Showing posts with label Livros. Show all posts
Showing posts with label Livros. Show all posts

Friday, September 18, 2009

A Cabana

Foi o que li essa semana. Confesso que estava com muita preguiça, mas não resisto à livros ganhados ou emprestados. Com A Cabana não foi diferente.

A história é bem triste e começa com o desaparecimento de Missy, uma garotinha de seis anos, durante um acampamento com a família. Com a evidência de que ela havia sido vítima de um serial killer, o pai entra num profundo deserto assim que encontra o vestido da menina sujo de sangue dentro de uma cabana. O deserto denominado de "A Grande Tristeza", acompanha Mackenzie por anos à fio, até que um convite para retornar ao lugar que marcou a tragédia lhe aparece.

A apresentação do livro deixa claro que se trata de um relato verídico, vivenciado por um amigo do autor. Porém já vi uma entrevista em que o cara fala que se trata de um conto. O fato é que o enredo traz a experiência de Mac ao ter a oportunidade de encontrar Deus (Papai), Jesus e o Espírito Santo (Sarayu) no mesmo lugar em que sua filha foi assassinada. E ali, no meio da dor, a cura emergiu diante do relacionamento pessoal com a Trindade. Relacionamento: essa é a temática do livro.

Na minha opinião não interessa se aquilo aconteceu ou não. Porque as experiências que as pessoas têm não são para ser debatidas. Elas podem ser compartilhadas e cabe a cada um acreditar ou não. Mas para mim fica a essência que o conto transmite.

Pode ser chocante lidar com a forma como o autor apresenta a Trindade, mas ao meu ver isso só acontece porque somos tentados à encaixá-la dentro dos nossos achismos. Eu parei de tentar "achar" algo sobre Deus. Porque na minha opinião Ele é e ponto final. Onde Ele está tudo é diferente. E isso não se discute.

A Cabana fala de relacionamento, de vida, de intimidade, de perdão, de pessoas. E gostei da abordagem a esses assuntos não ser do tipo "auto-ajuda", mas sim de "Alto-ajuda". Porque realmente acredito que sem um relacionamento com Deus (seja da forma que for) é muito difícil lidar com os desertos que invariavelmente invadem a vida sem pedir licença. Mac se resgatou ao enfrentar a origem da "Grande Tristeza" e cada dia me convenço mais do poder que há nesses confrontos (sempre que orquestrados pela mão divina).

Gostei também da forma como as discussões teológicas são tecidas, mesmo que não concorde absolutamente com todas as ideias apresentadas. E a minha visão diante disso é simples. Não é errado ter dúvidas, discordar do que você ouve, questionar as ideias apresentadas por aí a fora. Errado, para mim, é se achar dono da verdade e não se abrir para ouvir um outro lado.
É assim que vejo A Cabana. Não uma fórmula pronta, mas um convite para o diálogo.

Tuesday, July 14, 2009

Jarbas não quer voar

É o nome do livro que ganhei do João Marcos, um desenhista super fera com quem cruzei há uns anos. Aliás, ele não é só desenista. Ele é mestre em Artes Visuais, professor universitário, ilustrador, chargista, quadrinista e roteirista (de ninguém menos do que da Maurício de Sousa Produções). É pouco ou quer mais?

Sim o João Marcos é muito bom no que faz e me agraciou com o novo livro, que é lindo. Lindo mesmo, do enredo ao traço.

Jarbas era um menino comum, até descobrir que tinha asas (a Ivy, que sempre diz que é a "Menina de Asas" adorou) e se tornar uma celebridade. A história parte daí e funciona como uma crítica a essa cultura tão contemporânea, enfocando as consequências no universo infantil.

Gostei tanto que não poderia deixar de comentar aqui. Porque eu realmente acredito que o gosto pela leitura e o senso crítico começam a ser formados na infância. E isso é algo simplesmente fundamental para o indivíduo. Fica aí a minha dia.

Valeu, João Marcos! Palmas para você!

Ps: Para que se interessar, esse é o site/blog do João Marcos:
http://www.mendelevio.com.br/

Tuesday, April 28, 2009

Cris X Bella


A primeira série de livros que li de verdade foi a Série Cris, da Editora Betânia (a Coleção Vagalume e os livros dos Karas do Pedro Bandeira não contam, né). Na época foi o máximo porque algumas pessoas que fizeram as fotos das capas eram meus amigos. Eu devorei cada uma daquelas edições até o último volume. Nem sei quantos anos levaram ao todo. Aí comecei a ler a série seguinte, Selena, ainda no original em inglês, mas não colou. Ainda preferia a Cris, minha heroína adolescente.

Então descobri Deixados para Trás, que também li em uma sentada. Ficava vigiando as livrarias para comprar tão logo o novo volume fosse lançado. E essa série também chegou ao fim. Até tentei Harry Potter por curiosidade, mas depois larguei. Infantil demais.

Há anos não via uma série legal que me interessasse. Foi quando uma amiga falou do Crepúsculo, livro que deu origem ao filme. Descartei de cara, afinal temática de vampiros adolescentes não era uma boa pedida. Mas ela insistiu tanto que peguei emprestado. Sem falar da beleza das capas, o que sempre muito me atrai. Em três dias li os três livros: umas 1.200 páginas.

Afinal de contas, qual é a graça?

Em primeiro lugar a história é muito bem costurada. A narrativa é envolvente, bem escrita, fazendo do enredo fantasioso uma série irresistível. É impossível ler um só (quase igual ao slogan da Elma Chips). Os personagens podem até ser ligeiramente óbvios, mas não são maniqueístas, o que valorizo muito na literatura do gênero. Conflitos e sentimentos humanos como amor, amizade, ciúmes, rejeição, depressão, competição, inveja são bem trabalhados através do triângulo composto por Edward, Bella e Jacob. E definitivamente Bella é a azarada mais sortuda de que já tive notícia. O antagonismo do seu personagem certamente é uma das chaves da história que ainda não chegou ao fim. Mas não, ela definitivamente não é minha nova heroína. Acho que esse lugar pertencerá sempre a Cris.rs.

Após Crepúsculo, Lua nova e Eclipse, fico à espera de Amanhecer, que pretende trazer o desfecho da intrigante história que é desencadeada pelas escolhas simples e cruciais dos personagens. Reais e surreais. Mais humano impossível.

Enquanto isso fico na torcida. Por Jacob, é claro. E por falar nisso, acho que vou assistir ao filme novamente. Após ler o livro definitivamente ele fica mais interessamte.



Wednesday, January 7, 2009

Ano novo com livro novo


A indicação foi do Mariel e da Cris, amigos novos, com quem sentei e divaguei muito no Santa Sophia dia desses. O papo foi ótimo e fui para casa com algumas tarefas bem legais. O livro foi uma delas. E o mais interessante é que alguém já tinha me indicado o autor aqui no blog.

O nome é Evangelho Maltrapilho, do Brennan Manning. Por hoje vou deixar só uma frase do cara:

"O problema com nossos ideais é que, se vivermos de acordo com todos eles, nos tornamos pessoas com as quais é impossível se conviver".

Sábio Manning.

Friday, November 21, 2008

Mais um livro legal


Gosto muito de ler livros em inglês. Há uns dias eu li Mrs. Robert E. Lee - The lady of Arlington, que é a biografia da bisneta do primeiro presidente americano George Washington (que não era o Bush - para os desavisados). Ela era de uma das famílias mais tradicionais da América, se casou com um cara que foi um dos líderes da Guerra Civil e foi uma cristã fervorosa. A vida de sua família se mistura bem à história dos Estados Unidos.

O mais legal foi ler esse livro durante as eleições presidenciais americanas, quando um negro concorria ao cargo mais cobiçado do mundo. Se a vida de Mary Ann Custis Lee é o ponto central da história, a Guerra Civil americana (que foi desencadeada pela questão abolicionista) é um excelente pano de fundo.

Lendo o livro entendi muito o medo que os sulistas tinham da abolição naquele contexto. Se os escravos seriam libertos era necessário que eles passassem a entender o que era ser livre naquela nova sociedade. Era preciso que eles aprendessem a ler, a escrever, se aperfeiçoassem em seus conhecimentos para conseguir trabalhar como assalariados. Para Mrs. Lee uma carta de alforria não significava tudo e era responsabilidade dos antigos senhores ajudarem nessa transição. Mary relata com os seus olhos atentos os acontecimentos que anteciparam a guerra, os anos que ela tomou e o seu desfecho. Um livro extremamente interessante para quem se interessa por história, sociologia e antropologia.

Wednesday, November 19, 2008

Para francisco


Há tempos eu acompanho um blog que uma amiga indicou. E o legal de blog é isso: um indica para o outro, que repassa e assim vai. E foi assim que o Para Francisco entrou na listinha do que leio toda semana.

"Um homem tem morte súbita, dois meses antes do nascimento do seu único filho. Assim nasce este blog. Tentando entender e explicar dois sentimentos opostos e simultâneos vividos pela viúva e mãe que, no caso, sou eu. Muitos questionamentos. Muitos raciocínios. Muito aprendizado. E uma pressa em falar para o Francisco sobre seu pai, sobre o mundo e sobre mim mesma (só por garantia)".

É assim que a Cris define o blog dela.

Há uns dias ela anunciou que tinha escrito um livro e fiquei muito feliz. Adoro lançamentos. Ontem tive o privilégio de ir ao evento e dar um abraço pessoalmente. Sim, porque quem lê o blog, e agora o livro, tem sempre duas reações: vontade de chorar e de abraçar essa mulher.

Comecei a ler ontem mesmo ao chegar em casa. A linguagem é bem gostosa e leve, afinal os textos são originados do que ela escreveu para o blog (apesar de ter conteúdo inédito). O que não é leve é a história. Várias vezes após ler o que a Cris escreveu liguei para o Fred correndo, ou fiz surpresa na faculdade ou ainda me convidei para almoçar com ele. Nunca sabemos o dia de amanhã e essa urgência da Cris de falar para o filho, me traz urgência de ser ainda mais intensa em meus relacionamentos (como se ainda fosse possível!), especialmente com meu querido companheiro.

Estou no trabalho e o lindo livro de capa branca está ao meu lado. Não tenho pressa de lê-lo, mas sei que terminarei ainda hoje. Não conheço a Cris (apesar de ter dado um beijo e ganhado um autógrafo), mas estou feliz por ela. Admiro muito quem consegue transformar dor em poesia. E como ela mesma me falou ontem: escrever ajuda muito. Acho que é por isso que escrevo tanto. Quando escrevo me dou a chance de ver um outro ângulo, de me enxergar melhor.

Se eu já fiquei emocionanda em ler essa história, imagine o Francisco quando crescer.

Thursday, October 16, 2008

Não sou fã do Tommy Tenney


Eu já tentei ler 3 vezes Caçadores de Deus e outros livros dele em português. Nenhum eu consegui superar até 1/3 do conteúdo. Como assisti a uma pregação há alguns anos e gostei, então comecei a achar que o problema era com os tradutores ou comigo mesma, sei lá. Mas não desisti.

Ano passado comprei Finding Favor with the King, que é sobre Ester (ele até escreveu um romance que virou filme. Em português se chama Conquista de Reis e é fácil achar na Blockbuster). Finding favor não é o romance, mas me interessou pela abordagem. Pensei: "Agora vou gostar!". Comecei semana passada, mas não deu... e dessa vez a culpa não foi dos tradutores.

Tommy Tenney tem umas sacadas bem legais, mas definitivamente não gosto do estilo dele de escrever. Não tenho nada contra quem gosta, mas não aguento literatura repetitiva. Ainda que a idéia seja reforçar o que foi falado, acho um desperdício de espaço, e de tempo do leitor, repetir a mesma coisa trocentas vezes. E é exatamente o que ele faz! Gosto muito dele falando, mas não dá para o encarar escrevendo. Mais um livro que não vou terminar, o que é muito raro.

Será que sou a única pessoa do mundo que não gosta dos livros do Tommy Tenney?

Thursday, September 18, 2008

Abusado

Comprei este livro há cinco anos, durante a noite de lançamento, ainda na faculdade. O autor, Caco Barcellos, estava lá promovendo seu novo registro investigativo-literário. Na empolgação, comprei o lançamento da noite, Abusado, e o anterior, Rota 66. Aproveitei a oportunidade e segui para a fila de autógrafos. Conversei brevemente com ele que, pacientemente, dedicou os dois livros, escrevendo as seguintes palavras:

"Iana, muito obrigado por dar importância ao meu trabalho. Com carinho, Caco Barcellos."

Ao me devolver os livros ele ainda olhou para mim e fez um pedido: "Gostaria de saber sua opinião sobre as histórias. Meu e-mail está aqui". Fiquei meio perplexa. Como assim? Caco Barcellos pedindo opinião a uma aluna de jornalismo que ele nunca viu na vida? E ainda por cima escrevendo o seu e-mail pessoal no meu livro? Saí de lá impressionada com a simpatia dele, mas acabei deixando os livros de lado. Na época as atividades da faculdade não me deram folga e priorizei outras coisas.

Há uns dias atrás peguei uma virose brava e fiquei em casa a semana toda. Resolvi então ressucitar algo que nunca li. Abusado saltou aos meus olhos. E assim me envolvi nessa história.

O livro é resultado de quatro anos de investigação do Caco, um dos melhores jornalistas do ramo no país, sobre uma das maiores mazelas do Brasil: o narcotráfico. O fio que conduz a história é a vida de Marcinho VP, um traficante que se tornou famoso por viabilizar a gravação de um clipe do Michael Jackson na favela Dona Marta. Provavelmente você deve se lembrar disso.

No livro Marcinho é Juliano, um homem ambicioso, fruto de uma comunidade excluída do Rio de Janeiro. Sua vida foi um retrato do paradoxo entre o sonho e pesadelo dos jovens moradores de favelas de todo o país. Ele definiu sua vida como "o lado certo da vida errada". Mas será que a vida errada tem um lado certo?

Para descrever essa história, Caco abriu mão do maniqueísmo existente em muitos contos do gênero, explorando todas as nuances que foram possíveis. Marcinho/Juliano é bom e mau. Ao mesmo tempo em que o jornalista humaniza os "bandidos", como eles mesmos se chamam, ele não deixa de relatar a crueldade dos crimes cometidos. Mas qual seria o crime maior? O tráfico de drogas, a exclusão social, a corrupção da polícia, a injustiça ou os assassinatos de inocentes de ambos os lados? Parece que cada vez fica mais difícil definir esse limiar.

O livro conta como surgiu o Comando Vermelho, como começaram as ondas de sequestro no país, como funciona o esquema das bocas de fumo, como a sociedade das favelas se organiza. Ele conta também como a JOCUM começou um trabalho super interessante na Dona Marta. Confesso que me emocionei a ler o desprendimento do missionário "Kevin Vargas" ao decidir largar sua confortável vida e ir servir em uma favela. Mais legal ainda é ler seu trabalho de evangelismo e socorro em um livro secular. Caco inclusive conta sobre a "adaptação" de alguns "novos convertidos" à nova vida. Sem deixar de praticar seus crimes, alguns incorporaram em seus assassinatos uma breve pregação: "Aceita Jesus como seu salvador?", perguntavam antes da execução. Quando a resposta era afirmativa, eles comemoravam: "Pelo menos morreu com Jesus no coração". Confesso também que me vi diversas vezes em um dilema moral sobre a atuação de "Kevin". Me refugio então num simples pensamento: ele fez mais do que pregar, ele viveu como cristão num lugar onde poucos se atrevem a pisar. Ponto. Fim do dilema.

Abusado é um livro que me incomodou, e que inclusive está sendo difícil deixá-lo. Aliás, vez ou outra me envolvo de tal forma com o que leio que reluto em parar de pensar sobre o assunto. Com Abusado está sendo assim. Como o livro é o retrato de algo real e atual, me vi na internet pesquisando os jornais da época, relembrando os acontecimentos. Marcinho/Juliano foi assassinado dois meses após o lançamento do livro. Uma morte prematura, mas completamente previsível. Previsível não somente porque ele abriu detalhes do Comando Vermelho à um jornalista, que deu notoriedade à ele como personagem e ao assunto; mas porque esse é o destino mais comum dos "donos" dos morros.

A história de Marcinho/Juliano me incomoda também porque ele foi um homem extremamente inteligente, mas que não conseguiu aplicar seu talento "no lado certo da vida certa". Suas boas idéias, intenções, filosofias não deram à ele uma vida digna. Deram sim, notoriedade, que ao mesmo tempo que o conderam, o tiraram do anonimato, de forma que hoje o mundo em que viveu se torna um pouco menos desconhecido. Sua forma de ver a vida também lhe rendeu aproximação à intelectuais, uma prova de que talvez a barreira entre os morros e o asfalto não sejam tão intransponíveis assim.

Ao ler Abusado não vejo apenas Marcinho/Juliano como alguém que foi abusado com a vida e pela vida. Olho o flanelinha, em quem sempre dou o cano, e o vejo da mesma forma. Penso nas pessoas que já tentaram me assaltar, nos porteiros dos prédios, nas domésticas, nos malabaristas das ruas, nos pequenos e grandes bandidos. De uma forma ou de outra, todos abusados. O detalhe é que agora, sempre que olho para um morro, penso não somente nos "Julianos", mas também nos "Kevins". Se existem pessoas envolvidas com a "vida errada", também existem aquelas que se empenham em ver, acreditar e em extrair o melhor do ser humano, independente de onde ele esteja.

Após cinco anos, acho que agora posso mandar um e-mail para o Caco. Mais do que dar importância ao trabalho que ele desempenha, dou importância ao registro histórico que ele bravamente cavou. Espero que ele continue cavando.
Ps: Aí vai o link do clipe They don't care about us do Michael Jackson, que foi gravado no Dona Marta com o esquema de segurança do Marcinho VP. http://www.youtube.com/watch?v=gCqQ2JcQWGs

Thursday, April 17, 2008

Tomando café...

Ontem foi um dia legal.


- Saí para gravar uma matéria com a cantora Carmem Silva. Uma figura a mulher! Em um ponto da entrevista ela tentou tomar o meu microfone. "-Deixa eu te ajudar a segurar que seu braço vai doer!". Ou seja, ela já estava avisando que ia falar muito! E falou... Qualquer jornalista sabe o desespero que dá quando um entrevistado tenta roubar o microfone!

- Saindo da entrevista, fui pegar o carro e me vi na frente do Cafeteria e Tabacaria Kahlúa. Resolvi ceder à tentação. Valeu a pena. Sentei bem ao fundo e pedi um Moka Misto: expresso, leite vaporizado, chocolates branco e preto em dose dupla! Perfeito... Muito bem acompanhada por um livro, terminei As Cinco Linguagens do Amor ali mesmo. Saí feliz da vida. Nem liguei para o super trânsito para ir para casa. Foi terapêutico! Definitivamente indico (o café e a experiência de sair sozinha para um café).

- No caminho para casa fiquei pensando no que tinha lido: qual seria a linguagem de amor de Deus? Não podemos tocá-lo fisicamente, nem dar Presentes a Ele. Ele não precisa de Palavras de Afirmação. Apesar de o servirmos com alegria, Jesus deixou claro à Marta que Maria tinha escolhido a melhor parte. Ou seja, Tempo de Qualidade. Ela se alegrava em passar tempo na presença dEle e Ele na dela. É nesse tempo que desfrutamos da intimidade. Acho que é por aí...

Friday, April 11, 2008

É agora ou nunca

Esse foi o livro que terminei essa semana. Já estava a fim de ler algo da Marian Keyes há um tempo. Literatura leve, sem pretenções. Depois do Livro de Deus, que amei, mas que é bem denso, pensei em ler algo para relaxar. Não queria também um best seller triste, como O caçador de Pipas e A menina que roubava livros. Li e amei ambos, mas definitivamente eu queria algo que proporcionasse risadas e não lágrimas. Estava mais a fim de algo tipo Marley e eu, com o qual me diverti relativamente. Como a série que começou com Melancia e está em Los Angeles, tem feito certo sucesso, achei que seria uma boa pedida. Além disso, as capas são muito legais e sugestivas. Entrei no site americanas.com, vi os seis livros da autora e usei um aprimorado sistema de escolha: o menor preço! Comprei o mais barato e em quatro dias já estava de posse da minha nova aquisição. (Para quem não sabe, comprar livros é um dos meus maiores vícios).


Apesar das 600 páginas, o li em três dias. O início arrastado. O meio bem chato, que quase me fez desistir, mas destesto largar coisas inacabadas. O final interessante. Para ser sincera, acho que não gostei muito. Além de ser extremamente repetitivo, é do tipo que valoriza a superficialidade das pessoas e das relações, o método "beber-para-esquecer-os-problemas", entre outras coisas que não concordo. É claro que os livros desse tipo não são feitos para que se concorde com eles, mas esperava pelo menos uma narrativa mais interessante, personagens menos estereotipados e óbvios. Acho que a autora poderia ter contado a mesma história com 200 páginas a menos. Ainda estou pensando se encaro outro da Marian para ver se tive o azar de escolher o pior título da série... mas enquanto isso comecei ontem As 5 linguagens do amor, do Gary Chapman. Muita gente já me indicou e achei que agora era um bom momento. Mas continuo na busca por livros leves para abstrair... Aceito sugestões.

Wednesday, March 12, 2008

O livro de Deus

Comecei a ler um livro novo essa semana. Se chama O Livro de Deus - A Bíblia romanceada. São 800 páginas de histórias bíblicas contadas de uma maneira diferente, sem aquela linguagem pesada das Escrituras. De uma forma simples, o autor narra o que todo cristão já está cansado de saber, mas com um apelo literário irresistível. Saca só esse trecho em que Lia conta como foi a reação de Jacó ao saber que tinha se casado com a mulher errada:

"Quando meu marido descobriu que eu não era minha irmã, não o culpei pela zanga. Já contava com aquela reação. Só esperava que ele não me espancasse, e de fato não o fez. Mal olhou para mim. Para mim, fique isso bem claro. Ele não via Lia. Via não-Raquel. (...) Disse a mim mesma que não o amaria. Mas fracassei."


E por aí vai. Estou amando a leitura que segue bem rápida, transformando a escrita difícil da Bíblia em um romance delicioso. Definitivamente recomendo, inclusive para quem nunca teve muita paciência para se debruçar sobre a Palavra, ou para quem a ama tanto que quer conhecer mais.
Fica aí a dica.

Friday, January 4, 2008

Eu e meu amor pelos livros...

Amo ler e esse é um vício que carrego comigo de pequena. Me lembro perfeitamente do primeiro livro que li na vida, aos sete anos de idade. Ele se chama No reino perdido do Beleléu - uma história fantástica sobre para onde vão todas as coisas que as crianças perdem na vida (lembra-se da expressão?). Quem me presenteou foi meu primo Rafael, que aos nove anos, sempre ia para a casa da minha vó com um livro debaixo do braço. Eu até tentava, mas não conseguia entender porque ele gostava de ler tanto - o que era motivo de muito orgulho para meu avô.


- É porque você ainda não leu nada com o que o se indentificasse. Foi o que ele me disse um dia. Bingo! Palavras de sabedoria de um garotinho!

-Toma. Fica com este. Acho que você vai gostar. Você perde tudo mesmo. Acho que suas coisas estão todas no Beleléu!

E foi assim que ganhei meu primeiro livro. De lá para cá me apaixonei de tal forma pelas palavras que me formei em jornalismo. Já o Rafa escolheu o caminho da medicina. Mas de uma forma ou de outra, aquele primeiro presente determinou muita coisa na minha vida. Em todos os natais e aniversários dali em diante passei a ganhar pelo menos um título, que me levaram a adquirir outros e por aí vai. E digo de passagem, morro de ciúmes de todos eles!

Recentemente li diversos livros incríveis: Marley & Eu, O diabo veste prada, O Jesus que eu nunca conheci, O caçador de pipas, A menina que roubava livros, A walk to remember, Finding favor with the king, e muuuitos outros sobre marketing, comunicação, gestão de pessoas, etc. Mas o mais interessante é que nunca me esqueci do No reino perdido do Beleléu.

Então, quando me perguntam como consigo ler tanto e tão rápido, lembro dessa historinha. Mas quando sou questionada por algumas pessoas sobre o porquê delas não gostarem de ler, repito as sábias palavras do meu primo, aos nove anos de idade: "-É porque você ainda não leu nada com o que o se indentificasse". Fica aí a dica para o ano novo.
Ah! Esse aí do lado é o Rafa, dançando comigo a valsa no meu baile de formatura da faculdade há dois anos atrás.

Thursday, September 20, 2007

De volta a BH! E como prometido a minha visão sobre o livro "O Diabo veste Prada"

Sapatos, bolsas, saias, blusas, vestidos e maquiagem. Tudo isso faz parte de um universo comum às mulheres, independente da classe social, idade ou intensidade. Aliando esses itens a marcas poderosíssimas, mulheres belíssimas (e magras) e um mundo de muito glamour, cria-se um poderoso imaginário de perfeição e ideal. Entretanto, o livro e o filme homônimo O Diabo veste Prada abordam um lado interessante dessa dinâmica quase ditatorial: qual a importância desses itens no cotidiano de uma pessoa? Qual o limite de uma aspiração profissional? Duas boas perguntas.

Para quem assistiu ao filme, o livro é bem diferente. Não há nenhuma conspiração para a saída de Miranda Priestly da revista Runaway e o desligamento da heroína é motivado por um acidente quase fatal com sua melhor amiga Lily (que no livro é alcoólatra), enquanto Andrea está na estonteante Paris. Ah! E o final de Andy não é no The New Yorker com o aval e recomendação da ex-chefe, mas sim à caminho do mesmo prédio Elias Clark, em Manhattan, rumo a uma entrevista na revista Buzz. Um final certamente menos glamouroso do que o do longa-metragem, que certamente é mais atraente para um filme que pretende deixar todos com aquele desejo de revanche da chefe má. Entretanto, a essência é a mesma e os questionamentos permanecem.

Como uma boa devoradora de livros, li as quase 500 páginas em uma semana, entre uma parada no trânsito, intervalo do almoço, antes da aula e até na manicure. E recomendo: o livro é realmente bom. Bem escrito e com narrativa agradável e atraente, é daqueles tipos que nem dá vontade de soltar, para ver logo como acaba a história. O problema é que durante a leitura, quando eu menos esperava, me vi completamente influenciada pela neura de Andrea Sachs! Relaxa, Iana. Não há nenhuma Miranda por aqui!

Realmente acredito que para ter reconhecimento, sucesso, entre outras coisas no mundo profissional é preciso de dedicação, esforço e sacrifício. Entretanto, até que ponto? A que preço? E o que se está disposto a sacrificar? No caso da heroína da história, passo a passo, ela foi se modificando até ser confrontada com o seu pior: estava se tornando um reflexo daquilo que repudiava. Claro que visualmente falando a mudança foi, sem dúvidas, bem positiva, mas ela não aconteceu porque esse era um desejo da personagem. Andrea só passou a se vestir com o melhor do mundinho fashion e da alta costura para se adequar àquele meio e se tornar então socialmente aceitável. Tanto, que ao final da história, para se "exorcisar" do um ano de escravidão (e muita humilhação) na revista - como ela mesma denomina, a antiga assistente da mulher mais temida da moda, se livra das roupas, sapatos entre outros "bens" adquiridos durante a experiência vivida. No filme, a boazinha Andy os dá de presente a ex-colega de trabalho "Emily", enquanto no livro ela vende tudo por praticamente U$40.000,00. Fico com a segunda opção!

As minhas pergunta são: Por que existem Mirandas Priestlys que se tornam padrões? Por que esse seria um emprego pelo qual milhares dariam a vida? E por que o que as revistas dizem que é belo se torna moda e a maioria simplesmente aceita? Vivemos em um mundo que dita o perfeito ao lado do efêmero. E ai daquele que não acompanhar.

Em meio a tantas questões, as palavras de ordem continuam sendo: bom senso. Seja ele para chefes, subordinados, ou aspirantes. E no mais, bom trabalho!



Ah! Para quem não assistiu ainda, aí vai o trailer. Uma boa opção para o final de semana.