Nomes comuns: Azevinho, Azevinho-espinhoso, Aquifólio, Espinha-sempre-verde, Pica-folhas, Pica-ratos, Teio, Vidreiro, Visqueiro, Zebro
Foto de 16/10/2008:

Exemplar: Planta envasada, oferta do
Miguel e chegada ao Jardim em 16/10/2008.
Indicações de cultivo: Árvore ou arbusto de folha persistente, crescimento lento e porte médio que pode atingir os 15 metros de altura. Possui uma copa colunar larga, em geral densa. Os ramos verdes, inicialmente pubescentes, tornam-se depois glabros e brilhantes. As folhas, verde-escuras, são quase sempre espinhosas. A forma das folhas pode variar na mesma planta entre os ramos mais velhos e parte baixa com folhas espinhosas em oposição à parte superior e os ramos novos que podem ter folhas desprovidas de espinhos. O tronco é direito, os ramos horizontais, sendo que os inferiores frequentemente tocam o solo, permitindo assim a sua propagação por mergulhia. A casca do caule e dos ramos velhos é, em geral, de cor cinzenta, clara e lisa. Nos ramos novos a casca é verde. A floração dá-se de Abril a Junho. As pequenas flores, cremes ou rosadas, nascem em pequenos grupos nas axilas das folhas. É uma espécie dióica, tendo flores femininas e masculinas distribuídas por pés diferentes. Apenas as femininas produzen frutos, normalmente, de Outubro a Dezembro. A árvore pode viver bem na sombra de árvores maiores e não é muito exigente em relação ao tipo de solo. Gosta de estações com pluviosidade alta ou média, bem como de altitudes até aos 1300 - 1800 m. Renova bem pelo cepo, podendo viver cerca de 300 anos. Costuma encontrar-se espontâneo pelos matos, bosques, sebes e valados da Europa e Asia Menor. Em Portugal encontra-se mais frequentemente a Norte nas serras de Larouco, Barroso, Padrela, Alvão, Marão, Montemuro e Lapa mas também em Sintra e Monchique.
Cuidados e Contra-indicações: As bagas não devem ser utilizadas pois possuem uma substância - a ilicina - que as torna tóxicas. A sua ingestão provoca sintomas gastrointestinais de grande violência - vómitos, diarreia e dores intensas. As partes utilizadas em fitoterapia são as folhas e a casca.
Uso mágico-religioso: Pelas suas características de toxicidade e pelos espinhos que apresenta é facilmente reconhecida como uma planta de Marte, relacionando-se com o Elemento Fogo. É tida como sagrada em diversas tradições. Na Europa pagã esta árvore está associada ao Yule - solstício de Inverno - tradição esta que continuou a ser praticada, mesmo após a chegada do Cristianismo e até aos dias de hoje. Habitualmente é utilizada na decoração, lembrando a todos, com as suas folhas sempre-verdes, que mesmo na morte invernal existe a promessa do renascimento. Existem variadas práticas mágicas que utilizam o azevinho, desde o simples plantio de um exemplar para protecção da casa até à confecção de talismãs para atrair o Amor.
Outros usos: É muito usada como planta decorativa em jardins e sebes de jardins pois suporta bem as podas frequentes, sendo também muito resistente à poluição urbana. Existem muitas variedades ornamentais. A sua madeira é branca, homogénea, pesada e de boa qualidade, o que a torna muito cobiçada para uso em marcenaria. Pode, inclusivé, substituir o ébano se for tingida de negro. O facto de ser uma árvore muito apreciada e também muito procurada na quadra natalícia, fez com que actualmente se encontre em risco de extinção, sendo totalmente proibida a sua colheita no nosso País.
Sinónimo botânico: Ilex balearica Desf.