It takes a great deal of History to produce a little History

Showing posts with label Alentejo. Show all posts
Showing posts with label Alentejo. Show all posts

Monday, October 15, 2012

Wednesday, January 26, 2011

Carta Agrícola e Corográfica. Folha 179

FOLHA 179- SÃO MAMEDE
Copyright Luís Fraga da Silva. Campo Arqueológico de Tavira
Carta Agrícola e Corográfica de Portugal. (Gerardo Pery, org.)
Ver uma descrição geral  aqui

Carta Agrícola e Corográfica. Folha 170

FOLHA 170- ALCÁCER DO SAL
Copyright Luís Fraga da Silva. Campo Arqueológico de Tavira

Carta Agrícola e Corográfica de Portugal. (Gerardo Pery, org.)
Ver uma descrição geral  aqui

Carta Agrícola e Corográfica. Folha 171

FOLHA 171- TORRÃO
Copyright Luís Fraga da Silva. Campo Arqueológico de Tavira
Carta Agrícola e Corográfica de Portugal. (Gerardo Pery, org.)
Ver uma descrição geral  aqui

Tuesday, January 25, 2011

Carta Agrícola e Corográfica. Folha 172

FOLHA 172- VIANNA DO ALENTEJO
Copyright Luís Fraga da Silva. Campo Arqueológico de Tavira

Carta Agrícola e Corográfica de Portugal. (Gerardo Pery, org.)
Ver uma descrição geral  aqui

Carta Agrícola e Corográfica. Folha 173

FOLHA 173- ORIOLLA
Copyright Luís Fraga da Silva. Campo Arqueológico de Tavira

Carta Agrícola e Corográfica de Portugal. (Gerardo Pery, org.)
Ver uma descrição geral  aqui

Carta Agrícola e Corográfica. Folha 176

FOLHA 176- GRANJA (MOURA)
Copyright Luís Fraga da Silva. Campo Arqueológico de Tavira

Carta Agrícola e Corográfica de Portugal. (Gerardo Pery, org.)
Ver uma descrição geral  aqui

Carta Agrícola e Corográfica. Folha 177

FOLHA 177- MELIDES
Copyright Luís Fraga da Silva. Campo Arqueológico de Tavira

Carta Agrícola e Corográfica de Portugal. (Gerardo Pery, org.)
Ver uma descrição geral  aqui

Carta Agrícola e Corográfica. Folha 178

FOLHA 178- GRÂNDOLA


Copyright Luís Fraga da Silva. Campo Arqueológico de Tavira
Carta Agrícola e Corográfica de Portugal. (Gerardo Pery, org.)
Ver uma descrição geral  aqui

Monday, July 26, 2010

Mapa viário do Sul de Portugal (1ª metade séc. XVIII)



Rede viária reconstituída a partir da implantação sistemática dos itinerários do Roteiro Terrestre de Portugal, do Padre João Baptista de Castro. (2ª Edição do Mapa de Portugal deste autor, 1763). Ver a transcrição do original neste blog.

O Roteiro, segundo o seu autor, baseia-se fundamentalmente: num inquérito aos serviços regionais do Correio-Mor do Reino (c. 1725-ante quem1743) e num inquérito ordenado por Filipe IV em 1638.

Considero que a reconstituição corresponde ao fundamental da rede viária oficial do Estado Português entre c. 1580 e 1755, sendo uma grande parte dos seus elementos mantida posteriormente até c. 1860/1920.

O mapa não representa a totalidade da rede viária importante na época. Faltam:
  •  As estradas internacionais;
  • A totalidade da rede viária inter-concelhia;
  • Os caminhos regionais organizados à parte dos centros urbanos;
  • Parte da rede radial dos lugares centrais de Évora e, sobretudo, de Beja.

A implantação da rede viária baseia-se: na Carta Corográfica de Portugal (CCP) de 1856-1904; na Carta Agrícola de Portugal (CAP) de 1856-1904; e na Carta Militar de Portugal (CMP,1ª ed. c.  1940/50 e 2ª ed. c. 1980). O referencial geográfico do mapa é a CMP.

Na versão actual os troços viários são generalizações geográficas na sua grande maioria. Os entroncamentos ou cruzamentos entre troços estão porém implantados, mesmo quando não  correspondem a estações de itinerários.

Tal como João Baptista de Castro refere, os valores das distâncias (em léguas) das etapas dos itinerários estão muito longe de merecerem confiança: a incerteza e variabilidade do valor da légua; a
grosseira imprecisão das medições; e os erros de transmissão tornam estes valores virtualmente inúteis como
medida das distâncias reais.

Esses valores têm, porém, um valor insubstituível no estudo da percepção das distâncias terrestres, no contexto histórico dos transportes e comunicações pré-industriais, pedestres ou por tracção ou dorso animal.

Elementos quantitativos da rede viária reconstituída
221 ligações ou troços viários, excluindo alternativas.
170 nodos ou povoações, das quais:
  • 1 origem exclusiva de itinerários (Lisboa).
  • 30 destinos de itinerários (dos quais 7 geradores de itinerários regionais e 23 não geradores).
  • 128 estações de etapas.

Wednesday, July 21, 2010

1º Roteiro Viário de Portugal

Do Padre João Baptista de Castro, 1700-1775.  

Obra anexa ao "Mapa de Portugal, Antigo e Moderno" do mesmo autor: Tomo III, após a parte V. 2ª
Edição revista e aumentada pelo autor, Lisboa, 1763.

Excertos da Introdução e partes relativas aos Itinerários do Algarve e a parte dos Itinerários do Alentejo relacionados com os acessos ao Algarve.
 

Texto original na internet (imagens das páginas a preto e branco)
aqui.

TRANSCRIÇÃO
 

NOTA do transcritor

A presente transcrição é parcial e não pretende constituir uma edição crítica. Não substitui a leitura do texto original. As normas usadas são as seguintes:

  • Actualizou-se a ortografia e, parcialmente, a pontuação mas manteve-se a sintaxe original.
  • As distâncias nos itinerários correspondem ao original, em léguas, transcritas em numeração decimal.
  • Número da página da edição original correspondente à inserção {nn}.
  • Notas originais de rodapé: [nota n pág. nn: texto].
  • Elementos do texto omitidos na transcrição: [...].
  • Texto original entre parênteses: (texto).
  • Actualização ou correcção de nomes de lugar: nome no texto [nome actual ou corrigido].
  • Texto ilegível: [??].


[INTRODUÇÃO]

{1} Roteiro Terrestre de Portugal.

Em que se ensinam por jornadas e sumários não só os caminhos, e as distâncias, que há de Lisboa para as principais terras das Províncias deste Reino, mas as derrotas por travessia de umas e outras povoações dele.


Introdução.

1    Este Roteiro, que pelo assunto havia de servir de complemento ao nosso Mapa de Portugal, aparece agora com antecipação depois da quinta Parte dele a instâncias da curiosidade. Eu já havia reflectido ser sumamente importante o conhecimento das estradas, com as distâncias que entre si guardam os lugares por onde se decorre, não só para o bom cómodo dos viageiros, segurança das expedi{2} ções militares, [nota 1 pág. 2: Primum itineraria omnium regionum, in quibus bellum geritur, plenissime debere habere per scripta, itaut locorum intervalla non solum passuum numero, sed etiam viarum qualitates perdiscat. Vegécio. l. 3. de Re milit. cap.6.] e fácil conduta dos géneros concernentes ao comércio recíproco, mas sobre tudo para o socorro, que contribui à verdadeira posição, e notícia local das terras, que é a base da Geografia, e uma das principais luzes da História [nota 2 pág. 2 Esta autem itinerum notitia non tantum mercatoribus necessaria, qui per varias regiones perigrinantur, sed exactiori locorum descriptioni plurimum inservit, & totius Geographia fundamentum est. Simlerus in prefation. Itinerar. Antonin. E mais para diante: Affert etim Itinerum cognitio multum lucis Historiae. Veja-se Mons. D. Andiffret no Pref. da Geogr. tom. I e ao P. Segura na 1ª p. do Norte Critico ?? 2. §5.].

2    Confesso porém, que desde que empreendi esta obra, me preocupou bastantemente o cuidado o poder satisfaze-la nesta parta pela falta, que tínhamos desta instrução; e sendo-me quase impossível poder indagar isto pessoalmente, como era preciso, de algum modo o consegui, valendo-me da intervenção dos meus amigos António Daniel, tenente do Correio-Mor deste Reino, e de Manuel Gomes Rebelo, oficial antigo do mesmo expediente, os quais mandando pedir a todos os Correios assistentes das Províncias os Itinerários, que dos seus distritos havia até Lisboa, os mais deles, informando-se de pessoas práticas, remeteram relações provavelmente bem averiguadas, de que formei o presente Roteiro com a melhor formalidade, e exacção, que foi possível; sem embargo de que em algumas partes vai diminuto, não só por falta de notícias, e algumas indigestas, mas por ser esta uma empresa verdadeiramente desigual ao meu talento, e mais própria de pulso superior.

3    A verdade é, que parte deste projecto não foi já intentado, mas posto em execução por El-Rei Filipe IV, desde o ano de 1638, quando governava este Reino; porque desejando saber as distâncias, que havia de umas a outras terras dele, passou um Decreto, para que os Corregedores das Comarcas fizessem tirar com individuação o cálculo destas medidas pelas terras da sua alçada, encarregando a diligência ao Duque de Villa Hermosa. As listas, ou relações originais, que se remeteram a Madrid, me comunicou já há tempos o erudito Fr. Francisco de Santa Maria, religioso {3} Augustiniano, que a morte nos usurpou tão depressa, as quais em dois volumes de folha existem presentemente na insigne livraria do Convento de N. Senhora da Graça desta Corte, e delas de aproveitei quanto a alguns Sumários somente: porque estão defeituosas, e incompletas; porque embaraçando-se com outras averiguações, deixam em muitas de corresponder as respostas aos interrogatórios.

4    Também o laborioso, e diligente Padre António Carvalho da Costa [nota 1 pág. 3: Na Corograa Portug. t. 3, no princíp. do liv. 2] prometeu um Roteiro breve de Lisboa para as principais povoações do Reino; mas sem dúvida ficou só na promessa, pois não me consta que alguém o visse; de sorte, que esta minha ideia, oficiosa em benefício público do Reino, sem mais interesse que seu o próprio lustre, bem pode merecer o título de primeiro Itinerário, que até agora se tem visto disposto para o nosso particular País.

5    Nele, depois de dar uma breve notícia das Vias Militares, que no tempo dos Romanos discorriam pelas nossas terras, e de algumas pontes, que atravessavam pelos nossos rios [memória, que achei não ser imprópria do assunto presente] entro a delinear o Itinerário moderno, constituindo a Cidade, e Corte de Lisboa, centro de todos os Roteiros, que distribuo para as principais povoações das Províncias, e destas faço produzir, e derivar outras vias por travessia, que servem como ramos, que vão pegar nos lugares circunvizinhos mais notáveis. E porque não foi possível demarcar por jornadas, e mansões todos os intervalos, que há de uns a outros sítios, reduzi alguns a compêndios, ou sumários; fazendo porém muito pelos orientar, ou ajustar à melhor arrumação, com que umas terras correm com as outras, regulando-me para isso pelo Mapas de João Baptista Himannu. Não sei todavia se acertei em todos os rumos.

6    O ponto central, que elegi para deles lançar os Roteiros para as mais partes, pareceu-me ser adequado, e útil para a clareza. Lisboa, como Corte do Reino Português, é o coração da sua Monarquia, não tanto pela vantagem do felicíssimo sitio, em que está, quanto pela grande capacidade, e conveniência do comércio, que tem, onde à maneira {4} do coração nos corpos viventes, que é o principal fundamento, que vivifica todos os seus membros, assim Lisboa com uma fácil, e continua distribuição comunica, e reparte a substância vital dos cabedais a todas as partes mais remotas das suas Comarcas; ou já pelas vias dos portos, e trajectos dos rios, ou pelas vias das estradas, por meio das quais recebe também com reciproca afluência a fertilidade, e regalo dos frutos, que todas as terras deste Continente lhe estão tributando, como a Princesa.

7    Em nenhum tempo melhor que no pacífico, e faustoso reinado d'el-Rei D. João V. se verificou esta felicidade [...]

8    Porém a incomparável providência de Sua Majestade, eximindo de todos estes descómodos os seus vassalos, perpetuou os seus louvores; porque mandou ampliar os caminhos, e desimpedir as estradas, fez facilitar a comunicação desta fertilidade. [...]

9    {5} Agora um dos pontos principais, que neste assunto se faz preciso advertir, é sobre o cálculo das léguas. Neste Reino não há medida certa itinerária, e por isso encontramos pelas Províncias tanta irregularidade neste particular; pois vemos que as léguas da Estremadura pela maior parte são pequenas, as do Alentejo maiores, e as de Trás-os-Montes, e Algarve demasiadamente compridas: donde disse bem o Padre Argote [nota 1 pág. 5: Argote nas Antig. da Chancel. de Braga p. 202] que entre as léguas Portuguesas apenas se acham duas, que convenham no comprimento; e tudo nasce, porque vulgarmente se medem as léguas por estimativa.

10    No sistema do Engenheiro-mor [nota 2 pág. 5: Manoel de Azev. Fort. no Modo de fazer as Cartas Geográf. pág. 4] deve computar-se a légua por uma hora de caminho a passo cheio, e ordinário, dando a cada légia trez mil passos geométricos, e a cada passo geométrico cinco pés geométricos, que fazem quase sete palmos de craveira. Não quisera meter agora ao Leitor em prolixas averiguações deste ponto, que pode ver em outros Autores mais de espaço; [nota 3 pág. 5: Ciuverio na Geogr. Fort. no Engenh. Portug. t.2 l. 1 c. 6; Fr. Bern. de Brit. na Monarch. Portug. p.2 l. 5. c 11; Barreir. na Corograf. fol. 61] só é bem que saiba ter-se observado ordinariamente, que um Postilhão, ou Correio, indo a pé, caminha em vinte e quatro horas de Verão catorze léguas, e de Inverno 13; e indo pela posta, anda nas vinte e quatro horas trinta léguas.

11    Da medida do pé horário, que se determina mediante as vibrações de um pêndulo, quando se praticasse universalmente, diz Pedro Du-Val, [nota 4 pág. 5: Du Val Trat. do Uso do Globo, e do Mapa] que resultariam certas as distâncias itinerárias em toda a parte; e já hoje alguns Geógrafos e peritos usam deste engenhoso instrumento para regularem sem falência as léguas, e intervalos progressivos. [nota 5 pág. 5: D. Jorge Juan nas Observ. Astronómic. feit. por ordem do Rei Filipe V. l.8 c.I, há pouco impress.] Porém enquanto se não observa geralmente, ou não se tomam outras precações para esta medida, me foi preciso acomodar na afinação das léguas com a vulgar estimativa do País, praticada entre caminhantes, que mais cruzam as estradas; e por isso advirto, que entre nós não merecem muito crédito os Itinerários de Cherubim Stella, João Maria Vidari, {6} e D. Pedro Ponton, não só porque erram os nomes das nossas terras nas poucas viagens, que por este Reino descrevem, mas também, porque não acertam na medida actual, que há entre terra, e terra. [...]

14    Parece-me que tenho dado aos Leitores a razão, que basta para penetrarem não só os fundamentos da minha ideia, e o carácter da Obra, mas poder merecer-lhes também a desculpa dos defeitos dela, para que talvez concorrerão muitos {7} acidentes inevitáveis, os quais poderá emendar o tempo com diligência, que aplicar outro qualquer zelo do bem público em o desempenho deste projecto. [...]

[ITINERÁRIOS DO ALGARVE]


{89}
Divisão VI

Roteiros de Lisboa para as principais povoações do Reino, e Província do Algarve. Sem embargo de ser montuosa [montanhosa] esta Província, é todavia fértil. Tem dezasseis léguas de fronteira com Andaluzia apartada pelo Guadiana, que se não vadeia. Atendendo à aspereza da maior parte das suas estradas, se reputam as léguas por cinquenta em qualquer viagem desta província, ou seja pouca, ou muita a distância, que se caminha. Os produtos deste Reino, que consistem em excelentes vinhos, uvas, e figos passados, amêndoas, e em muitos géneros de peixes gostosos, servem grandemente ao comércio, e contracto não só das nações do Norte, que os conduzem daqui às suas terras, mas aos próprios nacionais, que por transporte vem com eles fertilizar as mais Províncias do Reino, obrigando-os este interesse a transitar com mais frequência pelas terras desta Região.


Capitulo I

Roteiro de Lisboa para a cidade de Faro, em que se contam trinta e nove léguas ao Sueste, as quais de reputam, e costumam pagar-se por cinquenta.
De Lisboa à Moita    3
Águas de Moura    5
Alberges    3
Quinta de D. Rodrigo    4
Figueira de Cavaleiros    3
Aljustrel    4
Castro    3
Sembrana [Semblana]    3.5
Ameixial    3.5
São Brás    5
Faro    2

Por outro caminho

De Lisboa a Aldeia Galega    3
A Montemor-o-Novo    12
A Viana    6
Alvito    1
{90} Beja    5
Entradas    5
Crasto    2
Almodôvar    3
Loulé    9
Faro    2

§.I.

Sumário das distâncias, que há de Faro às terras do seu termo
Alagoa    7
Alcantarilha    5
Alferce    6
Algos [Algoz]    4
Alportel    2
Alvor    7
Ameixoeira [Mexilhoeira] Grande    8
Ameixoeirinha [Mexilhoeirinha]    7
Santa Bárbara    2
S. Brás    2
S. Bartolomeu    6
Estombar    6
Estoi    2
Monchique    11
Nexe    2
Olhão    1
Pêra    5
Pixão [Pechão]    2
Quelfes    2
S. João da Venda    1
Silves    7


Capitulo II

Roteiro de Lisboa para a Cidade de Lagos, em que se contam trinta e sete léguas ao Sul.
De Lisboa à Moita por mar    3
Setúbal    3
Comporta    3
Melides    6
Santo André    2
Vila Nova de Mil Fontes    7
Odeseixas [Odeceixe]    6
Aljezur    2
Bensafrim    4
Lagos    1

Quem não quer ir à Comporta, onde o barco é incerto, pode logo da Moita tomar o caminho seguinte:
Da Moita à Palhota    2
A Águas de Moura    3
Alcácer do Sal    4
Melides    6
Daqui continua a estrada para diante, como fica dito acima.

{91} §.I.

Roteiros transversos de Lagos para as principais terras circunvizinhas, e primeiramente para Faro, em que se contam onze léguas ao Nascente.
De Lagos a Alvor    1
Daí a Vila Nova de Portimão    1
Ao lugar da Alagoa    1
Ao lugar de Porches    1
Ao lugar de Pêra    1
À Estalagem da Nora    2
À Quinta de Quarteira    1
A S. Lourenço de Almancil    2
A Faro    1

§.II.

Roteiro de Lagos para Silves, em que se contam quatro léguas ao Nordeste
De Lagos a Vila Nova de Portimão    2
Daí a Silves pelo rio, ou por terra    2

§.III.

Roteiro de Lagos para Sagres, em que se contam sete léguas ao Sudoeste
De Lagos até Vila do Bispo    5
Daí a Sagres    2

§.IV.

Roteiro de Lagos para Albufeira, em que se contam seis léguas ao Nascente
De Lagos ao lugar de Pêra    5
Daí a Albufeira    1

§.V.

Roteiro de Lagos para Loulé, em que se contam dez léguas ao Nascente
De Lagos à Quinta da Quarteira    8
Daí a Loulé    2

§.VI.

Roteiro de lagos para Tavira, em que se contam quinze léguas ao Nascente.
De Lagos até Loulé    10
Daí a Tavira    5
Por Faro são dezasseis léguas.

{92} §.VII.

Roteiro de Lagos para Castro Marim, em que se contam vinte léguas ao Nascente.
De Lagos a Tavira    16
Daí a Castro Marim    4
Indo por Loulé são dezanove.

§.VIII.

Roteiro de Lagos para Alcoutim, em que se contam vinte e seis léguas ao Nordeste.
De Lagos a Castro Marim    20
Daí a Alcoutim pelo Guadiana, ou pela terra    6

§.IX.

Roteiro de Lagos para a Vila do Bispo, em que se contam cinco léguas ao Sul
De Lagos ao lugar de Budes [Budens]    2
Daí ao lugar da Figueira    1
Ao lugar da Raposeira    1
À Vila do Bispo    1

§.X.

Roteiro de Lagoa para a cidade de Beja, em que se contam vinte e três léguas a Nordeste.
Da Lagos ao lugar de Odeseixe [Odeceixe]    7
À vila de Odemira    4
À Aldeia de Santa Luzia    4
A Messejana    2
A Aljustrel    1
A Beja    5

Por outro caminho mais breve, indo pela serra

De Lagos ao lugar de Monchique    5
À estalagem da Palhota    4
À igreja de Santa Clara    0.5
A S. Martinho das Amoreiras    0.5
A Gravão [Garvão]    1
Panoias    1
Messejana    1
Aljustrel    1
Beja    5

{93} §.XI.

Roteiro de Lagos para a vila de Ourique, em que se contam catorze léguas ao Norte
Da Lagos a S. Martinho das Amoreiras    12
Daí a Ourique    2

§.XII.

Roteiro de Lagos para Évora, em que se contam vinte e nove léguas ao Nordeste
De Lagos até Messejana    15
Daí à vila de Ferreira    4
Alvito    4
Aguiar    2
Évora    4

§.XIII.

Roteiro de Lagoa para a Vidigueira, e Vila de Frades, em que se contam vinte e três léguas ao Nordeste
De Lagos a Aljustrel    16
À aldeia de Ervidel    2
Beringel    2
Cuba    2
Vidigueira, ou Vila de Frades    1

§.XIV.

Roteiro de Lisboa para Albufeira, em que se contam trinta e seis léguas a Sul.
De Lisboa à Moita    3
Águas de Moura    5
Palma    2
Alcácer do Sal    3
Vale de Guizios    1
Bairos [Bairros]    4
Alvalade    2
Vale de Santiago    2
S. Martinho    2
Santa Clara    3
S. Marcos    3
S. Bartolomeu    2
Albufeira    3
Nesta jornada se passam seis ribeiras.

{94} Por Lagos há 35.5 léguas, a saber:

De Lisboa a Setúbal    6
À Comporta    0.5
A Melides    5
A Vila Nova de Milfontes    6
Odeceixe    6
A Aljezur    2
A Lagos    5
A Alvor    1
A Vila Nova de Portimão    1
A Albufeira    4
Por esta jornada não há ribeiras que passar.

Pelo Serro do Malhão há 38 léguas, a saber:

De Lisboa à Moita    3
A Águas de Moura    5
A Palma    2
A Figueira    8
A Aljustrel    4
A Crasto    3
A Almodôvar    3
Ao Serro do Malhão    5
A Albufeira    5
Tem esta jornada nove ribeiras que passar.

As terras principais, e circunvizinhas a esta vila, contando de Albufeira até Castro Marim, são estas:

De Albufeira a Loulé    3
De Loulé a Faro    2
A Tavira    5
A Castro Marim    3
E contando de Albufeira até Lagos:
De Albufeira a Vila Nova de Portimão    4
A Alvor    1
A Lagos    1
A Vila do Bispo    5

§. XV.

Roteiro de Lisboa para a vila de Loulé, em que se contam trinta e sete léguas ao Sul.
De Lisboa à Moita    3
Dai à Palhota    2
Águas de Moura    3
Palma    2
Alberges    1
Vale de Rei    0.5
Porto de Lama    0.5
Porto d'El-Rei    2
Quinta de D. Rodrigo    1
Figueira dos Cavaleiros    3
Aljustrel    4
Castro    3
Almodôvar    3
Corte Figueira    3
Loulé    6

{95} Por outro caminho mais breve:

De Lisboa à Moita    3
Setúbal    3
Santiago de Cacém    10
Panoias    5
Ourique    3
Corte Figueira    6
Loulé    6

§. XVI.

Roteiro de Lisboa para a Vila Nova de Portimão, em que se contam trinta e oito léguas ao Sul.
De Lisboa a Setúbal    6
De Setúbal à Comporta    3
Melides    6
Santo André    2
Vila Nova de Mil Fontes    7
Odeceixe    6
Aljezur    2
Vila Nova de Portimão    6

Por outro caminho:

De Lisboa à Moita    3
Águas de Moura    5
Alcácer do Sal    5
Bairos [Bairros]    8
Vale de Santiago    7
Palhota    6
Monchique    4
Vila Nova de Portimão    4


Capítulo III

Roteiro de Lisboa para a cidade de Tavira, em que se contam quarenta e uma léguas ao Sul, e se reputam por cinquenta.
De Lisboa à Moita    3
À Palhota    2
Águas de Moura    3
Palma    2
Alberges    1
Porto de Lama    1
Porto d'el-Rei    1
Quinta de D. Rodrigo    1
Figueira [dos Cavaleiros]    2
Aljustrel    4
Entradas    2
S. Marcos    2
S. João    2
S. Sebastião    1
A dos Caros    2
A dos Vargens    1
Aos Giões    1
Zambujal    2
Tavira    7

Por outro caminho, indo pela estrada de cima:

De Lisboa à Moita    3
Da Moita segue a mesma estrada até Aljustrel em que há    19
De Aljustrel a Crasto    3
Ao Ameixial    7
A S. Brás    5
A Tavira    4

{96} §. I.

Sumário das distâncias, que há de Tavira às terras da sua Correição.
De Faro [Tavira] a
Alcoutim    9 Nordeste
Alte    8 Noroeste
Ameixial    9
Arenilha    4
Azinhal    5 Nordeste
Azor [Açor]    7
Benafins [Benafim]    7
Boliqueime    8 Poente
Cacela    2 Nascente
Cachopo    5 Noroeste
Santa Catarina    2 Norte
Castro Marim    4 Nordeste
Conceição    1
Do deleite [Odeleite]    6 Norte
Fuzeta    2
Giões    9 Norte
Loulé    6 Poente
Luz    1
Martinlongo    9 Norte
Moncarapacho    2 Sul
Pereiros    7 Norte
Sellir [Salir]    8 Poente
Vaqueiros    6

§. II.

Vários roteiros por travessia na viagem do Algarve
De Lisboa a Lagos    50
De Lagos a Vila Nova de Portimão    3
Daqui a Silves    2
A Alagoa    3
A Albufeira    3
A Faro    2
A Tavira    5
A Castro Marim    5

§. III.

Outra travessia
De Lisboa a Sagres    50
De Sagres a Lagos    7
De Lagos a Vila Nova de Portimão    3
Daqui a Alagoa    2
De Alagoa a Albufeira    3
De Albufeira a Silves    3
De Silves a Loulé    6
De Loulé a faro    2
De Faro a Tavira    5
De Tavira a Castro Marim    5
Daqui a Alcoutim    6
Daqui a Mértola    5
De Mértola para Lisboa    34

{97} §. IV.

Outra travessia
De Sagres a Lagos    7
De Lagos a Vila Nova de Portimão    3
Daqui a Silves    2
De Silves à Alagoa    3
Daqui a Albufeira    3
Daqui a Loulé    3
Daqui a Faro    2
Daqui a Tavira    5
De Tavira a Lisboa    40


[OUTROS ITINERÁRIOS QUE REFEREM OU SE LIGAM AOS DO ALGARVE]


{14}
Divisão I

Roteiro de Lisboa para as principais povoações da Província da Estremadura [...]


{33}
Capitulo VIII

Roteiro de Lisboa para Setúbal, em que se contam seis léguas ao Sul.
De Lisboa à Moita por mar    3
Dai aos Olhos de Água    1
Daí a Palmela    1
A Setúbal    1

Por outro caminho
De Lisboa ao Barreiro por mar    2
Dai a S. António da Charneca    1
À Barra Cheia    1
A Palmela    1
A Setúbal    1

Por outro caminho
De Lisboa a Coina por mar    3
Daí a Azeitão    1.5
Daí a Setúbal    1.5

Por outro caminho
De Lisboa ao Seixal por mar    2
Daí a Coina    1
De Coina a Setúbal    3

{34} Por outro caminho
De Lisboa a Cacilhas por mar    1
Daí ao Rio do Judeu    1.5
Daí a Coina    1.5
Daí a Setúbal    3
[...]

§. II

Roteiro de Setúbal para Alcácer do Sal, em que se contam sete léguas ao Sueste
De Setúbal a Águas de Moura    3
A Palma    2
A Albergue [Alberges]    1

A Alcácer    1
[...]

{35} Divisão II

Roteiro de Lisboa para as principais terras da Província do Alentejo [...]
[...]

Capitulo I

Roteiro de Lisboa para a cidade de Évora, em que se contam vinte léguas ao Sueste.
De Lisboa a Aldeia Galega    3
Daí aos Pegões    5
A Vendas Novas    3
Às Silveiras    2
A Montemor-o-Novo    2
A Patalim    2.5
A Évora    2.5
[...]

{37} §.VIII.

Roteiro de Évora para Alcácer do Sal, em que se contam nove léguas ao Poente.
De Évora à Torre da Gesteira    2
A Santiago do Escoural    2
A Rio Mourinho    2.5
A Alcácer do Sal    2.5

§.IX.

Roteiro de Évora para Garvão, em que se contam dezoito léguas ao Sul.
De Évora a Aguiar    4
Daí a Viana    1
A Vila Nova [da Baronia]    1
A Ferreira d'Aves [do Alentejo]    3
Aos Longueiros    2
A Aljustrel    2
À Defesa    3
A Garvão    2
Nesta jornada entre os Longueiros, e Aljustrel se tem de passar a ribeira chamada do Roxo.

§.X.

Roteiro de Évora para Mértola, em que se contam vinte léguas ao Sul.
De Évora a Aguiar    4
A Água de Peixes    2
A Vila Ruiva    2
À Cuba    2
A Beja    3
Ao Valcovo    8
A Mértola    1
{38} Nesta derrota se passam algumas ribeiras, e rios, o Garavia, o Tegres, e o Cobres.

§.XI.

Roteiro de Évora para Serpa, em que se contam doze léguas ao Sul.
De Évora à Torre dos Coelheiros    3
A Benalverge    2
À Vidigueira    2
A Serpa    5
Passam-se nesta jornada as ribeiras Morteira, e de Peixes.

§.XII.

Roteiro de Évora para Moura, em que se contam onze léguas ao Sul.
De Évora a S. Miguel de Machede    1
A Monte de Trigo    3
A Amieira    2
A Alqueva    1
Ao Rio Guadiana    2
A Moura    2
[...] 

{42} Capitulo II

Roteiro de Lisboa para Beja, em que se contam vinte e duas léguas ao Sueste.
De Lisboa à Moita    3
Daí à Palhota    2
A Águas de Moura    3
A Porto Carvalho    2
A Rio Mourinho    2
Ao Torrão    3
A Alfundão    4
A Beja    3

Por outro caminho, que seguem os Almocreves.

De Lisboa à Moita    3
À Palhota    2
A Águas de Moura    3
A Palma    2
A Alberge [Alberges]    1
A Porto de Lama    2
À Palhota    2
A Quinta de D. Rodrigo    1.5
A Odivelas    3
Q Alfundão    1.5
A Beja    3

Por outro caminho, que seguem os Estafetas.

De Lisboa a Aldeia Galega    3
Dai às Rilvas    2
Aos Pegões    3
Às Vendas Novas    3
Às Silveiras    1
A Montemor    1
{43} A S. Brás    4
A Viana    2
A Alvito    1
A Beja    5

Por outro caminho, que seguem as carruagens.

De Lisboa a Aldeia Galega    3
Daí às Silveiras    10
A Santiago do Escoural    3
A S. Brás    3
A Viana    2
A Água de Peixes    0.5
A Vila Ruiva    1
A Cuba    1.5
A Beja    3
[...]

§.II.

Roteiro de Lisboa para a vila de Odemira, em que se contam vinte e sete léguas ao Sul.
De Lisboa à Moita por mar    3
Da Moita a Setúbal    3
À Comporta por mar    3
A Melides por charneca    6
A Santiago de Cacém    3
Este trânsito, que é de charneca, e areias, tem também duas ribeiras pequenas que passar.
De Santiago ao Cercal    4
Do Cercal a Odemira    5

{44} Estas cinco léguas do Cercal a Odemira é caminho de Serra, porém sofrível, e há um ribeiro, em que entra a maré, que de Inverno tem suas enchentes. Toda esta derrota é a ordinária.

Por outro caminho.
De Lisboa à Moita    3
A Marateca    5
A Águas de Moura    2
Aqui se passa uma ribeira grande
De Águas de Moura à Palma    2
Neste caminho, suposto ser de charneca, há também outra grande ribeira.
De Palma a Alcácer    2
Há aqui outra ribeira.
De Alcácer a Grândola    4
Estas quatro léguas todas são de charneca.
De Grândola a Odemira    11

Entre o espaço destas onze léguas há cinco ribeiras que passar, uma tem ponte, as mais são caudalosas de Inverno e não têm ponte.

§.III.

Roteiro de Lisboa a Messejana, em que se contam vinte e uma léguas.
De Lisboa à Moita    3
A Palhota    2
A Águas de Moura    3
A Palma    2
A Alberges    1
A Alcácer do Sal    1
A Vale de Juízo [sic] ou Arcão    1
A Niza    3
Bairros    1
Alvalade    2
Messejana    2
Em todas estas terras há sofríveis estalagens.  

Por outro caminho

De Lisboa pela mesma estrada Até Alberges    10
A Vale de Reis    0.5
A Porto de Lama    0.5
{45} Quinta de D. Rodrigo    2
Água do Paço    1
Figueira de Cavaleiros    2
A Messejana    4

Por outro caminho

De Lisboa à Moita    3
A Palmela    2
Setúbal    1
Comporta por mar    3
Grândola    6
Alvalade    5
Messejana    2

O Correio vai a Messejana, que dista seis léguas grandes com duas ribeiras. De que uma chamada a Douroana é caudalosa de Inverno: Por Garvão se evita por ter duas pontes, porém é mais distante. De Messejana passa o Correio a Beja, em que há uma ribeira grande, e caudalosa, e outra mais pequena, e são seis léguas; de sorte que dista Odemira de Beja doze léguas, ficando-lhe o Campo de Ourique e sua Comarca de permeio.


As vilas do Campo de Ourique, com quem há mais comunicação, são estas:
Garvão, que dista de Odemira    4
De Garvão a Ourique    2
De Ourique a Almodôvar    3
De Almodôvar a Colos    4
A Sines    9

Com o Reino do Algarve há também comunicação, por ser Odemira a última da Província do Alentejo. Dela dista Lagos onde léguas sem embaraço dos rios, por haver barcos certos e prontos.
[...]


{51}
Capítulo VII

Roteiro de Lisboa para a vila de Ourique, em que se contam vinte e cinco léguas a Sul.
De Lisboa à Moita    3
A Palmela    2
A Setúbal    1
À Comporta    3
A Grândola    6
A Alvalade    5
A Ourique    5

§.I.

Roteiro de Lisboa para Messejana, em que se contam vinte e uma léguas as Sul
De Lisboa à Moita    3
Daí à Moita    2
A Águas de Moura    3
A Palma    2
A Alberges    1
A Alcácer do Sal    1
{52} A Vale de Guizio    1
A Nisa    3
Aos Bairros    2
A Alvalade    1
A Messejana    2
Por outro caminho
De Lisboa à Moita    3
Daí até Alberges    8
De Alberges a Vale de Rei    0.5
A Porto de Lama    0.5
À Quinta de D. Rodirgo    2
A Água do Paço    1
À Figueira de Cavaleiros    2
A Messejana    4

§.II.

Sumário das distâncias, que há de Ourique às vilas da sua Correição De Ourique a
Aljustrel    4 Norte
Almodôvar    3 Sul
Alvalade    4 Norte
Castro Verde    2 Nordeste
Colos    4 Poente
Entradas    4 Nordeste
Garvão    2 Poente
Mértola    8 Nascente
Messejana    4 Norte
Padrões    4 Nascente
Panóias    3 Norte
Santiago do Cacém    8 Norte
Sines    9 Poente
 Vila Nova de Milfontes    8 Poente  

Wednesday, November 11, 2009

Carta Agrícola e Corográfica



A
Carta Agrícola e Corográfica
, dita de Gerardo Pery, seu organizador, constitui um documento geográfico insubstituível na reconstituição do território pré-industrial do nosso país, nomeadamente na região do Alentejo, onde se localizam a maioria das cartas publicadas.
O momento do seu levantamento (última década do século XIX) corresponde a um período de relativa divisão da propriedade alentejana, em que, aos compradores dos morgadios extintos e dos bens de mão morta, se juntam grandes quantidades de enfiteutas e proprietários, lavradores independentes.
O resultado traduz-se cartograficamente por uma riquíssima divisão fundiária e, sobretudo, por uma numerosa toponímia de courelas e herdades. Grande parte desta toponímia desaparece ou transforma-se durante os cinquenta anos seguintes graças a uma progressiva concentração da propriedade. A sua presença permitirá identificar numerosos locais de origem romana-moçarabe, islâmica-árabe e próprios dos diferentes períodos da ocupação portuguesa. Fornecerá igualmente importantes informações sobre a ocupação coeva do território e os seus sistemas sociais, económicos e culturais.
Trata-se dum período anterior à grande extensão da cultura cerealífera, que teve o seu apogeu na primeira metade do século XX. Como consequência, representam-se ainda as manchas culturais anteriores a esta monocultura, susceptíveis de permitir uma reconstituição da ocupação do solo dos séculos imediatamente anteriores. São sobretudo relevantes as áreas de incultos, matos, pastagens naturais e pousios e de essências florestais. Por outro lado, o carácter da ocupação do solo perto dos assentamentos populacionais fornecerá importantes elementos para o conhecimento do povoamento e dos sistemas agrícolas.
Mais importante ainda, a rede viária representada é ainda fundamentalmente a herdada do período medieval e mesmo anterior, com excepção de zonas bem caracterizadas. Nem os caminhos e estradas da mecanização e da cerealicultura foram ainda abertos nem as próprias do trânsito automóvel, todas elas características da primeira metade e, por vezes, do início da segunda metade do século XX. São especificamente valiosos os cruzamentos, passagens fluviais e portelas, que representarão muitas vezes pontos notáveis de eixos viários muito anteriores. Os percursos rectilíneos - garantidamente antigos porque anteriores ás rectificações próprias da motorização - poderão também ajudar à identificação de traçados do período romano.
Para além da sua importância histórica, arqueológica, geográfica, económica, agronómica e antropológica, a carta é constituída por folhas de grande valor estético e técnico, que serão indiscutivelmente do agrado dos amantes e profissionais da cartografia.
A Carta Agrícola e Corográfica de Gerardo Pery tem permanecido desconhecida e sobretudo inacessível a gerações de investigadores do território e ao público culto e interessado.
À indisponibilidade associa-se a sua pouca maleabilidade. Tratando-se de documentos relativamente raros e frágeis, não é possível manipulá-los directamente e é dispendioso e difícil reproduzi-los eficazmente. A junção de folhas para visões de conjunto torna-se assim praticamente impossível, para além de serem raros os locais que possuem ou disponibilizem a sua colecção completa.
Trata-se porém de um documento histórico essencial, que faz parte do património do país e, sobretudo, das privilegiadas zonas que tiveram a sorte de ter sido contempladas com uma folha publicada. É sobretudo o caso da Região do Alentejo (com 34 folhas) e, em muito menor grau, do Alto Douro (4 folhas), do Algarve (2 folhas parciais) e a Beira Litoral (1 folha).

Ficha técnica

Título

Carta agrícola de Portugal na escala de 1:50.0000 e outras.
Também designada por Carta Agrícola e Corográfica de Portugal

Editor

Direcção geral de Agricultura.

Data de publicação

Entre 1890 e 1908

Apresentação original

Folhas com 40 x 50 cm, a cores.
As cartas na escala 1:50.000 representam uma superfície de 20 km de largura por 25 km de altura.
As cartas na escala 1:25.000 representam uma superfície de 10 km de largura por 12.5 km de altura.
A qualidade do papel e, sobretudo das cores, varia muito conforme as folhas.

Conteúdo corográfico

Curvas de nível com equidistância de 25 metros e pontos cotados
Marcos topográficos de 1ª e 2ª ordem
Toponímia corográfica e fundiária
Fisiografia
  • Rochedos e escarpas
  • Areais
  • Lodos
  • Marinhas de sal
Hidrografia
  • Rios, ribeiras e linhas de água
  • Lagoas
  • Canais e levadas
  • Aquedutos
Recursos hídricos
  • Fontes e nascentes
  • Águas minerais
  • Estabelecimentos termais
Transportes e comunicações
  • Pontes de pedra ou de ferro
  • Pontes de madeira para carros
  • Pontes para cavalgaduras
  • Estradas construídas
  • Caminhos
  • Caminho de ferro
  • Faróis
Povoados
  • Cidades e vilas fortificadas
  • Cidades, vilas e aldeias
  • Casas isoladas
Estabelecimentos industriais
  • Azenhas
  • Moinhos de vento
  • Fornos de cal
  • Mina em exploração
Igrejas
  • Sedes de freguesia em povoação
  • Sedes de freguesia isoladas
  • Capelas e ermidas
Estabelecimentos militares
  • Redutos e torres
  • Castelos e fortes
  • Entrincheiramentos
  • Muralhas e muros
Divisão administrativa
  • País
  • Distrito
  • Concelho
  • Freguesia
Limites de propriedades
Limites e zonas de culturas
Culturas arvenses
Culturas hortícolas
Culturas industriais
Hortas e pomares
Arrozais
Vinhas
Vinha com olival
Vinha com pomar
Pomares de sequeiro
  • Olivais
  • Olivais novos, sem produção
  • Figueiras
  • Alfarrobeiras
  • Amendoeiras
  • Arvoredo frutífero diverso
  • Alfarrobeiras com oliveiras
  • Figueiras com amendoeiras
Montado
  • Chaparral
  • Azinho
  • Azinho com sobro
  • Sobro
  • Azinho com olival
  • Azinho com sobro e olival
Essências florestais
  • Carvalhais
  • Soutos de castanheiros
  • Pinhais
  • Matas de diversas essências
Pastagens
  • Prados artificiais
  • Prados naturais
  • Pastagens naturais em pousios
Incultos
  • Charnecas e matos
  • Terrenos improdutivos

Folhas publicadas conhecidas

Na escala 1:50.000
159 Setúbal
160 Cabrela, Vendas Novas
161 Montemor-oNovo
163 Évora
164 Redondo
167 Cabo Espichel
168 Sesimbra
169 Estuário do Sado (Comporta)
170 Alcácer do Sal
171 Torrão
172 Alcáçovas,(Viana do Alentejo
173 Oriola
176 Granja (Mourão)
177 Melides
178 Grândola
179 São Mamede
180 Ferreira do Alentejo
181 Cuba
182 Marmelar, Brinches
183 Moura
184 * Amareleja
185 * Barrancos
186 Sines
187 São Domingos, São Bartolomeu
188 Alvalade
189 Aljustrel
190 Beja
191 Serpa, Baleizão
192 Aldeia Nova de São Bento, Pias
193 Vila Verde de Ficalho
194 Vila Nova de Mil Fontes
196 Garvão
201 São Teotónio, Odeceixe
206 Vaqueiros, Martinlongo
* Ainda não disponível na presente colecção
Na escala 1:20.000
39-50 * Mesão Frio
Por a folha não estar disponível e ser o único exemplar publicado nesta escala, desconhecem-se as sua dimensões e localização.
* Ainda disponível na presente colecção
Na escala 1:25.000
40 D Pinhão
51 A Adorigo, Armamar
51 B Ervedosa, Tabuaço
52 A São João da Pesqueira
84 C Alfarelos, Granja (Montemor-o-Velho)
Sem escala
Folha de legenda

Mapa de Junção das Folhas

Localização das folhas publicadas
As folhas a cinzento não estão ainda disponíveis. A folha 39-50 não está representada.

Bibliografia
A utilização do solo, das cartas de G.Pery (fins do século XIX) a meados do século XX
Mariano Feio
in A evolução da agricultura do Alentejo meridional, pp. 9 a 70.
Edições Colibri, Lisboa, 1998
Bibliografia geográfica de Portugal
Hermann Lautensach
Adaptação e complementos de Mariano Feio
Instituto para a Alta Cultura, Centro de Estudos geográficos, Lisboa, 1948
Pág. 23
Boletim da Direcção Geral de Agricultura, VI, nº 13
Lisboa, 1894
Le Portugal Méditerranéen à la fin de l'Ancien Régime
Albert Silbert
Instituto Nacional de Investigação Científica, Lisboa, 1978
A evolução agrária no Portugal Mediterrâneo
Orlando Ribeiro
Centro de Estudos Geográficos, Lisboa, 1970
O espaço medieval da Reconquista no Sudoeste da Península Ibérica
João Carlos Garcia
Centro de Estudos Geográficos, Lisboa, 1986
Através dos campos. Usos e costumes agrícolo-alentejanos (concelho de Elvas)
José da Silva Picão
Elvas, 1903
Materiais para a história da questão agrária em Portugal - Séc. XIX e XX
Selecção, prefácio e notas de Manuel Villaverde Cabral
Inova, Porto, 1974
Estatística agrícola no Districto de Beja
Parte I - Concelho de Beja, 1883
Parte II - Concelho de Cuba, 1883
Parte III - Concelho de Alvito, 1885
Parte IV - Concelho de Vidigueira, 1885
Gerardo Augusto Pery
Imprensa Nacional, Lisboa
Le Portugal Inconnu I: Paysans, Marins et Mineurs
Léon Poinsard
La Science Sociale Nº 67-68, Bureaux de la Science Sociale, Paris, 1910

Versão Digital

Resolução 300 dpi
Cor 24 bits
Folhas clarificadas para permitir a leitura da toponímia sobre manchas mais escuras
Orto-rectificação gráfica: ajustamento do ângulo de digitalização (rotação inferior a 0.01graus) e da distorção do papel (flecha na maior aresta inferior a 1 mm)
Geo-referenciação sobre a carta militar 1:25.000 em coordenadas Hayford-Gauss referentes ao centro geográfico de Portugal Continental (erro médio inferior a 1 mm nos três quartos centrais das folhas, equivalente a 50 m no terreno).
Dimensão normalizada das folhas: 3152 x 3940 pixels
Formato gráfico: GEO-TIFF não comprimido com World File associado.
Folha de legenda com cores e sinais convencionais
Print Friendly and PDF