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29 julho, 2015

Passe Livre

Coluna Igor Pereira



Deserto de Palavras

Acordei num deserto de palavras. Olho para os corredores vazios que atroam o nada. O vento gelado bate na minha janela, insistente. Às vezes é necessário ter um pouco de paciência e esperar. Sei também, que cada coisa tem o seu tempo. Creio que as palavras que foram, voltarão trazendo-me novidades. Nessa atitude constante de espera, recordo-me de um fato da minha infância. Em Carauari, volta e meia tinha uma tempestade. Ventava, venta muito! E depois, o céu desabava em água. Enquanto o se armava o temporal, mamãe corria para fechar portas e janelas lá de casa, e eu no quarto, quieto no escuro, ouvindo o reboar dos trovões. Sempre que acontecia algum temporal, faltava energia. Era de praxe! Ficava ali, quietinho, com medo dos trovões, dos raios, dos ventos. Esperando... Parecia que não acabava mais tanto trovão e tanta água. Mestre Veríssimo já dizia: “Como o tempo custa a passar quando a gente espera! Principalmente quando venta. Parece que o vento maneia o tempo”.  E a chuva perdurava até a madrugada. A tempestade partira. No outro dia, o sol brilhava mais do que todos os dias. No quintal, havia muitas folhas espalhadas e galhos, como se tivesse acontecido uma grande festa na noite anterior e os restos não tinham sido apanhados. O céu mostrava-se limpidamente azul. Assim como tive que esperar o temporal para contemplar a translucidez do dia seguinte, as palavras decerto reaparecerão amanhã no meu jardim, com todos os odores, cores e saltos de alegrias. 


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01 julho, 2015

Passe Livre

Coluna Igor Pereira




 “UM CONVITE AO SILÊNCIO NECESSÁRIO PARA SE OUVIR AS NECESSIDADES DA ALMA”

Marisa Monte proclamou com sabedoria e sutileza essa máxima. Mais que bonito, é verdadeiro. Numa de suas canções, ela canta lindamente: “faça sua dor dançar, atenção para escutar esse movimento que traz paz cada folha que cair, cada nuvem que passar”. Vez ou outra é bom ficar sozinho. Conversar consigo mesmo, encontrar-se. Vivemos num mundo de barulhos. Silenciar é o que menos nos pedem hoje em dia. A todo instante estamos conectados com nossos smartphones, notebooks, plugados nas redes sociais que nos alimentam a todo instante com informações, informações e mais informações. Quem aguenta? Tem hora que cansa e precisamos de um: STOP! Faço-vos um convite: silenciar. Isso mesmo! Escutar o que o teu Eu, lá no fundo, quer te dizer. É diante dessas perturbações diárias, que precisamos permitir-nos silenciar, esvaziar a mente. Tentar tirar da cabeça todo pensamento negativo, tudo aquilo que não nos faz bem. Deixar fluir. Fitar os olhos para algum lugar que nos embevece. Percebe algum pensamento, alguma ideia, algum sentimento? Tranquilize a nervosidade. Acalente sua respiração ofegante. Quando silenciamos, é possível ter a impressão que todo o silêncio interior mira em cada um de nós um outro que não é você, mas que une-se a sua verdadeira identidade. Sentimos até certo receio, desse olhar voltado para nós mesmos: um olhar decifrador, desafiador. Olhar de inquietação de si, como se mergulhássemos imponderavelmente, descobrindo os enigmas interiores. São raros esses momentos de inefabilidade, onde podemos nos encontrar, deixando que a voz silenciosa do Mistério ressoe, num convite à nossa constante construção.


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17 junho, 2015

Passe Livre

Coluna Igor Pereira




SOBRE AMIGOS

Gente, esses dias tava pensando que durante toda a nossa vida, acolhemos vários papeis: somos filhos, irmãos, pais, esposos, namorados, vizinhos, colegas… amigos. Cada papel desse citado acima tem suas “lindezas”, pormenores e problemas também. Talvez, sem esta grande teia afetiva, nossa vida tornar-se-ia vazia. Para cada época, assumimos um papel e ao longo do tempo tudo vai se transformando e penso que o único que permanece intangível é o amigo. Há que se perguntar: o que é um/a amigo/a na vida da gente? Amizade boa é rara e eterna! Os anos passam, mudamos sonhos, aglomeramos histórias, experiências e ensinamentos. E com um amigo de verdade, somos sempre os mesmos. Não há como negar! Amigo é pedaço importante dentro da gente. Ainda mais quando a amizade foi construída na época da escola, quando estávamos descobrindo o mundo a nossa volta. Amizade é árvore que brota, cresce, floresce e frutifica. Como é bom descansar num amigo. Ele é um regaço acolhedor. E quando estamos com problema, sua presença nos reconforta. Amigo gargalha gostosamente com nossas alegrias e carrega o fardo conosco. Nesse primeiro post falo de amizade, porque outro dia, estava conversando com um grupo de amigos de infância e recordamos tanta coisa boa. O mais engraçado é que todos tomaram rumos “muito” diferentes daqueles planejados na nossa tenra idade. Quando conversamos, retornamos para nossa infância, saudosos. Parecemos àquelas crianças sentadas na escada da escola São José, sonhando com os encantos do futuro. Realizamos todos os sonhos? Quem nos dera! Eram tantos os sonhos. E mesmo há milhares de quilômetros de distância, seguimos unidos, corrigindo a vida, aprendendo com os tropeços. Até porque amigo que é amigo é nossa segunda família, né?! Como diria Quintana: amizade é um tipo de amor que nunca morre. É… não morre nunca! Amigos? Irmãos? Nada disso! Somos mais do que a compreensão humana pode entender.


- Igor Pereira
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