
Desengane-se quem vier em busca de inconfidências minhas acerca do acto de amor, no sentido sexual.
Não é esse o tem do meu post de hoje.
Deu-me para me questionar se a expressão "fazer amor", no sentido em que é convencional utilizar-se, será, de facto, apropriada.
Eu explico-me; se tiverem curiosidade em seguir a minha lógica, se é que assim se pode chamar.
É frequente eu deitar-me na minha cama, à noite, com um filho de cada lado. É um mau hábito para eles, que terei de contrariar suavemente, pois qualquer dia não consigo que adormeçam sem companhia, cada um na sua cama.
Mas é um momento de ternura, de amor.
Sinto aquelas mãozinhas pequenas a acariciarem-me ou a exigirem o meu pescoço para um abraço terno. As palavras carinhosas, os beijinhos doces, os dela ainda com um certo aroma de bebé, seja ele o da loção, das gotas polivitamínicas ou mesmo da fralda molhada, mas de bebé, ponto.
Os braços magrinhos do Vasco ou o corpinho rechonchudo da Mafalda, todo o ambiente de cumplicidade e de entrega total ao miminho me faz questionar se não será isto "fazer amor".
Certamente que o prazer que retiramos e oferecemos quando saboreamos momentos de intimidade sensual também pode ser designado dessa forma, mas tem muito mais de volúpia, de erotismo, de brincadeira, do que estes momentos de preâmbulo do sono que eu por vezes saboreio com os meus filhos, numa atmosfera meramente sensorial e inocente.