



Fico pensando por que o mundo em que vivemos é tão diferente, tão real! Aí, me lembro de que nesses contos também existem lobos maus e bandidos. Só que são poucos e morrem no final da história. Os que vencem sempre são os mocinhos, os príncipes e as princesas. Essa é a diferença: aqui, há mais lobo mau e nós somos os vencidos. Que pena!
Acho que me mudarei para o Oriente. A vida, do lado de cá, está muito real, sem o fantástico que tanto me atrai. Buscarei a pura magia das histórias de Ali Babá, mesmo com os quarenta ladrões (que é um número bem pequeno diante do nosso), o mundo sonhado por Mahatma Gandhi, o idealismo de Luther King e o caminho e a verdade de Jesus Cristo.
Serei muito feliz, com certeza...

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

É tempo de panetone

Hoje, não colocarei nenhuma imagem no meu texto em prol ao que foi dito que imagem não fala por si, mesmo diante dos fatos absurdos e vergonhosos que estão aí testificando a sujeira, a corrupcção e a mentira que assolam nosso país.
Duas figuraças caíram no gosto popular, no meu principalmente. Um é o Haroldo, jeitinho carioca, malandro cheio de gírias, copiou? Copiei. O outro é o Pedro,"mineirim disconfiado" lá dos sertões das Gerais, pensa bem antes de falar e diz o que pensa, assim meio devagar com conhecimento de causa. É o meu preferido. Adoro seu jeitinho caipira, deve ser por causa das minhas raízes, meu avô era mineiro, uai!
Os cariocas são mestres para criar piadas, deu na mídia eles já estão inventando, mas as piadas dos mineirinhos são causos, histórias passadas de pai para filho, conversa vai conversa vem e acabam virando folclore.
Mas falando nisso, piada mesmo é o que estão fazendo com nosso dinheiro. Pagamos um alto preço para possuirmos bons hospitais, porém o que temos: filas enormes,péssimo atendimento, médicos que não existem ou nunca estão em seus postos, gente sofrida esperando ou morrendo por falta de vagas. Pagamos um bom preço por escolas de qualidades, no entanto o que encontramos: espaços repletos de alunos e poucos professores que não suportam mais o salariozinho e vivem à cata de outros bicos.
Pagamos grandes impostos para termos energia suficiente, cidades limpas, trânsito tranquilo e moderno, alimentos fresquinhos e acessíveis, enfim uma vida boa e agradável, entretanto enfrentamos apagão, lixo, alimentação cara e violência. Uai, e para onde vai o nosso dinheiro, o dinheiro público desse país?
Haroldo disse que não sabe, Pedro nem desconfia mas arriscou: "Uai, num sei não seu danado, agora ocê me pegou, uai!" Mas eu sei, eu vi e vou contar pra você. O dinheiro público está indo para as cuecas, para as meias, para os bolsos, para as bolsas, para as malas dos governantes mal intencionados, corruptos que nós mesmo escolhemos, não é triste?
Não há o que contestar, está muito claro e evidente, as imagens são deprimentes e escandalosas. Estão roubando o nosso dinheiro cinicamente e vergonhosamente e só o presidente não vê, não sabe.
Diante de tantas roubalheiras, hipocrisias e mentiras nunca antes vistas nesse país, só nos resta pensar mais como o mineirim antes de votar em 2010.
E, preste atenção, povo brasileiro, em vez de pizza vamos comer panetone!!!

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Ando devagar






















"Ando devagar porque já tive pressa", mas levo comigo, sempre esse sorriso, porque já chorei bastante. Chorei, não somente derramando lágrimas, mas chorei por dentro, senti profundamente ao ver tantas injustiças, de passar por situações desagradáveis, de ver o ser humano se aproveitando das desgraças alheias, das invejas, do ódio e das humilhações. No meu canto, calada, observei como as pessoas agem, acredito eu às vezes até inconscientemente, ultrapassando os direitos de ir e vir sem medir consequências, apenas pelo bel-prazer ou para dizer para si mesmo e para os outros que é o melhor. Quanta ilusão, se a vida é para ser vivida da melhor maneira possível, cada um do seu jeito ou da sua maneira com a parte que lhe couber!Cabe a nós, sim, multiplicar ou dividir, somar ou diminuir de acordo com nossos dons, nossa criatividade, sem entrar no terreno do vizinho e furtar as laranjas do seu pomar porque são mais doces do que as nossas.
Ando devagar, sim, mas consigo chegar ao alvo. E meu alvo é muito simples: é ser feliz. E ser feliz é muito caro às vezes, nem sempre conseguimos pagar o preço de tamanha felicidade. No entanto, não é louvável usurpar dos outros ou invejar ao ponto de destruir. Costumo dizer que não podemos desistir facilmente dos nossos sonhos, mesmo quando são grandes as barreiras ou quando não acontecem no momento exato que esperamos. Um dia, com certeza, vão chegar e aí nossa felicidade será alcançada.
Ter pressa nem sempre é uma boa, já dizia minha mãe que o apressado come cru e nem espera a sobremesa. É uma atitude dos mais jovens que desejam mostrar vitalidade e terminar mais cedo para passar para próxima, mas não sai perfeito muitas das vezes, e há de se fazer de novo. É, eu também já fui apressadinha, hoje penso mais antes de fazer e se não der agora fica pra depois.
Agora, o sorriso é fundamental, não é preciso gargalhar, o que é bem gostoso, mas sorrir faz bem para a alma e principalmente para o corpo. O sorriso é a maquiagem perfeita para toda mulher. Nem precisa de batom, rímel ou cílios postiços, o sorriso formoseia o olhar e o espírito. A pele brilha, não há quem não observe e admire! Chama para ver. A beleza salta aos olhos, contagia.
Isso tudo para mim é ser feliz... então pra que correr?

sábado, 31 de outubro de 2009

No meio do caminho...




No meio do caminho tinha uma pedra...é um banco, e nele está sentado um poeta olhando a simplicidade do mundo que se movimenta à sua frente. Seus olhinhos miúdos, atentos a tudo,ainda conservam aquele quê de poesia e mistério. Seus pensamentos ainda trabalham procurando as palavras, sim,porque as palavras do poeta não morrem, se eternizam. Ele não luta com as palavras, lutar pra quê, se essa luta é vã e se elas brotam como relva fina e macia na mente do poeta? Brincar, sim, isso ele brinca e muito , ele joga com as palavras, cria novas, inventa e reinventa, enriquece-as e as torna mais belas do que já são.
Quando contemplo teu rosto
este amor a contragosto
fermenta de ácido mosto
e no meu rosto de couro
no meu cavername rouco
um dó de mim, um a-gosto
me punge, queima de agosto.
Tinha uma pedra no meio do caminho... mas essa pedra não impedia a passagem de ninguém, pelo contrário, todos que passam por ali admiram e lembram de suas poesias e com elas um pouco de suas vidas. Seus poemas falam de amor, de vida, de infância, de simplicidade pura.
Que pode uma criatura senão
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar,desamar,amar?
sempre, e até de olhos vidrados amar?
Tinha uma pedra... uma pedra no sapato incomoda, é preciso retirá-la. Mas essa pedra não incomoda, não preciso removê-la, basta sentar ao seu lado e sorver um pouco de sua magia , sua poesia. Há aqueles que não se contentam com pouco e levam um pedacinho para casa ou até os óculos do poeta. Que pena!
Casa entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar.
Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar... as janelas olham.
Eta vida besta, meu Deus.
No meio do caminho tinha uma pedra... pare, contemple, deixe-a onde está. Cante parabéns para o poeta, hoje ele completaria 107 anos de simplicidade.
E agora, José?
a festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu.

domingo, 18 de outubro de 2009

Todo dia ela faz tudo sempre igual.










Todo dia ela faz tudo sempre igual: levanta às seis horas da manhã, agora no horário de verão não sei como ficará, prepara o café para o maridão, rega as flores da janela, agradece a Deus pelo belo dia ( com chuva ou com sol), leva-o depois até o portão e despedem-se com um beijo com sabor de café.



Assim que ele sai, ela liga a tevê para assistir ao programa preferido e aproveita para fazer alongamentos. Não quer saber de compromissos, relatórios, planejamentos, provas, chefes, ordens...nada disso mais na sua vida, chega de hora marcada! Agora é tudo muito light, uma paradinha aqui outra ali, obrigações e corre-corre nunca mais! Hora marcada mesmo só com novelas. É novela da tarde, das seis, das sete e das oito, tornou-se uma noveleira sem igual. Chora por Serena, ri com o Chico, torce pela Helena. Eta vida boa, meu Deus!



Aí, vem o almoço, é hora de preparar a comidinha. Procura daqui e dali um cardápio apropriado para o dia, diferente, quer agradar... sair do arroz com feijão. Descasca legumes, prepara saladas, faz sucos coloridos, inventa e tenta... só a sobremesa que deixa para o fim de semana, é para não engordar. Ih, a pia está cheia de louças, "por que essa gente come tanto!", pensa ...mas não pára.

Coloca roupa na máquina, atende o telefone, alguém toca a campanhia, corre vai ver quem é - é a vizinha. Não se apressa... mas sente um cheiro estranho...de queimado...é o arroz... Já era.


Assim, Maria vai tocando em frente desde que resolveu pendurar as chuteiras no seu trabalho. Os pessimistas diziam que ela ia ficar depressiva sem ter o que fazer, sentiria muitas saudades. Os otimistas, que não teria tempo para nada, tantas seriam as novidades. Ela não quis nem saber, concordava com uns e sorria para outros.


O que, realmente,estava programado era sair pelas ruas sem lenço, mas com documentos, olhar as vitrines, comprar roupas novas, tomar sorvete, comer brownie, ir ao cinema, viajar por aí, conhecer gente nova, visitar parentes, sair às sextas-feiras para jantar fora, bater papo com amigas que não via há séculos, lembrar dos tempos bons da Faculdade e dos amigos ... e dos risos.


Mas não foi bem assim, Maria conheceu a rotina, companheira cretina que se aproximou de mansinho, sem fazer alardes. Chegou com ares de visita e foi se instalando na sua casa, na sua vida...


Pensando bem, acho que ela está feliz, já se acostumou com essa vidinha, é melhor não falar nada e deixar tudo como está. Ah, ia esquecendo... à noitinha, ela prepara o jantar, lava as louças novamente e vai feliz para o seu ninho de amor. Bom, aí eu não tenho esse direito de contar o que rola. Só sei que toda noite ela faz tudo quase sempre igual.





sexta-feira, 9 de outubro de 2009

"Eu passarinho..."







Todos estes que aí estão


Atravancando o meu caminho


Eles passarão, eu passarinho.











Eu amo esse velhinho, com todo respeito, amo suas poesias, amo suas prosas, amo seu jeito de ser. Como gostaria de ter conhecido pessoalmente esse gaúcho de Alegrete do Rio Grande do Sul!

Mas contento-me com suas prosices e sua poesia porque como ele mesmo diz - " minha vida está nos meus poemas, meus poemas são eu mesmo."

Ele diz que é caladão e introspectivo.Ah, meu querido Quintana, como diz coisas belas e sensíveis nesse seu silêncio! Quanta ternura nesse seu olhar... quanto mistério!

Você nasceu para voar, realmente é um pássaro, um passarinho... que pousou para aqueles que nunca tiveram o prazer de conhecê-lo... mas continua voando e cantando para nós que o amamos.
Você disse que "no cemitério não fica nada, o que fica é aquilo que recordam de ti." Com certeza no seu túmulo está escrito: EU NÃO ESTOU AQUI. Seu epitáfio ideal, criado por ele mesmo.
Sua vida é cheia de lições, quem não leu deveria ler um pouco para conhecer um dos maiores poetas brasileiros.
Olha que lição!
A vida é um dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas: há tempo...
Quando se vê, já é 6ª feira...
Quando se vê, passaram 60 anos!
Agora, é tarde demais para ser reprovado...
E se me dessem - um dia - uma outra
oportunidade,
eu nem olhava o relógio
seguia sempre em frente...
E, parafraseando Bandeira, dedico-lhe:
Meu Quintana,
os teus cantares não são cantares
- são quintanares - que jamais serão esquecidos
mas eternamente lembrados.


















domingo, 23 de agosto de 2009

Eu fico...tu ficas...nós ficamos...esperando a banda passar.



E a história se repete...
Ouvimos essa frase, há muitos anos atrás, de um príncipe:...diga ao povo que fico. O príncipe ficou, (afinal era para o bem geral e a felicidade da nação) se casou, teve filhos, mas continuou tudo como estava nessa terra de riquezas varonis. A história acabou, quem quiser que conte outra.
Essa frase ecoou, por muito tempo em nossos ouvidos, como um dia de vitória para o povo sofrido, enganado, roubado, explorado, como se fosse a sua tábua de salvação. Será?
Aprendemos que sim, pelas linhas da História contadas para nós nos bancos escolares.Lendo e acreditando nesse dia que ficou, caminhamos com a história esperando por um herói de verdade saído das entranhas do povo brasileiro, moldado com nosso barro pelas mãos calejadas de algum oleiro do norte ou do sul desse país e que nos libertaria desse engano imoral. Engano, sim, pois somos enganados todos os dias. Somos enganados com promessas, palavras e beijinhos antes das eleições. Depois, com atos e atitudes vergonhosas. Somos roubados com taxas e impostos (imposto e desviado, sabe-se lá para onde!). Somos envergonhados com baixarias, corrupções e extorsões e ninguém nada vê e nem sabe. Enfim, estamos vivendo uma decepção só, uma falta de vergonha, de ética e de decência como nunca vistos nessa nação.
Estamos lendo histórias de fada na vida real com castelos exuberantes, bruxos e lobo mau. Os príncipes, quando não são narigudos que nem Pinóquio, não passam de sapos feios que se arrastam pelo paço com os bolsos e as panças cheias.
Enquanto isso, o povo sofrido continua o mesmo: sem educação, sem saúde, sem moradia, sem esperanças. E ainda ouvimos do sapo-mor que nunca na história desse país se viu coisa igual. Assim temos que dizer: Hare baba! Ninguém merece.
Chega de tantas mentiras, chega de tanta hipocrisia! Estamos indignados com tantas indecisões e decisões tomadas na calada da noite, sob os ruídos e chiados de ratos e camundongos, em prol apenas de alguns desses roedores.
Ah! nobre senador, agora vem o senhor com mais essa lorota nos lembrar, outra vez, dessa data! Aliás, essa frase lhe coube muito bem, vale a pena ver de novo, mas assim um pouco ajeitada: para a felicidade geral da banda podre dessa nação, diga ao povo que fico e daqui não sairei nem tão cedo. Muito feio o seu dia do fico! Fala sério, pelo menos uma vez!
Muito triste para nós brasileiros esse dia, porque vamos às urnas acreditando em homens de verdade, não em amebas, anuros ou roedores. Sou mais o chimpanzé Xico da novela.
Como disse o Cazuza: Brasil, mostra a tua cara...

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

a carta


Recebi sua carta. Ah! que carta aquela! Só de pegá-la minhas mãos tremeram, meu corpo gelou. Que será que você escreveu para mim? Veio-me um pensamento cruel que tirou aquele sorriso sem graça do meu rosto e espantou a paz vestida de esperança que vivia comigo momentos atrás.
Lembrei-me daquele último dia: juntos e abraçados no meio daquela multidão, pois havia uma festa na cidadezinha onde morávamos, trocávamos palavras carinhosas e esperançosas. Naquela tarde, antes de decidir que viria embora, você se aproximou, pegou minha mão e saímos passeando e conversando como velhos namorados. Eram muitos assuntos para colocarmos em dia. A conversa foi longa, os abraços rápidos. O assunto solto, meio que perdido, as mãos apertadas com medo de se perderem outra vez. Sentíamos essa necessidade de ficarmos assim por um bom tempo, um sentindo o calor do outro através das mãos que não se soltavam. Até que chegou a hora de nos despedirmos, mas com a promessa de que nos veríamos brevemente, ou de nos falarmos, certamente através de uma carta.
Oh! Meu Deus, parece que foi ontem! Os bois e cavalos ainda estão ali desfilando para um grande público... o friozinho de junho... aquelas tardes que não terminam enquanto a noite não chega e as empurram para o outro lado do mundo... Está tudo ali, tudinho nos meus pensamentos.
Hoje, todas essas imagens passam rapidamente pela minha memória, porque justamente hoje, mês de junho, acabo de receber o carteiro que vem me entregar várias cartas. Não há entre elas nenhuma sua, claro! Procurei por procurar, hábito antigo...
O carteiro sorriu, me desejou um bom-dia. Agradeci, segurei-as entre as mãos, tentei esconder meus pensamentos.
Guardo novamente, bem no fundo da minha alma, a lembrança daquela carta que me trazia um simples adeus e todos os sonhos que um dia sonhei com você.

sábado, 15 de agosto de 2009

A MULHER QUE MATOU OS PEIXES APRESENTOU-ME CLARICE.


A primeira vez que li Clarice foi para sempre. Pensei - é a minha favorita. A mulher que matou os peixes era um livro simples e pequeno, dedicado ao universo infantil, mas cheio de sensibilidade e sentimentos, tanto com as pessoas quanto com os animais. Tenho vontade de relê-lo.
Dizem que para ler Clarice é preciso ser Clarice. Mas, digo eu, não temos todos um pouco dela dentro de nós? Trazemos escondidos muitos sentimentos e emoções que não queremos revelar de uma só vez ou de qualquer maneira. Criamos personagens indizíveis, vivemos situações inesperadas, trocamos as tarefas rotineiras por outras que nem conhecemos. Para ela,escrever era encontrar o que havia "atrás de detrás do pensamento"e o que devia mesmo ser dito, o verdadeiro e real não era possível dizer. Como ela diz, ainda, "Tem gente que cose pra fora, eu coso pra dentro". A realidade da vida nem sempre está no exterior, precisamos olhar para dentro de nós mesmos e descobrir o que queremos realmente, quais as nossas verdades que transformamos em pedras e vão alicerçando as paredes que construimos no dia-a-dia.
Ler Clarice é olhar diferente, reconhecer o que se deve dizer, buscar o verdadeiro e o profundo que tecemos no mais profundo do nosso íntimo. Suas palavras, quando analisamos sob esse olhar, se revelam como uma essência simplesmente divinal que nos remetem a um universo infinitamente revelador e que não precisam ser ditas, mas sentidas...absorvidas.
Naquela época, eu não compreendia seu estilo intimista, mas alguma coisa de inexplicável eu li naquela mulher, dona de casa, mãe de filhos, amante de animais, que me transportou para dentro daquela família. É como se eu fizesse parte também daquela história.
A primeira vez que li Clarice... me apaixonei.
São pérolas de Clarice Lispector:
.Beleza não tem idade. A mulher inteligente sabe disso.
.Mulher sem caprichos fica triste.
.Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é possível de ter sentido. Eu não quero a verdade inventada.
.Escrever é tantas vezes lembrar-se do que nunca existiu.
.Será preciso coragem para fazer o que vou fazer:dizer. E me arriscar à enorme surpresa que sentirei com a pobreza da coisa dita.
.Cada vez mais eu escrevo com menos palavras. Meu livro melhor acontecerá quando eu de todo não escrever.
.Se eu me confirmar e me considerar verdadeira, estarei perdida porque não saberei onde engastar meu novo modo de ser - se eu for adiante nas minhas visões fragmentárias, o mundo inteiro terá que se transformar para eu caber nele.
.O que eu era antes não me era bom. Mas era desse não-bom que eu havia organizado o melhor: a esperança.
.Eu não tenho enredo de vida? Sou inopinadamente fragmentária. Sou aos poucos. Minha história é viver.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

LIBERDADE, ONDE ANDAS?





















Li nos jornais, há um mês atrás, precisamente no dia 14 de julho, sobre a festa da Bastilha na França. Lembrei-me da famosa frase da revolução:" Igualdade, Liberdade e Fraternidade", não me importa a ordem. O fato é que imagens de reis, rainhas, castelos, casebres, campos e prisões desfilaram na minha mente , mexeram com minhas emoções. Rapidamente apaguei-as. Afinal, já aconteceu há tanto tempo! O que tem a ver com o tempo de agora?
Outra vez, dias depois, uma notícia despertou a história que parecia esquecida no meu arquivo sobrecarregado e cansado. Era o aniversário de 91 anos de Nelson Mandela, símbolo real na luta pela liberdade da África do Sul, o fim do apartheid, que quer dizer vida separada. Ao lutar por essa liberdade, por estranhezas do destino, tornou-se um prisioneiro. A revolução, agora, era de negros que lutavam pelos mesmos direitos de igualdade, liberdade e fraternidade entre os irmãos. Ironias do destino. O herói Mandela, depois de anos na prisão, veio a ser o presidente de todos. Suas palavras são pérolas que cintilam em nossos ideais ainda hoje.
Liberdade, igualdade e fraternidade, três palavras que rimam e se entrelaçam, não consigo vê-las separadas. Não consigo ver um país que não convive com elas. Não consigo viver entre pessoas que não fazem uso delas. No entanto, a liberdade ainda que tardia não está vingando nesse país. A festa da liberdade, o sonho da igualdade não estão acontecendo no meio do povo, nas ruas e nas calçadas.
Novamente, ao abrir os jornais, procuro por notícias dela ou dos homens que dizem, por aí, estão trazendo liberdade para nosso país. O homens que dizem estar preocupados ou ocupados com a justiça, a honra e o progresso. Mas, o que estamos lendo e vendo é o aumento da desigualdade e da pobreza. Cresce o número da criminalidade e da corrupção. As doenças surgem com estalar dos dedos. E eles não estão nem aí para nossa opinião ou nossas súplicas.
Onde está a tão sonhada liberdade de cada brasileiro ver seu país justo e igual na fila de um hospital ou na escola de seu filho?
Onde está a liberdade na hora de prestar contas dos serviços públicos do povo para o povo, e do cumprimento das leis para todos?
Os mesmos sonhos que sonharam os franceses ou os africanos, nós também sonhamos. E cadê?
E para onde foram essa tal de liberdade, de igualdade e fraternidade?... não importa a ordem.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

As violetas ainda são azuis


As violetas ainda são as mesmas na janela. A casinha branca, de janelas azuis, desponta no final do caminho.

Mariana, todos os dias, chega à janela esperando o correio passar. Pontualmente, à tardinha, ele passa, mas não pára.

Filha do seu Joaquim, dono da melhor quitanda do lugar, aprendera a soletrar com o pai, ainda menina, as primeiras palavras que via na loja. Era muito esperta, inteligente, gostava de ler. Lia tudo que passava por ali: jornais, revistas, livros. Era o seu maior prazer.

Casou-se, bem novinha, com um moço elegante que chegou à região vendendo livros - sua paixão. Sabia falar tão bem que logo, logo a cativou. Namoraram, noivaram e bem depressa veio o casório. Foram morar na casinha branca, no final da rua, que pertencia ao seu pai.
Sua vida era amar o moço e ler os seus livros. Eram tantos! Quanta felicidade!
O tempo foi passando, até que um dia...triste dia aquele! O moço teve que ir à capital comprar mais livros. O estoque estava no fim.
Mariana arranjou outra paixão enquanto esperava - cultivar violetas. As cores, o perfume das flores, a singeleza das pétalas foram cativando a menina-mulher. Sentia-se protegida. Pensava menos...sofria menos.
Naquela tarde, ela escutou o carteiro gritar seu nome. Correu ao seu encontro rindo toda feliz.
Havia uma carta. Ali mesmo abriu e leu, devorando uma a uma , cada palavra escrita no papel.
Seu moço elegante, homem culto, sincero nas declarações de amor, não voltaria mais. Cansara da vida simples do campo. Arrumou uma nova esposa - a dona de uma livraria da cidade.
Para Mariana restaram as violetas azuis e os velhos livros lidos e relidos.