Eu gosto de falar aqui das minhas amizades, afinal é um modo de contar um pouco mais sobre mim mesma.
Eu tenho 4 irmão - todos homens! - e, acreditem, isso não foi fácil...rs.
Sempre quis ter uma irmã, por isso sempre me apeguei fortemente às amigas.
Quando morava em Campinas e era recém-formada, fiz uma amiga que até hoje é muito querida, a Adriana. Eu e ela somos bem parecidas em alguns aspectos e sempre nos demos muito bem. É admirável, batalhadora, cristã, leal, amiga verdadeira. Sem dúvidas é uma irmã e para ela, futuramente, farei uma homenagem especial no meu Blog.
Atrávés dela conheci a Sandra, uma chilena que veio criança para o Brasil. Nós nos identificamos desde o início, mesmo sendo completamente diferentes em tudo. Três anos nos separam na idade, mas na época parecia mais de uma década.
Mesmo assim criamos laços muito fortes de amizade e companheirismo. Passado um ano, coincidiu de morarmos juntas em São Paulo: ela estava só no apartamento da família - que havia retornado em definitvo para o Chile - e precisava de colegas para dividir as despesas.
E assim nasceu nossa amizade, que perdura até hoje.
Ficamos perto de 3 anos morando juntas - com descobertas, encontros, desencontros e conflitos.
Passado esse período ela retornou para o Chile, onde permanece até hoje. Isso já faz uns 13 anos, mais ou menos. Ela se casou, teve um filho, se separou - não necessariamente nesta ordem, porque a Sandra não é de seguir regras pré-estabelecidas. Ela tem suas regras, suas emoções, seu coração incendiado a seguir. E assim ela fez suas escolhas.
Nossa separação foi difícil e tumultuada, mas anos depois pudemos nos rever e avaliar que o passado foi rusga de inciantes em amor de irmã. Há 6 anos ela retornou ao Brasil e ficou em meu apartamento em São Paulo, quando pude conhecer seu filho Alan Sebastian, que na época tinha 7 aninhos e hoje é um rapazola de 12! Matamos muitas saudades e sentimos que nosso amor de irmã é verdadeiro.
Depois que ela retornou ao Chile, senti um imenso vazio. A Sandra é esfuziante, elétrica, empolgada, vivaz, brejeira, uma espaçosa que consegue ocupar todos os cômodos da casa, se acha esperta mas é de uma ingenuidade cativante... Com a sua nova partida fiquei uns dias amuada, lágrimas correram e pude sentir a falta que faz uma amiga verdadeira em horas difíceis.
Minha vida era tumultuada em Sampa, trabalhava lá há mais de 10 anos, 10 horas por dia como advogada, sofria muito. Ter uma amiga verdadeira seria um refrigério, seria o refresco do fim do dia agitado ter com quem conversar e desabafar... Mas eu sempre fui muito só, pois acho que essas amizades demoram a me conquistar, levam anos.
No perído de nossa segunda separação, passei um momento de grande aflição e ela, toda preocupada, gastava horrores em interurbano, me telefonando do Chile para saber como estava.
Um tempo depois foi ela quem passou um momento aflitivo que toda mãe não desejaria. Teve seu segundo filhinho, que faleceu com poucos meses. Foi difícil para ela e aqui no Brasil sofria junto, solidária em sua dor e em seu luto. Queria tanto ter estado ao lado dela naquele momento, mas essas fatalidades não se anunciam.
Pouco mais de um ano depois, fui eu quem perdi meu pai. Toca a Sandra me ligar, me escrever, me animar. Um ano depois, é o pai dela que cai gravemente enfermo, mas que com muita sorte e bons cuidados encontra-se em franca recuperação.
E assim os anos passam e eu cada vez mais sinto a falta dessa irmã com que Deus me presenteou. Eu fiz um pedido a Deus, lá na minha infância, e fui atendida em dose dupla, pois Ele não me deu apenas uma irmã, me deu duas: a Adriana e a Sandra. E uma delas ainda me deu um sobrinho chileno!
Ainda tenho esperanças de que um dia ela volte a morar no Brasil, nem que seja aqui na minha cidade - por que não?
Esta mensagem é para ela, a doce e espevitada Sandra, a quem chamo carinhosamente de Drag e a quem eu tanto amo e quero bem.
Que Deus a abençõe e a conserve sempre com esse sorriso doce, essa alegria infantil, essa generosidade ímpar e essa capacidade de me arrebatar em todos os telefonemas.
O Andes nos separam, mas a nossa amizade nunca será quebrada...
Beijos para você, minha querida, e para o meu elétrico Alan.
Aqui a Drag meditando. Elétrica como é, nem Dalai Lama dá jeito!... :O)
Drag e Alan (ou Draguinho) . Vejam a linda paisagem chilena ao fundo:
Draguinho:
Paisagem chilena:
Drag e Draguinho: besosssssssss!!