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segunda-feira, 28 de maio de 2012

RESPIRANDO POESIA NA 4a MOSTRA BRASIL

A oficina é o encontro
De rima, cheiro e sotaque
Vem gente de todo canto
Trazendo cultura e arte.

Só cabe povo risonho
Nesse encontro de emoção
O tema em si vai ser sonho
Mas o mote é criação.

E vai ter gente paulista
Ministrando a oficina
Junto com pernambucana
Brincando e fazendo rima.


Mas quem for participante
Vai construir poesia
Vai fazer que cada instante
Se torne pura magia.


Se quiser participar
Basta só se inscrever
Depois é só aguardar
Pro resultado saber.

A chamada para a oficina já dava uma palha do que vinha inspirar.
Cabeça repleta de ideias, coração a mil e o mundo chamando lá fora: assim os jovens participantes da Oficina de Poesia colocaram no papel aquilo que, naquele momento, pulsava dentro deles.
Vida, amor, arte, sonho...tudo isso e muito mais passou pelas canetas dos jovens poetas, tudo vindo diretamente do coração.

Em meio a tantas manifestações artísticas que iluminaram o domingo da Ocupação Cultural na Praça Tiradentes, compartilhamos aqui com vocês o resultado da Oficina de Poesia ministrada por Elizandra Souza e Valéria Fagundes durante a 4a Mostra Brasil!

Elizandra e Valeria curtindo a Ocupação Cultural depois da oficina.

QUERIA EU...


Queria eu...
Ter o dom de mudar tudo!
Talvez, trocar tudo o que não convêm...
Dizer a todos que tudo esta errado...

Queria eu...
Olhar para o céu
Ficar pensando durante 5 minutos e já saber o que fazer.

Vejo que...
Não farei nada...
O porquê?
Sozinha não posso nada....
Com alguém já posso começar....
Ah,queria eu...

Por Maria Aline Silva Martin, 16 anos
Integrante da Orquestra Popular TUHU

  
OSA

Eu sou a OSA
Orquestra Santo Antônio
Ousar,tocar, transformar
Sei que vou chegar.

Chegar nas ruas
Nas praças, nos teatros
Chamar as crianças
Venham todos aqui!
Tem lugar!

Terminar o teatro
Inserir todas as artes
Dança,balé, todos os ritmos
Porque afinal de contas
Tudo isso faz parte de nós

Criar uma grande orquestra
Com todos os instrumentos
Com todas as vozes
Gritando no mesmo ritmo:
A mesma canção.

Por Maria Valdete
Integrante da Orquestra Santo Antonio do Coeté - BA


SONHOS

Tocar, viver, transformar, inovar,
Tudo isso é o viver ao chegar
É o presente, é o tempo
O vento ao sonho carregar
O objetivo que se alcança
Mas com isso tudo não se para de sonhar;

Por Giovane Rafael Pereira, 13 anos
Integrante do Guaçaton – Cotia – SP
  

MUNDO DIVERSIFICADO

Não fique preso em que se tem
Mude, transforme...
Traga algo novo
E mostre o que se pode ter de diferente

Veja as diversas culturas
Que aqui estão presente
Os diferentes estilos,
Palavrados e sentimentos
Tenhamos um mundo diversificado!

Por Raquel Sant’Ana, 15 anos
Integrante do Guaçaton – Cotia - SP


 AMORE

Amor, aquele que nos faz sonhar
Que nos faz querer estar juntos
A todo momento.

Aquele que nos faz dar
Carinho toda hora,
Querer fazer a pessoa amada
Ser feliz.

Pra mim,
o amor é você!

Por Luana C. Costa, 16 anos
Integrante do Núcleo de Artes Cênicas Sebastian


JOVENS, ARTISTAS, AMIGOS

Amizade, é um sonho
nem todos têm,
nem todos sabem dar

Arte, é um sonho
Que todo artista sonha
Mas só o têm, quem o conquista

Jovens artistas
Jovens amigos
Ensinando o Brasil
Com a nossa arte

Por Clara Njambela, 14 anos
Integrante do Núcleo de Artes Cênicas Sebastian

  
O CLÁSSICO

O clássico não é algo chato
É algo lindo
Como café com leite
Na mesa do brasileiro
É algo de tradição.
Então porque rejeita-lo?
Vamos abraça-lo,
degusta-lo,
visualiza-lo.
E assim torna-lo em algo apreciado.
Como café com leite.

Por Vanessa C. da Silva, 16 anos
Integrante do Núcleo de Artes Cênicas Sebastian


  
Minha alegria, minha emoção
Minha magia, meu coração
Meu sonho mais puro, minha visão

Meu templo, minha religião
Meu estado de espírito, minha proteção
Meu sorriso sincero, minha paixão
A mulher da minha vida, minha razão


Por Anna Roberta da Silva, 19 anos
Integrante do TUHU


Meu sonho tem alguns sons
Bem definidos, sonhos graves e agudos
Com convenções e fade outs
Meu sonho pode ter dois minutos
Ou caber num belo long play
Meu sonho é fazer sentir
É um sonho de fazer aparecer
É um sonho de arrepiar o corpo
É um sonho de estremecer.
Sonho bom, sonho tom, sonho som
Aquele acorde dissonante quer crê
Num sentimento que a música
Que quando sonhada causa em você.

Por Pedro Amparo
Integrante da Cia Cirandeira
  

LÁBIOS

Enquanto seus lábios forem vermelhos.
Irmã, brinque de se esconder de mim
Deixe seu cabelo solto ao vento e esconda-se de mim
Deixe minhas mãos acariciar seu rosto
Corra de ti.
Faça tudo, e que tudo seja comigo
Enquanto seus lábios estiverem vermelhos.
Até o sol cair.

Por Wesley Cândido, 17 anos
Integrante do EDISCA – Fortaleza - CE

E como não poderia ser diferente, durante a oficina as poetisas também criaram seus poemas  que foram apresentados na noite da Mistura de Linguagens na 4a Mostra Brasil.

Elizandra durante ensaio técnico no Teatro Carlos Gomes

Ore Kuera - Todos nós (guarani)


Somos fio da mesma trança
Trazemos amor e esperança
Estrelas do amanhã
Somos nós do mesmo bambu
Palha da mesma corda
Batucadeiros do mesmo show

Somos orquestra do mesmo palco
Queremos arte no nosso prato
Sopros dos mesmos passos
Matérias da mesma rima
Somos djs da mesma festa
Personagens da mesma história

Por Elizandra Souza (SP)



Quando essa noite acabar, o nosso show continua
porque a nossa vida é arte e o nosso palco é a rua.
O rap volta pra casa, pra escola, pra favela,
e até na língua tupi esse som se prolifera.
Desfilaram nessa mostra bambu, cavalo marinho,
Orquestra, rabeca e dança, malabares e passinho.
Nos chamam de alegristas, brincantes da juventude,
E a gente recria a arte fazendo que o mundo mude.
Quando essa luz se apagar, se acende a luz que há em nós,
e em cada canto do mundo vão ouvir a nossa voa.
No país, de canto a canto, de Mato Grosso ao Sertão,
a gente segue viagem cumprindo nossa missão.

Por Valéria Fagundes (PE)

Matéria e Fotos: Vanessa Machado

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Participação especial de VALÉRIA FAGUNDES na 4a Mostra Brasil!

Foto: Erick Garcia

Pernambucana, natural de Manari, cidade que em 2005 recebeu destaque por ter sido considerada pela ONU a cidade mais pobre do Brasil. Personagem conhecida através do filme “Pro Dia Nascer Feliz”, do diretor João Jardim, Valéria atua desde os 14 anos em projetos e mobilização social, e aos 16, recebeu da câmara de vereadores de Manari o prêmio Estrela da Juventude. Usa a poesia, que sempre esteve presente em sua vida, como instrumento de reivindicação social. Hoje, aos 23 anos, mora em Recife e estuda jornalismo e está dirigindo um documentário sobre a história da sua cidade natal.


 VALÉRIA FAGUNDES vai fazer uma participação especial na noite da Mistura de Linguagens, dia 24/05, durante a 4a Mostra Brasil.

A direção artística da noite é de Karen Acioly

A apresentação será no Teatro Municipal Carlos Gomes - Praça Tiradentes, Centro do Rio às 19:30hs.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Sou seu H.I.V. - texto de Mjiba

Redatora da Agenda Cultural da Periferia, Elizandra Souza - Mjiba, levou o texto de sua autoria "Sou seu H.I.V." para o 9° encontro do Intercâmbios JuventudeArte.


Sou seu H.I.V.
(Elizandra Souza - Mjiba)

Divirta-se!
No seu momento de distração,
Transcendência, gozo e alucinação.
Sutilmente penetro na sua fortaleza
Injeto meu vírus. Aí, que beleza!
Demoro um tempo para ser percebida
Quando perceber já estou acabando com a sua vida
Vou acabando com sua imunidade
Como corda vou amarrando seus braços
Deixando-te sem mobilidade
Seus glóbulos  vou matando sem piedade
Sou poeta destruidora de alienação
Saudando minha ancestralidade
Combatente, militante contra a padronização.
Onde diz que só a loira é bonita
E que o feio está em mim
Enganou-se, pois, sou descendente de Zumbi
Resistente que nem Anastácia
Liderança feminina feita a Dandara
Posso organizar um esquadrão
De talentos marginalizados assim como Luiza Mahin
Na revolta do Malês linha de frente
Posso me incorporar com marinheiro
Dominando as náuticas João Cândido guerreiro
Ainda continuamos nos porões
Lixo, esgoto, escravidão e senzala
São heranças que nos foram deixadas
Iguais a mim existem vários na missão
Organizando-se, se armando de informação.
Para vocês somos algo negativo
Como o vírus do HIV no organismo
Cada dia mais vamos nos fortificando e se proliferando
Somos veneno e não temos antídoto
Espalharemos a destruição
Destruiremos essa herança escravocrata
Estrutura capitalista, racista, exploradora, deturpada.
Ah! Se achar que acabou se prepare.
Pois agora irá ouvir o que nos tem fortificado
Foi o seqüestro que me trouxe a esse continente
A condição desumana que fui transportada junto aos dejetos
Os estupros como se eu fosse um animal
Os ferrões no meu corpo simbolizando que agora eu era seu objeto
Seu brinquedo vivo de certo
Sou nascida de sangue, suor, lágrimas
Acuada, desprotegida como rato na frente de um gato
Minha religião foi amaldiçoada, e a sua dizia que eu não tinha alma
Dominaram minha língua e impuseram a de vocês
Como se a minha nada representasse
Meus seios cheios de leite por seus filhos eram sugados
Enquanto os meus bebês morriam de fome e maus tratos
E assim fui nutrida com a ajuda dos orixás
Resisti até aqui no século XXI
Sendo que na minha casa falta o pão
Na infância faltaram-me os brinquedos para a diversão
Fui crescendo alimentada pelo descaso
Pela fome, pela negação de oportunidades
Sem políticas públicas, sem escola, sem faculdade
Hoje quero reparação, mesmo que não apague as chicotadas
Quero vida decente para a futura geração
Sei que vocês continuam se achando superiores
Mas não se esqueça que sou seu HIV
Estou entrando devagarzinho e levarei aos poucos
Tudo que nos foi roubado.




Quer saber mais?
Conheça o blog de Mjiba
Leia os seus textos
Assista o vídeo da poesia

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Ana Risos, A Informal

Pelas Periferias o trabalho informal é quase que unanimidade, ainda mais em um país que exclui o povo que o fez país, caso dos negros e indigenas, agora periféricos e comunidades tradicionais. Porem a palavra resiliência é veridica, quando encontramos talentos como o da poetiza e Atriz Ana Paula Risos, que ha dois anos inbterpréta A Jovem Maria Madalena, em seu Monólogo "A Informal", hoje em cartaz no Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso
(http://escuta.estudiolivre.org/). A peça mostra A jovem Maria Madalena que não consegue entrar nos padrões da sociedade e busca viver livre e resgatar sua identidade através da valorização de sua ancestralidade africana, respondendo com o corpo e poesias, na informalidade de seus dias. Recomendo o monólogo pra todos que gostam de teatro e cultura Alternativa.
Para saber mais sobre "A informal" escreva para: anamo.teatro@yahoo.com.br
Segue Poema que integra a peça

Graça
(Ana Risos)


Qual é sua graça moça?
A minha graça é uma desgraça sem fim
Que talvez se perceba quando olhe pra mim
Eu sou o lírio do campo de guerra
De uma guerra sem face
Que se perde assim
num sim e num não
Numa chibata dolorida
numa moça desconhecida
Tratada como o óbvio
Tratada como lógico
Mas que nada disso tem
tratada como um relógio despertador
que apanha todos os dias,
mas que não tem tempo.
Jogada ao vento,
por aqueles que são lentos
Cabisbaixa, mas não se encaixa nesse perfil
Não é conivente nem servil
Deixa nóis livre, deixa nóis livre.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Poesia Urbana - Lyra Tatuí

"Ja era noite quando uma onda veio me levar
E me vi mergulhar no teatro desse mar
Mesmo sem respirar eu não vou me afogar
Pois descobri que as conchas também sabem cantar

Não quero voltar, eu não quero sair
Quero escutar, eu quero sentir
Melodias de paz das conchas musicais
em Lyra tatuí"

Mc Popay