Contexto SAGRADAS ESCRITURAS, março, 2020


ICorinthios 10

E não tentemos a CHRISTO
E não murmureis, como tambem alguns delles murmurarão, e perecerão pelo destruidor.
E todas estas cousas lhes sobreviérão em figura, e estão escritas para nosso aviso, em quem ja os fins dos seculos são chegados.
O que pois cuida que está em pé, olhe que não caia.
[Almeida, 1850]

[782,630]


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setembro 14, 2008

Conhecendo a Bíblia - 21ª parte - Cantares de Salomão

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CANTARES DE SALOMÃO

O Amor Mútuo de Cristo e Seu Povo.

A glória do simbolismo salomônico é essencial em Cantares. Jesus referiu-se duas vezes à glória e sabedoria de Salomão (Mateus 6.29; 12.42). Como filho real de Davi, Salomão tece um lugar singular na história da aliança (2Samuel 7.12,13). Seus dois nomes de nascimento, que simbolizam paz (Salomão) e amor (Jedidias), aplicam-se diretamente a Cantares (2Samuel 12.24-25; 1Crônicas 22.9). O glorioso reino de Salomão foi como uma restauração do jardim do Éden (1Reis 4.20-34), e o templo e o palácio que construiu personificam as verdades do tabernáculo e a conquista da Terra Prometida (1Reis 6.7). Salomão encaixa-se perfeitamente como a benção personificada do amor da aliança, visto que ele aparece em Cantares com toda a sua perfeição real (1.2-4; 5.10-16).

Embora Cantares não forneça informações precisas sobre o contexto, Salomão reinou em Israel de 970 a 930 aC. Linguagem e ideais similares também são encontrados na oração que Davi fez no templo por Salomão e pelo povo durante a entronização de Salomão (1Crônicas 29).

O livro de Cantares é a melhor de todas as canções, um trabalho literário de arte e uma obra–prima teológica.

No séc. II, um dos maiores rabinos, disse: “No mundo inteiro, não há nada que se iguale ao dia em que o Cântico dos Cânticos foi entregue a Israel.” O livro de Cantares, em si, é como a sua fruta favorita, a romã, em cores vivas e repleto de sementes. Bastante diferente de qualquer outro livro bíblico. Ele merece consideração especial como arquétipo bíblico que apresenta, de um modo novo, as realidades básicas das relações humanas. Cantares emprega linguagem simbólica pra expressar verdades eternas, em semelhança ao Livro de Apocalipse.

Cantares contém descrições da mulher sulamita juntamente com uma exibição completa dos produtos de seu jardim. Isso deve ser entendido como um paralelo poético do amor conjugal e como bênçãos ao povo da aliança, em sua terra.

Claras indicações são dadas na descoberta das bênçãos da aliança: “sai-te pelas pisadas das ovelhas” (1.8). Aqui, o termo “pisadas” é, literalmente, “marcas de calcanhar”, e pode ser uma alusão a Jacó, o patriarca cujo nome conota “um calcanhar”. A função pastoril de Jacó e a sua constante luta pela bênção de Deus e do homem são citadas como a norma bíblica para o povo de Deus (Oséias 12.3-4,12,14). Ele nasceu segurando o calcanhar do seu irmão, um manipulador congênito. Foi “desconjuntado” com ardil no âmago de seu ser, como ilustrado por seu mancar em Maanaim (Gênesis 32). Foi forçado a viver fora de sua terra sob a ameaça de um irmão irado. Retornou para sua terra depois de 20 anos com uma instituição familiar defeituosa. Ardil, falta de amor, ciúme, raiva e amor de aluguel (de mandrágora, um suposto afrodisíaco) entraram nessa fraca estrutura. Os próprios nomes das Doze Tribos mostram a necessidade de uma nova história familiar.

A sulamita ajuda e reescreve essa história. Ela executa a dança memorial de Maanaim (6.13; ver Gênesis 32.2). Quando encontra a quem ama, ela o detém e não o deixa partir (3.4; ver Gênesis 32.26). Mandrágoras perfumadas crescem nos campos dela (7.11-13; ver Gênesis 30.14). Quando as filhas vêem, chamam-na bem–aventurada ou feliz (6.9; ver Gênesis 30.13). Na sulamita, a corrompida árvore familiar produz “frutos excelentes”, os melhores (7.13; ver Deuteronômio 33.13-17). As bênçãos da aliança que havia sido distorcidas são redimidas.

Os mesmos acontecimentos também podem ser visto como retratos do amor conjugal. Dessa maneira, ela detém o seu marido e não o deixa partir (3.4). É o seu marido que elogia sua beleza (6.4-10). E a procissão de um casamento real e a alegria recíproca do noivo e da noiva aparecem retratadas em 3.6-5.1.

Em Cantares, é contemplada a retratação da Igreja, obra redentora de Cristo, "Jardim fechado és tu, minha irmã, esposa minha, manancial fechado, fonte selada." (4.12).

De acordo com Romanos 5.5, “... o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo...”. Baseado em Jesus Cristo, o Espírito Santo é o poder de ligação e união do amor. A feliz unidade revelada em Cantares é inconcebível à parte do Espírito Santo. A própria forma do livro como cântico e símbolo é adaptada especialmente ao Espírito, pois ele mesmo faz uso de sonhos, linguagem figurada e o canto (Atos 2.17; Efésios 5.18,19). Um jogo de palavras sutil, baseado no “sopro” divino do fôlego da vida (o Espírito Santo, Salmos 104.29,30) de Gênesis 2.7 parece vir à tona em Cantares. Isso acontece em “antes que refresque o dia” (2.17; 4.6), no “soprar” do vento no jardim da sulamita (4.16) e, surpreendentemente, na fragrância da respiração e do fruto da macieira (7.8).
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