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terça-feira, agosto 22, 2023

todos, todos, todos

O Papa Francisco tem este dom dos chavões. Frases que ficam a tinir nos ouvidos e facilmente se repetem em qualquer circunstância. Até parece que aprendeu bem uma das regras modernas da comunicação. E assim fez nas diferentes comunicações durante a JMJ em Lisboa. Podia citar uns poucos desses chavões, mas um dos que fez mais eco na boca de muitos dos habituais críticos, contra-críticos, comentadores de bancada, escritores de verbo de encher, opinion maker’s e influencer’s foi o do “todos, todos, todos”. Não se conseguem contar pelos dedos todos os que se esforçaram a tentar clarificar, interpretar e até meditar o que significavam tamanhas palavras. Grande hermenêutica. Só faltou alguém se lembrar que o Papa queria dizer “todes” em vez de todos. Muitas vezes me veio à ideia este “todes”. Então é que era um Papa fixe. Mas vamos lá falar a sério, meus amigos. Eu não percebi como é que um chavão que apenas repete aquilo que já se sabe do tão grande amor de Deus, que não exclui ninguém, que ama a todos sem distinção e que, como se percebe na cruz, enviou o Seu filho ao mundo porque quer salvar todos sem excepção, é motivo para tanta tinta e tantas opiniões e contra-opiniões. E agora sou eu que faço hermenêutica de chico-esperto. O que o Papa quis foi deixar claro, mais uma vez, que Deus ama sem medida todos e todos têm lugar no Seu coração. Afinal é isso que qualquer missionário deve dizer e o Papa não é mais que uma missão aqui na terra. E já agora, convinha que TODOS percebêssemos que também nós somos ou devemos ser uma missão aqui na terra.

A PROPÓSITO OUN A DESPROPÓSITO: "Qual é o limite para amar a Deus?"

sexta-feira, agosto 18, 2023

Não sei que dizer da JMJ

Ainda hoje estremeço ao recordar a Carminho a cantar na vigília da JMJ e o silêncio de um milhão e meio de pessoas, sobretudo jovens, diante do Santíssimo. Muito deles de joelhos. Um silêncio que foi um grito. Tenho também no coração as ruas de Lisboa cheias de alegria, de cânticos, de vivas e de muita partilha. Um entusiasmo que foi certeza de uma paz possível. A via-sacra fez-me chorar quase do princípio ao fim. Não fui o único. Quando, no final da mesma, eu e os jovens do grupo nos olhámos de lágrimas nos rostos, demos um abraço colectivo com sabor a eternidade. Foi muito bom. Sinto-me orgulhoso do meu país e da minha Igreja. Pese embora alguns pequenos ou grandes senãos, Lisboa ficou no mapa do mundo e da fé. As palavras não chegam para descrever este tanto. Participei com um grupo de jovens da paróquia e seguramente que, no meio dos imensos cansaços e quilómetros a pé, retemperámos forças. Afinal a fé ainda entusiasma. Afinal a Igreja que tem sido tão criticada é uma Igreja viva. Não é uma Igreja cansada, como se tem ouvido dizer. É apenas uma Igreja a precisar de voltar continuamente à Primavera. Não sei muito mais que dizer da JMJ. Não sei mesmo. E sei que o que disser não será nada de especial, pois não sei dizer as palavras bonitas que muitos comentadores e críticos sabem dizer. O que posso dizer é que ainda estou em modo JMJ e não quero esquecer cada segundo vivido dentro desta peregrinação. E se a pandemia e muitas outras adversidades têm atingido fortemente a Igreja, a JMJ a mim mostrou-me que o mundo tem futuro e que, dentro dele, a fé sempre será um presente. Presente como "agora" e presente como "prenda". Mostrou-me igualmente que esta geração, que muitos temos como individualista e que vive nas redes sociais, também sabe estar aberta aos outros e à realidade transcendente. A ver vamos o que o futuro nos diz ainda desta JMJ, com os frutos que cada um levou para suas casas, seus ambientes, suas comunidades. A ver vamos como continua a JMJ.

A PROPÓSITO OU A DESPROPÓSITO: "O Papa nas Jornadas Mundiais da Juventude"

sábado, julho 27, 2013

O Papa nas Jornadas Mundiais da Juventude

Não tenho acompanhado muito as Jornadas Mundiais da Juventude. Em tempos garantia a minha presença in loco. Este ano foi diferente. E tenho acompanhado apenas o suficiente. Sinto que ainda nem bebi desse espírito que me levava a andar quilómetros e quilómetros para sentir de forma única a alegria de ser de Cristo juntamente com milhares de jovens e outros cristãos. Mas hoje fiquei preso com as fotografias e comentários que tenho visto estes dias na televisão e nas redes sociais. O Papa. Este Papa que se estreia nas presenças mundiais de fé. Um Papa que se senta como os outros. Que se ajeita nas circunstâncias como os outros. Os homens. O comum dos mortais. Que retira o pedestal que o podia afastar das pessoas, tal como Jesus fazia. Gosto deste guia que guia do mesmo patamar da escadaria onde se encontram os outros. Que guia como quem também está a caminho, a caminhar. Que olha a sorrir para todos sem excepção, do fundo e do cimo dos seus castiços óculos. Mas olha em especial os menos olhados. A preferência clara pelos pobres. Genuíno. Autêntico nos gestos e nas palavras. Não esconde quem é. Não estuda quem deve ser. É de Deus e ponto final. Está ali por Deus e com Deus e ponto final. Não há protocolos que lhe sirvam, mesmo correndo riscos. Ainda que eu ache que isso também arrasta consigo problemas e preocupações. Afinal ele também é o Papa. Mas nota-se que vive, desprendido, a felicidade dos simples cristãos, sem pesos de hierarquia, sem preocupações senão a de ser presença de Deus. O homem é um ser a caminho. O cristão é um ser a caminho de Deus. Este Papa Francisco é um cristão autêntico. Não veste senão a capa da fé. E a caminho aponta o caminho. Excelente exemplo de Deus.