
Não vejo o caminho...
Às vezes ponho-me a sonhar com o fim de uma estrada e o princípio de outra. Ouço sons de felicidade e arrebito esta inércia aparente. Num dia, as ilusões foram-se e, no outro, há boas notícias para comemorar. Quero-me assim, como sou...
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Chegada a hora, entrei naquele local público. Uns conversavam vivamente, outros mantinham-se discretos. Até uma festa de aniversário havia ali. Eu entrei e sentei-me num lugar cómodo depois de ter cumprimentado algumas pessoas que conhecia de vista. Esperei-te, tal como das outras vezes em que esperei por homens que me fizeram alterar a respiração.
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Comecei a reparar numa voz presente. Não tinha a certeza se eras tu ou não, pois não me pude virar para identificar-te. No entanto, tu viste que estava presente e, nem em nome de todas as vezes que conversámos horas seguidas, tu me cumprimentaste.
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Foi por isso que sopus que não seria a tua voz, pois, se fosses tu, terias-me puxado para ti e não me deixarias ali sozinha à mercê de pensamentos tristes e sombrios. Quando me virei de lado e quase te vi, proferi umas palavras que te fizeram responder. Então, fiquei com a certeza que eras tu.
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A partir desse momento, a desilusão foi imediata. Ainda tentei que as minhas palavras te suscitassem algo... que... eu vivi. Acho que tu não.
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Vou entregar-me mais uma vez às falhas dos seres humanos com que me cruzo e dizer-lhes aquilo que penso?! Sim, de facto, vou. Algum dia hei-de acertar.
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Quero-me assim, como sou.
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Eli
:)